Monstrinho

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  • em resposta a: Que razoes para existir Deus ? #73464
    Monstrinho
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    1-Deus é Onisciente.2-Sendo Onisciente sabe TUDO que vai acontecer.3-Sabendo TUDO que vai acontecer, sabe tudo o que você vai fazer e escolher, mesmo antes de você existir.4-Se Deus sabe tudo o que você vai fazer e escolher, então você não poderá fazer nada diferente da previsão de Deus.5-Se você não pode fazer nada diferente da previsão divina, você necessariamente e obrigatoriamente terá de segui-la.6-Se você é obrigado a seguir a previsão de Deus, então é impossível para você escolher ou fazer qualquer outra coisa diferente da previsão divina.7-Se é impossível para você escolher ou fazer qualquer coisa diferente da previsão divina você, não tem livre-arbítrio!

    Mas, é exatamente assim que as coisas se passam. O ser humano não tem nenhum livre-arbítrio. Aqui você chegou a uma conclusão correta.Se o ser humano tivesse o poder de escolher alguma coisa, a primeira delas seria a supressão da morte  :o

    em resposta a: Que razoes para existir Deus ? #73463
    Monstrinho
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    Eu até sei de cór a Quinta Prova da Existência de Deus, nas Meditações Metafísicas: "Eu sou um ser que pensa. E, como um ser que pensa, não é estranho reconhecer que, tenho em minha mente consciência de todas as perfeições possíveis. Assim, a razão me diz que deve haver um ser que, há em si, todas essas perfeições de que as desfruto apenas em potência, e não em ato, e, como o carpinteiro que, através das medidas matemáticas e formas harmoniosas, deixa na sua obra, os vestígios da sua existência, assim também, o meu criador deixou em mim tais idéias de perfeição a fim de eu reconhecê-lo, que ele as desfruta em Ato, e portanto, que ele é Deus." Que fantástico não!? Fantasiei isso aí durante anos ou décadas como uma verdade inabalável, mas isto aí é apenas uma construção lógica da razão. Não prova a existência de Deus e nem de nada! Como dizia Swami Vivekananda, "Se existe um Deus, você tem que vê-lo, e se existe uma alma, você tem que senti-la, pois, é melhor ser um ateu declarado do que um hipócrita". Lembrem-se que há outros métodos a partir de outros sentidos para se conhecer a Deus. Não creio que a razão seja confiável nesse mister. Se a razão fosse digna de crédito, o mundo não estaria como está. Deus não pensa, logo não existe (2)

    em resposta a: Que razoes para existir Deus ? #73462
    Monstrinho
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    Todas essas questões sobre Deus não passam de exercícios de lógica e especulações teoréticas, de cunho lógico-matemáticas. Todos esses tópicos servem apenas para se estudar isso. E o pior, que tais lógicas são sempre lógicas ocidentais. Há, por exemplo, a prioris como: "Deus é justo e bom", mas "crianças morrem de fome", então está desmentido que Ele é justo e bom. Do ponto de vista da LÓGICA VULGAR sim! Do ponto de vista de OUTRAS lógicas, não! "Crianças morrem de fome" é apenas um enunciado criado a posteriori para desmentir o enunciado anterior. E daí se tiram conclusões. Mas, se se coloca como enunciado: "Justo e bom são conceitos humanos, logo, não são aplicáveis a Deus", então toda esse "maravilhoso" tratado de lógica vai para o fundo do charco... A mente, a razão humana, também é um sentido, e, segundo o mestre Descartes, "os sentidos enganam" né?  ;D Isso são tudo ilusões criadas pela razão, numa masturbação intelecto-lógico-formal de egos desfilando saber na área da Lógica. Deus não pensa - como pensava Descartes - logo, não "ecxiste"  :D ;) ... :o

    em resposta a: Não existe alma #74557
    Monstrinho
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    Claro que existe alma e ela é circular  ;D

    Poxa! Você matou a pau agora! Mas, mas, na minha opinião, ela é um triângulo eqüilátero  :o ;D :D ;) :bye_mini:

    em resposta a: Não existe alma #74556
    Monstrinho
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    O Miguel tinha avisado que, de tantos (Emoticons) muitos estavam sobrecarregando a página. De fato (ou “facto”  ;)) muitos já não aparecem por aqui – principalmente o das meninas que gostam de mandar beijinhos e xauzinhos… Que peninha… Adoro esses emoticons!  :'( :-

    em resposta a: Não existe alma #74554
    Monstrinho
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    Primeiramente, querer provar a não existência de algo, já é, por si mesmo, uma ingenuidade lógica, visto que, o não existir de algo simplesmente não existe. A não existência não precisa ser provada, pois nada é. Todo o pensar que nega a existência de algo, nega-se a si mesmo, pois todo ato de pensar pensa um pensamento e todo, absolutamente todo, o pensamento é pensamento de algo e não do nada, pois este não existe por si mesmo, já que nada é, ou seja, o não existir não existe, pois do contrário já seria algo.  Dentro desse contexto, resta apenas o existir, pois este é (existe), já o outro, o nada, não existe, pois se existisse já seria algo e não mais o nada.

