Histórias Infantis – O Caçador Furtivo

PEDRO estava almoçando em companhia de seus pais. Prestava muita atenção à conversa dos mesmos, porque de fato era muito interessante.

— Há muitos caçadores furtivos nos bosques — disse o pai. — Joaquim, o guarda, diz que não sabe quem é o culpado, mas, que todas as noites desaparecem coelhos e aves. Deve, forçosamente, ser algum forasteiro!

— Escuta, papai — interrompeu Pedro — Joaquim não viu o caçador furtivo?

— Sim! Julga que uma vez chegou a vê-lo! — respondeu o pai. — É um indivíduo alto, forçudo e com barbas!

Pedro ficou muito preocupado com o caçador furtivo e pensou que um dia Joaquim havia de surpreender o criminoso.

— Se eu tivesse uma espingarda como Joaquim, havia de perseguí-lo todas as noites, e não teria medo algum! — pensou o menino. — Oxalá pudesse descobrí-lo!

Dois dias depois, quando o sol se punha, deu-se a casualidade de estar Pedro debruçado à janela mais alta de sua casa.

Procurava ver se descobria seu amigo Tomás, o filho do guarda, na colina situada em frente da casa.
Enquanto olhava, seus olhos se fixaram num indivíduo alto, que desaparecia nos bosques de seu pai.

Guerra dos Boêres – Crônica de Olavo Bilac

Marechal deodoro da fonseca

Um dia, não
há muito tempo, um pobre lavrador, sob a fulguração
causticante do sol, ia impelindo sua charrua pela terra selvagem do Sul da
África. Era um descendente dessa forte raça holandesa, que,
em luta constante com o mar, foi a criadora da sua terra, conquistando-a palmo
a palmo à voracidade das águas. Ia impelindo o arado, e
levava às costas a espingarda embalada, para se defender dos zulus
ferozes que rodavam perto… De repente, alguma cousa rebrilhou no
chão, com um mágico esplendor. Seria um raio de sol, brincando
nas arestas de um calhau?