A LENDA DA IPECACUANHA

A LENDA DA IPECACUANHA

A LENDA DA IPECACUANHA Ipecauanha, Ipeca ou Poaia — "Cephaelis ipecacuanha" (Rubiáceas). — Esta planta preciosíssima habita as matas virgens e sombrias do município, que é, incontestavelmente, o maior habitat, neste Estado, desta famosa ru-biácea. O seu caule, em parte subterrâneo, eleva-se à altura de palmo e meio, mais ou menos fora da terra e … Ler mais

O OÁSIS D’ALMA (Lendas Matogrossenses)

O OÁSIS D’ALMA Era o dia que sucedeu àquela noite tenebrosa, noite feia e de ingrata memória, em que o olvido ao primeiro e maior dos mandamentos produziu na cidade moça um grande cataclismo moral. Do Baú ao Porto do Mundéu ao Lava-pés, a ação nefasta dos nossos maus hóspedes se estendeu com toda a … Ler mais

NA FIGUEIRA DO INFERNO – folclore goiano

sombra da figueira

NA FIGUEIRA DO INFERNO Diz-se que era uma figueira grande, que nem essa. — Com certeza o senhor já ouviu contar esse caso, disse o Cabo, meu companheiro de viagem, quando se dispôs a destravar a língua, depois da minha insistência em saber qual a "nervosia" que contam da gameleira, por estes lados. Eu que precisava … Ler mais

O MOLEQUE FESTEIRO e o DIABO

diabo bem vestido

O MOLEQUE FESTEIRO Na encosta de uma serra muito alta e a pique, de Santa Maria de Taguatinga, entre barrocas e cardos, morava um homem muito rico e mau, que fizera voto de entoar uma ladainha, todas as noites pela passagem de São João. Eram verdadeiras festas, muito concorridas, em que o pecado das danças … Ler mais

A LENDA DE SUMÉ – Índios Guaiás

indias peladas

A LENDA DO SUMÉ

Dentre as numerosas nações selvagens que ocupavam o território goiano antes das invasões paulistas, a mais dócil e inteligente, a que menos mal fazia e menores pretensões de mando tinha naqueles remotos sertões, era a dos Goiás, que, no entanto, não deixava de ser temida pelas outras do mesmo território — mais numerosas e aguerridas como eram as do Xavantes, Coroados, Canoeiros e Caiapós.

Os Goiás veneravam a um ser benéfico que chamavam de Sumé, ao qual atribuíam sua colocação naquelas paragens, onde os reunira e educara para a vida nas aldeias, constituindo-se em primeiro chefe que teve essa nação.

Contam que Sumé — lenda que ainda hoje corre em Goiás passando de boca em boca com ligeiras variantes — indo um dia visitar a sepultura de sua mulher no alto da serra do Arari (serra Dourada), aparecera-lhe e sem saber como um velho pajé da tribu Caiapó, que assim lhe falou:

A MADRE DO OURO – Lenda da Mineração em Poço da roda — Arredores de Bomfim – GO

garimpo escravo

A MADRE DO OURO Poço da roda — Arredores de Bomfim Bomfim é uma das mais antigas cidades de Goiás. Como suas irmãs mais velhas, Meia Ponte e Vila Boa de Goiás, guarda ainda, sob muitos aspetos, o cunho dos núcleos coloniais do século XVIII, com a sua inconfundível arquitetura reinol, estilo barroco, de feição … Ler mais

AS MINAS DOS MARTÍRIOS

AS MINAS DOS MARTIRIOS A terra é virgem; homens, parai. Bandeirantes que vos internais pelos sertões Araés, à procura do gentio que vos odeia de morte, sustai os vossos passos; é virgem a terra que pisais. Penitência e oração. Tirai da mente a idéia da escravização dos indígenas da ubertosa terra; são eles vossos irmãos, … Ler mais

Caçadores de Diamantes – Bandeirantes paulistas no Mato Grosso

bandeirantes emboaba

CAÇADORES DE DIAMANTES E quando a invasão emboaba saturou as minas de elemento indesejável e insuportável para a arrogância aristocrática do paulista, atirou-se este ao desbravamento dos mistérios do subsolo goiano e matogrossense. Fêz êle surgir longínquos confins, novos eldorados que desviaram para si a corrente emigratória que partia de São Paulo em busca da … Ler mais

POR QUÊ É TRISTE O JABURU – mito indígena de animais encantados do Mato Grosso

POR QUÊ É TRISTE O JABURU Nessa hora dúbia que ainda é dia e ainda não é noite, uma imensa tristeza se apodera dessa ave esquisita. E o jaburu, num dormitar profundo, nem sequer agita o longo pescoço, parecendo então um empalhado espécime de museu. Nas grandes noites de cheia, move as asas poderosas e … Ler mais

Catimbau – conto com onça pintada

catimbau

"CATIMBAU" Havia nas proximidades da fazenda "Guatambu", magnífica propriedade rural do velho Joaquim da Rocha, uma onça pintada que fazia grande estrago em seu gado e no de sua vizinhança. Em cada lua nova, ela se banqueteava com os melhores potros, as mais bonitas novilhas, os mais gordos cevados que se aventuravam a um passeio … Ler mais

