Carta de Alexandre Herculano a Antônio Serpa Pimentel

Carta de Alexandre Herculano a Antônio Serpa Pimentel Meu amigo. — Escrevo-lhe do fundo do estreito vale de Lor- vão, defronte do mosteiro onde repousam as filhas de Sancho I; dêste mosteiro melancólico e mal assombrado, como as montanhas abruptas x) que o rodeiam por todos os lados: escrevo-lhe com o coração apertado de dó … Ler mais

As Flores – A Tulipa – A Rosa.

A flor Despontou o botão! cresceu! entreabriu! corou! desapertou-se! desdobrou-se de todo— eis a flor! Nunca a planta pareceu tão maravilhosa! sobretudo, nunca se mostrou assim amável! As co­res, o cheiro, as formas encantadoras desta efêmera *) maravilha, apelidada flor, namoram até aos espíritos mais rústicos, mais igno­rantes ou menos reflexivos. O. camponês se detêm … Ler mais

Exemplo de bons amigos

Exemplo de bons amigos   Havia em uma terra dois homens, honestos, trabalhadores e bons chefes de família. Um estava estabelecido e vivia razoavelmente com sua família dos ganhos do seu comércio; o outro era lavrador e vivia com desafogo do produto das suas propriedades. A amizade entre êstes dois homens era a mais sincera, … Ler mais

Resignação de mãe – Antônio Feliciano de Castilho

Resignação de mãe   Era uma noite invernosa. Os telhados iam rasos de neve, e por fora das pousadas, assoprava rijamente o vento. Em uma eram [1]) então, e em um pequeno aposento, assentadas duas mulhe­res tôdas 3) entregues a seus lavores; uma já de dias 4) e cabelo branqueado, outra nova. E de espaço … Ler mais

Ninguém deve rir-se dos pobres

Ninguém deve rir-se dos pobres Certo professor, conhecido pelo nome de amigo dos estudan­tes, passeava, uma tarde pelos arrabaldes da cidade com um dos seus discípulos. Ã beira da estrada deram com um par de sapa­tos todos 1) enlameados, que pertencia a um pobre homem que andava a trabalhar num campo. “Vamos nós, disse o … Ler mais

História de Natal – A lenda da casa nº 15

natal família

A lenda da casa n.° 15 Ida Fürst "A lenda da casa nº 15" é um belo conto assinado por esta escritora de língua croata e que pela primeira vez é apresentada ao público brasileiro. Ida Fürst tem demonstrado, em toda a sua obra, tendencias excepcionais para o cultivo da novela, sendo os seus enredos … Ler mais

TIBARANÉ – O passarinho assoviador encantado

velha a tear

TIBARANÉ Quem quer que passasse por aquela rua solitária, fosse as horas caniculares do meio dia ou pela fresca da tardinha, veria, naquela meia-água silenciosa da esquina, pela porta que se conservava sempre aberta, o vulto esguio e branco de uma velha, sentada em frente do tear, movendo os bilros, na paciente e cuidadosa tarefa … Ler mais

A PROMESSA DE JOÃO GUALBERTO – Lenda Popular no Mato Grosso

A PROMESSA DE JOÃO GUALBERTO Ia quase a findar o segundo quartel do século XIX. Cuiabá, convalescida dos tremendos abalos da década anterior, refazia-se aos poucos, no lento esbater das animosidades que a política jacobiana de 1830 criara e fizera desencadear em formidando tufão, varrendo a província de norte a sul. Os perseguidos tinham volvido … Ler mais

Autobiografia de Benjamin Franklin – CARTA DE MR. ABEL JAMES, COM NOTAS DA MINHA VIDA

Autobiografia de Benjamin Franklin CARTA DE MR. ABEL JAMES, COM NOTAS DA MINHA VIDA (Recebida em Paris) "Meu caro e honrado amigo: Muitas vezes desejei escrever-te, mas não podia conformar-me com a ideia de que a minha carta pudesse cair nas mãos de ingleses, receoso de que qualquer impressor ou indiscreto publicasse trechos do seu … Ler mais

