Miguel (admin)

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  • Mileto, você tocou num ponto interessante sobre a nossa própria identidade, a questão do “eu”:

    “Nossas máscaras caíram?
    Jacques Derrida perguntaria: Mas você não esperaria que fossem aparecer os rostos verdadeiros, não é?
    Esse sujeito original que estaria por trás da máscara não passa de ilusão. É a ilusão de poder dizer: Ah! Esse é você, sei exatamente quem você é e o que você pensa!
    Nem eu me conheço assim, tão bem…”
    -postado por Mileto em domingo, 04 de Setembro de 2005-8:52 pm

    Outro ponto interessante:

    Eu tinha perguntado:
    Devemos “rasgar os nossos rascunhos” e reescrever, para fugirmos dos conceitos mais superficiais, fugir de nossas primeiras idéias, pois elas não nos representam, e sim representam uma ideologia cristalizada? Ou a primeira palavra é o que vale, pois, por ser superficial, ela é nossa verdadeira identidade, e se “rasgamos o racunho”, estamos nos mascarando, usando um mecanismo de defesa para esconder nossa identidade atrás de pensamentos exibidos com mais cuidado?- postado por mim.

    Mileto em resposta postou: “Freud diria que o que vale é a primeira palavra, o rascunho, os descuidos…”

    Concordo com ele, e também concordo o seguinte:

    Gustavo Bernardo, em seu livro Redação Inquieta, diz que as primeiras palavras parecem nossas, mas as segundas e terceiras o serão muito mais. É preciso rasgar a superfície onde as ideologias estão critalizadas.
    Acho que ambos os pensadores (Freud e Bernardo) estão corretos, é apenas uma questão de contexto, de onde se aplica um e outro.

    Isso eu gostaria de discutir:

    Tentar definir: Quando e onde devemos ser “rascunho, espontaneo, original, descuidado” como dizia Freud, e quando e onde devemos ser “sintetizado, metódico, revisado, cauteloso” como diz Bernardo ?

    Considero esta uma questão interessante.

    Você tinha afirmado que usaria “citações na língua original, para não haver distorções semânticas”
    Eu concordei que existem essas distorções, mas afirmei que o fato de ocorrem distorções não são justifica para você postar coisas no original sem que acompanhe tradução.

    Por isso eu perguntei se você lia os originais ou as traduções. Eu tentei, deste modo, demonstrar a você que a justificativa que você apresentou não tinha fundamento.

    Ou seja: SE nas traduções ocorrem distorção de modo que prejudique a interpretação, e SE isso justifica você postar somente no original, então você deveria ler somente os originais, pois segundo sua própria justificativa, SE você não ler o original do Platão, o original do Sartre, etc, você estaria lendo apenas textos distorcidos.

    E depois eu tentei demonstrar que essas distorções, apesar de ocorrerem, não prejudicam o sentido no caso de textos jornalísticos, filosóficos e científicos (pela própria natureza do tipo de texto). Por essa razão, não se justifica postar no original do modo como você tentou justificar.

    Já na poesia, com a tradução o sentido se altera sim e o significado se perde.

    Então, acho que quando forem textos filosóficos, científicos, jornalísticos, não há justificativa para postar em idioma estrangeiro (a não ser que não haja uma versão do mesmo texto em português)
    Já no caso de piadas, poemas, etc, acho que deve haver o original mas sempre acompanhado da tradução para que o leitor faça ele mesmo as devidas comparações entre o original e o traduzido. Na minha opinião, isso é bom senso, porque postar unicamente no original em idioma estrangeiro não acresenta em nada, nem pra mais, nem pra menos.

    Essa é minha opinião, mas quem quiser postar somente em idioma estrangeiro fique a vontade. A escolha é de cada um (ou será da ideologia ?).

    em resposta a: O Irracionalismo #80222

    “Prefiro ser ignorante a ser fundamentalista, pseudorevolucionário, doutrinador hipócrita, totalitário fanático, etc…”

    Mileto, eu não disse que você era ignorante. Quem sou eu para dizer isso? O que eu realmente disse é que aquela sua opinião era ignorante, e disse isso apenas porque você não apresentou dados que sustentem aquela opinião específica.
    A impressão que você passa é que você não está pensando por você mesmo, você está apenas reproduzindo idéias do senso comum. Idéias essas que nós reproduzimos e aceitamos sem analisa-las, pois aparentemente representam a verdade, visto que são frutos da experiência cotidiana direta (porém essas idéias não consideram fatores históricos, análises mais profundas, etc) Isso é mais ou menos, o que representa a ideologia.
    Não sou o profundo conhecedor de tudo, muito pelo contrário: eu li, pesquisei e postei alguns dados interessantes. E você só me criticou, mas sem apresentar justificativas. Além disso, você não demonstra ter conhecimento do que critica (Marx) por isso lhe sugeri tantas vezes que o leia. Você poderá achar pontos maravilhosos no marxismo e outros dignos de crítica e revisão. Aí sim, o debate vai pra frente.

