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  • em resposta a: Além do bem, do mal e da cognoscibilidade humana #85412
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    Os princípios servem para tiranizar os próprios hábitos, ajustificá-los, honrá-los, vituperá-los ou escondê-los — doishomens de princípios iguais desejam alcançar, provavelmente,coisas fundamentalmente diferentes.Os princípios devem ser honrosos, as honras devem ser morais, a moral deve ser justa, a justiça deve ser imparcial e a imparcialidade deve ser honesta, a honestidade é útil e a utilidade da honestidade é preservar a espécie."Piedade para todos" — seria dureza e tirania contra timesmo, meu Caro!Só se eu fosse o rei da cocada preta na Bahia!! Piedade só pode fazer mal à ganância, à crueldade e à perversidade.Envergonhar-se da própria imoralidade é um degrau daescada no extremo da qual se sentirá vergonha da própriamoralidade.Envergonhar-se da própria imoralidade  é o primeiro degrau a ser vencido rumo à correção do caráter.O delinqüente de modo muito freqüente não está à altura deseu delito: ele o empequenece e o calunia.he he, "há que se ter muito caráter e grandeza para delinqüir"!Os advogados dos delinqüentes são raramente tão artistas queconsigam fazer ressaltar a favor de quem cometeu, quanto detão terrivelmente belo existe na ação cometida.Tão belo que motivou o delinqüente a praticar o delito e, o delito só é considerado delito porque houve consenso. Se inverter os valores fosse algo útil, então não precisaríamos de valores. Cada qual faria o que bem quisesse...  “Fazer literalmente o que bem entender”Isto pode parecer muito romântico e poético, mas é a mais pura tradução do que se poderia chamar de absoluto caos social.  As grandes épocas de nossa vida ocorrem quando sentimos acoragem de rebatizar o mal que em nós existe como o melhorde nós mesmos.Sim!! Magnífico! Matar passarinho! Afogar o gato! Passar a mão na bunda do cego!  The best!! Quando somos obrigados a mudar de opinião acerca de umindivíduo, fazemos com que pague muito caro o trabalho, quecusta uma tal mudança.Isso é próprio dos vingativos. Quando mudo de opinião sobre uma pessoa,  me afasto dela ou então me aproximo, pois posso mudar de opinião também a favor do indivíduo e não só contra.O diabo tem as mais amplas perspectivas relativamente aDeus, por isso se mantém tão distante dele: o diabo, quer dizer,o mais antigo amigo do conhecimento.Sim, os praticantes de rituais satânicos e missa negra "devem ter muito a nos ensinar"...O ser verdadeiro começa a mostrar-se quando o seu talentodeclina, quando deixa de mostrar o quanto pode. O talentotambém é um adorno e um adorno também serve para esconder.Quando o ser perde seu talento, os outros  passam a vê-lo com “outros olhos”. Passam a vê-lo com os olhos do esquecimento e da indiferença.  Isto acontece não porque o ser deixou de mostrar o quanto pode, mas sim porque deixou de poder. O interesse no lucro é uma m****.O farisaísmo do homem bom não é uma degeneração; é, pelocontrário, em grande parte, uma condição para ser bom.“Bom” pra quem? Ou, "bom"  pra que?A idéia do suicídio é um potente meio de conforto: com elasuperamos muitas noites más.Noites peculiares aos que acreditam piamente serem fortes, virtuosos e vivazes.Deve-se devolver o bem e o mal; mas por que precisamente àmesma pessoa que fez o bem ou o mal?Para não fugir da velha e boa lei da causa e efeito... Estamos errados? Então talvez devêssemos fazer mal aos bons e bem aos maus. “Isso seria uma experiência e tanto”! “Uma sadia experiência”!Não se ama suficientemente o próprio conhecimento quandose o comunica a outros.“Sim, deve-se guardar para si, em sinal de amor ao conhecimento”...Nos homens rudes a ternura é objeto de vergonha — etambém algo precioso.Acredito que é no meio termo que se encontra o sentido de perfeição. Um grande e verdadeiro herói disse um dia: Devemos ser duros, mas jamais perder a ternura. (Che)Em um homem de ciência a compaixão quase faz rir, comoum ciclope com mãos feminilmente delicadas.Até enquanto ele não esteja implorando por ela...Abraçamos, por amor à humanidade. Abraçamos ao primeiroque chega (porque não se pode abraçar a humanidade inteira),mas é precisamente isto que não é preciso fazer compreenderao primeiro que chega...Sim, ser emotivo em meio a abutres acaba por fazer-nos errar.Na bondade há por vezes uma insolência que me parecemalícia.Especialmente quando ela é midiática, propagandística, pois, quando é autentica e desinteressada, a insolência consiste em prejulgá-la como maliciosa.

