Recenseamento – Crônica de Olavo Bilac

recenseamento-brasil

      Recenseamento Enfim, vai o Rio de Janeiro conhecer-se a si mesmo… Uma cidade sem recenseamento é uma cidade que a si mesma se ignora, porque não tem a consciência da sua força, do seu valor, da sua importância. É mais que um serviço —- e não é dos menores — que o … Ler mais

Guerra dos Boêres – Crônica de Olavo Bilac

Marechal deodoro da fonseca

Um dia, não
há muito tempo, um pobre lavrador, sob a fulguração
causticante do sol, ia impelindo sua charrua pela terra selvagem do Sul da
África. Era um descendente dessa forte raça holandesa, que,
em luta constante com o mar, foi a criadora da sua terra, conquistando-a palmo
a palmo à voracidade das águas. Ia impelindo o arado, e
levava às costas a espingarda embalada, para se defender dos zulus
ferozes que rodavam perto… De repente, alguma cousa rebrilhou no
chão, com um mágico esplendor. Seria um raio de sol, brincando
nas arestas de um calhau?

Gustave Flaubert – Crônica de Olavo Bilac

Flaubert Leio hoje nos jornais este telegrama, que me vem a evo­car saudades velhas: "Paris, 21 — Telegrafàm de Rouen que se inaugurou ali o monumento a Gustavo Flaubert,1 com a assistência de vários membros da Associa­ção dos Homens de Letras desta capital e de vários repre­sentantes da literatura e do jornalismo". E o primeiro … Ler mais

Trabalho feminino – Crônica de Olavo Bilac

trabalho da mulher bonita

</a Trabalho feminino  O sábado, em que está sendo escrita esta crônica, arrasta-se aborrecido e pesado, numa enxurrada de lama, sob o açoite frio dos aguaceiros, cheio de uma melancolia que nada pode dissipar. Oh! estes dias de chuva! Deus sabe quanto suicídio tem por causa a sua fúnebre tristeza… Deixando cair o livro que … Ler mais

Prostituição infantil – Crônica de Olavo Bilac

Artesãos e feirantes, cópia de miniatura de "Bibliotèque de Bourgonge", editada em Bruxelas. Séc. XIV.

 

Prostituição infantil

Não sei que jornal, há
algum tempo, noticiou que a polícia ia tomar sob a sua proteção as crianças que
aí vivem, às dezenas, exploradas por meia dúzia de bandidos. Quando li a
notícia, rejubilei. Porque, há longo tempo, desde que comecei a escrever, venho
repisando este assun­to, pedindo piedade para essas crianças e cadeia para
esses patifes.

Mas os dias
correram. As providências anunciadas não vieram. Parece que a piedade policial
não se estende às crianças, e que a cadeia não foi feita para dar agasalho aos
que prostituem corpos de sete a oito anos… E a cidade, à noite, continua a
encher-se de bandos de meninas, que vagam de teatro em teatro e de hotel em
hotel, vendendo flores e aprendendo a vender beijos.

Artur Azevedo – Crônica de Olavo Bilac

Artur Azevedo Que outro assunto, hoje, senão a morte de Artur Aze­vedo?’ A Crônica está de luto: perdeu um dos seus melhores servidores — talvez o melhor, porque foi de todos o que mais soube tratá-la, como ela quer ser tratada, com um espírito onímodo, dando a todos os assuntos uma leve graça fugitiva, e … Ler mais

Carlos Gomes – Crônica de Olavo Bilac

Carlos Gomes – Olavo Bilac Inaugura-se hoje, em Campinas, a estátua de Carlos Gomes. Haverá, decerto, muitas flores, muita música, muitos discursos. De todos os pontos do Brasil, chegarão telegramas, em que palpitará o entusiasmo nacional. Os noticiaristas rebuscarão, para descrever a festa, os seus mais belos adjetivos; os poetas, com as tiorbas engrinaldadas de … Ler mais

Eça de Queiroz – Crônica de Olavo Bilac

Eça de Queirós Foi numa fria noite de dezembro de 1890 que o escritor desta "Crônica" teve pela primeira vez a ventura de apertar a mão de Eça de Queirós. Deram-lhe essa ventura Domício da Gama1 e Eduardo Prado,- levando-o à pequena casa do bairro dos Campos Elísios, em Paris, onde Eça, casado e feliz, … Ler mais

Revolução Russa – Crônica de Olavo Bilac

  Revolução Russa – Crônica de Olavo Bilac Não houve, durante a semana, assunto de interesse local que cativasse as almas. O que as cativou, agitando-as em alternativas de cólera, de piedade, de furor e de dó, foi um assunto de interesse "humano": a tragédia da Revolução Russa, concentrando nas ruas de Petersburgo a atenção … Ler mais

Antônio Conselheiro – Crônica de Olavo Bilac

quem foi antonio conselheiro

Antônio Conselheiro – Olavo Bilac Confesso que nunca entendo bem as cousas que se pas­sam aqui. Tenho viajado tanto, que já não há canto da terra que os meus pés de cabra não tenham calcado, nem recanto de horizonte em que não tenham pousado os meus olhos satânicos: e tenho, em todas as terras, entendido … Ler mais

HAXIXE – Crônica de Olavo Bilac

Haxixe – Olavo Bilac Como a conversação, depois de haver borboleteado de assunto em assunto, durante esse jantar de refinados, tivesse caído afinal em Baudelaire e nos seus Paraísos artificiais, Jacques, que aos trinta anos de idade já tem experimentado todos os prazeres e provado todos os desgostos, disse acendendo o charuto e enchendo o … Ler mais