    Rapaz! Por isso é que eu queria ter feito minha graduação em Filosofia, para deixar os meus alunos bem doidões mesmo!  :D "O pensamento é pensamento de algo e não do nada". Estão mal colocadas as tuas questões. Esse algo é concreto ou abstrato? O pensamento também "pensa" em coisas que, em não existindo, mesmo assim dentro do contexto de representações simbólicas reconhecidas universalmente numa dada cultura, existem, como é o caso da alma. Ainda que ela não seja palpável, ela existe no universo de representações simbólicas de espiritualistas, metafísicos e religiosos. "Resta apenas o existir". Mas, existir enquanto o que? brunopiQuem é vivo sempre aparece hein, rapaz! Este fórum parece um outro de Filosofia, que, de ano em ano se respondem a este ou aquele post ou tópico  ;D. Mas é bom assim né? Assim os egos não ficam irrequietos e palradores...  ;) Vou esperar que vocês discutam melhor aí, antes de eu dizer o que eu acho - essa linha de raciocínio sartreana não me é familiar... Abçs,

    em resposta a: Alguém leva Nietzsche à sério? #85351
    Monstrinho
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    Ainda sobre a questão do “forte e fraco” em Nietzsche. Em "O Anti-cristo", logo no início, Nietzsche que "os fracos devem perecer e devemos ajudá-lo nisso". No livro "O Céu e o Inferno" de Allan Kardec, há a narrativa de Telêmaco, sobre as visões que têm do inferno pagão, cujo quadro é fornecido pelos poetas gregos Vergílio e Homero. Há três deuses-juízes, que julgam implacavelmente os "ímpios", logo que estes chegam ao "tártaro". Apesar de haver filhos que matam pais, esposas infiéis, ladrões, o principal alvo da ira dos juízes são os hipócritas religiosos que são julgados com maior rigor, uma vez que "não se contentam com ser maus como os demais ímpios, porém querem passar por bons e concorrem por sua falsa virtude para a descrença e a corrupção da verdade. Os deuses, por eles zombados e desprezados perante os homens, empregam com prazer todo o seu poderio para se vingarem de tais insultos" (O Céu e o Inferno, pp. 47.8, Allan Kardec). E temos outros exemplos. Sabemos historicamente que, "o homem que bate em mulher é covarde". Isto é uma idéia construída simbólica e socialmente. É uma falsa idéia. O homem bate na mulher, não porque é covarde, mas porque tem mais força física. É nesse terreno que os fracos ganham força e enfraquecem os fortes - dirá Nietzsche - porquanto, uma mulher pode lançar no rosto de um homem toda sorte de insultos, mas o refrão secular que diz "homem bater em mulher é covardia", é como se fosse uma corda que lhe ata as mãos. Em O Anticristo, Nietzsche enaltece o império romano, tendo-o à conta da realização da Vontade de Potência, com os instintos no comando, em que o mais forte não é acusado de covardia. Ele é temido apenas. Somente após o Cristianismo fincar suas bases, é que se irá criar uma mentalidade de enfraquecimento do forte, que consiste em acusá-lo da sua força, de que ele não pode utilizar a sua força para triunfar entre outros; se ele usar, ele será mau. E é aí, que surge, segundo Nietzsche os conceitos de bem e mal no ocidente. Abçs,

    em resposta a: A poesia como meditação… #87039
    Monstrinho
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    “Não sei o que é conhecer-meNão vejo para dentro, e não creio que eu exista por detrás de mim"Alberto Caeiro - Fernando Pessoa :D  ;)

    em resposta a: O SENTIDO DA MÚSICA – Filosofia Harmônica #87914
    Monstrinho
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    Olá Monstrinho,Poderia continuar a demonstrar o quanto o ínicio da música poderia ser delongado demais antes mesmo de chegarmos aos modos gregos...!É incrivel...!AbraçosSE7MUS