CARTA DE BENJAMIN VAUGHAN na Autobiografia de Benjamin Franklin

Autobiografia de Benjamin Franklin CARTA DE BENJAMIN VAUGHAN "Paris, 31 de Janeiro de 1783. "Meu caríssimo senhor: Quando li as suas páginas de notas relativas aos principais incidentes da sua vida, que lhe volveram às mãos graças à remessa do seu amigo "quaker", disse-lhe que lhe escreveria uma carta expondo as razões pelas quais penso … Ler mais

O TIGRE DAS MONTANHAS KUMGANG – Conto coreano de animais fabulosos

Coreia

Pertence esta história ao tesouro onde existem muitas outras, contadas "pelos avós aos seus netos acomodados sobre os soalhos aquecidos dos lares coreanos, nas horas de rigoroso inverno, quando os ventos carregados de neve esbravejavam lá fora… Histórias que incontáveis gerações de crianças da Coréia têm escutado, entre lágrimas e risos, jamais cansadas de dar ouvidos às repetições…"

O TIGRE DAS MONTANHAS KUMGANG

HOUVE um tempo em que ali vivia um famoso atirador e caçador. Era tão bom atirador, que podia derrubar qualquer pássaro no vôo, quase sem fazer pontaria. Corças e javalis não eram o suficiente para aquele caçador, desde que entrassem no campo de mira de sua espingarda. Jamais se soube que ele falhasse um tiro.

Joaquim Norberto de Souza e Silva – por Sílvio Romero

Autor: Silvio Romero (Lagarto, 21 de abril de 1851 — 18 de junho de 1914) – História da Literatura Brasileira

Vol. III. Contribuições e estudos gerais para o exato conhecimento da literatura brasileira. Fonte: José Olympio / MEC.

Joaquim Norberto de Sousa Silva (1820-1891). — Filho do Rio de Janeiro, nasceu em 1820, no mesmo ano de Macedo, e três anos antes de Gonçalves Dias e Dutra e Melo. Não se graduou em academia alguma; fez alguns estudos de Humanidades em sua cidade natal e meteu-se ainda moço no funcionalismo público, empregando-se na Secretaria do Ministério do Império.

Bem cedo jogou-se ao cultivo das letras e às lutas da imprensa.

É um dos brasileiros que mais escreveram e em esferas mais variadas.

Sua obra é uma das mais opulentas, e, em compensação, das mais confusas das produzidas neste país.

Daí certa dificuldade em bem tomar os traços fisionômicos e característicos do escritor.

Dividir é uma condição para bem compreender; devo praticá-lo com Joaquim Norberto. Sua vasta obra, parte publicada em livros, parte esparsa em jornais e revistas, pode sofrer a seguinte divisão: novela, teatro, poesia, crítica literária e história.

33. As Fatalidades da Dous Jovens, vol. 2.°, págs. 36 e segs. Rio de Janeiro, edição de 1874.

Será preciso juntar a isto a estatística; porque o primeiro trabalho que tivemos no gênero é devido à pena deste autor. Quero falar do Censo Geral do Império, escrito e organizado por Norberto Silva, na sua qualidade de empregado público. É produção de valor, merecedora de atenção e aqui desde já citada, por ser apta a dar uma das notas, um dos tons da fisionomia espiritual do notável fluminense: a paciência de esmiuçar, pesquisar, inquirir e verificar os detalhes.

Não é aí, porém, que vou fazer o centro da minha análise.

Das cinco regiões em que se manifestou a vida espiritual de Norberto, na esfera puramente literária, a novela e o teatro não são aquelas em que ele mais se distinguiu. Os poucos ensaios praticados por este lado devem ser considerados tentativas em gêneros para os quais o autor tinha pouquíssima aptidão. São produtos fracos, de leitura maçante, e hoje completamente esquecidos.

No conto e novela pouco mais publicou além do volume intitulado Romances e Novelas, aparecido em 1852 em Niterói, e d’0 Martírio de Tiradentes ou Frei José do Desterro, impresso trinta anos mais tarde, em 1882, no Rio de Janeiro. No teatro seus principais produtos são a tragédia Clitemnestra e o drama Amador Bueno. São obras de pequena monta, passos errados de um homem que procurava seu caminho. Tanto a tragédia, como o drama, são de 1843; desse tempo da puerícia do autor são também as narrativas reunidas no citado volume de 1852.

