Definição de Bibliotecas pelo Dicionário Filosófico de Voltaire

Dicionário Filosófico de Voltaire – verbetes selecionados

BIBLIOTECAS

Uma grande biblioteca tem isto de bom: espanta a quem a contempla. Duzentos mil volumes desencorajam um homem tentado a fazer-se imprimir; mas infelizmente ele diz logo a si mesmo: "Não se lêem esses livros, mas poderão ler-me".

Compara-se à gota de água que pranteava a fatalidade de confundir-se e ficar ignorada no oceano; um génio teve piedade dela e fez uma ostra enguli-la; ela tornou-se a mais bela pérola do Oriente e o principal ornamento do trono do Grão Mogol. Os que não são mais do que compiladores, imitadores, comentadores, esmiuçadores de frases, críticos "à la petite semaine", enfim, aqueles dos quais um génio nunca teve piedade permanecerão sempre gota de água.

Nosso homem trabalha, pois, no seu desvão com a esperança de tornar-se pérola.

É verdade que nessa imensa colecção de livros há uns cento e noventa e nove mil que não serão jamais lidos; pelo menos, de princípio a fim; mas podemos ter necessidade de consultar alguns uma vez na vida. É uma grande vantagem para quem quer instruir-se encontrar ao alcance da mão, no palácio do rei, o volume ou página que procura sem que o façam esperar um momento. É uma das mais nobres instituições. Não há despesa tão magnífica nem mais útil.

A biblioteca pública do rei da França passa pela mais bela do mundo inteiro, menos pelo número e a raridade dos volumes do que pela facilidade e a polidez com que os bibliotecários os emprestam aos sábios. Tal biblioteca constitui, sem dúvida, o monumento mais precioso existente na França. Essa multidão assombrosa de livros não pode absolutamente espantar. Já se notou que Paris possui cerca de setecentos mil homens; não podendo conviver com todos eles, escolhemos apenas três ou quatro amigos. Assim, não precisamos nos queixar tanto da multidão de livros, como da dos cidadãos.

 

Fonte: Clássicos Jackson. Trad. De Brito Broca

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