O lobo e o cordeiro – fábula

O lobo e o cordeiro No tempo em que o lôbo e o cordeiro estavam em tréguas [1]), desejava aquêle que se oferecesse ocasião para as romper. Um dia que [2]) ambos se acharam na margem de um regato, indo be­ber, disse o lôbo mui encolerizado contra o cordeiro: “Por que me turbais a água … Ler mais

O presente da fada

O presente da fada *) Na serra, alta e fertilíssima serra, vivia um casal honrado que, pela bondade do coração, mereceu as boas graças da fada montesina, uma formosa e meia criatura de Deus, porque o diabo não a faria tão bela nem tão boa. Era ela quem enflorava as árvores e quem mudava em … Ler mais

O simba e os Pombos – Fábulas populares

Conto dos pretos Maputos, versão colhida pelo sr. J. Serra Cardoso, “Moçambique”, n.° 4, Outubro-Dezembro de 1935, Lourenço Marques, pp. 77-80.

Muito popular também no Brasil do nordeste e norte. José Carvalho registou uma variante do Ceará, entre a raposa, as rolinhas e o canção (Cyanocorax cyanoleucus) que desmascara a raposa, “O Matuto Cearense e o Caboclo do Pará”, Belém, Pará, 1930, pp. 85-87. João Ribeiro, “O Folk-Lore”, p. 245, Rio de Janeiro, 1919, narra a história como sendo um apólogo árabe do filósofo Sindabar, entre a raposa, os pombinhos e o pardal, que ensina a vencer a manha vulpina. Há um conto dos negros ‘ Kabilas, que Leo Frobenius registou. O chacal ameaça comer todos os pintos da galinha, subindo ao monte íngreme, se esta não os atirar em certa porção diária. A águia termina com essa tragedia, revelando a mentira do chacal e depois, como a Coruja dos Maputos, levando-o pelos ares e jogando-o de alto, “African Gene sis”, trad. de Douglas C. Fox, p. 83, New York 1937. Aurélio M. Espinosa, “Cuentos Populares Españoles”, III, pp. 493-4, encontrou versões em Toro (León) e Rasueros (Ávila), “La pega y sus peguitos”, “La zorra y el alcaraván”. Neste último repete-se a libertação da ave pelo mesmo processo do “Mocho e a Raposa”, Stanford University, California, 1926. Ha urna variante no “El Conde Lucanor”, exemplo XII. (Câmara Cascudo)

A GRATIDÃO DO LEOPARDO – fábula de animais africanos

Popularíssimo conto entre pretos e africanistas. É o XVIII do Folk-Tales of Angola, de Heli Chatelain, Nianga dia Ngenga ni na Ngo, Boston and New York, publicação do The American Folk-Lore Society, 1894, colhido entre os negros caçadores do Mbaka. Tema universal,, ocorre em quási todos os folclores. A mais antiga versão encontra-se no Panchatantra, assim como no seu resumo, Fabulas de Pilpay, entre o Homem e a Serpente que êle salvara do fogo. A Vaca, a Árvore votaram com a Serpente. A Raposa livrou-o, com o mesmo artifício. Corre mundo desde o ano 570.

J. P. Steel e R. C. Temple, no Wide-Awake-Stories, Bombay e Londres, 1884, recolheram uma versão popular no Panjap. O Tigre, ajudado pelo Brâmane, quer devorá-lo. Árvore, Vaca e Caminho opinam pelo Tigre. O Chacal, pretendendo reconstituir a cena, prende o Tigre para sempre. Couto de Magalhães ouviu o mesmo episodio entre os indígenas brasileiros do idioma tupí, O Selvagem, p. 237, Rio de Janeiro, 1876, onde a Onça, posta em liberdade pela Raposa, quer devorá-la. O Homem manda a Onça voltar ao fosso, deixando-a presa. O prof. Espinosa colheu uma variante em Espanha, Un bien con un mal se paga, León; a Cobra quer morder aq Homem que a salvou do frio. O Asno e o Boi foram pela Cobra mas a zorra (Raposa) exigiu a encenação inicial e a Cobra regressou ao alforge do Homem que a matou, ás pauladas, Cuentos Populares ‘Españolen, III.0, 264.°. Na América Central, dona Maria de Noguera registou El Fallo de tio Conejo, sendo o Boi, ameaçado pelo Tigre, salvo pela astucia do conejo (Coelho) ; Cuentos Viejos, p. 145, S. José de Costa Rica, 1938. Na Argentina, é o sr. Rafael Cano, Del Tiempo de Ñaupa, Buenos Aires, p. 213, 1930, quem fixou o conto, tendo como personagens o Tigre, o Homem e o zorro. Na África Oriental Portuguesa, Moçambique, o padre Francisco Manuel de Castro registou uma variante, ouvida aos pretos Macuas e transcrita pelo jornalista brasileiro Amon de Melo, Africa, p. 240, Rio de Janeiro 1941. O Perú’ Bravo, solto de uma armadilha pelos meninos Narrapurrapu e Nantetete, filhos de Moxia, ia comê-los quando o Coelho duvidou que êle tivesse cabido dentro da armadilha. O Peru Bravo, desafiado, voltou à prisão e ainda lá deve estar. Leo Frobenius, no African Génesis, seleção de Douglas C. Fox, p. 163, New York, 1937, tem uma versão dos negros Nupes do Sudão. O caçador livrando um crocodilo de morrer fora do Niger está condenado a morte. Asubi (esteira colorida do Kutigi) e um pedaço de pano, votam a favor do Crocodilo. O Boaji (almíscar) obtém a representação da cena e deixa o crocodilo no seco, escapando o Homem.

