FENÍCIOS: RESUMO

Dr. Aluísio Telles de Meirelles.

Fonte: Manual do Executivo. 
Novo Brasil editora brasileira.

FENÍCIOS: RESUMO, SOCIEDADE, POLÍTICA, COMÉRCIO E LOCALIZAÇÃO

À medida que tais povos foram se elevando até uma etapa cultural mais avançada, o comércio de trocas foi adquirindo maior amplitude, aplicando-se a um número cada vez maior de produtos mercantis.

O comércio da antigüidade ocupava um setor relativamente insignificante da vida econômica, limitando-se, em sua maior parte aos artigos de luxo, o que se explica pela dificuldade dos transportes, naquela época, feito por carruagens, animais de carga ou por mar com pequenos botes a remo e barcos a vela.

Os egípcios figuram entre os povos mercantis mais antigos. Ao lado da agricultura, naturalmente destinada a ser a ocupação nacional, a indústria egípcia conseguiu alcançar naquela época um nível relativamente elevado. Fabricavam tecidos com o linho cultivado, confeccionavam artigos de várias espécies e transformavam as qualidades mais finas em magníficos panos bordados, que eram empregados como ornamentos sacerdotais.

Fabricavam ainda objetos de cristal, imitações de pedras preciosas de várias côres, com as quais abasteciam as tribos negras. Eram igualmente muito procurados e afamados certos utensílios, artisticamente confeccionados de madeira, couro e metal, assim como as porcelanas e vasos de argila.

Surge assim o Egito, desde remotas épocas, como um centro cultural de indústrias diversas, que juntamente com os cereais, eram solicitados pelos países vizinhos.

O Nilo, mesmo no período da sêca era navegável e os canais que sulcacam o país contribuíram para intensificar o tráfego de mercadorias pelo interior, o que já não acontecia com o tráfego marítimo, para êles de pouca importância.

 

A falta de madeiras, os preceitos sacerdotais, serviram de estímulo à aversão que o povo egípcio sentia pela água. Havia ainda o intercâmbio progressivo com os fenícios que traziam para trocar por produtos egípcios, vinho e azeite, madeiras, âmbar e, principalmente as matérias que serviam para embalsamar os cadáveres: óleo de cedro, asfalto, ládano, bálsamo e outras espécies resinosas.

Cêrca do ano 600 antes de Cristo o Egito abriu seus portos aos navegantes gregos, tornando-se daí por diante um dos principais núcleos do comércio mundial da antigüidade.

O princípio de divisão do trabalho, iniciou-se logo também na Babilônia, o artesão diferenciando-se do camponês, a atividade industrial passando a ser uma forma habitual de vida, ao lado da agricultura.

No entanto, convém observar-se que tanto no Egito

como na Babilônia, o centro da gravidade da vida econômica ora constituído pela agricultura. A indústria e comércio ocupavam sempre um segundo plano.

Quanto aos fenícios, esse foi o povo mais antigo que achou na Indústria e no comércio seu principal interesse  econômico Foram educados para a navegação e o comércio marítimo. O solo de seu país pela escassa fecundidade  do solo, oferecia à agricultura escasso rendimento,  daí considerarem os seus habitantes, desde épocas muito remotas, o mar como fonte de seu sustento. O mar foi, sem dúvida, o elemento étnico dos fenícios.

Também foi de grande ajuda as matas de cedro do Líbano, as  quais forneciam madeiras para a construção de naves. Situada em frente aos países fecundos da bacia do Mediterrâneo e tendo ao lado as regiões de maior desenvolvimento cultural e industrial, a Fenícia, por sua posição geográfica estava mesmo destinada a servir de ponto central ao comércio da época.

O povo fenício, perspicaz, ativo e laborioso, muito ambicioso, soube explorar com êxito as vantagens de sua situação natural e atrair gradativamente para o seu raio de ação mercantil todos os povos das costas mediterrâneas.

Desde o aparecimento dos gregos no Mediterrâneo, os fenícios foram, na realidade, os donos do tráfico mercantil, embora os produtos que comerciavam fossem de origem babilónica e egípcia.

No entanto, o círculo mercantil dos fenícios alcançava territórios muito mais reduzidos do que até agora supostos. Navegantes isolados puderam chegar às costas do Mar Vermelho, às Ilhas Canárias e outros pontos mais ou menos distantes. Cádiz, na península ibérica, é a colônia fenícia mais avançada que se conhece.

