Monstrinho

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  • em resposta a: Que razoes para existir Deus ? #73484
    Monstrinho
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    Se ainda não leu, leia um livro chamado Fedão e depois Filebo do Platão. Tem pela internet em PDF e são bens curtinhos.Abs.

    Valeu Cláudio, baixei os dois. Abçs,

    em resposta a: Que razoes para existir Deus ? #73482
    Monstrinho
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    [...] já que você, como afirmou, percebe Deus. Eu não o percebo. Eu apenas Sei, e já acho isso muito.Gosto da parte que você diz do Perceber Deus, mas não seria cruel pedir a percepção de Deus, sem apontar o caminho? Não seria uma forma de falastrice? Quando ao Ego, depois de anos tentando matá-lo, sem sucesso, consigo entender, agora, que ele nada mais é um capa para esconder o Deus que existe em mim. Só isso.

    Não, eu não percebo Deus não. Quem me dera! Aprendi que, podemos percebê-lo. Sim, acho que deveríamos usar as palavras para apontar os caminhos para as pessoas. Mas veja que agora eu coloquei outras questões aí, com uns textos do Berkeley. Sei que fui precipitado em criticar a Filosofia Ocidental. Há muita coisa boa nela, começando por Sócrates e Platão. Eu não sou professor de Filosofia. Tive aulas de Filosofia na faculdade, mas os textos filosóficos foram apenas pincelados. De Nietzsche, por exemplo, eu não tinha aprendido nada, senão que ele era um "autor fascista"  :D - que absurdo! Vou reler o seu texto lá - quando tiver saco, como vc mesmo disse! Realmente eu não tinha me detido nos seus textos, porque vejo muito por aqui posts do tipo "Eu provo isso", "Eu provo aquilo", e essas coisas para mim são perda de tempo. Mas vejo que você é um estudioso sério e tem muita coisa a nos ensinar por aqui. Seria "falastrice" sim, como no conto Zen em que o discípulo pergunta ao mestre: "O que é uma pessoa que fala pouco sobre a verdade mas a conhece? "Um mudo comendo mel", responde o mestre. "E o que é uma pessoa que não conhece a verdade mas fala muito sobre ela?", "Um papagaio repetindo o que os outros disseram". De certa forma, estes - incluindo eu - que se colocam enquanto autoridades quando o assunto é o conhecimento de Deus, somos todos esses papagaios a repetir o que já está posto aí historicamente. Mas já é alguma coisa. É uma forma de libertação do pensamento dualista, cujo maior representante, é sem dúvida alguma o pensamento religioso, as religiões. A questão é: queremos provar para os outros a existência de Deus, mas temos que fornecer provas disso. E muitas vezes somente as provas lógicas não bastam, mas já são muita coisa também. Uma vez perguntaram a Newton com ele "descobriu" a Teoria da Gravitação, e ele disse "Pensando constantemente nela". Talvez seja esse o caminho para se "descobrir" Deus: pensando Nele, mas também buscando-o. Abçs,