À BEIRA DO POUSO – Tropas e Boiadas – Histórias do Sertão

À BEIRA DO POUSO Contavam casos. Histórias deslembradas do sertão, que aquela lua acinzentada e friorenta de inverno, envolta em brumas lá do céu triste e carregado, insuflava perfeita verossimilhança e vida animada. Pela maioria, contos lúgubres e sanguinolentos, eivados de superstições e terrores, passados sob o clarão embaçado daquela mesma lua acinzentada e friorenta … Ler mais

Tico-Tico – conto folclórico sobre crueldade e vingança

TICO-TICO Chovesse ou fizesse sol, a pé ou cavalgando a sua egui-nha mansarrona, êle cruzava a restinga em direção à vila, conduzindo o leite. Encontrando alguém na estrada, tocava de leve o chapéu com a mão cerrada e deixava partir um cumprimento respeitoso. Por isso todos o queriam e não faziam uma festa na redondeza … Ler mais

A LENDA DO PEIXINHO CARI (carimatá ou papa-terra)

A LENDA DO CARI

A LENDA DO CARI A soalheira era intensa; as árvores com as folhas murchas e amarelecidas, pendiam tristes seus galhos para a terra; o chão era ressequido e ardente. Pela estrada longa e poeirenta, coberta de sulcos, caminhava uma mulher: era linda, uma auréola de mistérios e de inspiração, cercava sua cabeça tinha olhos doces, … Ler mais

A caveira – histórias sobrenaturais de cemitério

caveira, contos de terror

…agarra uma e, quando se dispõe a partir, rouquerúia voz, que parece vir de vestuto mausoléu, diz: “Larga, essa é minha! A CAVEIRA Onze horas da noite. Não há luar e a velha cidade de Bartolomeu Bueno é na época iluminada a lampeões de querosene, colocados sobre postes de madeira lavrada, distantes quarenta, cinquenta metros … Ler mais

A MÃE DAS COBRAS – mito indígena brasileiro

lenda indígena

A MÃE DAS COBRAS A velha cidade goiana, engastada num declive aurífero e recortada pelo arroio Lavapés amanhecera gárrula e enfeitada dos melhores ornamentos domingueiros: pelas ruas bandos juvenis, moços e moças corriam apressados ao apelo do envelhecido sino; velhinhas iam murmurando já suas orações pelos caminhos, enquanto uma onda de escravos crescia na direção … Ler mais

Dia do folclore 22 de Agosto – lenda folclórica brasileira

O MAJOR E O MOLEQUE A história do Major e do Moleque é conhecida em quarenta léguas derredor do vale do Maranhão e mais de cinquenta indivíduos podem testemunhar a sinceridade destas linhas. O Major, como o chamavam simplesmente os moradores do vale do Maranhão, e isto pelo prazer que sentia em ser tratado pelo … Ler mais

A BRUXA NICÁCIA – Mitos e Lendas de terror

A LENDA DA NICÁCIA

A medonha velha tinha uma enorme corcunda. A LENDA DA NICÁCIA O rio Corrente, o lento fragoroso e irrequieto da lenda, interrompe o pensamento com sua música de cachoeira e mistérios. O vago e o terror se apoderam da alma do caboclo que lhe pisa a ribanceira, quando as trevas transformam a mata em fantasmas … Ler mais

LENDA DO NEGRO D’ÁGUA

LENDA DO NEGRO D'ÁGUA

LENDA DO NEGRO D’ÁGUA O negro d’água faz parte da vida de todos os pescadores do Centro Oeste. Crendo ou não crendo, todos eles já experimentaram um sustozinho,. certa vez que um boto apareceu com a sua cabeça de porco a soprar bem pertinho de onde estava a sua vara de anzol.H Em certa pescaria … Ler mais

Bruxas e Lobisomens, personagens e lendas folclóricos

bruxa, personagem folclorico

A BRUXA Ao contrário do lobisomem, de que é irmã gêmea, a Bruxa tem uma aparência definida: apresenta a forma de uma enorme e horrenda figura, uma coruja, sugadora do sangue das crianças novas. Entretanto podemos verificar que nem todas as zonas sertanejas dão à Bruxa a forma acima: para certas localidades o monstro teria … Ler mais

PÉ-DE-GARRAFA – personagem folclórico do Vão do Paraná

pé de garrafa folclore

PÉ-DE-GARRAFA O Vão do Paraná, aquele grande vale de sessenta léguas, formado pelas ramificações que correm para o Norte do Estado, do espinhaço da Serra Geral, é o "habitat" do Pé-de-Garrafa. Coberto de extensas florestas, verdadeiras muralhas verdes que abrigam os cursos dos rios, o Vão do Paranã é uma região misteriosa, em que o … Ler mais