É na poesia, na história política e na história literária que mais acentuada se nos mostrará a feição do autor. Ainda nestas três esferas podem-se fazer divisões e reduções, tendentes a mostrar qual a especialidade em que foi ele mais eminente. Suponho que os seus maiores títulos estão nos trabalhos de história literária.

Ver-se-á, adiante. Por agora, e quanto antes, o poeta.

Na poesia a obra de Joaquim Norberto é das mais avultadas no Brasil. Sem falar de Clitemnestra, que é em verso, ele tem nada menos de cinco volumes de poesias: Modulações Poéticas, Dirceu de Marília, O Livro dos Meus Amores, Cantos Épicos, Flores Entre Espinhos, e possui espalhada em jornais e periódicos matéria para mais três ou quatro. A tanto deve montar o grande número de balatas, de canções americanas e doutras composições poéticas espalhadas por Norberto un peu partout. Já não falo nos grandes poemas que dizia possuir intitulados O Brasil e Os Palmares. Destes existem apenas fragmentos publicados; difícil se torna saber se os ultimou. Já não talo também nas promessas feitas pelo poeta de diversas coleções líricas sob a denominação de Novas Modulações Poéticas, Cancioneiro das Bandeiras ou Cantos Tradicionais dos Antigos Paulistas, e outras assim. Estas provavelmente nunca existiram. O escritor fluminense por certo trabalhou muito, um pouco demais talvez, mas foi também muito pródigo em promessas, e algumas delas irrealizáveis.

Onde foi, por exemplo, que Joaquim Norberto coligiu os Cantos Tradicionais dos antigos bandeirantes? Onde os encontrou? O autor era fácil nestas pequenas fraudes, capazes de iludir espíritos pouco perspicazes. Obedecendo a este sestro, deu as pretendidas respostas de Marília às liras de Gonzaga.

A mesma inspiração levou-o à insinuação de serem suas americanas cantos tradicionais dos nheengaçaras ou bardos do Brasil... Onde encontrou Norberto os nheengaçaras e os seus cantos?

Resumo sobre a Filosofia de Spinoza

Baruch de Apinoza. Gravura de H. Lips

[caption id="attachment_11909" align="alignleft" width="279" caption="Baruch de Apinoza. Gravura de H. Lips"]Baruch de Apinoza. Gravura de H. Lips[/caption]
Baruch (Benedito) Espinoza (também grafado por alguns como Spinoza), nasceu em Amsterdam, na Holanda, em 1632. Descendia de uma abastada família de comerciantes originários da Espanha, cujos antepassados haviam sido expulsos de Portugal. Espinoza cresceu na comunidade judaica portuguêsa de Amsterdã e, ainda pequeno, iniciou estudos da Tora e do Talmud. Jovem, passou a freqüentar a escola de Francisco van den Enden, doutor de formação católica que se tornou livre pensador -o que à época era quase equivalente a ser ateu – despertando a ira dos agrupamentos de fanáticos. Foi na escola de van den Enden que Espinoza travou contato com outros pensadores clássicos, como Cícero, Sêneca e Aristóteles; estudou a filosofia medieval e a filosofia moderna, entre os quais Descartes, Bacon e Hobbes. Neste círculo intelectual Espinoza também teve oportunidade de se aprofundar na matemática, geometria e as ciências de sua época, principalmente na obra de Galileu.

CIPIÃO, O AFRICANO | Plutarco – Vidas Paralelas

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Ebook online com o capítulo com a vida e a história de Públio Cornélio Cipião Africano, dito o Velho (em latim Publius Cornelius Scipio Africanus abrev. P·CORNELIVS·P·F·L·N·SCIPIO·AFRICANVS¹, 236 a.C. – 183 a.C.) por Plutarco em suas Vidas Paralelas.