    em resposta a: Além do bem, do mal e da cognoscibilidade humana #85410
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    Entre os homens como em qualquer outra espécie de animaishá um resíduo de abortados, de doentes, de degenerados, defracos, que sofrem necessariamente, os casos bem sucedidossão também no homem sempre uma exceção e pode-se dizer,refletindo que o homem é um animal ainda não determinado,que esses são uma rara exceção. Mas, pior ainda, quanto maiselevado é o tipo do homem, que é representado por esseindivíduo, tanto menos provável que seja bem sucedido; ocasual, a lei do irracional se manifestam em toda a economia dohomem na forma mais terrível, no efeito distributivo queexercem sobre os homens superiores, nos quais as condições devida são delicadas, múltiplas e dificilmente calculáveis.Que atitude assumem as maiores religiões frente a esteexcesso de casos falhados? Tendem a conservá-los, mantê-losvivos com todos os meios possíveis, tomam partido por eles,uma vez que são religiões dos sofredores, dão razão a todosaqueles para os quais a vida é uma moléstia e querem fazer crere tornar possível que todos os outros modos de viver e sentir avida são falsos e impossíveis. Por mais alto que se possavalorar uma tal terna preocupação de tomar compatível econservar, ao mesmo tempo em que a mesma se estendeinclusive ao tipo mais elevado, e até agora sempre o maissofredor, do homem — afinal de contas as religiões soberanastêm sido a principal causa da manutenção do tipo "homem"num grau mais baixo — conservaram demasiado daquilo queestava destinado a perecer. Devem-se a elas benefíciosinestimáveis, e quem tem um tesouro de reconhecimento paranão se tornar pobre diante disso, que, por exemplo. fizeram os"homens espirituais" do cristianismo para a Europa?!Confortavam-se os sofredores, infundia-se coragem aosoprimidos e aos desesperados, emprestavam seu braço paraaqueles que não podiam caminhar por si mesmos, atiravam-se,longe do mundo, nos conventos, casas de correção da alma,todos os insatisfeitos, os náufragos da sociedade humana; o quedeviam fazer ainda para poder contribuir com boa consciência epremeditadamente para a conservação máxima de tudo aquiloque estivesse doente e sofrendo, ou para falar mais claramente,para a deterioração da raça européia?“lebendig die Ariere!!” He he he...O que dizer?   Fazer um discurso em pró da vida humana seja ela de um fraco ou forte, bonito ou feio, europeu ou congolês? Evocar inutilmente o nome de Deus? Falar do direito inalienável à vida? Palavras, palavras, palavras... O que são as palavras? O que são as opiniões?Uma velha estória oriental me veio à mente: Era costume num país do extremo oriente, os jovens levarem seus pais para viverem sós nas montanhas quando estes atingiam idade avançada e já não conseguiam mais se locomover nem fazer sua higiene íntima sem ajuda de outros. Eram levados às montanhas e abandonados.Um jovem que levou seu pai para este destino, ao chegar no locar que pretendia abandoná-lo, disse ao velho: Pai, como é costume de nosso povo, eu o trouxe até aqui para abandonar-te, mas não quero que sofras; trouxe estes dois cobertores para não passares frio. O pai, atencioso como sempre, disse: Guarda um pra ti filho. Quando teu filho te trouxer para cá, ele pode não ser com você, tão piedoso quanto você está sendo comigo, obrigado filho.