    em resposta a: Que razoes para existir Deus ? #73481
    Monstrinho
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    Continuando com Berkeley… (É impressionante que, na minha coleção “Os Pensadores” há de tudo, menos o Berkeley!  :-)O Problema da Evolução em Berkeley a) Em Siris, Berkeley enriquece seu imaterialismo com uma dimensão nova. A Providência - de quem as virtudes terapêuticas da água de alcatrão lhe recordam a benevolência ativa - surge-lhe, desde então, à maneira dos neoplatônicos, que lera na América, como um fogo sutil que circula através do Universo, como um fluido vital que o penetra inteiramente. b) Por outro lado, inspirado pelos platônicos que pregam a libertação quanto aos sentidos e insistem no conhecimento das realidades espirituais, Berkeley aprofunda sua reflexão sobre o conhecimento dessas realidades. Da primeira à segunda edição de seus Princípios do Conhecimento, seguimos facilmente o aprofundamento de seu pensamento. Na primeira edição, Berkeley mostra que as idéias, isto é, as representações mentais, são essencialmente passivas. É Deus quem nos fornece nossas "idéias", mas não temos idéia do próprio Deus, posto que ele é atividade suprema. Como, então, podemos conhecê-lo? A segunda edição traz uma resposta a esse problema e Siris vem explicitar essa resposta: temos uma noção de Deus. Este último que, nas primeiras obras, era um Deus cartesiano, criador das idéias em nossas consciências, torna-se um Deus malebranchiano, não apenas causa das idéias, mas morada das Idéias. Entre ele e nossas representações sensíveis surgem (como nas filosofias neoplatônicas) intermediários, arquétipos em que Deus se fundamenta para produzir nossas representações. Leia mais: http://www.mundodosfilosofos.com.br/berkeley.htm#ixzz1eTQbRjE3Esse trecho é muito interessante, porque ressuscita, de algum modo a grande contenda havida entre newtonianos e cartesianos, no século XVII. Essa noção de que "É Deus que fornece as nossas idéias", está de acordo com a Filosofia Oriental, por um lado, e por outro, também de acordo com uma análise antropológico/sociológica do tipo: "nossas idéias são nossas ou são idéias que nos ensinaram a pensar?". E, sem querer, voltamos à questão da lógica...  ;D (Não tive a intenção, juro!  8)). Por que, veja bem... As idéias que temos, são idéias cuja coerência, sentido e significado, já nos são explicitados desde a infância. Então não faz sentido dizer que "eu tenho essa idéia, e tu tem aquela. Eu penso assim, e tu assado". Não! Nós apenas reproduzimos correntes de pensamento, que estão dadas historicamente, pela tradição, costumes, leis, normas e códigos ético-morais. Mas na Filosofia Oriental - que, como na Ocidental, considera-se a existência do Espírito - as idéias são de Deus, enquanto estão na mente do Ser humano, e não na mente do Espírito. Assim, as nossas idéias, fariam parte do conjunto de meios providos por Deus, para que o Espírito pudesse representar o seu personagem. As idéias do personagem - o ser humano - são idéias de Deus, na medida em que, o desafio que está posto, é de se acreditar ou não nessas idéias, se elas são ou não reais. Tais idéias, como um produto do meio social, criam a forte tendência do sentido de coletivismo, em que o ser humano passa a acreditar-se real, e portanto acredita que as idéias são suas. Isto pode ser comprovado experimentalmente, na prática da meditação: se se dá atenção aos pensamentos que surgem, mas sem vivenciá-los emocionalmente, logo eles desaparecem e alguns há que podem ser "matados", como diz Swami Vivekananda. Deus fornece os pensamentos como prova para o Espírito, mas, diferentemente do que dizia Descartes, Deus não pensa, logo a alma também não pensa, quero dizer, o principal sentido que pode ligar a alma a Deus, não é o pensamento, mas é justamente essas outras faculdades ocultas e inexploradas. Nos primeiros tempos do Cristianismo Primitivo, a maior virtude era a atenção (aos pensamentos) e o maior "pecado" era a desatenção. Nesse sentido, tudo é ilusão! Nenhuma idéia humana pode ser levada a sério. Elas só possuem significado dentro do quadro representativo simbólico das convenções humanas: acerca de Deus, do desconhecido e do Universo, não podem dizer e nem conhecer nada. Mas mesmo tais idéias expostas acima, não são minhas, elas também foram passadas pela tradição, que já existia antes de eu nascer neste mundo  :D ;) - Se é que nascemos e morremos. Talvez isto também seja uma ilusão...

    em resposta a: Sartre e a má fé. O medo da liberade. #83943
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    Sartre disse muitas asneiras. Era um filosofo da situação, um gênio de sua era, um analista do utopico, um pensador do socialismo... um situacionista, era tudo, menos um filósofo.