SUMÁRIO DA VIDA DE CIPIÃO, O AFRICANO

  • Sobre a família de Cipião.
  • II. Grandes exemplos de virtude que Cipião dá na sua juventude.
  • III. Ê nomeado procônsul na Espanha.
  • IV. Elogio de Cipião.
  • V. Primeiros feitos de Cipião, a sua chegada na Espanha.
  • VI. Cerca e toma Cartagena.
  • VII. Continência de Cipião.
  • VIII. Derrota a Asdrúbal.
  • IX. Tomada de Aurinx.
  • X. Cipião vence o outro Asdrúbal e Magon.
  • XI. Vai à África onde faz aliança com Sífax.
  • XII. Perturbações causadas por uma enfermidade de Cipião.
  • XIII. Como êle castiga os chefes de uma rebelião suscitada entre os soldados.
  • XIV. Derrota Man dônio e Indibile.
  • XV. Entrevista e aliança entre Cipião e Massi nissa.
  • XVI. Cipião volta a Roma.
  • XVII. É nomeado cônsul.
  • XVIII. Passa para a Sicilia.
  • XIX. Como conquista o coração dos sicilianos.
  • XX. O negócio de Plemínio.
  • XXI. O senado manda uma comissão para examinar o proceder de Cipião.
  • XXII. Embaixadores de Sífax a Cipião.
  • XXIII. Passa para a Africa.
  • XXIV. Obtém uma vitória contra Hanno.
  • XXV. Como Cipião vem a saber das condições do acampamento de Sífax e de Asdrúbal.
  • XXVI. Derrota a ambos, completamente.
  • XXVII. Nova vitória de Cipião.
  • XXVIII. Sífax é ainda vencido e feito prisioneiro.
  • XXIX. Massinissa casa-se com Sofonisba e manda-lhe veneno.
  • XXX. Aníbal volta à Africa. XXXI. É vencido em Zama por Cipião.
  • XXXII. Cipião concede a paz aos cartagineses.
  • XXXIII. Triunfo de Cipião.
  • XXXIV. Cipião nomeado continuamente príncipe do senado.
  • XXXV. Cipião faz tocar a seu irmão Lúcio a província da Asia, oferecendo-se paru ser seu legado.
  • XXXVI. Elogio da piedade fraterna e filial dl Cipião.
  • XXXVII. Antíoco restitui a Cipião, seu filho que tinha sido feito prisioneiro.
  • XXXVIII. Antíoco dá combate aos romanos
  • XXXIX. Condições com as quais Cipião concede a paz.
  • XL. Cipião chega ao auge das honras.
  • XLI. Acusado por dois tribunos do povo; como êle se defende.
  • XLII. Retira-se para Linterno.
  • XLIII Filhos de Cipião.
  • XLIV. Morte de Cipião.
  • XLV. Seu elogio.

Desde o ano 520, mais ou menos, até o 571 de Roma, antes de Cristo, ano 183. Comparação entre Aníbal e Cipião.

BOCAGE – Biografia e Poemas

MANUEL MARIA BARBOSA DU BOCAGE, Setúbal (1765-1805)partiu como guarda-marinha para a Índia e de lá se escapou para Lisboa,onde tomou o nome de Elmano Sadino e granjeou suma popularidade pelamelodia de seus versos e pasmosa faculdade de improvisar. Foi uma vez preso por divulgar idéias ímpias e sediciosas, e cantoua palinódia em poesias mais sinceras, … Ler mais

Introdução à Sociologia – OS POSTULADOS DA SOCIOLOGIA

Capítulo IV

OS POSTULADOS DA SOCIOLOGIA

Depois de havermos visto como os problemas sociológicos chegaram a apresentar-se sob a forma científica, procuraremos, agora, definir os postulados que exige a existência da sociologia como ciência.

i. — a realidade social

Analisamos, primeiro, como a sociologia se esforçou por subtrair-se às preocupações normativas, para se elevar ao estado de um conhecimento objetivo da realidade social. Não exigirá essa objetividade da ciência uma separação entre a teoria e a prática, primitivamente confundidas, ou, pelo menos, uma certa disjunção entre os dois pontos de vista do conhecimento e da ação?

1. Teoria e prática. — Observemos desde já que, nesta matéria, como de resto em todas as outras, é impossível apresentar como absoluta uma distinção de tal natureza. Com efeito, em sociologia, o objeto da investigação é a ação humana coletiva, a ação dos homens vivendo em grupo. Seja qual fôr o aspeto da vida social de que se trata: da vida econômica, política, religiosa, doméstica, etc, encontramo-nos sempre em presença de certas maneiras de agir. Aqui, o homem deixa de ser simples espectador, como o pode ser em presença de um fenômeno físico ou biológico, para ser, ao mesmo tempo, espectador e ator.