    em resposta a: Além do bem, do mal e da cognoscibilidade humana #85409
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    Quem observou bem o mundo, adivinha facilmente quantasabedoria existe no fato dos homens serem superficiais. Oinstinto de conservação ensina rapidamente a ser leviano,volúvel e falso. Há sabedoria nesse instinto de conservação animal? Eu sempre encarei esses instintos como selvagens e, portanto em involução nos humanos. Pois, para conservar um ser humano vivo e sadio basta a Natureza. Para usufruir da Natureza não é necessário ser leviano, falso e nem volúvel. Esse “mundo” que Nietzche observa é o mundo financeiro e econômico; o mundo competitivo inventado pelos homens. Não é o mundo natural, é o mundo alterado em conformidade com os erros e acertos dos homens. Isso é indiscutível na minha opinião. Se estamos questionando valores humanos que datam desde os primórdios da humanidade, como a compaixão, a moral, a ética etc.,  há que se considerar o homem desde os seus primórdios e não só o homem de hoje preso a um mundo hipócrita que ele mesmo inventou e se esqueceu deste "pequeno" detalhe. Encontra-se cá e lá uma adoração apaixonada eexagerada pelas "formas puras" tanto entre os filósofos, quantoentre os artistas: mas, sem dúvida, aquele que acha tãonecessário o culto da superfície deve ter feito algumastentativas mal sucedidas de ver "sob" a mesma. E ainda existeum grupo em relação com estes cérebros inflamados, filhos dosartistas natos, para os quais não existe outra forma de gozar avida além da alteração de sua imagem (de certa forma, penosavingança contra a vida). Poder-se-ia deduzir o grau ou a medidaem que lhes é detestável a vida de acordo com o modo peloqual desejam falsear sua imagem, diluí-la, transcendê-la,divinizá-la. O temor profundo de cair num pessimismoincurável obriga a aferrar-se a uma interpretação religiosa daexistência. O instinto teme a verdade que chega ao homemantes que este tenha se tomado suficientemente forte, duro eartista. Neste aspecto, a "compaixão", a "vida em Deus"apareceriam como o produto mais refinado e esquisito do medoà verdade, como uma devoção e embriaguez de artista ante amais sistemática de todas as falsificações. Possivelmentejamais tenha havido meio mais eficaz para embelezar o homemque a piedade; é ela que o transforma em arte, em superfície,em jogo de cores, bondade, chegando até a deixar de sofrer.Assim, pois, poder-se-ia considerar a todos esses artistas comohomines religiosi do mais alto grau.Bem, se sendo piedoso chega-se até a parar de sofrer... Ótimo! Aí está um ótimo remédio para parar de sofrer segundo Nietzsche.  Quando Nietzsche diz que a compaixão “apareceria como um produto mais refinado do medo” aos que acreditam em Deus, ele se esquece que os que NÃO acreditam em Deus, também têm este mesmo sentimento. Como Nietzsche explicaria isso? Os ateus e admiradores de Nietzsche deveriam fazer-se esta pergunta. Ou será que os ateus não sentem compaixão em hipótese alguma?Abraços inquiridores  ;D

    em resposta a: Fim da CORRUPÇÃO #82588
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    em resposta a: Além do bem, do mal e da cognoscibilidade humana #85408
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    Olá Miguel, obrigado pelo seu comentário sempre ponderado e principalmente cheio de informações importantes e em pró do bom e livre pensamento filosófico.Abração

