Joaquim Norberto de Souza e Silva – por Sílvio Romero

Autor: Silvio Romero (Lagarto, 21 de abril de 1851 — 18 de junho de 1914) – História da Literatura Brasileira

Vol. III. Contribuições e estudos gerais para o exato conhecimento da literatura brasileira. Fonte: José Olympio / MEC.

Joaquim Norberto de Sousa Silva (1820-1891). — Filho do Rio de Janeiro, nasceu em 1820, no mesmo ano de Macedo, e três anos antes de Gonçalves Dias e Dutra e Melo. Não se graduou em academia alguma; fez alguns estudos de Humanidades em sua cidade natal e meteu-se ainda moço no funcionalismo público, empregando-se na Secretaria do Ministério do Império.

Bem cedo jogou-se ao cultivo das letras e às lutas da imprensa.

É um dos brasileiros que mais escreveram e em esferas mais variadas.

Sua obra é uma das mais opulentas, e, em compensação, das mais confusas das produzidas neste país.

Daí certa dificuldade em bem tomar os traços fisionômicos e característicos do escritor.

Dividir é uma condição para bem compreender; devo praticá-lo com Joaquim Norberto. Sua vasta obra, parte publicada em livros, parte esparsa em jornais e revistas, pode sofrer a seguinte divisão: novela, teatro, poesia, crítica literária e história.

33. As Fatalidades da Dous Jovens, vol. 2.°, págs. 36 e segs. Rio de Janeiro, edição de 1874.

Será preciso juntar a isto a estatística; porque o primeiro trabalho que tivemos no gênero é devido à pena deste autor. Quero falar do Censo Geral do Império, escrito e organizado por Norberto Silva, na sua qualidade de empregado público. É produção de valor, merecedora de atenção e aqui desde já citada, por ser apta a dar uma das notas, um dos tons da fisionomia espiritual do notável fluminense: a paciência de esmiuçar, pesquisar, inquirir e verificar os detalhes.

Não é aí, porém, que vou fazer o centro da minha análise.

Das cinco regiões em que se manifestou a vida espiritual de Norberto, na esfera puramente literária, a novela e o teatro não são aquelas em que ele mais se distinguiu. Os poucos ensaios praticados por este lado devem ser considerados tentativas em gêneros para os quais o autor tinha pouquíssima aptidão. São produtos fracos, de leitura maçante, e hoje completamente esquecidos.

No conto e novela pouco mais publicou além do volume intitulado Romances e Novelas, aparecido em 1852 em Niterói, e d’0 Martírio de Tiradentes ou Frei José do Desterro, impresso trinta anos mais tarde, em 1882, no Rio de Janeiro. No teatro seus principais produtos são a tragédia Clitemnestra e o drama Amador Bueno. São obras de pequena monta, passos errados de um homem que procurava seu caminho. Tanto a tragédia, como o drama, são de 1843; desse tempo da puerícia do autor são também as narrativas reunidas no citado volume de 1852.

É na poesia, na história política e na história literária que mais acentuada se nos mostrará a feição do autor. Ainda nestas três esferas podem-se fazer divisões e reduções, tendentes a mostrar qual a especialidade em que foi ele mais eminente. Suponho que os seus maiores títulos estão nos trabalhos de história literária.

Ver-se-á, adiante. Por agora, e quanto antes, o poeta.

Na poesia a obra de Joaquim Norberto é das mais avultadas no Brasil. Sem falar de Clitemnestra, que é em verso, ele tem nada menos de cinco volumes de poesias: Modulações Poéticas, Dirceu de Marília, O Livro dos Meus Amores, Cantos Épicos, Flores Entre Espinhos, e possui espalhada em jornais e periódicos matéria para mais três ou quatro. A tanto deve montar o grande número de balatas, de canções americanas e doutras composições poéticas espalhadas por Norberto un peu partout. Já não falo nos grandes poemas que dizia possuir intitulados O Brasil e Os Palmares. Destes existem apenas fragmentos publicados; difícil se torna saber se os ultimou. Já não talo também nas promessas feitas pelo poeta de diversas coleções líricas sob a denominação de Novas Modulações Poéticas, Cancioneiro das Bandeiras ou Cantos Tradicionais dos Antigos Paulistas, e outras assim. Estas provavelmente nunca existiram. O escritor fluminense por certo trabalhou muito, um pouco demais talvez, mas foi também muito pródigo em promessas, e algumas delas irrealizáveis.