    Sobre as teorias:
    O capitalismo ideal, ou teoria capitalista nasceu com os pensadores iluministas e prosseguiu com o positivismo e o idealismo de Max Weber. Adam Smith talvez seja o maior representante dos “teóricos capitalistas”.
    As teorias comunistas e anarquistas existiam antes mesmo de Marx. Ele e Engels formularam o socialismo científico e tornaram-se críticos das utopias. Também analisaram profundamente as contradições do capitalismo.
    A diferença entre a teoria capitalista e a teoria socialista (não só a de Marx, mas todas) é que o capitalismo já nasceu com a essência de acumulação de riquezas pela minoria burguesa, exploração do trabalho (mais valia) e nenhuma preocupação social. A frase que melhor caracterizaria a essência do pensamento capitalista seria “cada um por si e Deus contra todos”.
    O socialismo/comunismo/anarquismo já nasceram como teorias anti-capitalistas e visavam exclusivamente atender os anseios da população, fazer justiça social, distribuição de renda etc. Isso pode ser um sonho, mas o fato é que eles pelo menos sonham, enquanto a teoria capitalista já é de fato isso que nós vemos.
    Então concordo que você critique Fidel, Stalin, Mao, etc. Mas o comunismo como teoria é muito melhor do que o capitalismo teoria ou prática.

    O modo marxista de atingir o comunismo seria inicialmente pela revolta armada e pela ditadura do proletariado. Por que? Simplesmente porque na época as democracias não eram ainda fortes como hoje (hoje melhorou um pouco), logo, o único modo de chegar ao poder seria esse mesmo- a ditadura.
    Mas não se engane com o nome. Se você ler sobre a ditadura do proletariado vai constatar que na verdade ela se tornaria uma democracia justa, com participação de todos (todos mesmo). Isso que estou falando é a teoria, eu sei que não aconteceu assim, mas deveria ser assim.
    Contudo, o ponto principal em Marx é acabar com a propriedade privada. O que isso significa? Significa que as indústrias, empresas, portos, ferrovias, etc pertenceriam ao povo. Daí vem o nome socialismo (=seria uma verdadeira sociedade unida e forte). Semelhante talvez as sociedades tribais indígenas (eu sei que essa visão é um pouco romanceada, mas não estou dizendo que seria tudo um mar de rosas). Já o comunismo (=uma comunidade de todos para todos) seria a etapa final do socialismo, onde cada pessoa trabalharia de acordo com sua capacidade e receberia de acordo com sua necessidade. Tanto o socialismo, quanto o comunismo, são regimes que pregam a liberdade e a justiça social. As teorias socialistas e comunistas dizem isso, já a teoria capitalista é em sua essência injusta, exploradora e contraditória (o capitalismo é auto-destrutivo por excelência. Ele já foi inventado de modo que a economia esporadicamente entra em colapso, gerando inicialmente desemprego e por último, se não se arrumar, guerra)
    O anarquismo prega a liberdade e crê que o poder corrompe, por isso prega a sociedade sem governo. Na minha opinião, se todos os anarquistas, comunistas, marxistas, socialistas, etc entrassem num consenso, eles teriam muito mais força para alcançar esse sonho, esse ideal de humanidade que todos eles pregam.