    em resposta a: Além do bem, do mal e da cognoscibilidade humana #85407
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    Olá AlanoImaginei que ao usar a palavra “número” vc estivesse se referindo às posses dos indivíduos ou grupos. Pois, sem querer te desdizer até porque concordei com vc, mas vc não citou a real condição que dá característica de força a um indivíduo ou grupo; O dinheiro acumulado; as posses. Essa é a real condição que caracteriza força. Veja, quando vc definiu a arena político-hierárquica, vc disse como deveria ser, mas não disse como realmente é. As pessoas que ocupam as mais importantes cadeiras hierárquicas não as ocupam por justo merecimento.  As influências de todos os tipos de interesses simplesmente comandam tudo.  Se o “justo merecimento” estiver associado ou relacionado à capacidade de articulação política, eleitoral e consequentemente mafiosa, eu diria que sim, mas se o justo merecimento estiver relacionado com o propósito original da Política, aí eu digo que não.Vc disse: “No mínimo são os mais fortes, senão os mais honestos ou justos”  -  Eu diria que vc acertou em cheio na primeira, mas nas outras... acho que não.A força está totalmente relacionada ao dinheiro e é daí a origem de toda as “lutas” políticas, hierárquicas, militares e humanas em geral.Abolir o uso de dinheiro é algo muito difícil de se fazer, mas possível, e tem uma finalidade, já, abolir a lógica, a moral e a compaixão, me parece mesmo loucura.Fico admirado ao ver as pessoas afirmarem categoricamente que a moral deveria ser extinta, a moral aprisiona o homem, etc. Elas conseguem ver um mundo harmônico e feliz, sem moral, mas não conseguem ver esse mesmo mundo sem dinheiro.Do mesmo modo procedem os entusiastas do Anarquismo; vêem um mundo melhor sem leis e sem governo, mas nem cogitam sobre a origem de todas corrupções legislativas, executivas,  judiciárias e sobretudo as sociais.Abraço

    em resposta a: Além do bem, do mal e da cognoscibilidade humana #85404
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    Existe uma grande variedade na crueldade religiosa: mas trêstipos são os mais importantes. Sacrificavam-se homens ao Deuse precisamente aqueles mais amados entre os outros — a estacategoria pertenciam os sacrifícios das primícias, comum atodas religiões pré-históricas e também o sacrifício doimperador Tibério na gruta de Mitra na ilha de Capri, o maishorrível de todos os anacronismos romanos. Depois durante aépoca moral da humanidade sacrificou-se ao próprio Deus ospróprios instintos mais poderosos, a “natureza”; a alegria detais sacrifícios brilha no olhar cruel do asceta, do fanáticocontra-natura. Finalmente o que restava a sacrificar? Não sechegaria ao ponto de sacrificar tudo aquilo que havia deconfortante, de sagrado, de sadio, a ponto de sacrificar aesperança, a fé numa secreta harmonia, na beatitude e na justiçaeterna? Não se devia sacrificar ainda a Deus e por crueldadecontra si mesmo adorar a pedra, a estupidez, a força dagravidade, o destino, o nada?Sacrificar Deus ao nada — este mistério paradoxal daextrema crueldade foi reservado à geração presente: todos nósjá sabemos alguma coisa.Se no final do século XIX Nietzsche já tinha esta opinião, que dirá se ele vivesse em nossos dias?  Caberia refletir até que ponto as teorias de Nietzsche foram assimiladas e de que forma foram interpretadas pela geração subseqüente à sua. A geração que 14 anos após sua morte deu início a uma das mais horrendas passagens da história da humanidade, onde todo o ódio e desumanidade “contidos pela moral” se afloraram. Onde caberia também dizer que o “Deus na Cruz” citado por Nietzsche, pareceria uma banalidade infantil diante de tanta “genialidade bélica”.  E mais adiante em 1945 quando o mundo assistiu perplexo o extermínio de nada mais nada menos que 60 milhões de pessoas em 5 anos e, num espetáculo de desenvolvimento humano-armamentista jamais antes imaginado, viu queimar cem mil em um segundo no Japão.Se "o mundo se esforça para minimizar a influência de Kant" , como acreditava o autor da obra aqui criticada, vale refletir o quanto o mundo maximizou as suas.

    em resposta a: O que quer dizer Deus para a filosofia ? #72023
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    Deus é uma criação subjetiva (logo, não existe).

