Notícia acêrca dos jacarés e seus ovos, das tartarugas e maneira de as colher

jacaré amazônia

Notícia acêrca dos jacarés e seus ovos, das tartarugas e maneira de as colher Hoje mataram os escravos um jacaré a tiro de bala, e o trou­xeram para eu ver: é a fera mais cruel e voraz dos rios do Pará.. Mas êste, disseram-me que era ainda novo, e contudo tinha duas varas e meia … Ler mais

Os dois meninos – conto de Coelho Neto

Os dois meninos Ia um menino por uma estrada, cantando como os passarinhos que voavam de ramo em ramo, quando ouviu uma voz que chamava: Menino loiro que ides passando ao sol com tamanha pres­sa, por que não descansais? Vinde aqui um instante: tenho mel e bolos de farinha, e leite e dar-vos-ei tanto ouro … Ler mais

As aves – Seleta em Prosa e Verso dos melhores autores brasileiros e portugueses

As Aves No fundo da chácara, numa touceira 1) de arbustos, um me­nino encontrou um ninho, onde três avezinhas mal emplumadas dormiam. Contente do seu achado e no desejo inconsciente de se apo­derar dêle, o menino meteu o braço por entre a trama dos galhos e das fôlhas e aproximou1) a mão cubiçosa dos pobres … Ler mais

A organização genital infantil [1923]:

A organização genital infantil [1923]: Fernanda Rossetto A pesquisa sexual na criança é de extrema importância, pois a partir de seu início até o seu desfecho (por volta dos cincos anos) se aproxima amplamente da forma definitiva assumida pelo adulto. Já na infância é realizada uma escolha de objeto semelhante à que vimos como característica … Ler mais

A volta dos Magos – História natalina de Manuel Komroff

jesus cristo ao vento

A volta dos Magos Manuel Komroff O novelista americano Manuel Komroff nasceu em Nova York em 1890, tendo sido aluno da Universidade de Yale, onde estudou engenharia, sem ter contudo colado grau. É também estudioso de música e pintura, escreve partituras para filmes e já foi crítico de arte do "New York Cali". De idéias … Ler mais

O MOLEQUE FESTEIRO e o DIABO

diabo bem vestido

O MOLEQUE FESTEIRO Na encosta de uma serra muito alta e a pique, de Santa Maria de Taguatinga, entre barrocas e cardos, morava um homem muito rico e mau, que fizera voto de entoar uma ladainha, todas as noites pela passagem de São João. Eram verdadeiras festas, muito concorridas, em que o pecado das danças … Ler mais

JOÃO-QUE-MAMOU-NA-BURRA – Conto Popular das Ilhas de Cabo Verde

ILHA DO FOGO

das Ilhas de Cabo Verde

Esta divertida história, que tem, para nós, sabor tão interessante, de vez que nos coloca diante de um linguajar onde encontramos o lusitano e o negro, — base e fulcro de nossa nacionalidade, — é contada na Ilha do Fogo, uma das Ilhas Portuguesas de Cabo Verde.

Diogo do Couto

Yafouba, o mágico da trilso, com uma das meninas que foram jogadas em cima de pontas de espadas.

DIOGO DO COUTO (Lisboa, 1542-1616) foi guarda-mor da Torre do Tombo, na Índia, e continuou as Décadas de João de Barros. Espectador da lastimosa decadência dos Portugueses no Oriente, escreveu com ânimo o Soldado Prático, que aliás só foi impresso em 1790. Privou com o grande Camões e na década VII descreve como esse seu matalote e amigo vivia em Moçambique comendo de amigos. Escreveu também

poesias e vários opúsculos, mas principalmente se distingue pela independência e critério com que se enunciou sobre o governo da índia, O estilo é menos pomposo que o de Barros, porém, no sentir de Rebelo Da Silva, essa inferioridade de estilista é compensada pelas qualidades de historiador.

A Arte na Europa no Século XVIII – História da Arte

Yafouba, o mágico da trilso, com uma das meninas que foram jogadas em cima de pontas de espadas.