    Quais, por exemplo?

    em resposta a: BotNet Spammer estrangeira #88821
    Monstrinho
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    E sugiro que este vendedor de laboratório ambulante de spam vá tomar rivotril com Whisky ... ;D

    Viciadinha em Clonazepam hein  :D ;). Se tomar com whisky dá muiiiiiito sono!!! Ideal para dar "boa noites Cinderelas"!  ;D  :o :-*PS: E vá devagar aí com o clonazepam hein, garota!  :)

    em resposta a: BotNet Spammer estrangeira #88820
    Monstrinho
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    Miguel, graças a Deus que você se manifestou em relação a isto. Eu estava até a conjecturar que este, era um fórum voltado a todas as línguas estrangeiras possíveis, mas quando vi aquela lista de remédios com preços em Euros, aí tive certeza de que algo está errado. Tome as medidas que achar necessárias para botar fora esses spams ou sei lá o que. Abçs,

    em resposta a: Que razoes para existir Deus ? #73479
    Monstrinho
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    Bom, entendi. Achei que estava num forum de filosofia, e não religioso.  Também percebe que, se leu, pouco entendeu sobre o que escrevi acima. Enfim, apesar de concordar com seus argumentos sobre a percepção de deus, não vejo contraditório com exposição filosofica do Uno. Deixo os posts para quem, seja lá por qual motivo, queira os apreciar com uma leitura atenta, isenta de dogmas religiosos.Nas verdade não se prova a existencia de Deus, entretanto se aponta Verdade para a sua existencia. A filosofia não tem como objetivo recriar a percepção de Deus, mas sim apontar os fundamentos para que se chegue a sua percepção, ou não.Abraço.

    Sim, concordo com você aqui. Achei interessante e coerente a sua exposição filosófica do Uno. Seria meritório para a filosofia ocidental se ela pudesse apontar os fundamentos lógicos que levem à percepção de Deus, pelas pessoas. Se é que ela já não apontou não é mesmo? Pois, me parece que em Berkeley há alguns desses fundamentos e que convergem para os fundamentos epistemológicos da Filosofia Oriental - Vedanta, Zen, etc. Veja esse texto: Imaterialismo e Teologia a) Tal como expusemos, o imaterialismo de Berkeley suscita uma dificuldade. Se não há nenhuma transcendência das coisas, se o objeto nada mais é do que a representação que dele tenho, como é possível que vários espectadores vejam juntos, no mesmo lugar, a mesma coisa? Por exemplo, as pessoas que neste momento se encontram em meu escritório podem dizer que aí existe uma poltrona de couro. Se - como pensava Hylas - a poltrona de couro existe materialmente e nossas sensações a refletem, não há dificuldade. Mas, se como pensa Philonous-Berkeley, nossas sensações não remetem a um objeto exterior, como é que todas as pessoas presentes podem pretender ver a mesma coisa? b) Berkeley responde a isso, fazendo com que Deus intervenha. Deus já estava encarregado de explicar as admiráveis correspondências entre dados táteis e visuais, era ele o autor dessa linguagem universal e benfazeja da natureza. E agora Berkeley nos diz que Deus é quem nos envia, numa ordem harmoniosa, nossas "idéias", isto é , nossas percepções. A ordem de minhas "idéias", sua admirável concordância com as "idéias", isto é, com as percepções dos outros espíritos, estão erigidas como prova do poder e da bondade do Criador. c) Por que dizer, com efeito, que Deus criou a matéria e que o homem a conhece por meio de "idéias"? Não se pode fazer economia dessa entidade misteriosa? Basta pensar que o espetáculo do universo, longe de ressaltar de maneira ininteligível uma matéria opaca, é diretamente imprimido pelo Criador na consciência das criaturas. O mundo é uma mensagem de Deus. É um "discurso que Deus faz aos Homens"; ele me fala diretamente quando decifro o mundo sensível. Quando as metafísicas materialistas falam de substância, de força, de extensão abstrata, colocam uma tela de pesadas ficções entre Deus e essa palavra cotidiana de Deus que é o mundo. Bergson apreende efetivamente o que há de essencial na doutrina de Berkeley quando a comenta nos seguintes termos: "A matéria seria uma língua em que Deus nos fala. As metafísicas da matéria, tornando espessa cada sílaba, dando-lhe um destino, erigindo-a em entidade independente, afastariam nossa atenção do sentido do som e nos impediriam de acompanhar a palavra divina". Em todo caso, vemos, por tudo isso, o alcance apologético que Berkeley pretende dar a seu imaterialismo. Aos materialistas, aos ateus que proclamam: Deus não existe, a alma não existe, Berkeley responde: "É a matéria que não existe. Só Deus e os espíritos existem". Leia mais: http://www.mundodosfilosofos.com.br/berkeley.htm#ixzz1eTHXQR3XMas eu mesmo não entendi muito bem a filosofia de Berkeley. Talvez fosse interessante alguém explicá-la. Me parece que o seu próximo post, está relacionado as essas questões "berkelyanas"...