O tráfico mercantil fenício ficou assim reduzido ao mar Mediterrâneo e talvez à sua parte oriental. Igualmente a importância da colonização fenícia deve ser reduzida às suas verdadeiras proporções. É fácil deduzir–se que esta estreita zona do litoral sírio não poderia enviar grandes massas humanas para a colonização de povos estranhos.

As colônias fenícias se reduziam apenas a feitorias e depósitos de víveres ou ainda a pequenos núcleos de populações estabelecidas em ilhotas próximas às costas, ou ainda em línguas de terra que pudessem ser facilmente defendidas.

Entre os pontos avançados para o tráfico mercantil, os fenícios possuíam Marselha, na costa meridional da

França, onde recolhiam os mercadores o âmbar, que era enviado do Vístula para o Sul, seguindo primeiramente por terra até alcançar o mar do Norte.

Com respeito às criações industriais dos fenícios, poucos são os inventos realmente deles, com exceção dos trabalhos em metal, um dos principais estímulos de suas empresas mercantis. Tais objetos eram muito apreciados pelos povos orientais de elevada cultura, para os quais faltavam, então, o ouro e a prata.

Produziam ouro certas regiões do Mediterrâneo, es-|pecialmente a Trácia e a ilha de Tasos; a prata era extraída exclusivamente das minas espanholas; o estanho utilizado para endurecer o cobre de Chipre, era adquirido em Tartesos.

Essas reservas metálicas chegadas sempre à Fenícia, explicam porque a elaboração de objetos em metal alcançassem entre eles relativa perfeição.

Estudos posteriores, com base nos achados efetuados em Chipre e em outras localidades, vieram revelar que os fenícios, na realidade não inventaram nada; limitavam-se apenas a imitar com certa arte os motivos egípcios, pois a maioria dos objetos descobertos que se supõem trabalhos fenícios, reflete inequivocamente motivos egípcios.

Igualmente, o feitio de diversos utensílios domés-t icos e ainda os trabalhos em marfim que os fenícios fabricavam com perfeição, traziam a marca da técnica e os temas ornamentais inconfundivelmente egípcios.

A invenção do vidro foi, durante muito tempo, atribuída aos fenícios, quando, na realidade a confecção dos objetos de vidro foi inventada pelos egípcios, que a transmitiram depois aos fenícios.

Em compensação, foram os fenícios insuperáveis na preparação da púrpura. Como o líquido extraído das conchas de púrpura era de tonalidade diferente, segundo os diversos mares, distinguiam-se os tecidos dos fenícios pela diversidade do seu colorido e também pelos seus maravilhosos reflexos, cambiantes à luz.

Naquela época, em toda a Ásia, imperava um luxo assombroso em tecidos de púrpura. Vestir roupas dessa classe representava nobreza. Assim, as vestes de púrpura passaram a ser usadas também no Ocidente, sendo aí consideradas símbolos de dignidade real.

A perspicácia com que os fenícios conseguiam perceber as diferentes modas e costumes dos povos por êles visitados e a presteza com que souberam levar ao estrangeiro as matérias-primas e os produtos de diversos países, formam a base para se avaliar a importância que os fenícios possuem na história do comércio no mundo.

Com efeito, nada houve de interesse a que não se aplicasse a sagacidade do mercador fenício e seu comércio abrangeu todas as mercadorias do tráfico mundial daquela época.

Todo comércio ficou então centralizado em suas mãos. Não ficou só nisso a sagacidade desse povo admirável : aos artigos trazidos de países longínquos associavam lendas de serpentes aladas 8 gigantescos pássaros ve-nerosos. As lendas do canto das sereias ou dos Ciclopes, em cujo país não se podia desembarcar sem perigo de morte, representam relatos fantásticos dos mercadores expulsos que querem impedir aos seus clientes que façam por sua conta a viagem aos exóticos tesouros.

Assim aparecia o Oriente aos olhos dos povos ocidentais como um fabuloso país de maravilhas, de cuja entrada só os fenícios possuíam a chave, o fim do mundo, envolto em enigmática obscuridade.

Como mestres na navegação, não existe qualquer dúvida de que deram tal impulso ao tráfico marítimo no Mediterrâneo, que foram nele os primeiros portadores de cultura, difundindo as invenções feitas pelo Egito e Àsia. Concentraram em suas mãos todo o comércio mundial daquela época e na história dos grandes monopólios mercantis, o modo de proceder dos fenícios foi Considerado como digno de exemplo por vários séculos.

Quando, entretanto, outro povo teve a ousadia de pfocurar por sua conta e risco, as mercadorias que até então eram recebidas por intermédio dos fenícios, rompeu-se a hegemonia mercantil. Tais competidores, os herdeiros do comércio fenício, foram os gregos.

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