Onde foi, por exemplo, que Joaquim Norberto coligiu os Cantos Tradicionais dos antigos bandeirantes? Onde os encontrou? O autor era fácil nestas pequenas fraudes, capazes de iludir espíritos pouco perspicazes. Obedecendo a este sestro, deu as pretendidas respostas de Marília às liras de Gonzaga.

A mesma inspiração levou-o à insinuação de serem suas americanas cantos tradicionais dos nheengaçaras ou bardos do Brasil... Onde encontrou Norberto os nheengaçaras e os seus cantos?

Declínio da escolástica medieval, Ockham e Ockhamismo

88. DECADÊNCIA DA ESCOLÁSTICA — SUAS CAUSAS — O precioso legado intelectual do grande século bem depressa se tornou estéril nas mãos de herdeiros degenerados. A começar do século XIV, a escolástica decaiu rápida e incessantemente. As correntes contrárias favorecidas pelas circunstâncias foram tomando incremento e vigor, até invadirem e ocuparem, de todo, o campo que ela outrora havia tão brilhantemente defendido.GUILHERME OCKHAM (1295-1349), por isso denominado Venerabilis inceptor. Inglês de origem e franciscano, estudou em Oxford, entre 1312 e 1318 e veio depois para Paris onde se imiscuiu em discussões políticas, advogando as pretensões regalistas de Felipe o Belo e mais tarde de Luiz de Baviera contra Bonifácio VIII. Conta-se que ao príncipe bávaro dirigiu um dia o frade as arrogantes palavras: Imperator, defendas me gladio, ego te defendam calamo.

Início do cristianismo na Filosofia dos primeiros padres

Noções de História da Filosofia (1918) Manual do Padre Leonel Franca. PARTE III Terceira época – Filosofia patrística (Séc. I — Séc. IX) 48. CRISTIANISMO Ε FILOSOFIA — O advento do Cristianismo divide a história do pensamento, como a história da civilizarão, em duas partes inteiramente distintas. Jesus Cristo não se apresenta ao mundo como um … Ler mais

O Realismo do Conhecimento humano na gnosiologia Tomista

maravilhas das antigas civizações

O Realismo do Conhecimento humano na gnosiologia Tomista Adriano de Araujo   Monografia apresentada ao centro de ciências e humanidades da Universidade Presbiteriana Mackenzie como parte dos requisitos exigidos para a conclusão do Curso de Filosofia. ORIENTADOR: Prof. Dr.Orlando Bruno Linhares São Paulo 2007   AGRADECIMENTOS A Deus pela providência que lhe convém, razão pela … Ler mais

OS COMEÇOS DA FILOSOFIA PATRÍSTICA – História da Filosofia na Idade Média

HISTÓRIA DA FILOSOFIA NA IDADE MÉDIA Johannes HIRSCHBERGER Fonte: Ed. Herder Trad. Alexandre Correia Índice Prolegômenos Filosofia Patrística O Cristianismo Nascente e a Filosofia Antiga Os Começos da Filosofia Patrística Agostinho: O Mestre do Ocidente Boécio: O Último Romano Dionísio Pseudo-Areopagita Fim da Patrística A Filosofia Escolástica Generalidades A Primitiva Escolástica Origens Anselmo de Cantuária … Ler mais

A ESCOLÁSTICA POSTERIOR – História da Filosofia na Idade Média

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cap. 19 – O Idealismo depois de Kant – Fundamentos de Filosofia de Manuel Morente

Fundamentos de Filosofia de Manuel Garcia MorenteLições Preliminares Lição XIX O IDEALISMO DEPOIS DE KANT 161. REALISMO E IDEALISMO. — 162. O «EM SI» COMO ABSOLUTO INCONDI-CIONADO. — 163. PRIMAZIA DA MORAL. — 104. A FILOSOFIA PÓS-KANTISTA. — 165. FICHTE E O EU ABSOLUTO. — 166. SCHELLING E A IDENTIDADE ABSOLUTA. — 167. HEGEL E … Ler mais