A LITERATURA DA GRÉCIA E DE ROMA

As extraordinárias aventuras de Ulisses

AS viagens de Ulisses, cujo nome grego é Odisseu, es tão descritas na Odisséia, de Homero. Ulisses era um dos combatentes gregos no sítio de Tróia. A princípio, nao estava Ulisses querendo unir-se à expedição contra

Tróia. Fingiu-se atacado do juízo e, portanto, incapaz dc-usar armas. Mas os oficiais recrutadores do exército grego imaginaram um hábil expediente para verificar a loucura dele. Estando Ulisses a arar seu campo, puseram-lhe o filho Telêmaco, dentro dum dos sulcos. O pai provou seu perfeito juízo recusando-se a ferir seu filho com o arado. Teve de juntar-se ao exército.

Uma vez chegado a Tróia, porém, provou ser o mais astuto, como o mais bravo, dos soldados gregos.

Quando Tróia foi tomada, Ulisses prontamente tratou de voltar para casa. Era uma viagem de três dias, de Tróia à sua nativa ilha de ítaca. Ulisses levou sete anos longos a alcançá-la. Porque seu navio estava sujeito a um encanto maligno. Netuno, o deus do mar, se zangara com êle e fizera voto de perseguí-lo até os confins da terra. E assim, logo que Ulisses velejou, furiosa tempestade se levantou do norte e levou seu navio para a estranha terra dos Comedores de Loto. Quem provasse desse mágico fruto se esquecia de tudo quanto dissesse respeito a seu lar, sua esposa, seus filhos, seus deveres e seus amigos.

Mas Ulisses era mais sábio que os mais sábios dos homens. Por isso, absteve-se de comer o loto mágico e aconselhou seus companheiros a seguir-lhe o exemplo. Muito a contragosto seus companheiros obedeceram-lhe as ordens, e o navio afastou-se da terra dos encantados Comedores de Loto.

Mas suas viagens tinham apenas começado. Logo que o "navio alado" deslizou sobre as ondas do mar, ergueu-se outra tempestade. Desta vez Ulisses escapou do perigoso mar para uma terra ainda mais perigosa, a dos Ciclopes. Porque os Ciclopes eram uma selvagem raça de gigantes. Tinham apenas um olho no meio da fronte e um apetite voraz de carne humana. Quando Ulisses e seus homens avistaram esses gigantes, correram a abrigar-se numa escura caverna. Imediatamente Polífemo, rei dos Ciclopes, empurrou uma pesada pedra contra a entrada da caverna e começou em seguida a matar e devorar os amigos de Ulisses, um por um.

CÍCERO CONTRA M. ANTÔNIO – Orações – FILÍPICA II

ORAÇÃO DE M. T. CÍCERO CONTRA M. ANTÔNIO

FILÍPICA II

Em resposta à Filípica I, de Cícero, pronunciou M. António uma longa oração, declarando a sua inimizade para com o orador. Respondeu Cícero com a Filípica II, na qual rebate as acusações feitas contra ele, e, com grande violência, acusa M. António, de uma vida, a começar da infância até chegar às culminâncias do poder, cheia de desordens, licenciosidades e delitos. Não é certo se a Filípica II chegou a ser pronunciada no Senado, pois parece que a populaça armada por M. António, o impediu. Esta oração foi a causa principal da morte violenta de Cícero, perseguido pelo seu inimigo.

NÃO sei, Padres Conscritos, com que sorte minha sucede que há vinte anos a esta parte ninguém foi inimigo da República, que ao mesmo tempo não declarasse guerra contra mim!