    Então continue, uai, afinal estamos aqui para aprender  ;). Do modo como falas, parece que eu já adiantei a lição ::). Gostei dessa sua abordagem filosófica, mas ela parece apenas uma introdução  Vou esperar você postar desenvolver melhor, se quiser é claro. Abçs,

    em resposta a: Alguém leva Nietzsche à sério? #85349
    Monstrinho
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    Já escrevi no meu fórum [url=http://historiauniversal]História Universal[/url] sobre isto: substituir Deus ou o Ideal por Nietzsche é errado. O próprio Nietzsche disse que não há verdades absolutas, logo a interpretação do pensador alemão também não é uma verdade absoluta. Mais: quem quiser ser discípulo de Nietzsche, tem primeiro de ser mestre e discípulo de si próprio. Em última análise, os adeptos de Nietzsche - como eu - não o podem levar a sério. É preciso superar Nietzsche e é preciso rejeitá-lo... É isso que o pensador alemão quer...

    Concordo, eu não tinha levado em conta essa hipótese, que no fim de contas quer dizer: "a verdade tem que ser buscada por você mesmo, e não baseado na filosofia ou no pensamento de outrem" - incluindo do próprio Nietzsche. Abçs,

    em resposta a: O que é a Filosofia Oriental #88740
    Monstrinho
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    Olá, Valeu pela contextualização sócio-histórica da questão. Há outros paralelos pouco estudados: tanto Krishna quanto Buda e Krisnamurti, concordam que "o conceito não é a coisa", e no ocidente, vamos encontrar semelhantes concepções em autores como Kant, Bachelard e Foucualt entre outros na Filosofia, Saussure na Lingüítica, e na poesia, com Fernando Pessoa e seus heterônimos Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos. Quer dizer: a filosofia e o pensamento ocidentais, também concordam em dizer que as representações simbólicas de mundo, são apenas criações da razão, mas a diferença é que, enquanto os mestres e gurus orientais leva isto a sério, os filósofos orientais têm-nas apenas como hipóteses, como teorias, como quaisquer outras. Só o fato da constatação da morte - existindo ou não vida após a morte - já seria bastante para se levar em conta a possibilidade de ser tudo ilusão. Hoje, a Antropologia é que resgata todos esses filósofos ocidentais - e alguns orientais - voltados para essa questão basilar e preocupante, de que, a realidade construída simbolicamente é uma ilusão. Mas sempre se dá um jeito de explicar que, "dentro da lógica simbólica das próprias relações sociais, elas ganham sentido". Será? Passo a palavra...

    em resposta a: Livre-Arbítrio X Predestinação #82122
    Monstrinho
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    3- Prova: Contradição interna (inconsistência) [Sartre (?)]: Esta é uma das mais contundentes provas lógicas contra a existência de Deus.

    Amigo, não há nenhuma prova lógica contundente aí sobre a não existência de Deus, assim como não existem provas lógicas contundentes a favor da sua existência. Abçs,

    Monstrinho
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    Adeus para todos os que me acompanharam (de saco cheio ou não) nesta viagem "alucinadamente" virtual.

    :clapping_mini: :clapping_mini:  :bye_mini:

    Monstrinho
    Membro

    Com "minhas próprias mãos" ponho fim em Acácia.  XÔOOOOOOO verdadeiramente estressada...Adeus para todos os que me acompanharam (de saco cheio ou não) nesta viagem "alucinadamente" virtual.

    :clapping_mini:  :bye_mini:

    Monstrinho
    Membro

    E onde estão os tais fundamentos epistemológicos?

