A GRUTA QUE CHORA – Lenda indígena

A GRUTA QUE CHORA

A GRUTA QUE CHORA

Os nossos índios desconheciam a existência do dragão, se havia algum ente fantástico, assim um gênio das fontes ou um inimigo dos caçadores, não passava de ipupiaras.

Estas acabaram sendo tão fantásticas, assemelhando-se às hórridas serpentes que a mente medievalesca fazia engolir os infiéis.

Certamente quem ensinou o medo aos povoadores destes chãos brasílicos foi o catequista. O jesuíta Fernão Cardim descreve até a maneira como esses duendes matavam a indiada irreverente.

Anchieta em 1560 referia-se ao Igputiara, morador das águas, comedor dos índios.

E esta lenda, é uma estória que se liga à história.

A Gruta que Chora fica na praia da Sununga, ali pouco adiante de Iperoig, nas terras dos Tamoio, onde Anchieta foi refém.

Contam que todos os anos emergia do mar uma enorme serpente e só aplacava a sua ira após ter engolido uma índia virgem, repasto opíparo, que a fazia voltar para as águas.

A indiada assustava-se sempre com a horripilante aparição.

Um dia, quando a serpente apareceu e a bugrada espavorida temia dar sua contribuição, um catequista que ali estava, de crucifixo em punho enfrenta o monstro marinho, que, saindo d’água, refugiou-se para sempre naquela fur-na. (Repele-se o Teseu em terras paulistas).

Hoje, quando alguém visita a furna da praia da Sununga, faltando tom o respeito ao ambiente lendário, falando pouco mais alto, gotas cTágua caem do teto — é a gruta que chora.

O fenômeno da permeabilidade da pedra, onde há estalactites, é interpretado pelo caiçara como a gruta que chora, sim chora; são as lágrimas da serpente que o padre catequista aprisionou ali para sempre…

Alceu Maynard Araújo — Setembro de 1947.

Fonte: Estórias e Lendas de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Tomo I. Seleção de Alceu Maynard Araújo e Vasco José Taborda. Desenhos de J. Lanzelotti. Ed. Literat. 1962

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