    O marxismo tem a necessidade de ser revisado. O Marx era dialético, e sua teoria também, por isso ele concordaria com essa idéia de revisão. O marxista real não é aquele que lê Marx, é aquele que o analisa e faz uma síntese de sua teoria. Mas observe que sintetizar é diferente de distorcer. Althusser, Adorno, Lênin, Gramsci, Lukács, por exemplo, fizeram uma síntese de Marx. Porém, a maioria deles não se ateve ao ponto mais importante da teoria marxista- o seu método científico (materialista, dialético e histórico). Alguns marxistas se tornaram especuladores (como Althusser) e não cientistas políticos, outros se tornaram heterodoxos e especulativos (Adorno), e outros distorceram para algo totalmente diferente (Lênin). A teoria leninista não lembra Marx, ela tem a ver com o socialismo, mas não com Marx. Como eu já disse, cada teórico inventa um tipo de socialismo, por isso é errado atribuir o socialismo exclusivamente a Marx. Não confundir marxismo com socialismo. Marx descreveu um socialismo dentre os vários que vieram antes e depois dele. Em comum, todos esses teóricos citados por mim tem a inspiração que veio de Marx, inclusive alguns anarquistas, mas o que sei até o momento é que cada um foi para um lado.
    Por isso eu repito que ao invés de criticar tanto e se dividirem em grupos cada vez mais numerosos, todos os pensadores de esquerda deveriam determinar um objetivo comum e traçar o caminho para atingir esse objetivo. Mas como fazer isso sem impor idéias? Como conscientizar as pessoas? Como fazer com que todos se unam em torno de um objetivo comum? Essa é a parte difícil. Primeiro, todo mundo tem que querer, mas consenso é a coisa mais difícil de se obter.

    “O fato de que o sistema capitalista, na prática, esteja sujeito à terríveis conflitos e contradições não quer dizer que a culpa seja do capitalismo em si”.
    -Discordo totalmente e já tentei explicar de varias formas diferentes. Essa contradição do capitalismo é de sua essência e não de uma deformação.

    “A sua argumentação e a do Renan é extremamente falaciosa nesse sentido, porque enfatiza os defeitos que não são exclusividades do capitalismo.”
    -Sim, a guerra, a injustiça, a fome não são exclusividades do capitalismo. Esses problemas ocorrem e ocorreram em diversos sistemas. Mas isso não quer dizer que o capitalismo não seja contraditório em si. Ele é contraditório em si mesmo e sempre haverá a guerra, a injustiça, a exploração e fome no capitalismo pois ele é necessariamente assim. Já as teorias de esquerda seriam no mínimo uma esperança.

    Adam Smith acreditava que a economia se auto regularia, sendo uma economia liberal (sem controle estatal). Mas onde há propriedade privada, há necessariamente exploração do trabalho. Onde há propriedade privada, há necessariamente interesses particulares. Porém, para evitar que os proprietários se destruíssem (através da concorrência e lutas entre si) e para evitar que os trabalhadores destruíssem a propriedade privada, os burgueses institucionalizaram o poder e criaram o Estado. Este, como poder invisível e impessoal, e com força para reprimir e julgar (exercito, policia, Justiça), tornaria muito mais difícil qualquer movimentação popular em torno da igualdade, do fim da exploração, etc. O Estado só foi criado para defender os interesses dos proprietários (leia em Marilena Chauí- Convite a Filosofia- a parte que fala sobre ideologia, e gênese do Estado, é fácil de achar e de entender). Todavia o ideal é ler livros mais aprofundados sobre o materialismo histórico. Tenho a convicção que qualquer pessoa que ler, vai gostar muito da teoria.

    Por isso, concordo com os anarquistas (acabar com o Estado) e com os marxistas (acabar com a propriedade privada) se o objetivo for atingir o ideal de justiça social. No capitalismo não dá para atingir esse ideal, pois o capitalismo só existe com o Estado e a propriedade privada (essencialmente e necessariamente).

    “…distorções, as quais, no meu entendimento, poderiam perfeitamente ocorrer dentro de um estado marxista…”
    -Sim, concordo, não só poderiam perfeitamente ocorrer como já ocorrem algumas vezes (só não foi tanto como quanto a gente costuma ouvir por aí).

    Não posso deixar de ser o que sou: como Górgias, Protágoras e Parmênides, sou sofista

    em resposta a: O Irracionalismo #80221

    por exemplo mikhail bakunin e joseph proudhon foram pensadores que viveram na mesma epoca que marx e ja criticavam ideias como a da ditadura do proletariado entre muitas outras…..

    O capitalismo ideal é tão real quanto o marxismo, não passam de idéias…

    O fato de que o sistema capitalista, na prática, esteja sujeito à terríveis conflitos e contradições não quer dizer que a culpa seja do capitalismo em si. A sua argumentação e a do Renan é extremamente falaciosa nesse sentido, porque enfatiza os defeitos que não são exclusividades do capitalismo.

