Fonte deslumbrante da luz, do càlor, do movimento, da vida e da beleza, o almo [1]) Sol tem recebido em todos os séculos as homenagens solícitas e reconhecidas dos mortais. O ignorante admira-o, porque sente os efeitos do seu poder e do seu valor: o sábio aprecia-o, porque aprendeu a conhecer a importância que só êle tem no sistema do mundo; o artista saúda-o, porque vê no seu esplendor a causa virtual de tôdas as harmonias. Êste astro gigante é realmente o coração do organismo planetário; cada uma das suas palpitações celestes arroja para longe, até a nossa pequena terra, que navega a 37 milhões de léguas, até o longínquo Netuno que volteia a 1.100 milhões de léguas, até os pálidos cometas abandonados mais longe ainda no inverno eterno… e até as estréias, a milhões de bilhões de léguas. . . cada uma das palpitações dêsse coração inflamado derrama e espalha sem medida a incomensurável fôrça vital que vai difundir a vida e a felicidade por sôbre os mundos todos. Emana essa fôrça constante da energia solar e precipita-se em tôrno dêle no espaço com uma rapidez inaudita. Bastam 8 minutos à luz para atravessar o abismo que nos separa do astro central, nem o próprio pensamento é capaz de ver distintamente êste salto de 75.000 léguas que dá cada segundo
o movimento luminoso. E que energia a dêsse foco! Vimos já o valor que tem o globo solar; o seu diâmetro é maior do que o da
terra 108 vêzes contém. . . 1.279.000 vêzes o seu volume, e é 324.000 mais pesado. Como havemos de figurar grandezas seme lhantes?
Se representássemos a terra por um globo de 1 metro de diâ- metro, teríamos de representar o Sol por um globo de 108 metros.
Poderemos fazer idéia dum globo assim, se considerarmos que a cúpula mais vasta que a arquitetura ainda construiu — o zimbório de Florença, arremessado ao ar pelo gênio de Brunelleschi x) não passa de 46 metros de diâmetro; o zimbório de S. Pedro de Roma e o do Panteão d’Agripa têm menos de 42 metros; o zimbório dos inválidos de Paris tem 24 metros, e o do Panteão 20 metros e meio apenas. Se representássemos, pois, o Sol por uma bola da grossura do zimbório do Panteão de Paris, teríamos de reduzir a terra, para a compararmos, a uma bola de 19 centímetros de diâmetro.
Tudo o que se disser acêrca da importância do Sol, não é de- mais, nem é demasiado tudo o que se fizer para fixar no espírito
a sua superioridade sôbre o nosso globo.
Se colocássemos o Sol no prato ‘duma balança que tivesse força bastante para o receber, era necessário colocarmos no outro prato 324 mil terras iguais à nossa para lhe fazer equilíbrio.
E’ dos raios do Sol que depende o sistema todo dessa massa enorme. Se a comparação não fôsse ofensiva para o Astro-rei,
diríamos que êle está como a aranha no centro da teia. Os mun- dos mantêm-se na rêde da sua atração.
Paira no centro e tudo está debaixo do seu poder. Com relação à sua grandeza e à sua fôrça, os mundos são joguetes que volteiam em tômo dêle. Representam já aqui a relação que existe entre a importância do Sol e a situação dos globozitos que o cercam.
C. Flammarion (Tradução)
Fonte: Seleta em Prosa e Verso dos melhores autores brasileiros e portugueses por Alfredo Clemente Pinto. (1883) 53ª edição. Livraria Selbach.
[1] almo — fecundo, criador, que àlimenta.
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