CENAS E MARAVILHAS DA NATUREZA – A aurora polar

CENAS E MARAVILHAS DA NATUREZA

A aurora polar

Uma, das misteriosas e belas manifestações da natureza é cer­tamente a aurora. Na nossa latitude podem algumas vêzes pre- senciar-se formosos quadros na aparição da aurora; mas é nas regiões árticas e antárticas que o grandioso fenômeno se ostenta em tôdas as suas maravilhosas linhas.

Vejamos o que se passa nas regiões polares — a verdadeira pátria da aurora.

A escuridão cobre o mundo polar. Os próprios contornos das grandes colinas dificilmente se podem distinguir. Nenhum objeto se vê em movimento na vasta extensão do mar gelado. r’

aurora polar

‘ De-repente, de leste a oeste, aparece um lindo arco de vivo ouro. Os clarões difundem-se [1]) por todos os lados, rivalizando com as côres do arco-íris.

Além dêsse arco, uma corrente de raios dourados espalha-se sôbre a penumbra e as estréias, são ofuscadas, como “radiosas bailarinas” arrastadas em ondas de luz.

Há alguma coisa de infinitamente belo, quando se descerra a verdadeira “cortina d’aurora”, guarnecida de galhardetes colori­dos; ondeia, agita-se, como se fôsse movida por alguma mão visí­vel. Depois, duma extremidade à outra, atravessa uma série de ondulações e a cortina parece baloiçar-se numa sucessão de coroas graciosas. Mas de-recente, como por encanto, domina o quadro uma profunda tranqüilidade; como se um poder invisível, que ti­vesse apresentado as mil belezas da cortina aurorai, repousasse por momentos. Contudo ainda então se vê a alternada aparição e extinção da sua luz misteriosa.

Trêmulas coruscações x) aumentam o esplendor da cena; e o misterioso espaço do arco aurorai, de que a ondeante cortina pa­rece estar pendente, dá uma grandeza indizível ao espetáculo que a palavra humana não pode traduzir.

Afinal, a zona luminosa, dissolve-se. A ostentosa cena co­bre-se de difusos listrões e fragmentos de luz pardacenta, que caem como regatos do céu. Mas estas também desaparecem agora e nada do brilhante espetáculo fica a não ser uma nuvem escura, como o fumo no horizonte.

Fonte: Seleta em Prosa e Verso dos melhores autores brasileiros e portugueses por Alfredo Clemente Pinto. (1883) 53ª edição. Livraria Selbach.


[1] difundem-se = espalham-se.

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