    O que deve ser criticado, na minha opinião, não é o capitalismo em si, mas os fatores que propiciam as distorções dos princípios democráticos dentro do capitalismo – distorções, as quais, no meu entendimento, poderiam perfeitamente ocorrer dentro de um estado marxista…

    em resposta a: Filosofia Oriental #80117

    Oi…
    Se persarmos que todas as “filosofias” orientais são realmente filosofias, jamais entenderemos, não elas, mas a realidade…
    Achar que Budismo, por exemplo, possa ser entendido através da linguagem, ou seja, do pensamento, é caminhar para longe da iluminação.
    Caminhar para a própria iluminação, e caminhar para longe dela…
    Abraço!

    em resposta a: O que voces acham desse fichamento? #78048

    Olá,

    Parece que essa coisa do fichamento é uma dificuldade recorrente que vez por outra reaparece aqui. Não sei se já existe algum material sobre o tema, algum tipo de “metodologia” específica para confecção de fichamentos de leitura, então resolvi me arriscar na tentativa de elaborar algum material de ajuda para aqueles que estão envolvidos essa tarefa. Quem sabe ajude alguém:

    PS: sou devedor de alguns bons professores que tive, fica marcada a minha gratidão.

    1 – Antes de começar…

    • O ideal, antes de fazer um fichamento qualquer, é “preparar o terreno” fazendo uma boa leitura inicial do material, para ter uma idéia do terreno em que se está pisando.
    • Será um ótimo sinal se já surgirem daí aqueles “grandes achados” (idéias que nos soam como novas ou antigas idéias que reaparecem rejuvenescidas); anote-as, pois de outra forma se esquecerá delas e só perderá com isso.
    • Da mesma forma, perguntas ou dúvidas que surgem durante ou depois da leitura são importantes; tente anotá-las, pois são um tesouro precioso para quem estuda. Cabe ao leitor decidir, exercitando o seu bom senso, se convém interromper a leitura por um breve momento para esclarecimento daquela dúvida, ou se a dúvida pode esperar até o final da leitura do texto. Esse costuma ser o caso, esperar, quando o entendimento do texto não é comprometido pela dúvida e quando aquela dúvida vai exigir um esforço maior de estudo. Em todo caso, seja como for, anote a dúvida.
    • Procure enriquecer sua compreensão fazendo uma pesquisa sobre o texto em algum material de comentadores, busque nas enciclopédias ou mesmo na internet. Abra seus horizontes para ter uma visão melhor das conexões entre o que foi lido e o “mundo”.
    • FINALMENTE: releia o texto novamente e vá fazendo o fichamento enquanto relê.
    • Partilhe, troque idéias! Um texto não é um bicho morto para ser dissecado. Dificilmente alguém que leu entendeu tudo que havia para entender, procure debater com quem viu algo diferente, de uma mesma fonte pode nascer bichos diferentes. Um bom texto é um bicho vivo, e grávido.

    2 – Tipos de fichamento

    Fichamento bibliográfico:
    — indicar com clareza o autor e o livro em questão
    — indicar se alguém importante já fez uma resenha sobre o livro
    — indicar o objetivo, tema central e a natureza do livro
    — passar todos os capítulos e indicar a sua idéia central

    Fichamento temático:
    — escolha um tema central do livro
    — apresente um panorama do tema com recurso a outras fontes
    — indique os sentidos do tema na obra analisada

    Fichamento de autor:
    — apresente dados bibliográficos do autor
    — apresente as principais obras do autor se for possível, (1) faça um breve comentário sobre cada uma delas, (2) mostre como se encaixam dentro da evolução do pensamento do autor, (3) mostre quais as questões chaves tratadas em cada obra, etc.
    — apresente um quadro geral da sua obra completa se for possível, (1) destaque as questões principais que o incomodavam, (2) enumere quais as suas maiores contribuições, (3) mostre aquilo que ficou faltando ou aberturas que geraram novas discussões depois.

    3 – Tipos de atitude diante da leitura

    Fechamento:
    — “eu já tenho uma posição definida, vou ler esse autor chato e esse texto ultrapassado só para dar uma olhada, duvido que vá aprender algo” E está certíssimo, eu tb duvido que vc vá aprender alguma coisa.