CAIPORA – Lenda do Folclore Brasileiro

O CAIPORA O aspecto do caipora varia conforme a impressão que causa e a pessoa que êle tem que arruinar e fazer infeliz. Frequenta, de ordinário, as encruzilhadas e as curvas dos caminhos. Antigamente, só espantava os caminhantes a pé ou a cavalo, fazendo este passarinhar e dar com o cavaleiro ao chão. Atualmente, êle … Ler mais

Uma historinha do saci-pererê no folclore de Goiás

saci-pererê folclore goiano

O SACI Por aquele tempo o Saci andava desesperado. Tinham–lhe surrupiado a cabaça de mandinga. O moleque, extremamente irritado, vagueava pelos fundões de Goiás. Pai Zé, saindo um dia à cata dumas raízes de mandioca castelã que sinhá-dona lhe pedira, topou com êle nos grotões da roça. m O preto, abandonando a enxada e de queixo … Ler mais

TIBARANÉ – O passarinho assoviador encantado

velha a tear

TIBARANÉ Quem quer que passasse por aquela rua solitária, fosse as horas caniculares do meio dia ou pela fresca da tardinha, veria, naquela meia-água silenciosa da esquina, pela porta que se conservava sempre aberta, o vulto esguio e branco de uma velha, sentada em frente do tear, movendo os bilros, na paciente e cuidadosa tarefa … Ler mais

A PROMESSA DE JOÃO GUALBERTO – Lenda Popular no Mato Grosso

A PROMESSA DE JOÃO GUALBERTO Ia quase a findar o segundo quartel do século XIX. Cuiabá, convalescida dos tremendos abalos da década anterior, refazia-se aos poucos, no lento esbater das animosidades que a política jacobiana de 1830 criara e fizera desencadear em formidando tufão, varrendo a província de norte a sul. Os perseguidos tinham volvido … Ler mais

A VOLTA DA TROPA – Historinha do Tempo da Cadeirinha (Mato Grosso)

A VOLTA DA TROPA Na solidão nostálgica da Serra, afastado dos povoados, erguia-se o engenho do Glória, com seu casarão de vastas salas e varandas silenciosas, sua capelinha, suas enormes senzalas, apinhadas de escravos, sua moenda, casa de purgar, fornalhas, paiol e mais dependências. Era um dos primeiros estabelecimentos daquele tempo, quando a "ser-ra-acima" florescia … Ler mais

UM TIRO À MEIA-NOITE – Folclore Goiano

UM TIRO À MEIA-NOITE — Fui desfeiteado, Mané Luís, pelo Zé Baiano, aquele negro sem-vergonha, unicamente porque quer que eu retire a mansinha, a vaca pintada, lá da beira do riacho do Ca-poeirão, onde está pondo em nada o seu arrozal. Não faz cerca que preste. Se êle tem um punhado de terras eu sou o … Ler mais

MÃE DO OURO – Folclore Brasileiro

A MÃE DO OURO Lá em baixo, muito longe, onde as águas varavam por um subterrâneo, morava a Mãe do Ouro. Às vezes saía, pelas tardes, com um longo cortejo de luzes de todas as cores, atravessando pelo ar, serenamente, como se fosse um desses papagaios de papel que as crianças empinam ao vento, em … Ler mais

O ANHANGUERA – Lenda de Minas Gerais

MINAS GERAIS O ANHANGUERA Bartolomeu Bueno da Silva era um destemido bandeirante paulista, que largou de São Paulo e se entranhou em Minas Gerais, atrás das minas de Sabarabuçu, que haviam sidodescobertas por Borba Gato. Tinha a idade de 10 anos quando promoveu essa incursão. Todos o tratavam por Feio porque era, efetivamente, de feições … Ler mais

Organização Política do Brasil antes da Independência

A colônia e o reino absoluto (continuação)

 

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Agora, volvamo-nos para a organização política do Brasil. Como se sabe, consistia o império colonial português sul-americano em uma série de regiões, que primitivamente eram parte colônias feudais, parte colônias régias, porém pouco a pouco passaram, sem exceção, para a imediata soberania da coroa; excluindo-se algumas que se fundiram com as suas vizinhas, ao passo quê outras se desmembraram, sempre conservaram as províncias separadamente a sua individualidade independente e a sua própria administração local.

A soberania sobre essa série de Estados residia na coroa e no gabinete de Lisboa; todavia, tinha este criado, desde 1549, um órgão intermediário, uma autoridade colonial central, o governo-geral do Brasil, na Bahia, que exercia a superintendência sobre todas as províncias brasileiras e assegurava as relações oficiais com o governo da mãe-pátria. Esse poder central da colônia subsistiu, consoante o seu nome, até ao fim da era colonial, 1549-1760 na Bahia, 1763-1807 no Rio de Janeiro, e de 1720 em diante usou mesmo permanentemente do título mais brilhante de vice-reino; porém a sua autoridade sofreu sempre novas restrições: em primeiro lugar, perdeu sua ação sobre o Norte do Brasil, o denominado Estado do Maranhão, que foi subordinado diretamente ao gabinete de Lisboa (1621); e, se nominalmente lhe restava autoridade sobre as demais porções de terra, era só na aparência, sem significação real.