Encontrei uma versão brasileira no Nordeste, registrando-a no meu Contos Tradicionais do Brasil. E’ o Mt. 155 de Aarne-Thompson The Ungrateful serpent Returned to Captivity ainda conhecido na Alemanha, Itália, Estônia, Finlândia, Lapônia, Dinamarca, Flandres, Sicília e entre os pretos da Hotentócia. (C. CASCUDO)

O MACACO E O HIPOPÓTAMO – Fábulas Infantis Africanas

EM uma época muito antiga, quando as bananeiras produziam poucas bananas, existiam numerosos macacos.

Havia um deles chamado Travesso, que morava nas margens do rio.

O macaco Travesso possuia um grupo de bananeiras que lhe proporcionavam frutos suficientes para a sua alimentação, o que lhe trazia satisfação e orgulho porque os seus frutos eram os mais saborosos da região.

No rio habitava o hipopótamo Ra-Ra, que era o rei daquelas paragens.

A MAGNÍFICA IDÉIA DE DOM RATÃO – Biblioteca das Crianças.

A MAGNÍFICA IDÉIA DE DOM RATÃO

DO que mais eu gosto neste mundo — disse d. Ratão — é de queijo assado.

— Queijo assado !— exclamou o seu irmão mais novo. — E como se obtém?

— Ah! Isso é que é o segredo! — respondeu d. Ratão. — Esta noite, Bigodudo, venha comigo e te darei um banquete. Acabo de ter uma ótima idéia.

— Bem — concordou Bigodudo. — Levarei na minha companhia Rabolongo e Orelhudo e veremos em que consiste este plano maravilhoso.

Conto infantil “O CAVALO VELHO”

GALHARDO era um cavalo de tiro já velho. Pertencia a um chacareiro, e havia trabalhado muitos anos a seu serviço.

O chacareiro, porém, estava disposto a vender sua propriedade e o comprador não precisava de Galhardo.

— Um cavalo velho como esse não serve para nada. Procure o senhor desfazer-se dele do modo que puder.

AS DUAS MARIAS – Contos de Fada

MARIA foi passear levando sua boneca Bilóca em um carrinho muito lindo.

O dia estava maravilhoso e o sol resplandecia alegremente.

A menina penetrou no bosque, porém, quando o atravessou, observou muito assustada que se havia extraviado.

— Não há de ser nada — disse para se consolar. Em breve encontrarei alguém e perguntarei o caminho para voltar para a minha casa.

Com efeito não demorou a avistar um indivíduo bastante estranho!

Histórias Infantis – O Caçador Furtivo

PEDRO estava almoçando em companhia de seus pais. Prestava muita atenção à conversa dos mesmos, porque de fato era muito interessante.

— Há muitos caçadores furtivos nos bosques — disse o pai. — Joaquim, o guarda, diz que não sabe quem é o culpado, mas, que todas as noites desaparecem coelhos e aves. Deve, forçosamente, ser algum forasteiro!

— Escuta, papai — interrompeu Pedro — Joaquim não viu o caçador furtivo?

— Sim! Julga que uma vez chegou a vê-lo! — respondeu o pai. — É um indivíduo alto, forçudo e com barbas!

Pedro ficou muito preocupado com o caçador furtivo e pensou que um dia Joaquim havia de surpreender o criminoso.

— Se eu tivesse uma espingarda como Joaquim, havia de perseguí-lo todas as noites, e não teria medo algum! — pensou o menino. — Oxalá pudesse descobrí-lo!

Dois dias depois, quando o sol se punha, deu-se a casualidade de estar Pedro debruçado à janela mais alta de sua casa.

Procurava ver se descobria seu amigo Tomás, o filho do guarda, na colina situada em frente da casa.
Enquanto olhava, seus olhos se fixaram num indivíduo alto, que desaparecia nos bosques de seu pai.

Histórias Infantis – OS DEZ URSINHOS

Essa é mais uma historinha infantil clássica no Consciência, o conto dos dez Ursinhos.
ERA uma vez dez ursinhos que moravam na cidade das Doçuras. Moravam em dez casinhas colocadas uma ao lado da outra. Amavam-se muito e saíam sempre juntos.

As casinhas eram numeradas de um a dez e cada um dos ursinhos conhecia muito bem a sua casinha lendo o número da porta.

João Sortudo – História Infantil dos Irmãos Grimm

Conheça a clássica historinha dos Irmãos Grimm em versão ilustrada.

Essa é a estória de João,
um
rapaz afortunado
que,
perdendo ou não,

vivia despreocupado.

Contente com o que fazia

João de Sorte apelidado
ganhava quando perdia
,
Julgando-se um felizardo.

RAPUNZEL – fábula, contos infantis dos Irmãos Grimm

Longa e macia é
prisioneira da bruxa numa torre alta e sombria.
Rapunzel das longas trancas
espera ser livre um dia.
Virá alguém libertá-la?
A estória aqui
principia.