    Reducionismo:
    — nega que toda moeda tem dois lados, faz uma leitura de forma submissa ou dominadora, concordando totalmente ou discordando completamente do autor. Revela uma dificuldade ou incapacidade de manter a identidade e de reconhecer a diferença. Uma posição tem sempre que absorver ou ser absorvida por outra. O autor tem sempre que ser um herói ou um vilão.

    Estreitamento:
    — se prende ao texto escrito, não consegue se libertar dos sinais gráficos, não consegue estabelecer conexões, nem entender que leitura também se faz do mundo, da história, dos contextos sociais e individuais. Os textos parecem sempre comunicar coisas distantes, tudo cheira a mofo, coisas velhas e passadas, trivialidade, teorias abstratas sem sentido… É um sintoma grave: procure uma biblioteca urgente e marque uma consulta, peça uma receita de bons livros para curar essa anemia cultural.

    Dialética e crítica mútua:
    — reconhece que a história muda, que uma mesma imagem não vale para todo caso, que tudo está em relação ciência-religião-filosofia-sociedade-arte-literatura; pretende manter a identidade própria mas também procura reconhecer as diferenças e dialogar com elas. É a atitude do verdadeiro filósofo.

    4 – Como fichar

    Não existe um modo único para fazer fichamentos, o modo pode variar bastante de acordo com a obra analisada, essa talvez seja a dificuldade principal em que esbarram aqueles que buscam um “roteiro esquemático”.

    Acho, contudo, que, ao invés de encarar isso como um problema, os interessados deveriam se sentir até aliviados. Os pontos chaves eu tentei enumerar acima, quanto a forma e o conteúdo, ficam a critério da criatividade e da capacidade de leitura e escrita de cada um.


    Pensei em reescrever aqui, a título de exemplo, o fichamento do texto de Kant “O que é o esclarecimento?”. Depois dei uma olhada na net e percebi que esse texto é trabalho escolar em muitas disciplinas de filosofia. Preferi então colaborar para o processo de maioridade de muitos e desisti do projeto. Por outro lado, se o que escrevi acima ajudou alguém, ou se quiserem trocar idéias sobre, estejam a vontade.

    Abraços.

    Oi, pessoal.
    Toda este debate sobre “que somos nós”, “lingua original ou tradução”, não terá fundamento se todos vocês realmente não estiverem falando a mesma “língua”…
    Que tal deixarmos nosso ego de lado, e nos concentrarmos em construir nossas verdades, sem sermos sofistas…
    Abraço forte!

    em resposta a: O Irracionalismo #80219

    “vc ja me viu criticando marx em outros topicos……eu discordo de algumas coisas q marx escreveu e principalmente discordo dos regimes pseudo comunistas q existiram e existem, Cuba ñ é comunista e nunca foi, nem a URSS.” – Nahuina.

    Só que tem um porém: se a China, a URSS e Cuba não são regimes marxistas, então, o capitalismo ideal também não tem nada a ver com o que o Renan está criticando.

    Quero dizer, o problema do Brasil não é o fato de ser capitalista. Poderíamos muito bem ser um país capitalista sem a existência de toda essa miséria.

    Agora, você há de convir comigo que a linguagem de Marx já está meio caduca, não é mesmo?

    Expressões do tipo “ditadura do proletariado” e “religião é o ópio do povo” não condizem mais com os ideais democráticos da ciência política contemporânea, não acha?

    Qual é o ponto? Que diferença faz se eu costumo ler os originais ou as traduções? O que isso tem a ver com o que eu postei?

    Você perdeu completamente o senso de objetividade…

    History recalls how great the fall can be
    While everybody's sleeping, the boats put out to sea
    Borne on the wings of time
    It seemed the answers were so easy to find
    “To late,” the prophets (profits) cry
    The island's sinking, let's take to the sky
    Called the man a fool, striped him of his pride
    Everyone was laughing up until the day he died
    And though the wound went deep
    Still he's calling us out of our sleep
    My friends, we're not alone
    He waits in silence to lead us all home
    So tell me that you find it hard to grow
    Well I know, I know, I know
    And you tell me that you've many seeds to sow
    Well I know, I know, I know
    Can you hear what I'm saying
    Can yuu see the parts that I'm playing
    “Holy Man, Rocker Man, Come on Queenie,
    Joker Man, Spider Man, Blue Eyed Meanie”
    So you found your solution
    What will be your last contribution?
    “Live it up, rip it up, why so lazy?
    Give it out, dish it out, let's go crazy,
    Yeah!”