    em resposta a: Que razoes para existir Deus ? #73478
    Monstrinho
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    Não acredito em nenhum argumento que submeta a logica a depreciações. A lógica é ferramenta do homem para mal para o bem...Se usam a logica para explicações falhas e equivocadas, a culpa não é da logica e sim de quem a utiliza.A filosofia tem como ferramenta a logica e a abstração.... abrir mão de uma delas, é abrir mão do filosofar para se tornar um fanático, o que não me interessa.

    Não vejo assim. Me parece que existe aí, um certo apego às essas idéias que você chama "lógica", e à própria Filosofia enquanto disciplina de estudos e inquirições humanas. Situar a lógica num patamar sobre-humano não faz sentido, uma vez que é a razão humana que constrói a lógica - e a sua própria lógica - e não o contrário.

    A coisa de cinco posts acima, tentei através de perguntas lógicas, expor a existencia de Deus. Como não gosto de me reecrever ou me reexplicar, deixo a leitura acima para os que gostam da logica e da abstração, e aceito a queda dos argumentos, mas sem isso, não cabe enfrentar argumentos do genero: a logica é burra. ou a logica não me serve. primeiro porque tais argumentos não justificam o fim da logica. Ao contrário, se mostram apaixonados e pouco pensados e desprovidos de entendimento de leitura.

    Tentou, mas expôs? Como? Você poderia me mostrar em que trecho, ou trechos, do seu longo post você expôs a "existência de Deus"? Eu não disse que "a lógica é burra", mas que ela é lógica, a partir da sua própria lógica, ou seja, da razão humana.

    O grande problema da discussão sobre deus e alma é que qualquer um, menos os que nunca estudaram ou pensaram sobre o assunto, se sentem autoridades.

    Sim, concordo. Mas por que, somente os que estudaram a lógica é que podem se auto-intitularem credenciados no exame da existência ou não existência de Deus? Como eu argumentei, por exemplo, citando a Filosofia Advaita-Vedanta, a percepção de Deus - segundo as tiveram os iluminados - se deram em termos da supressão da percepção dual, que, aliás, parece que era objeto do seu post, baseado em questões à moda socrática, numa espécie de ilação de que "Tudo está em tudo". Gostei dessa parte, no seu post.

    Tendo a acreditar na existencia do deus (na forma de deus que descrevi acima) mas não teria problemas em mudar de idéia, caso alguém seja capaz de me provar o oposto, sem que seja com argumentos ateus empobrecidos, que se mostram tão pobres quanto o argumento do religioso fanático que diz "Deus existe e toda a logica é burra".Abraço, C.