A SABEDORIA ESTÓICA E O SEU DESTINO – Jean Brun

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A SABEDORIA ESTÓICA E O SEU DESTINO Por Jean Brun Transcrito por Breno de Magalhães Bastos Conduzido pela razão, aquiescendo aos acontecimentos do universo, vivendo em harmonia com a natureza, o sábio estóico é aquele que faz sua a divisa nihil mirari, não se espantar com nada. Eis uma fórmula que contrasta com a de … Ler mais

CONCEITO DE FELICIDADE EM SANTO AGOSTINHO NA ERA CONTEMPORÂNEA

maravilhas das antigas civizações

  JESUS DE AGUIAR SILVA RA -1015097 CONCEITO DE FELICIDADE EM SANTO AGOSTINHO NA ERA CONTEMPORÂNEA ARAÇATUBA-SP 2008 JESUS DE AGUIAR SILVA   CONCEITO DE FELICIDADE EM SANTO AGOSTINHO NA ERA CONTEMPORÂNEA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Claretiano para obtenção do título de graduado em Licenciatura em Filosofia. Orientador: Prof. Juan … Ler mais

DO ARREPENDIMENTO – Ensaio de MONTAIGNE

MICHEL DE MONTAIGNE DO ARREPENDIMENTO (Liv. III, Cap. II) Os outros o formam; 852 eu descrevo o homem e apresento um particular bem mal formado, e que, se eu tivesse de afeiçoar de novo, certamente o faria bem outro do que é; mas doravante, está acabado. Ora, os traços do meu retrato não se extraviam, … Ler mais

DANTE ALIGHIERI – VIDA NOVA

DANTE ALIGHIERI – VIDA NOVA Tradução: Atena Editora   PREFÁCIO Não é possível, nas poucas palavras de prefação a este pequeno volume, expor a vida de Dante, tãc movimentada e rica de acontecimentos, e ainda menos dar, mesmo em resumo, um conceito completo das suas obras. Quem quisesse conhecer uma e as outras poderia fazê-lo … Ler mais

A conquista da felicidade, de Bertrand Russell

A conquista da felicidade, de Bertrand Russell   Danilo Santos Dornas*   Bertrand Arthur Millian Russell (1872-1970), filósofo e matemático inglês, escreveu dentre as suas obras, um livro intitulado A conquista da felicidade. Neste livro, o autor adianta que não visa erudição acadêmica, mas tecer algumas considerações sobre a felicidade vivenciada por sua própria experiência. … Ler mais

Santo Agostinho: O Mestre do Ocidente – História da Filosofia na Idade Média

Agostinho é a patrística. "A
Influência patrística na filosofia medieval coexiste com sobrevivência e o
continuado influxo de Agostinho na
Idade Média" (GrabmanN). Que
pode chamar-se o mestre do ocidente mostra-o o fato da sua influência ainda
para além da Idade Média. É uma das colunas da filosofia cristã de todos os
tempos. "Com Agostinho chegamos ao ponto culminante da patrística e
talvez de toda a filosofia cristã"  (Gilson-Bohner).

Vida

Mais que para qualquer outro, para Agostinho o natural humano é importante
para a compreensão do seu pensamento. A cada passo se lhe trai o temperamento
do sangue pânico, a tenacidade da sua vontade romana e, mais que tudo, a
grandeza do seu coração a que nada de humano é estranho, mas que nunca fica
encerrado em limites puramente humanos.