    Fool's Overture – Supertramp

    em resposta a: O Irracionalismo #80216

    Essa é uma opinião sua (ignorante mas é). Você demonstra não ter um mínimo de conhecimento do assunto que você insiste em criticar.

    Prefiro ser ignorante a ser fundamentalista, pseudorevolucionário, doutrinador hipócrita, totalitário fanático, etc…

    “citações na língua original, para não haver distorções semânticas”

    Mileto, quando você lê Nietzsche você lê em alemão?
    Quando lê Platão, você lê em grego antigo?
    Quando lê Sênica, você lê em latin? E Tsé você lê em chinês?

    Se não lê, então tudo que você sabe sobre filosofia pode estar errado. É isso????

    Essas perguntas só vem a demostrar que o que você disse não se justifica.
    Sim é verdade, a tradução sempre trai o texto original (tradução significa traição), contudo, as pessoas que fazem a tradução dessas obras de filosofia sempre deixam boas notas de rodapé quando há necessidade. Assim quase nada se perde. Além disso, os filósofos e cientístas quando escrevem têm o cuidado de explicar o contexto do que dizem e especificar o sentido dos termos usados. A intenção é que o contexto prenda o significado a um só, num esforço para que a teoria não seja mal interpretada.
    Se isso ocorre nos textos jornalísticos, filosóficos e científicos, já na poesia é totalmente diferente.
    Na poesia, as figuras de linguagem e todos os recursos linguísticos empregados se perdem muito na tradução. E isso também ocorre em piadas traduzidas. Um exemplo retirado do livro Os Simpsons e a Filosofia:

    Como Marge mesmo diz: “A única coisa em que sou viciada é o amor, o amor por meu filho e por minhas filhas. Sim, só preciso mesmo de um pouco de L S D.
    Nota de rodapé: A brincadeira que Marge faz com as letras LSD se perde em português: “Love for my Son and Daughters (amor por meu filho e por minhas filhas)

    A nota de rodápé explica a piada transcreve o original e explica a tradução. Fazer tradução não é simplismente passar de uma lingua para a outra. Quando o profissional de tradução é bom, ele sabe indentificar as necessidades de explicações, notas, etc.

    Então, acho que quando forem textos filosóficos, científicos, jornalísticos, não há justificativa para postar em idioma estrangeiro (a não ser que não haja uma versão do mesmo texto em português)
    Já no caso de piadas, poemas, etc, acho que deve haver o original mas sempre acompanhado da tradução. Isso já deveria ser sabido. É bom senso.

    Mileto, se você quiser postar em alemão ou latin, tudo bem, mas eu acho que não há necessidade de eu vir pedir que haja tradução junto a citação. Você é maior de 18 e já deveria ter postado a tradução desde o início, sabendo que ninguem entederia. Isso seria bom senso. Na minha opinião você não quer ser entendido, você só quer aparecer.

    A questão não é constragimento como você diz. Eu acho que seria ridículo eu pedir a tradução dessas citações que já deveriam ter sido postadas em português, ou pelo menos terem sido acompanhadas de uma nota de tradução.
    Você não tinha justificativa nenhuma para postar em idioma estrangeiro. Se queria preservar o original tudo bem, mas sabendo que ninguem entederia, porque você não incluiu a tradução junto do original no ato de postagem?

    No fórum sobre “Irracionalismo” eu embarquei na sua brincadeira. Você postou o seguinte (em latin):

    “Quanto ao Frege, a hipótese do terceiro reino não passa pela Navalha de Ockam: Entia non sunt multiplicanda praeter necessitatem”

    Em resposta a você eu postei:
    “Tantum homo habet de scientia quantum operatur”

    Diga-me: que tipo de comunicação é essa? Eu não entendi o que você postou e aposto que você também não entendeu o que eu postei. Isso é debate? Isso é comunicação?
    Eu sei a tradução do que postei, mas não a coloquei de propósito. Queria ver se você me perguntaria o que isso significa. Talvez você até já saiba, pois é fácil achar a tradução disso na internet.
    Eu me pergunto se você sabe o que significam as coisas que você posta em alemão. Você pode saber uma frase ou outra, mas se eu começar a fazer o que você faz (postar coisas em alemão sem tradução)você não me entenderia (a não ser que você leia alemão)

    em resposta a: O Irracionalismo #80215

    “não vejo por que considerar qualquer diferença significativa entre stalinismo e marxismo…”