    Estão aí no texto. Afinal, o que você entende por Epistemologia? Todos sabemos que episteme vem do grego, e que quer dizer conhecimento, "ciência" etc. Nos moldes gregos - pq as origens da nossa ciência moderna e contemporânea estão na Grécia - penso que você não irá encontrar nada de "epistemológico" no texto do Nisargadatta. Eu ainda não ir discutir isso. Mas o próprio Hans-George Gadamer nos lembra que o termo Alethéia, em grego, significa desocultação  :o, e este, tem sido o ideal científico e epistemológico desde os gregos até os dias de hoje. A ciência quer buscar aquilo que está por detrás das aparências das coisas. Este não é, definitivamente, o ideal epistemológico da Filosofia Advaita-Vedanta.Entendo, pois, a Filosofia Oriental como uma Epistemologia dentro da Teoria do Conhecimento. Essa Epistemologia é toda voltada para o conhecimento interior, ao contrário da nossa ciência ocidental, que, apesar de fazer uma crítica sobre a dicotomia sujeito/objeto, ainda continua-se estudando a ciência desse ponto de vista: o sujeito está aqui, e as coisas estão acolá. Mas, lógico, o conhecimento sobre as coisas está no próprio sujeito e não nas coisas em si.Vou tentar resumir a epistemologia do Nisargadatta. Ele diz: "Eu não sou isto e não sou aquilo, do contrário, seria algo fora de mim mesmo, o que é ilógico". "Se eu consigo observar meus pensamentos e sentimentos, então eles não são meus - continua Nisargadatta - uma vez que EU estou observando-os, portanto o observador, o conhecedor não é a coisa observada ou conhecida". "EU SOU" apenas, diz Nisargadatta; não sou isto e não sou aquilo.O resultado desta epistemologia, é que podemos olhar para que o somos, aparentemente, olhar para a persona que não existe senão socialmente de um ponto de vista de um sujeito ou uma testemunha que observa silenciosamente. Desse ponto de vista, os resultados práticos da meditação, baseados na concentração no EU SOU, demonstram que tal persona não tem outra realidade senão aquela construída socialmente. E o pensamento Advaita-Vedanta conclui então: "Eu não sou essa persona, uma vez que ela está revestida de um "invólucro de crenças sociais" (Ego), que se traduz num conjunto de crenças que é incutido no indivíduo, desde a sua infância. Essas crenças variam desde acreditar que somos o corpo, ou que somos fulano ou sicrano - com estória pessoal: nome próprio, identidade social, sexo, profissão, e tudo o mais em termos de crenças sociais que estão relacionadas a essa persona ou Ego. Esse corpo e essa mente com esse conjunto de crenças, dirá Nisargadatta e os demais filósofos da Advaita-vedanta, são ilusões criadas e acreditadas por essa mesma persona que foi construída socialmente. E quem é o EU SOU? é o Self, se você quiser, também chamado de Atman, ou seja, aquele EU que é uma manifestação da divindade, daí o ditado das religiões que proclamam que o "homem é feito à imagem e semelhança de Deus". Mas o que é feito à imagem e semelhança de Deus, é esse Atman. O Corpo e a mente não são feitos à imagem e semelhança de nada. Daí também, Krishna referir-se - quando se mostra a Arjuna - ao dia e à noite de Brahman. O Dia de Brahman, corresponderia à criação do nosso Universo (Big-bang) e a Noite de Brahman corresponde ao fim do Universo, em que tudo e todos os seres são aniquilados. Neste Universo, diz Krishna, há uma série de mundos, menos ou mais evoluídos - que Krishna chama de "mundos terrestres" e "mundos celestes ou dos semi-deuses"- mas que, todos os Atmans uma vez estando neles, estão todos sujeitos à Lei dos renascimentos e mortes - Roda do Samsara ou reencarnação. Para além deste Universo que é destruído com a Noite de Brahman há um mundo causal, que é eterno, preexistente e sobrevivente a tudo, como diz Krishna, e também como é encontrado no Ítem 6, da Introdução de O Livro dos Espíritos de Allan Kardec. No Mundo dos Espíritos, que é esse mundo causal de origem do Self, Atman ou simplesmente Espírito, ninguém está sujeito às Leis de Maya que existem somente no Universo material. Como diz Swami Vivekananda, para além deste Universo não há lei nenhuma. A lei, diz respeito somente àqueles que estão mergulhados em Maya ou Ilusão Cósmica. Bom, acho que fui além do que foi pedido aí, para discorrer sobre os Fundamentos Espistemológicos da Filosofia de Nisargadatta. É que esse termo é chique não? "Epistemologia"... todos gostam de usá-lo. Há similitudes deste pensamento com outras escolas filosóficas orientais, como o Zen por exemplo, cuja "epistemologia" é antípoda da razão, ou seja, os praticantes do Zen, não pensam, não buscam a verdade através da elaboração de teoremas e proposições lógicas. O Monismo defendido por essas várias escolas filosóficas orientais tem o conveniente de solucionar muitos problemas do dualismo, dualismo esse, que, como você deve saber, está presente não só nas religiões dualistas (todas sem exceção de uma sequer), mas também no pensamento científico