Preponderâcia francesa   O papel de mestra das artes que aItália assumira havia dois séculos,passa de facto, durante o século xviii, para a França. A mudança opera-se de maneira mais prática do que teórica. Porque esta França tão imitada não cessa de enviar os seus artistas à Academia fundada por Colbert em Roma e de venerar os gigantes da Renascença. É certo que se não abstém de criticar os seus sucessores e particularmente esse espírito barroco cujos êxitos, entre nós, foram sempre passageiros e se limitaram a actividades menores, como a ourivesaria ou o mobiliário, não sem incorrer aliás nas condenações severas de muitos artistas.

A Alta Renascença do Século XVI – História da Arte

Yafouba, o mágico da trilso, com uma das meninas que foram jogadas em cima de pontas de espadas.

A Alta Renascença do Século XVI

NO Século XVI, a atenção de toda a Europa concentra-se definitivamente sobre a Itália. A fabulosa fecundidade que favorecera este país durante os últimos cem anos decorridos não aumenta nem diminui. Todas as novidades — conhecimento do corpo humano, inteligência do antigo, aquisição do efeito de profundidade nos quadros e da materialidade dos objectos neles representados (valores tácteis) — tinham sido descobertos havia muito tempo e continuavam apenas a exercer os seus benefícios. No entanto, com o consenso universal, produz-se, por volta do ano de 1500, sob a acção de alguns homens, os mais célebres dos quais se chamam Leonardo de Vinci, Rafael e Miguel Angelo, uma completa mudança. Estes homens não pertencem todavia à mesma geração: Leonardo de Vinci é pelo menos vinte anos mais velho do que os dois outros, pode considerar-se perfeitamente um oontem porâneo de Botticelli e contudo não é ao lado de Botticelli que geralmente o colocam. Para justificar o que tão bem se concebe, há que recorrer a palavras que têm um sentido muito preciso para os artistas e é no entanto quase indefinível. Em suma, as que parecem mais convir aqui são as de segurança e de grandeza. Na maneira por que os homens do século XV exploravam as suas conquistas, havia quase sempre uma espécie de embaraço, de rigidez e também de secura: até os mais fortes, como Signorelli, não estavam isentos de tais fraquezas. Ora os seus sucessores assimilaram a tal ponto a nova linguagem que usam dela com uma naturalidade total. A forma era muitas vezes subdividida, acanhada, tinha qualquer coisa de quebrado, de fatigado, de incompleto. Agora, tudo se amplia e se arredonda, tudo parece tornar-se fácil.

O heroísmo de Linda – Biblioteca das Crianças

LINDA era uma cachorrinha “fox-terrier” ainda nova.

Foi tirada de sua mamãe quando era muito pequenina e a vida, a partir de então, se tornou muito áspera para a pobrezinha.

Parecia que ninguém a queria.

Podia recordar-se de todos os amos que teve, porém, pensava que nada devia a nenhum.

Muitos foram vagabundos, rudes e maus, que deixavam que os acompanhasse com a esperança de que caçasse alguns coelhos para eles.

Histórias Infantis – O Caçador Furtivo

PEDRO estava almoçando em companhia de seus pais. Prestava muita atenção à conversa dos mesmos, porque de fato era muito interessante.

— Há muitos caçadores furtivos nos bosques — disse o pai. — Joaquim, o guarda, diz que não sabe quem é o culpado, mas, que todas as noites desaparecem coelhos e aves. Deve, forçosamente, ser algum forasteiro!

— Escuta, papai — interrompeu Pedro — Joaquim não viu o caçador furtivo?

— Sim! Julga que uma vez chegou a vê-lo! — respondeu o pai. — É um indivíduo alto, forçudo e com barbas!

Pedro ficou muito preocupado com o caçador furtivo e pensou que um dia Joaquim havia de surpreender o criminoso.

— Se eu tivesse uma espingarda como Joaquim, havia de perseguí-lo todas as noites, e não teria medo algum! — pensou o menino. — Oxalá pudesse descobrí-lo!

Dois dias depois, quando o sol se punha, deu-se a casualidade de estar Pedro debruçado à janela mais alta de sua casa.

Procurava ver se descobria seu amigo Tomás, o filho do guarda, na colina situada em frente da casa.
Enquanto olhava, seus olhos se fixaram num indivíduo alto, que desaparecia nos bosques de seu pai.