    Bravo!!! Um chinês chamado Shang e que tem orelha furada é uma criação subjetiva que acabei de criar, logo, não existe. Não é mesmo?  ;D   

    em resposta a: Além do bem, do mal e da cognoscibilidade humana #85402
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    Críticas a NietzscheNinguém, por muito complacente que seja, admitirá queuma doutrina é verdadeira pelo simples motivo de que nostorne felizes e virtuosos, excetuando-se talvez, os amáveisidealistas, entusiastas, do bom, do verdadeiro, e do belo, queacreditam estar circundados por toda classe de coisas que,ainda que confusas, são tão rústicas quanto aprazíveis.A felicidade e a virtude não são argumentos. Entretanto existemespíritos reflexivos com tendência a esquecer que a desgraça ea maldade não são também objeções válidas. Uma coisa podeser verdadeira ainda quando prejudicial e perigosa no mais altograu, pois poderia acontecer que o fundamento radical daexistência implicaria que não se pudesse ser conhecido a fundo,a não ser através da morte, de modo que o vigor de um espíritofosse medido pela dose de "verdade" que pudesse suportar, ou,mais exatamente, até que grau fosse preciso adoçar a verdade,velá-la, falseá-la. Porém é indubitável que os maus e osdeserdados possuem mais e maiores dotes para descobrir certaspartes da verdade e tem mais possibilidades de consegui-lo eisto pode ser percebido sem que se fale aqui dos maus que sãofelizes, espécie acerca da qual os moralistas preferem calar. Épossível que para o nascimento do espírito vigoroso eindependente sejam mais favoráveis a dureza e a astúcia queessa fina, doce e complacente frivolidade e essa arte de aceitálafacilmente, que apreciamos com tanta justeza no homemcultivado. Stendhal acrescenta um último traço ao esboço dofilósofo de pensamento livre, traço que não quero deixar desublinhar para o refinamento do gosto alemão e porque vaicontra esse gosto: "Para ser filósofo — disse esse último grandepsicólogo — é preciso ser claro, seco, equânime, isto é, paraver claro dentro do que é.Um banqueiro que enriqueceu tem uma parte do caráterrequerido para fazer descobertas em filosofia, isto é, para verclaro no que é”.Não é a toa que Nietzsche tenha evoluído à loucura... Digo isso sem qualquer ironia! Nietzsche via sabedoria filosófica na astúcia de um banqueiro! Isso pode ser muito prático para esse mundo que ele pensava estar nos revelando... Porém, de filosofia não tem absolutamente nada!As palavras são de Stendhal, mas Nietzsche corrobora o seu raciocínio.Um “banqueiro que enriqueceu” tem capacidade de avaliar com sabedoria “o que é”, dentro de um jogo do qual ele  já está viciado; o jogo financeiro. Nada mais. Dentro desse jogo ele é “o maior” Porém o mundo não é um jogo financeiro! Muito ao contrário disso! O mundo não existe e evolui devido aos juros nem às hipotecas.Filosoficamente falando, um banqueiro é a não-filosofia em pessoa.Todo espírito profundo necessita uma máscara.Mas, entretanto, em torno de todo espírito profundo se formaconstantemente uma máscara, graças à interpretação,continuamente falsa, isto é, superficial, dada a todas suaspalavras e a todas manifestações de sua vida.É importante demonstrar a si mesmo que se está destinadoà independência e ao mando, porém é preciso que se o faça atempo. Não se deve afastar a obrigação de fazer estas provas,más também não ligar-se a ninguém, porque toda pessoa é umaprisão. E muito menos ligar-se a uma pátria, ainda que seja amais maltrapilha e mendicante, e não esquecer que é menosdifícil desligar-se de uma pátria vitoriosa. Realmente, para empreender todas essa artimanhas é necessário uma máscara!Não se deixar prender por um sentimento de compaixão, ainda que seja emfavor de homens superiores, cujo martírio e angústia nãotivesse defesa. Não se apegar a uma ciência, ainda que