Magnificência 1) dos triunfos 2) romanos
A. F. de Castilho.
A maior ostentação de grandeza e majestade que se viu neste mundo, e uma das três que Santo Agostinho 3) desejara ver, foi a pompa e magnificência dos triunfos romanos. Entravam por uma ias portas da cidade; naquele tempo, vastíssima, encaminhados longamente ao Capitólio 4) ; precediam 5) os soldados vencedores com aclamações; seguiam-se representadas ao natural as cidades vencidas, as montanhas inacessíveis escaladas, os rios caudalosos vadeados com pontes; as fortalezas e armas dos inimigos e as máquinas com que foram expugnadas; em grande número de carros os despojos e riquezas e tudo o raro e admirável das regiões novamente sujeitas; depois de tudo isto a multidão dos cativos, e talvez os mesmos reis manietados °) ; e por fim, em carroça de ouro e pedraria, tirada por elefantes, tigres ou leões domados, o famoso triunfador… Enquanto esta grande procissão, que assim lhe chama Sêneca [1]), caminhava, estavam as ruas, as praças, os palanques, que para êste fim se faziam, cobertos de infinita gente, todos a ver. 7);
2) Triunfos — eram as honras tributadas ao general romano à sua entrada em Roma, depois de alguma vitória brilhante ou de uma importante conquista. Estas honras eram decretadas pelo Senado.
3) Santo Agostinho — santo padre e um dos maiores doutores da Igreja (354-430).
4) Capitólio — templo dedicado a Júpiter e cidadela no monte Capitolino; ali eram coroados os triunfadores.
5) Que diferença há entre preceder e proceder?_
6) manietados ou maniatados.
7) Veja-se a nota 2) e 3) à pág. 19.
E, se Diógenes então perguntasse quais eram os que passavam: se os do triunfo, se os que os estavam vendo, não há dúvida que pareceria a pergunta digna de riso. Mas o certo é que tanto os da procissão e do triunfo, como os que das janelas e palanques os estavam vendo, uns e outros igualmente passavum, porque a vida e o tempo nunca param; e, ou indo ou estando, ou caminhando ou parados, todos sempre e com igual velocidade passamos.
: (ldem).
3) Cujos são? = de quem são? No português arcaico médio empregava-se cujo como pronome interrogativo, conservado ainda no provérbio
— O gato sabe cujas barbas lambe. Em Bernardes (Nova Flor. I. 328) lemos: D. João de Castro… viu um jubão riquíssimo… e perguntou cujo era. — Não achando outro lugar, me estendi no mesmo jazigo, sem saber cujo era o corpo (Ibid. V. 7). Esta construção caiu em desuso.
[1] Sêneca — filósofo e orador romano (ano 5 antes de Cr. — 65 dep. de Cr.).
[2] As faces sumidas, os olhos encovados, as sobrancelhas caídas… construção elegante, subentende-se a prepos. com.
[3] nem — e sem.
Fonte: Seleta em Prosa e Verso dos melhores autores brasileiros e portugueses por Alfredo Clemente Pinto. (1883) 53ª edição. Livraria Selbach.
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