HANA-SAKA-JIJII
(O homem que fazia desabrochar as árvores mortas)
HÁ MUITO, muito tempo, havia um bom velhinho e sua esposa, que tinham como companhia um cão muito estimado por eles. Um dia, aquele cão foi para o jardim, e ali começou a latir e a sacudir a cauda em determinado ponto, insistentemente. Os velhinhos puseram-se a cavar ali e encontraram ouro e prata e muitas outras coisas preciosas.
Tinham eles vizinhos que eram perversos e cobiçosos. Quando esses vizinhos tiveram notícia do ocorrido, pediram o cão emprestado. Levaram-no para sua casa, ofereceram-lhe várias gulodices e pediram-lhe que lhes mostrasse um lugar onde houvesse tesouros.
Mas o cão, que fora perversamente tratado por eles em tempos idos, não quis comer coisa alguma. Os velhos ficaram zangados, amarraram-no com uma corda, pelo pescoço, e puxaram-no para o jardim. Tudo em vão. Finalmente, porém, o cão parou e pôs-se a olfatear determinado ponto. Os ambiciosos mais que depressa desataram a cavar a terra ali,
mas só encontraram imundície e carniça, a ponto de precisarem fugir, tapando o nariz. Furiosos com aquele desapontamento, mataram o cão.
O bom ancião que o emprestara, não o vendo voltar, foi indagar sobre o paradeiro do animal, recebendo como resposta que ele fora morto e estava enterrado junto às raízes de um pinheiro. Tomado de grande tristeza, o pobre homem, que muito amava seu cão, foi levar comida à sepultura dele, queimando ali incenso e adornando-a com flores.
Mas sua honestidade e virtude depressa foram recompensadas, pois o cachorro apareceu-lhe em sonhos e disse-lhe:
"Faze com que o pinheiro, sob o qual estou enterrado, seja posto abaixo, e da madeira dele fabrica um almofariz, que usarás."
O velho fêz o que lhe recomendava seu cão, e — que espanto! — quando socava seu arroz naquele almofariz, os grãos transformavam-se em moedas de ouro, pequenas e grandes.
Claro está que os maldosos vizinhos logo tiveram conhecimento do caso e mais que depressa pediram o almofariz emprestado. Quando foram usá-lo, porém, todo o seu arroz transformou-se em imundície. Furiosos, partiram o objeto precioso, queimando-o depois.
Pela segunda vez o cão apareceu em sonhos ao velho dono, e contou-lhe o que acontecera ao almofariz. Disse–lhe, porém, que se ele conseguisse reunir as cinzas do objeto tão vilmente destruído, poderia, atirando uma pitada daquela cinza sobre uma árvore murcha, devolver-lhe a vida, fazendo-a desabrochar e frutificar novamente.
Tendo conseguido trazer para a sua casa um punhado das cinzas mágicas, o velho experimentou atirar uma pitada sobre a cerejeira morta de seu pomar. Imediatamente ela começou a brotar, cobriu-se de flores côr-de-rosa, anunciando a proximidade dos belos frutos tão queridos. Diante daquilo o velho começou a percorrer a região, fazendo-se conhecer como o ancião que tinha o poder de restituir a vida às árvores mortas.
Certo daimyo — barão feudal — teve conhecimento daquilo e mandou chamar o velho, que lhe mostrou seu poder, fazendo desabrochar uma ameixeira morta e cobrindo de flôres várias cerejeiras murchas. Vendo aquilo, o daimyo deu-lhe altas recompensas e o ancião voltou para casa, muito feliz e própero.
Mais uma vez os maldosos vizinhos quiseram compartilhar da boa sorte dele. O homem mau reuniu todo o resto da cinza do almofariz que havia ficado em casa e levou-a numa cesta para a cidade mais próxima, anunciando-se como o velho que tinha o poder de restituir a vida às árvores mortas, e cobri–las de flores.
Vendo o senhor das terras que vinha pelo caminho, acompanhado de seu séquito, subiu depressa a uma árvore morta que ficava à beira da estrada. Os homens do séquito do senhor daquela cidade vieram à frente, exigindo que o ancião descesse da árvore, pois ninguém devia olhar para seu senhor de uma posição mais alta do que a dele.
O velho, contudo, insistiu em sua mentira, dando-se como mágico das árvores, o verdadeiro Hana-Saka-Jijii e, assim, permitiram-lhe que mostrasse sua habilidade.
Quando êle espalhou a cinza, porém, nem um só renovo ou gomo apareceu. Entretanto, tendo o vento soprado a cinza, eis que ela entra pelos olhos e pela boca do daimyo.
Furiosos, os homens da comitiva apoderaram-se do ambicioso velho intrujão e deram-lhe tremenda surra.
Fonte: Maravilhas do conto popular. Adaptação de Nair Lacerda. Cultrix, 1960.
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