Barão do Triunfo

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José Joaquim de Andrade Neves, um dos heróis da guerra do Paraguai, nasceu a 22 de janeiro de 1807 no Rio Pardo, na pro­víncia do Rio Grande do Sul.

Em 1826 sentou praça de voluntário, mas nesse mesmo ano se desligou, dando substituto, para auxiliar seu pai na sustentação de sua família. Quando em 1835 rebentou a revolução republicana no Rio Grande, Andrade Neves com os guardas nacionais militou a favor da causa imperial, distinguindo-se muitíssimo em todos os combates em que entrou, e recebendo o pôsto de tenente-coronel honorário. Em 1851 serviu na campanha contra o célebre Rosas, e em 1864, quando rebentou a campanha do Paraguai, ali figurou, como general, Andrade Neves à frente da sua famigerada cavala­ria rio-grandense, que já dera glória a um outro herói brasileiro, o barão do Serro Largo. 2)

Foi em 1817 que a cavalaria pôde começar a desempenhar um papel importante na campanha do Paraguai, e desde então as vitórias sucessivas de Andrade Neves tornam-no o terror dos pa­raguaios, que chamavam aos seus esquadrões caballeria hora de cuenta. Na. batalha de Arroyo-Hondo, na tomada da vila do Pilar, no ataque de S. Solano, Andrade Neves dá provas duma bravura verdadeiramente temerária. O glorioso título de Barão do Triun­fo recompensa dignamente as façanhas dêste herói, que concorreu para a feliz terminação da guerra, contribuindo eficazmente para a tomada de Humaitá e de Vilela, transformando com a sua cavala­ria em destroço completo para os paraguaios a derrota de Avaí, e desempenhando um papel brilhante na tomada de Lomas Valentinas. Não teve, porém, o júbilo de assistir ao triunfo que lhe dera o título, porque morreu em Assunção no dia 6 de janeiro de 1869.

Pinheiro Chagas.

Morte do Barão do Triunfo

Três generais brasileiros, gravemente feridos, recebia a capital inimiga x) em seu seio: Osório, Argolo e o Barão do Triunfo.

Êste último foi alojado no pavimento térreo do palácio velho de Lopes.

barão do triunfo

Defronte, na espaçosa e sombria casa térrea que servira de habitação ao ditador Francia, foi residir o general Osório, o qual todos os dias, com uma ansiedade angustiosa, inquiria e se infor­mava dos progressos da enfermidade de seu velho amigo e com­panheiro de armas.

Ocultavam-lhe a dolorosa realidade.

No dia 6 de janeiro de 1869, pela onze horas da noite, o ba­rão do Triunfo, José Joaquim de Andrade Neves, entregou sua alma ao Criador.

Na tarde de 7, foi o seu corpo dado à sepultura no cemitério dessa capital, onde jaz ainda, até que a pátria cumpra o dever de recolher em seu seio êsses restos venerandos de um mártir des­ta cruzada. [1])

Uma nação inteira está de luto neste momento. Dir-se-ia que seu futuro se povoava de trevas diante desta existência, que se finava no meio da consternação de todos.

Do seio dêste exército parecia desprender-se o centro de sua fôrça.

Tanta era a sensação causada pelo fúnebre acontecimento.

Nesta longa e sanguinolenta luta, cujo fundo vestígio na me­mória desta geração jamais se apagará, o nome do Barão do Triun­fo aparece como um símbolo de fôrça, mas fôrça dada por Deus como o gládio da justiça à causa da verdade e da humanidade.

Havia em sua fisionomia uma expressão de desassombro e impavidez tranqüila, que parecia denunciar sua confiança íntima na fôrça irresistível de que Deus o dotara.

O inimigo para êle não era um perigo. Aparecia-lhe como um instrumento frágil, que êle tinha a certeza de quebrar em seu ca­minho, seguindo avante sua carreira, invencível como o destino.

Homem de Melo.

1) Seus ossos foram transportados para Rio Pardo em 24 de abril


de 1893.

Fonte: Seleta em Prosa e Verso dos melhores autores brasileiros e portugueses por Alfredo Clemente Pinto. (1883) 53ª edição. Livraria Selbach.

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