O ROMANTISMO NA LITERATURA BRASILEIRA – Silvío Romero

TERCEIRA ÉPOCA OU PERÍODO DE TRANSFORMAÇÃO ROMÂNTICA — POESIA (1830-1870)

CAPITULO I

O ROMANTISMO

O momento histórico aberto agora diante dos olhos dos leitores, o romantismo, representa só por si quase toda a literatura do século XIX, e, todavia, ainda não tem sido bem apreciado. Distendido entre dous inimigos, dous rivais poderosos, tem levado golpes à direita e à esquerda. Nós os homens do último quartel do século não assistimos à sua luta com o classismo, pugna brilhante de que saiu vitorioso: presenciamos em compensação seu pelejar com o naturalismo e dez outras teorias, que o pretenderam definitivamente enterrar.

Resumo vida e obra de Artur Azevedo

ARTUR AZEVEDO, nasceu em 1855, na cidade de São Luís, capital
do Maranhão e faleceu no Rio de Janeiro em 1908. Escreveu em prosa
e verso com admirável facilidade, colaborando ativamente na imprensa
diária e fazendo sua especialidade na literatura dramática.

Entre as suas mais aplaudidas composições neste gênero (e muitas
foram elas) podem citar-se: — A Véspera de Reis, reprodução fiel de
costumes populares, Amor por Anexins, A Pele do Lobo, O Liberato,
A Mascote na Roça, A Almanjarra, O Dote, A Jóia, O Badejo,
comédias
das quais as duas últimas escritas em verso e com apuro literário, res-
ponderam à crítica que lhe exprobrara algum desleixo e desperdício de
talento em peças de somenos importância. São de sua lavra os dramas
Anjo de Vingança e O Escravocrata, este de colaboração com UrbaNo
Duarte. Das operetas e paródias algumas há muito bem traçadas e de-
senvolvidas: A Donzela Teodora, A Princeza dos Cajueiros e A Filha de
Madama Angu.
Cultivou a espécie das revistas, onde, ligados por um
gracioso entrecho, se criticavam os sucessos da atualidade. Uma dessas
peças, O Mandarim, feita de colaboração com Moreira Sampaio, havendo
introduzido no palco a imitação de personagens contemporâneas, suscitou
no jornalismo acesa polêmica.

Contos fora da Moda, Contos Possíveis, Contos Efêmeros, são os
títulos de livros em que se reuniram algumas das livres e chistosas his-
torietas de Artur Azevedo.

Conhecedor, a fundo, das coisas do nosso teatro, exerceu por muitos
anos, em várias folhas, a crítica teatral, com penetração e indulgência,
que faziam lembrar a maneira de Sarcey.

Foi alto funcionário na Secretaria do Ministério da Agricultura,
repartição a que também pertenceram o jornalista Gusmão Lobo, o polí-
grafo Luís da Veiga, o tradutor da Divina Comédia, Xavier P>iheiro, e
Machado de Assis, o festejado romancista e poeta que presidiu a Aca-
demia Brasileira de Letras.

O Badejo – Peça de Teatro selecionada de Artur Azevedo

Ato II, Cena V — Lucas, César Santos, h
Ramos, Benjamin Ferraz, D. Angélica.

Artur Azevedo – Crônica de Olavo Bilac

Artur Azevedo Que outro assunto, hoje, senão a morte de Artur Aze­vedo?’ A Crônica está de luto: perdeu um dos seus melhores servidores — talvez o melhor, porque foi de todos o que mais soube tratá-la, como ela quer ser tratada, com um espírito onímodo, dando a todos os assuntos uma leve graça fugitiva, e … Ler mais