    Não sei se são exatamente "empobrecidos". A questão é: a lógica se torna tão rebuscada, que tudo o mais que se afigura de simples entendimento - e, inexplicavelmente a Filosofia Oriental é de difícil compreensão para os religiosos e pensadores dualistas - torna-se "pobre". Eu pelo menos não parti de nenhum a priori do tipo "Deus existe e pronto". Pelo contrário, coloquei em perspectiva as provas da existência de Deus, a partir de certos a posterioris... Abçs,

    em resposta a: Que razoes para existir Deus ? #73477
    Monstrinho
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    1- Oi, pessoal, sou novo no forum e esse é meu primeiro post. Fiquei feliz ao descobri este forum, e vi que a discussões aqui estão iniciadas a muito tempo. que bom. Sinal que estão ricas. Também tenho umas perguntas sobre o tempo, que organizei em forma de alegoria para tentar me guiar nas repostas. Gostaria de dividir com todos. Desde já me desculpo pela, muitas vezes, digitação precária, mas prometo reler e ir corrigindo. Abraços:2- Desculpe me alongar, as perguntas muitas vezes confusas, mas são realmente temas que me questiono.  Depois me aprofundo mais nos temas que ficaram em aberto e pouco questionados. Continuo em busca de outras perguntas.Abraço, Claudio.

    1- Seja bem-vindo. Também sou novo por aqui.2- Mas, apesar de ter achado interessante as tuas questões, não consegui "captar" o seu intento, nessa sua dialética socrática. Me parece um tratado de Existencialismo. Acho que quebrei a cara, mas também, se eu não venho aqui ler, aí você diz que eu já vou tirando conclusões sobre aquilo que não examinei de perto. Vamos esperar você desenvolver melhor esse tema... Abçs,

    em resposta a: Que razoes para existir Deus ? #73475
    Monstrinho
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    Me referi a três semanas devido ao incrível número de postagens diárias…  :DCara, você se ofendeu pelas minhas críticas aos argumentos em prol da existência de Deus, mas eu nem tinha lido aquele seu grande post em que você expôs o seu argumento. Eu tava criticando o Jocax, e você entendeu que as minhas críticas eram a você. Poxa, nesse fórum a gente fica desanimado de debater, é por isso que a gente passa batido por muitas questões e posts. Mas eu gostei dos seus últimos posts. Continue debatendo com a gente. Tenho a impressão de que você tem algo interessante, uma outra "lógica" para expor aqui. Vamos acalmar os egos  :D. Abçs,

    em resposta a: Que razoes para existir Deus ? #73473
    Monstrinho
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    Qual é o objetivo da Filosofia afinal? Para quê ela serve? ::)Daqui a umas 3 semanas volto aqui para ver a resposta. Xau...  :D (Esses emoticons são perversos mesmo hein!  ;))

    em resposta a: Que razoes para existir Deus ? #73472
    Monstrinho
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    :D ;D ;)Adoro esses emoticons...