nos.seduzam as descobertas que parece nos reservar. Não seprender às próprias virtudes e ser vitimado, como um todo, poruma de nossas qualidades particulares, por exemplo, por nossa"hospitalidade"; como o perigo dos perigos nos alunos nobres ericos que se dissipam prodigamente e quase com indiferença,desenvolvendo mesmo o vicio da virtude da liberalidade! Nãonos apegarmos a nossas virtudes, não nos sacrificarmos a umainclinação particular. Deve-se saber concentrar-se e conservarse,o que é a melhor prova de independência.Sim! Independência, egoísmo e um instinto super-potencializado e totalmente desnecessário de auto-preservação. Qual o problema com o sentimento de compaixão? Faz mal a quem? Ao mundo? Aos homens? Na verdade o autor parece nunca terminar um raciocínio pulando diretamente a outro sem dar definição a nada...  Lança ao ar diversas propostas sugestivas  totalmente absurdas sem dizer exatamente a que interessaria tal atitude ou ponto de vista. Coisas como: ignorar a lógica, abolir a moral, não ter compaixão, etc. "Insanidades intelectuais”. Coisas que, em se tratando de filosofia, até seriam frases perdoáveis se tivessem um sentido, uma explicação e não raciocínio novo em cima de raciocínio novo sem dar definição ou justificativa para tais propostas. É irremediável: é necessário responsabilizar e julgar sempiedade, os sentimentos de dedicação e sacrifício pelo próximo,toda a moral da abnegação; com a estética da "concepçãodesinteressada" pela qual a desvirilização da arte tenta, muisutilmente, conseguir uma boa consciência.Os sentimentos que pretendem existir "para os demais" e "nãopara mim" possuem um encanto excessivo e uma dulçura que,por serem muito insinuantes, nos tornam desconfiados. E nosperguntamos: "Não será tentativa de sedução?" O fato de taissentimentos serem do agrado daqueles que os experimentam einclusive do simples espectador, não é um argumento a seufavor, mas sim um convite à prudência. Sejamos, pois,prudentes.Maravilhoso! Esta é a receita para a sociedade perfeita!“Não será tentativa de sedução?” Pelo sim e pelo não... Sejamos prudentes e extirpemos de nossas mentes todos os resquícios que ainda sobrarem dos sentimentos de compaixão. Com certeza isto resolverá muitos problemas existenciais.Oh! Voltaire! Oh! Humanidade! Oh! Estupidez! A“verdade”, a busca da verdade são coisas delicadas. Desde omomento em que o homem se conduz nesse aspecto de ummodo demasiado humano, — quando busca a verdade apenaspara fazer o bem" -, pode-se dizer, e eu o sustento, que nãoencontra nada.Mais uma vez,  sem dar definição ao raciocínio. Se não buscar para o bem, vai buscar para que?O que é bom para mim, não ébom para o paladar do vizinho. E como poderia haver um "bemcomum"? Esta frase encerra uma contradição. O que pode serdesfrutado em comum é sempre coisa de baixa, definição, depouco valor. Enfim, as grandes coisas estão reservadas para osgrandes espíritos, os abismos para os espíritos profundos; asdelicadezas e os calafrios reservados aos refinados, numapalavra, raridades para os raros.O conceito de “bem comum” não pode ser reduzido ao fútil prazer de um paladar. Isso é uma leviandade para com o pensamento humano.  Uma subestimação da real consciência da condição humana.Um bom vinho permanece por anos esperando o seu felizardo e raro consumidor, num processo que consiste em nada mais nada menos que esperar para consumir... Portanto não há porque ser chamado raro. Todo o processo que o torna “especial” e por isso reservado aos “raros”, consiste numa simples enganação, num falsete comercial.  