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  • em resposta a: Coisas que a mídia não faz questão de mostrar. #81816
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    Religião, Mídia, Política…põe tudo no mesmo saco de lixo e jogue fora…pronto! Taí um mundo melhor.

    Infelizmente, não é bem assim...  Estas instituições não são lixo, elas ESTÃO um lixo.  Se pudéssemos “jogar a política fora”, isso já teria acontecido há muito tempo... Sem política = sem sociedade.A mídia nada mais é que os meios de comunicação... Como jogar os meios de comunicação no lixo? Ao menos o motociclismo você não jogou no lixo, e assim agem também os entusiastas do futebol, da música, das notícias de economia, ciências, política, etc. Como imaginar um mundo melhor sem política? Sem comunidade, sem sociedade, sem entendimento entre as pessoas próximas e também  entre os povos?SUZUKI NUDA208%20arqfot%20suzukiNuda.jpgGosta desta?  8)

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    Mandante do assassinato de Dorothy Stang  é absolvido no Pará.171_104-alt-vitalmiro.jpgDecisão da Justiça não se discute... Se lamenta!171_1211-dorothy.jpgDorothy.jpgfoto1_239.jpg stang.jpg  Mulher...Tu que dás vidas à luz...Tu que dás tua luz à vida.Tu que dás tua vida à luz.

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    Olá amigos, sinto muito pelo ocorrido!Essas coisas acontecem... O que antigamente se perdia em incêndios, enchentes ou comidos por traças e cupins, agora se perde  com bugs inexplicáveis... hehehe, tempos modernos...É como o Miguel disse: Vamos reconstruir. Afinal, tsunamis e terremotos acontecem e é bom a gente se preparar mesmo... Nesta semana teve um que foi sentido em Sampa e no Rio...  Algumas pessoas se desesperaram por aqui... Eu não senti nada... Abraços, e bola pra frente que atrás vem gente!  ;)

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    Além disso, essa tese de que o Brasil é uma espécie de virgem no bordel global é um pouco ingénua, desculpe que lhe diga...

    Bem, eu não vejo o Brasil como uma virgem e tampouco o mundo como um bordel. Dentro deste SEU mundo, as pessoas estariam inseridas sob qual caráter? O de  prostitutas  ou o de gigolôs?

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    A questão do "sistema viciado" é outra óptima desculpa para as vossas insuficiências e problemas internos. Eu ao menos reconheço que o problema português é Portugal e os portugueses; agora, pelo que vejo, para vós a culpa é dos investidores estrangeiros, do "sistema", do pobre do D. Pedro e do passado colonial longínquo, da globalização, do capitalismo, etc., etc., só falta dizer que o Brasil não progride ou tem problemas porque há uma conspiração inter-galáctica entre marcianos e habitantes de Alpha Centauri....

    Mature fies senex, si diu velles esse senex    Se queres ser velho moço, faze-te velho cedo

    em resposta a: Übermensch: Superhomem x Além-do-Homem #80760
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    Olá Miguel, obrigado pela atenção!

    Os nazistas eram o governo na Alemanha e o mundo inteiro tinha relações com a Alemanha, ainda não se sabia o que estava por vir.

    É verdade. Os brasileiros por exemplo admiravam os alemães muito mais do que hoje admiram os estadunidenses, vários prédios públicos brasileiros, na época, usavam como decoração de seus pisos ou paredes,  a suástica nazista, o Teatro Amazonas era um destes locais e se não me engano conserva até hoje essa decoração. Getulio relutou muito em entrar na guerra, tal era o apreço e o nível de negociação que tinha-mos  para com a Alemanha, e só o fez depois que os estadunidenses afundaram alguns navios mercantes na costa brasileira matando vários brasileiros e dando prejuízos gigantescos. Depois atribuíram o "serviço" aos alemães (coisa que eu não engulo de jeito nenhum) e deram um ultimato ao Brasil para posicionar-se amigo ou inimigo dos aliados.. A Alemanha era uma potência para qualquer país espelhar-se, como vc disse; ninguém sabia o que estava por vir.

    Mas você está certo ao notar que esta faceta da filosofia adquire um caráter especial na obra de Nietzsche, e não somente pelo método de exposição. O próprio autor se precavê contra isso, ao afirmar que o que exprime na sua obra ainda não é o reflexo último dos seus sentimentos mais profundos

    É curioso isso; ele tinha o domínio pleno da palavra, um talento impar na articulação das palavras, não se preocupava muito com certos pudores ou com o que os outros “gostariam” de ler...  Acho que seu objetivo maior era expor suas idéias de maneira a que todos pudessem entender, mas mesmo assim, parece que não conseguiu... É certo que ele trabalhou num campo complicadíssimo e estudou muito para fazer tal filosofia tão forte, explosiva e com tanta propriedade, com tantos elementos históricos e filosóficos.

