PEDRO estava almoçando em companhia de seus pais. Prestava muita atenção à conversa dos mesmos, porque de fato era muito interessante.
— Há muitos caçadores furtivos nos bosques — disse o pai. — Joaquim, o guarda, diz que não sabe quem é o culpado, mas, que todas as noites desaparecem coelhos e aves. Deve, forçosamente, ser algum forasteiro!
— Escuta, papai — interrompeu Pedro — Joaquim não viu o caçador furtivo?
— Sim! Julga que uma vez chegou a vê-lo! — respondeu o pai. — É um indivíduo alto, forçudo e com barbas!
Pedro ficou muito preocupado com o caçador furtivo e pensou que um dia Joaquim havia de surpreender o criminoso.
— Se eu tivesse uma espingarda como Joaquim, havia de perseguí-lo todas as noites, e não teria medo algum! — pensou o menino. — Oxalá pudesse descobrí-lo!
Dois dias depois, quando o sol se punha, deu-se a casualidade de estar Pedro debruçado à janela mais alta de sua casa.
Procurava ver se descobria seu amigo Tomás, o filho do guarda, na colina situada em frente da casa.
Enquanto olhava, seus olhos se fixaram num indivíduo alto, que desaparecia nos bosques de seu pai.