Só é raro porque ficou guardado por um prazo comercialmente estipulado.Isso é só um exemplo para demonstrar que o conceito de “raro” do autor, está completamente equivocado seja ele qual for, partindo destes termos.Para falar semmeias palavras, são niveladores, desses que se chamamerroneamente "livre-pensadores", escravos a serviço do gostodemocrático, homens privos de solidão, de uma solidão quelhes seja própria, são, enfim, ridiculamente superficiais,sobretudo por sua tendência fundamental de ver nas formas daantigüidade a causa de toda miséria humana. Sua aspiração é afelicidade do rebanho, as verdes pastagens, a segurança e obem-estar. As duas cantilenas que repetem até o cansaço são "aigualdade dos direitos" e a "compaixão relativamente a todo serque sofre"; consideram que o sofrimento é algo que deve serexterminado. Nós vemos as coisas a partir de um ponto de vistaoposto a este, e nosso espírito está aberto diante desteproblema. Em que condições e em que forma a planta humanadesenvolveu-se mais vigorosamente até agora? Acreditamosque isto se produziu sempre em condições completamenteopostas, que foi necessário que o perigo que acicata a vidahumana crescesse até a enormidade. Acreditamos que ainsensibilidade, o perigo, a escravidão, que se encontramsempre na rua e nos corações, a clandestinidade, a austeridade,toda classe de bruxarias, tudo o que é mau, terrível, tirânica,tudo que existe no homem de animal predador ou de réptil, é damesma forma que seu oposto, útil para elevar o nível da espéciehumana. E com isto não dizemos o bastante; o que devemosdizer e calar aqui rim coloca contra a teologia moderna e contratodos os desejos do rebanho. E que há de surpreendente se nós."espíritos livres", somos infimamente comunicativos? Se nós,em nenhuma forma e nem sob nenhum aspecto, não nospreocupamos em descobrir de que o espírito deve livrar-se e aoque deve lançar-se depois? Deveria livrar-se da segurança, da felicidade do rebanho, do bem-estar, das verdes pastagens etc. e  lançar-se ao mal? Novamente sem conclusão do raciocínio...Os homens modernos, com sua indiferença por todanomenclatura cristã, não se ressentem mais dosuperlativamente horrível, que para o gosto dos antigos seencerrava no paradoxo da fórmula: "Deus na Cruz". Mas emnenhum outro lugar se encontrou até agora tamanha ousadia nainversão de idéias, nada de tão terrível, de tão interrogativo e dediscutível como aquela fórmula: prometia uma revolução totalde todos os valores antigos. É o Oriente, o profundo Oriente, oescravo oriental, que assim se vinga de Roma e de suatolerância aristocrática e frívola, do "catolicismo" romano dainficredulidade, e sempre foi assim, não em termos de fé, masda liberdade da fé, a indiferença estóica e sorridente contra aseriedade da fé, que suscitou o desdém dos escravos contra seussenhores, que os lançou em rebelião contra esses. O"Liberalismo" provoca a desdém, uma vez que o escravo desejaapenas o incondicionado, ele compreende apenas o tirânico,ainda que na moral, ame como odeia, sem gradações, mas até aúltima profundidade, até a dor, até a moléstia — toda suagrande miséria oculta rebela-se contra o gosto aristocrático queparece negar a dor. Manter-se céptico diante da dor, que nofundo é uma postura da moral aristocrática, contribuiugrandemente para a grande insurreição dos escravos, começadacom a revolução francesa.Este é o autor lido e elogiado por celebridades e intelectuais alegres da nossa mídia?"A filosofia de Pascal é o suicídio da razão, Voltaire é estúpido, Lutero era um bárbaro do norte, Spinoza que era um inconseqüente,  da mesma forma que Giordano Bruno, eram eremitas por necessidade e  tornaram-se mestres em matéria de ódio e nuns envenenadores, Schopenhauer além de ter crenças supersticiosas, fez como os “outros filósofos”  adotando e exagerando ao máximo um  preconceito popular...   O mundo se esforça para minimizar a influência de Kant...   Platão e seus seguidores eram simples comediantes sem a menor sombra de seriedade..."Sinceramente, isso não é filosofia.  E eu só estou no terceiro capítulo...