    em resposta a: Que razoes para existir Deus ? #73468
    Monstrinho
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    Não acredito que nenhuma lógica irá provar a existência ou a inexistência de Deus. Como você mesmo diz, a lógica é um instrumento da Filosofia e das Matemáticas. Sim, nesse sentido ela tem a sua utilidade. Mas o que eu quero deixar claro é que não vejo utilidade nela quanto a provar ou não a existência de Deus. Além disso, quando nos valemos apenas da lógica ocidental, desconsiderando outras lógicas, fica evidente que a razão se auto-posiciona no centro do universo, quer dizer, qualquer explicação que esteja fora do seu âmbito "lógico", fora da lógica interna da ciência, é desvalida e desprovida de significado. A "lógica" da Filosofia Advaita Vedanta é tão simples, que ela passa por "senso comum", acostumados que estamos a coisas rebuscadas, a jogos de retórica e eloqüências "lógicas". "Só existe um Deus, se existe um EU para PERCEBÊ-LO". Uma coisa é perceber, ou seja, ter a experiência direta daquilo que se quer provar, seja pelos sentidos, seja pelo intelecto, seja por sentidos e faculdades da mente ainda ignorados pelo ser humano. Outra bem diferente, é a razão condicionada se valer de velhos argumentos lógicos para apenas, ficar fazendo circunlóquios em torno de temas que já estão esgotados, que já estão "malhados". Talvez essa lógica costumeira, ocidental, da razão condicionada sirva para rechaçar os argumentos pobres dos religiosos, que pensam provar a existência de Deus a partir de a prioris inamovíveis. Só que, todos os argumentos que vi por aqui, até agora, se baseiam em a prioris, ou seja, em enunciados já de antemão elaborados, mas, de antemão também, já tendo as suas conclusões prontas. É só mais uma maneira sofisticada, rebuscada e raciocinada de provar a existência ou a inexistência de Deus, mas que, no final das contas não prova nada. Perceber Deus, é diferente de dizer que se pode provar a sua existência. E, mesmo para os que O percebem, fica complicado "demonstrar" a sua existência, pois aquela, é uma experiência subjetiva. Mas a objetividade é um engodo da Filosofia e da Ciência ocidentais. É uma pretensão querer-se que haja uma objetividade. Aliás isto nem é novidade mais: é objeto de críticas pela própria Filosofia da Linguagem e também pela Antropologia. Achar que há um objeto estático lá fora, e que o sujeito se movimenta, com livre-escolha (livre-arbítrio) para sondar esse objeto, investigá-lo e conhecê-lo, isto é uma ilusão, já que o próprio sujeito é uno com o objeto, mas sem ter consciência disto, porque está iludido com o dualismo, com a separatividade, se achando desvinculado do objeto. Qualquer professor ou estudante de Metolodogia Científica sabe disso, então o que se pretende por aqui? Isolar uma variável do objeto? Isolar o próprio objeto como se ele fosse estático e destituído de movimento? Considerar que esse objeto é uma entidade ou um ente distinto que se pode conhecer, através da análise as suas características? Isto é uma ilusão! Dessa perspectiva, todos esses raciocínios lógicos ensaiados por aqui, já estão maculados pela própria lógica dualista operada pelas religiões, que consiste em localizar Deus em algum confim do Universo, e, mesmo que não seja assim, ainda aqui, se está tentando isolar o raciocínio humano como sujeito, colocando Deus como objeto passível de investigação pela razão humana, e isto é, evidentemente uma ilusão. Se tudo é parte de um Todo, pretender isolar um sujeito para observar partes desse Todo e extrair ilações peculiares de partes desse Todo, não faz sentido. Também não faz sentido dizer que, Deus sendo o Todo, somos suas criaturas, como se estivéssemos separados dele. E aí surge a questão do bem e do mal: o bem pertence a Deus, mas o mal é criação do ser humano. É a Doutrina dos Anjos Decaídos, como se estes tivessem o livre-arbítrio de escolher criar o mal. Como se poderá criar algo em cima daquilo que já existe eternamente? "Mas o mal existe", dirão. Ou será que, o que existe é a falta de compreensão de Deus? Mas para compreendê-lo, é preciso a percepção.Deus não tem forma, não tem atributos. Todos os atributos de Deus, são atribuições humanas. Se Jesus dizia que "Eu e o Pai somos um", é porque nós mesmos estamos inexoravelmente ligados a Deus, somos partes dele, somos o próprio Deus, cabendo ao ser humano tomar consciência disso, ou seja, saber que, Deus é a única existência, portanto, tudo o mais, são invólucros de Bhraman e do Atman. O próprio Universo é um invólucro de Brahman, assim como o corpo físico, o corpo sutil (chamado de perispírito pelos