Agostinho nasceu em 354 em Tagaste,
no Norte da África, filho de pai pagão e de mãe cristã. De acordo com o
espírito e os costumes do seu tempo, passa uma juventude movimentada. Mas. enquanto
estudava Retórica em Cartago, conta-nos ele mais tarde, (Conf. III, 4)
"caía-me nas mãos o livro de um certo Cícero,
com o título de Hortensius e com o convite a entregar-se à
filosofia. O livro transformou as tendências do meu coração, dirigiu para ti,
Senhor, as minhas orações e modificou as minhas aspirações e os meus desejos.
Repentinamente se me esvaeceram todas as esperanças vãs, com um incrível ardor
de coração anelava por uma sabedoria imortal e comecei a me elevar para
converter-me para ti… Como ardia eu, Deus meu, como eu ardia por abandonar as
cousas terrenas e refugiar-me em ti, pois está escrito: "Contigo está a
sabedoria". Ora, amor da sabedoria é o significado da palavra grega —
filosofia. Aquele livro inflamou-me o coração no teu desejo." Mas ainda em
Cartago, depois de ter-se libertado do maniqueísmo, não conseguia encontrar
uma nova e fixa posição, cedendo ao cepticismo representado por Cícero e pela Nova Academia. Mas
quando chegou a Milão, passando pela cidade de Roma onde professa a Retórica —
permanece retor durante toda a sua vida e não se deve esquecer essa
circunstância para se lhe interpretar as expressões — trava conhecimento com
os escritos dos platônicos!’, vem-lhe a idéia que, além do mundo corpóreo, há
um mundo ideal e compreende, . contrariamente ao pensamento dos maniqueus, que
Deus em particular deve ser incorpóreo. E quando, por influência da pregação de
Ambrósio, trava conhecimento de
mais perto com a espiritualidade do Cristianismo, passa por uma radical
transformação interna. Retira-se agora (386) com alguns amigos a uma herdade —
Cassiciaco — perto de Milão, retoma as reflexões sobre o mundo do pensamento,
lança por escrito os seus conhecimentos numa série de obras, ordena a vida. e
faz-se batizar por Ambrósio em
387.    Um ano depois volta para Tagaste
e funda em sua casa uma espécie de claustro. Emprega todo o tempo com a
atividade de escritor; sobretudo nas discussões espirituais com os maniqueus. É
então que aparece o seu tratado da liberdade da vontade. Em 391 ordena-se
sacerdote, e vem a ser bispo de Hipona em 395. É quase inesgotável sua fecundidade
de escritor. Quando os vândalos lhe sitiaram ò bispado, ainda tem a pena na
mão. E depois da sua morte (430), quando ruiu o império romano- do- ocidente e
dele não deixaram os vândalos senão ruínas, a sua obra sobrevive imortal,
perene fonte de primeira ordem para o espírito filosófico e religioso do
ocidente.

A Providência – Curso de Filosofia de Jolivet

Curso de Filosofia – Régis Jolivet Capítulo Terceiro A  PROVIDÊNCIA ART. I.    NOÇÃO DE PROVIDÊNCIA 231 1. Definição. — Tudo quanto dissemos até agora de Deus volta a afirmar a realidade da Providência divina, isto é, da ação yue Deus exerce sobre a criatura para conservá-la e dirigi-la para seu fim com sabedoria e bondade, … Ler mais

PROVAS MORAIS DA EXISTÊNCIA DE DEUS – Curso de Filosofia de Jolivet

Curso de Filosofia – Régis Jolivet Capítulo Terceiro PROVAS   MORAIS   DA   EXISTÊNCIA   DE   DEUS 211      1.    Sentido geral das provas morais. — As provas morais são assim chamadas porque têm seu ponto de partida na realidade moral. Expostas com rigor, não têm menos força que os argu- . mentos metafísicos, aos quais, de resto, estão … Ler mais

Metafísica – A EXTENSÃO DO CONHECIMENTO – Curso de Filosofia de Jolivet

Curso de Filosofia – Régis Jolivet Capítulo   Segundo A EXTENSÃO DO CONHECIMENTO 179 O problema do alcance do conhecimento é um problema distinto do precedente, porque o fato certo de que somos capazes de chegar ao verdadeiro deixa subsistir a questão de saber que verdades ou que coisas somos efetivamente suscetíveis de conhecer. Podem-se aqui … Ler mais

Metafísica – Preliminares – Curso de Filosofia de Jolivet

Curso de Filosofia – Régis Jolivet METAFÍSICA PRELIMINARES 170      1. Noção. — O nome metafísica (depois da física) foi dado pelos discípulos de Aristóteles ao conjunto dos tratados aristotélicos que vinham após aqueles consagrados às coisas da natu­reza. Foi desde então utilizado para designar esta parte da Filo­sofia que é consagrada às realidades que não … Ler mais

A VIDA SENSÍVEL – Curso de Filosofia de Jolivet – Psicologia

Curso de Filosofia – Régis Jolivet PRIMEIRA PARTE A  VIDA  SENSÍVEL 97        Por vida sensível designa-se o conjunto dos fenômenos cognitivos e dinâmicos determinados no sujeito psicológico por excitações vindas dos objetos materiais externos ou que têm por fim os objetos sensíveis externos. Esta dupla série de fenômenos, especificamente distintos, mas em relação mútua constante, … Ler mais

Paralelo entre Epicuro e Zenão

Resumo comparativo sobre o pensamento do estoicismo e epicurismo, hedonismo e virtude estóica, com base nos fundadores destas escolas de filosofia grega antiga, Epicuro e Zenão.