    em resposta a: Além do bem, do mal e da cognoscibilidade humana #85401
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    Força-maior não significa necessariamente força fisica. Pode ser o nivel de energia do individuo ou grupo, pode ser sua inteligência ou argúcia. Em termos gerais, o que caracteriza os mais fortes são coisas como: Força física, Número, Energia (Incisividade e persistênci), Inteligência, Argúcia, Experiência.

    Número?  Poderia explicar melhor?

    em resposta a: Além do bem, do mal e da cognoscibilidade humana #85399
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    Há muito devaneio na história do pensamento humano. Não me parece gratuito. Parece-me um resultado ou da ignorância ou da má-intenção.

    Sim, eu diria que são as duas coisas concomitantemente responsáveis por isso.

    Todos nós, formigas, amebas, cabras, elefantes e homens, existimos para apenas um propósito: SOBREVIVÊNCIA (e, se possível, expansão) da ESPÉCIE.

    Concordo.

    Todo o restante são lutas de caráter POLÍTICO-HIERÁRQUICO-MILITAR, que, em outras palavras, é  luta pela vida, em suas diversas arenas. A velha LEI-DO-MAIS-FORTE ainda é a mais atuante.

    Gostaria de ver suas considerações a respeito disto, pois para mim o “mais forte” pode significar uma coisa e pra você pode significar outra.

    Se queremos ter um pé na realidade e não apenas no devaneio, precisamos entender a arena  POLÍTICO-HIERÁRQUICO-MILITAR e a velha LEI-DO-MAIS-FORTE. Ignorá-la é uma ingenuidade cujo preço pagam os inocentes.

    Por favor dê-nos algumas palavras sobre sua visão desta “arena”, pois eu também concordo com esta definição, mas novamente precisamos saber se estamos falando da mesma coisa.Att

    em resposta a: Existência da vontade e do livre-arbítrio. #85285
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    O livre arbítrio existe e pode ser usado quase que plenamente. Todavia, os homens são seres limitados, há arbítrios impossíveis de serem usados. Uma pessoa não pode usar seu livre arbítrio para decidir não respirar, não pode usar o livre arbítrio para decidir viver sob a água ou sobre o fogo. Há limites lógicos.Contudo, há uma organização social da qual o homem depende e está obrigado a submeter-se. Esta organização social poda mais alguns arbítrios fisicamente alcançáveis, ralizáveis e ética ou moralmente reprováveis. Poda também mais alguns arbítrios discutíveis.Mas, quando esta organização social invariavelmente se contamina com os interesses pessoais e individuais, o livre arbítrio se vê ameaçado não por leis físicas, éticas ou morais, mas sim por leis quer visarão tornar o Homem totalmente submisso e dependente de sistemas previamente estudados e esquematizados para favorecer de alguma maneira a alguns poucos e específicos membros desta referida organização.Isto nos torna robôs, realmente. O homem é obrigado a organizar-se, estipular limites éticos e morais para o seu livre arbítrio e isto, este necessário  e ao meu ver, natural processo organizacional, acaba sempre sendo desvirtuado de seu real e primitivo propósito, isto é: acaba sempre viciado e corrompido.O livre-arbítrio existe plenamente, nós é que não sabemos usá-lo.

    em resposta a: Para Que serve a filosofia??? #85394
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    Aqui tem o livro Convite à Filosofia completo. Está em pdf e tem aproximadamente 1,53 mb. É mamão com açúcar…  :Dhttp://www.cfh.ufsc.br/~wfil/convite.pdf

    em resposta a: Coisas que a mídia não faz questão de mostrar. #81813
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    “Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo. E examinai, sobretudo, o que parece habitual. Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural, nada deve parecer impossível de mudar." (Bertolt Brecht )

    em resposta a: O Livramento de deus #82742
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    Porque, mesmo depois de crescidos, seguimos necessitando de Proteção Parental ("Divina")?

    Essa pergunta é oportuna...Por que uma criança precisa de seus pais para criá-la? Porque não sabe nada!! Não sabe o suficiente para caminhar por si só.Assim são os homens: Mesmo adultos, não têm as respostas às perguntas perenes desde os primórdios de sua existência na Terra. Sentem essa necessidade, apesar de não precisar efetivamente.A Sabedoria transcende... Um dia, quem sabe, não precisemos mais dessa  "proteção".

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