espíritas), o ego (Personalidade humana), a mente, são invólucros do Atman. Todas essas coisas existem como aparência, mas não são Brhaman e nem o Atman. Brahman é tudo! E o Atman está inexoravelmente ligado a Brahman, mas erro será confundir o Atman com os seus invólucros. Um desses invólucros é a mente, o raciocínio humano, que tende a se auto-compreender enquanto algo sui generis e único. Mesmo a tentativa de Descartes, de tentar aproximar o ser humano de Deus através da razão, é falha, pois, com isso, sempre se está criando atributos a Deus, que não existem. "Deus é res cogitam" (Matéria pensante). Deus não é nada disso. Se tudo o que existe são invólucros de Deus, não se pode confundir tais invólucros com o próprio Deus. Até mesmo o ser humano com todos os seus atributos é uma ilusão, é algo que só tem existência real dentro do panorama de construções e representações simbólicas da razão, que necessariamente, precisa construir tais representações para conferir inteligibilidade à existência humana e às relações sociais, ou seja, o ser humano tenta explicar o que ele mesmo é, e as idéias que se têm de Deus, são provenientes da tradição, que, milenarmente procura, outrossim, construir representações simbólicas sobre o que é Deus. Mesmo a ciência, que se diz atéia, está em busca de Deus: ela está em busca do "átomo primordial", da "partícula primordial", das origens do Big-bang, teorias da unificação da matéria, ou seja, de causas primárias para a origem de tudo.A Física Qüântica deu um passo importante, ao afirmar - mesmo que isto foi observado apenas no microcosmo da Física de Partículas - que o objeto não é estático; que ele se comporta de maneira diferente conforme a "posição" do observador.Uma metáfora interessante é a das ondas do mar. Vemos uma onda, e dizemos "é uma onda", porque ela tem forma, consistência, movimento e grandezas. Mas, quando o mar está calmo, já não vemos nenhuma onda, e descobrimos então que aquela onda era uma ilusão, era uma formação ocasionada mercê da movimentação das águas e do vento entre outros fatores. Deus é o oceano, é Brahman, enquanto que as ondas são os seres humanos, que se acreditam ondas. Mas cessada a ilusão, tais seres se confundem com o oceano, ou seja, são "unos com o Pai". As ondas são invólucros criados, aparências e que se acreditam reais. A variedade/multiplicidade/diversidade são manifestações da Realidade Absoluta, se apresentando de diferentes formas, mas nem por isso podemos dizer "eu sou uma onda e Deus é o oceano", do mesmo modo que, os jarros, pratos, e copos feitos a partir da argila, não deixam de ser argila só porque tomaram formas específicas. Deus não é um ser; Ele é O Ser. Dizer que Deus é um ser, seria enumerá-lo ao lado de outros seres, e, obviamente isto faria com que ele não tivesse nenhum poder soberano. Seria tirar de Deus a onipotência, pois que, Ele, sendo apenas um, entre vários seres, não teria controle sobre os demais. Se Deus é o próprio Ser, então tudo está nele, e é proveniente dele. Deus existe? Existe uma Realidade Absoluta que escapa aos sentidos humanos, e que, debalde, pelo raciocínio, se procura apreendê-la. Essa Realidade Absoluta ou Brahman é Deus! Agora, como provar que existe ou não essa Realidade Absoluta? É isso o que estão tentando provar por aqui? Se for, acho que estão perdendo tempo, ou como eu já disse, o máximo que estão a fazer é estudar e compartilhar aulas de lógica. Nada mais que isso - o que já é alguma coisa.Abçs,

    em resposta a: Que razoes para existir Deus ? #73466
    Monstrinho
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    Chega um pouco de ficar examinando um por um, os seus “teoremas”. http://www.youtube.com/watch?v=ElXlV8cI-ds No pouco que eu entendo de inglês, ele está dizendo, logo no começo do vídeo, que, "Deus só existe se existir um Eu para percebê-lo"  :o

    em resposta a: Que razoes para existir Deus ? #73465
    Monstrinho
    Membro

    2- Prova: Contradição com os FATOS [Epícuro/Hume]Se Deus é Bom, então Deus não quer o sofrimento inútil.Se Deus é poderoso, então Deus pode tudo.Lógica: Se Deus pode tudo e não quer sofrimento, então pode impedir o sofrimento.Fato: 40 mil crianças morreram, recentemente, afogadas por um tsunami (morte com sofrimento).Conclusão: As hipóteses (Deus bom e poderoso) não podem ser verdadeiras, pois contradizem o fato observado.

    Isso aí é tratato-de-lógica-tupiniquim, pó-de-arroz. A pegunta correta seria: por que o tsunami "caiu" lá no Japão e não nas ilhas de Galápagos?  ::)"A sabedoria dos homens é loucura para Deus" (Paulo de Tarso)

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