Bruxas e Lobisomens, personagens e lendas folclóricos

A BRUXA

Ao contrário do lobisomem, de que é irmã gêmea, a Bruxa tem uma aparência definida: apresenta a forma de uma enorme e horrenda figura, uma coruja, sugadora do sangue das crianças novas.

Entretanto podemos verificar que nem todas as zonas sertanejas dão à Bruxa a forma acima: para certas localidades o monstro teria o todo de uma colossal borboleta negra ou pardacenta e daí, talvez, o nome de Bruxa, concedido ao inseto irrequieto que volteia em torno das candeias, em certas regiões do Brasil. Seja como fôr, a Bruxa é o invólucro provisório da sétima filha de um casal, ocorrendo serem os filhos anteriores do sexo feminino.

A infeliz, a quem a sorte distribuir o papel de sétima filha, é um caso perdido: vira Bruxa nas sextas-feiras da Quaresma, e vai sugar a rubra linfa dos inocentes de sete dias de vida, nunca mais velhos, porém podendo ser de menor idade. O importante da lenda está no esclarecimento de que a fatalidade pode ser afastada, com o fato de ser a malfadada filha batizada pela irmã mais velha. Então, rompe-se o encanto e a terrível sorte se detém; deixa de se realizar a metamorfose.

É também digno de nota que a transformação em Bruxa se evidencia se por acaso houve, na cidade ou localidade habitada pela fatídica mulher, um nascimento de criança de qualquer sexo, justo nas sextas-feiras da Quaresma. Tantos nascimentos, tantas Bruxas ocorrentes as circunstâncias requeridas pela lenda. Não houve parteipmento naqueles dias aziagos e a mulher pode ficar descansada, que não adquire a horrenda figura. Do contrário, a Bruxa aparece e a sua presa tem de padecer do malefício. Entra pelo telhado, pela janela, por qualquer fenda, enfim; depois de retemperar-se do sangue do nascituro, se encontra garrafão de cachaça, bebe sofregamente, solta um medonho pio, precipita-se no espaço, abandonando a casa e, bem alta, solta uma risada que vai ecoar longe. Muita gente crédula afirma ter visto a Bruxa beber uma garrafa de cachaça de um só trago, soprar para cima e emitir uma risada infernal.

As comadres do interior, após a realização de um trabalho de parto, nas sextas-feiras da Quaresma, nalgumas localidades, aconselham as pobres mães à vigilância noturna dos filhos menores de um dia até o sétimo, procurando roubá-los à sangria da Bruxa. Menino chupado pelo monstro torna-se débil; fica fraquinho e só adquire a robustez com a pedra de peixe-elétrico, de baixo do travesseiro, e o uso permanente de chá de pau de Lásaro, cuja sombra faz qualquer outra planta definhar até morrer.

bruxa, personagem folclorico

…apresenta a forma de uma enorme e horrenda figura, uma coruja sugadora do sangue das crianças novas.

I. G. Americano do Brasil: Lendas e Encantamentos do Sertão.

Edições e Publicações Brasil, São Paulo, 1938, pp. 15-16.

Fonte: Estórias e Lendas de Goiás e Mato Grosso. Seleção de Regina Lacerda. Desenhos de J. Lanzelotti. Ed. Literat. 1962

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