    Essa é uma opinião sua (ignorante mas é). Você demonstra não ter um mínimo de conhecimento do assunto que você insiste em criticar.
    Eu aceitaria se você ainda tivesse dito que não vê diferença entre Lenin e Marx. Pois Lenin também foi teórico.
    Como eu já disse, não foi Marx que inventou o comunismo. O conceito de comunismo já existia antes dele. Se você quer defender o capitalismo então critique o comunismo. Porque se você criticar Marx, você estará criticando a crítica do capitalismo (criticando a crítica da crítica).
    Marx vai muito além de apenas socialismo científico e “crítica” ao capitalismo. Não é só isso, mas parece que você só conhece isso.

    E a “crítica” de Marx é muito mais uma análise do que uma crítica. Ele expõe fatos brilhantemente analisados, e não críticas pejorativas. Marx e Engels são cientístas políticos e filósofos, e não críticos de coluna de fofoca. Eles têm embasamento em método científico, sociologia, história e economia. Não são teóricos especulativos.

    “…debater ponto por ponto seria aceitar a sua falácia, seria admitir que as distorções de princípios que ocorrem em cada país capitalista devam ser exclusidades inerentes ao capitalismo e que o caracterizam essencialmente e isso é não é verdadeiro.”

    Isso não merece comentário, mas vou expor meu sentimentos.
    1- Se você se absteve de comentar cada ponto (discordar e justificar seus pensamento) só pode ser por um dos quatro motivos: Você não leu, ou você não tem do que discordar (logo você concorda comigo), ou você não tem argumentos para rebater, ou então não entendeu o que eu disse. Nunca você demonstraria “aceitar a sua falácia” ao comentar discordando de mim e se justificando. Isso não seria de maneira nenhuma “admitir distornções”. Isso seria um verdadeiro debate. Se você tiver argumentos, utilize-os, não se esconda. Como você mesmo diria sobre a existência de Deus: “Se Deus existe, então prove!”

    SE DISTORÇÕES EXISTEM, ENTÃO PROVE!

    2- Vou te apresentar uma afirmção: no capitalismo a existência de pobres e miseráveis não é uma casualidade, é uma necessidade do próprio sistema, da própria natureza do capitalismo, de sua essência, porque o capitalismo é por excelência o sistema de transferência de riquezas dos trabalhadores para a “burguesia” e nesta está a concentração de riqueza e o capitalismo assim manterá.” Se você discorda dessa afirmação, então eu discordo do seu conceitode capitalismo e nunca sairemos do impasse. Eu não vejo definição de capitalismo mais perfeita que essa.

    “Se estivéssemos numa ditadura, já estaríamos presos…principalmente, se fosse a de um país marxista.”

    É verdade, se estivéssemos numa ditadura, já estaríamos presos. Mas o comentário “principalmente, se fosse a de um país marxista” não tem NADA A VER. Por que essa implicancia com o marxismo? Você já morou em Cuba, sabe como é viver lá? Você é imigrante da União Soviética, ou refugiado da China?

    Se vivessemos numa ditadura (seja capitalista, socialista, cristã, muçulmana, científica, filosófica, etc) seria basicamente a mesma coisa. Uma não é pior que a outra, eu já expliquei isso (expliquei isso naquele texto que desconfio de que você não o leu).
    Sem essa de bom e mal, melhor e pior, tudo é a mesma coisa. Bom e mal é relativo, melhor e pior também. Se o capitalismo é bom para os marajas burgueses, ele não é bom para milhares de famintos. E nos países capitalistas, milhares passam fome só para que os burgueses concentrem quase 80% da riqueza.
    Em Cuba, se alguém passa fome é por causa do embargo americano. Mas pelo menos em Cuba eles têm educação, saúde (uma das melhores do mundo), esportes (vide olimpíadas), todos serviços básicos de excelente qualidade. É o turísmo o ponto mais forte da economia cubana. Mas eles também tem o bolero, os famosos charutos, e outras coisas. Sobre a URSS eu já expliquei (leia de novo)

    em resposta a: Críticas a Arent #78607

    Eu acredito…

    …inclusive, se puder acrescentar maiores informações sobre o pensamento de Hanna Arendt, a filosofia agradece.

    em resposta a: Críticas a Arent #78606

    O comentário acima demonstra um entendimento equivocado da obra de Hannah Arendt, sem contar a falta de critério metodológico para avaliar o pensamento da autora.

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