e filosófico ociental. O primeiro desses problemas, foi apontado pelo psicanalista norte-americano, Rollo May, que advertiu que Deus, não é um ser, mas ele é O ser, uma vez que, se Deus fosse tido apenas como um ser ao lado de tantos outros seres na criação, ele não teria controle algum nem sobre si mesmo, e nem sobre esses seres. E com isso você já derruba todas as proposições lógicas desde Aristóteles e Tomás de Aquino a Descartes, de que Deus seria um ser separado da sua criação, e que, as qualidades atribuídas a Ele, são apenas atributos criados e inventados pela razão humana, de modo que, a razão cria Deus à sua imagem e semelhança.Cabe ressaltar que na Filosofia Ocidental, alguns filósofos defenderam esse tipo de Monismo, como Nicolau de Malebranche, Leibniz, Newton, Henry More e George Berkeley entre outros.  Outra solução é a questão do mal: todas as religiões dualistas dizem que, os Espíritos que estão na Roda do Samsara, estão por dois motivos: por "queda espiritual", ou porque foram criados simples e ignorantes, e todos estão, como diria Santo Agostinho, retornando às mãos de Deus (Na linguagem moderna: "evoluindo"), uma vez que delas saíram. Supõe acreditar que os diversos males existentes no mundo são decorrentes de reencarnações pretéritas, em que o Espírito criando o seu Karma, não pode fugir dele, de modo que supostamente escolhe entre o "mal" ou o "bem". Para a Advaita-Vedanta, todos os Espíritos já estão criados perfeitos, e não são maus ou bons, mas apenas são "bons ou maus" refletoresda sua própria perfeição, assim como um homem que olha para o seu rosto em uma poça lodacenta, mas vê apenas um vulto; logo após, ele olha para uma água mais limpa, e já vê melhor o reflexo do seu rosto, até finalmente olhar para um poço de água cristalina e enxergar a si mesmo do modo como realmente é. Assim, um assassino não é mau, ele é apenas um "mau refletor", assim como conceitos como "bom" são criações humanas, e deste modo, alguém que pratica o bem, não é uma pessoa "boa", mas é um bom refletor da sua condição de Atman eternamente ligado a Brahman, o Mundo Causal ou Realidade Absoluta. Então não existe a idéia de evolução psicológica. Não há evolução psicológica, como assevera o pensamento ocidental e as religiões dualistas. O Espírito está mergulhado no Mundo de Maya a fim de, uma vez em contato com a ilusão, discernir o falso do verdadeiro, do real, e as próprias condições materiais de existência fazem com que os Espíritos possam se tornar bons ou maus refletores da sua perfeição. Nesse sentido, como fica nas entrelinhas, o Livre-arbítrio não existe, porque sendo todos os seres apenas manifestações de Deus, todas as ações no mundo, seja no sentido social ou afetivo, seja no sentido de intervir na Natureza (A ciência pesquisando então), são Ações de Deus, e ilusão será acreditar que o ser humano faz alguma coisa. E repare, que nós no ocidente sabemos muito bem disso, afinal todas as Filosofias da Linguagem, e a própria Antropologia, sempre colocam em questão o fato de que, nós apenas criamos e recriamos o mundo e a realidade de acordo com as nossas representações simbólicas sobre o real, e essas representações, sempre são fruto de condicionamentos sociais, que figuram à conta de "a prioris" da razão humana a fim de construir a realidade no intuito de conferir lógica e inteligibilidade tanto em termos de relações sociais, quanto em termos da nossa relação enquanto seres humanos, com o mundo material, o Universo no qual estamos inseridos. Sendo tudo o que existe apenas máscaras ou manifestações de Deus, o desafio que está posto, dentro do panorama epistemológico da Filosofia Advaita-Vedanta - do Nisargadatta ou de outros - é cada um remover o véu de Maya no sentido de parar de enxergar os pares de opostos, como coisas reais. Se tudo e todos são manifestações de Deus, então eu dizer que gosto disso mas não gosto daquilo, ou ainda, que amo fulano, mas detesto sicrano, é uma ilusão, pois todos esses que dizemos gostar ou desgostar não são senão máscaras ou manifestações de Deus.E também, enfim, que todas as realidades constatadas e tidas como reais pelos sentidos humanos - e Krishna concebe a mente como um sentido humano - são apenas ilusões, porque só existem na medida em que são percepcionadas por esses sentidos. Claro que uma flor existe quando eu olho para ela, mas dizer que ela é cheirosa e bonita, é construir um conceito idealístico sobre o que é uma flor. Assim, os diversos significados sobre as coisas e sobre tudo o que existe, são apenas construções simbólicas da razão, que em nada coincidem com a realidade das coisas. Assim, Deus e criação são uma coisa só, e para a Filosofia Advaita-Vedanta, todos nós somos o próprio Deus, bastando entretanto, tomar consciência disto, tornando-nos bons refletores após o processo de desvanecimento de Maya e seus pares de opostos. Bom, é isso. Abçs,

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