    Aí eu acho que você forçou. Nietzsche era europeu, vivia no entorno social e cultural da Europa, e por isso trata especialmente de questões Européias. Mas eu citei essa referência para dar mais um ponto de distância de Nietzsche em relação ao Nazismo, já que a Segunda Guerra colocou as potências européias umas contra as outras!

    Eu não havia realmente me apercebido desse aspecto. Foi porque na verdade eu em nenhum momento havia feito essa associação direta. Concordo  que eu não deveria ter refutado uma vez que não é esta a questão que eu estou propondo, apesar de que essa opinião (ou proposta) de unificação tem veias culturais, etc, mas também tem veias econômicas e era mais ou menos por aí o meu raciocínio. Mas de qualquer forma peço que vc me desculpe. Minha intenção não é de ficar refutando tudo sem mais nem menos, não é atacar pura e simplesmente o Nie  e sim de expor os porquês de eu entender que o super-homem nietzscheano não é possível. Talvez outro, não aquele. 

    A influência de Nietzsche em Foucault não é estranha, é trivial e consolidada, é um fato notório que você pode comprovar com qualquer pesquisa.

    Ok. Minha intenção não foi questionar a tua informação, que aliás é muito bem-vinda,  é porque eu estranhei mesmo.  Pura falta de conhecimento.

    Movimentos sociais de vanguarda sempre advogam o quê? O reconhecimento das diferenças, ou seja... a não-igualdade! O que fazem o movimento negro, o movimento gay e outros? ELes não querem planificar, mas sim afirmar as diferenças culturais e de caráter entre os povos, lhes incluindo. Nancy Fraser é uma filósofa da terceira geração da Teoria Crítica que trata disso, e sugere a diferenciação entre as demandas por distribuição e as demandas por reconhecimento.

    Pois é, aí a gente já passa a falar  do mundo atual e eu acho isso tudo um grande engodo dos “nobres”, ou seja, das grandes potências que dominam o mundo: Criar diferenças desune o povo = povo desunido jamais será ouvido ou percebido.“Pelos direitos dos anões, pelos direitos dos fabricantes de chiclets, pelos direitos dos eletricistas, pelos direitos dos plantadores de tomates”, acaba-se esquecendo dos direitos mais primordiais: Os direitos do povo. Mas eu tenho certeza que comentarei esses aspectos mais adiante em outros tópicos.

    Tentar pensar o super-homem sem considerar o impensável não faz sentido.

    Eu não diria impensável e sim impensado, já que ele (Nie) não se refere em nenhum momento a este aspecto: O sistema é competitivo baseado em economia. Em economia pode-se tentar igualar as coisas (comunismo ou socialismo) ou então deixar correr frouxo (sistema de livre mercado). Correndo frouxo, esse super-homem estaria situado em que lugar neste contexto?

    Sem considerar o assombro, a revelação, a saída da rotina, a expansão da consciência etc etc.

    Desculpe, Miguel, eu não entendi isto.

    Se você considerar que tudo isso JÁ foi feito e que o homem a um certo momento de seu percurso foi um ser completo, mas foi desviado disso por forças estranhas...

    Desculpe, Miguel, não estou discordando por discordar, mas eu sinceramente não vejo isso. Penso que o Homem vem melhorando, apesar de todos os erros e desvios causados muito mais por  interesses de uns e outros que por causas naturais, mas de qualquer forma , penso que já fomos muito piores, só não tinha-mos tanta letalidade, tanto poder de fogo quanto temos hoje “graças” à tecnologia, mas imagine o homem da Grécia antiga com uma metralhadora nas mãos...  Imagine o homem antigo com o avião nas mãos, ou dominando e manipulando o urânio enriquecido. Acho que não estaríamos aqui hoje. O Homem já tem há bastante tempo o poder de destruir a Terra e ainda não o fez...  Na verdade quero dizer que este Homem completo nunca existiu, pode ter existido seres humanos completos, mas isso não é suficiente para mudar toda a humanidade. A humanidade evoluiu nas tecnologias, evoluindo muito pouco na sua índole, na retidão do  comportamento, escolheu o caminho da competição, mas enfim, de alguma forma evoluiu para melhor, na minha opinião.A disputa pelo poder, antes, era mais despudorada, aberta, sanguinária, talvez, menos falsa, dissimulada e menos usada para outros fins que não os de simples domínio sobre o lugar.  Mas era cruel e os seus motivos eram basicamente o que são hoje; a disputa pelo domínio. Domínio de terras, de bens, de direitos, e até das próprias pessoas, os inferiores. Ontem (antes da inversão) e hoje, com a moral cristã.

    você consegue vislumbrar melhor o super-homem, vendo que  na verdade ele é sim possível. O que ele traz de novidade em relação aos antigos é outra questão, que não se liga diretamente à sua plausibilidade.

    Sim é claro que é possível, mas não sob o mesmo sistema. Esse é o ponto: O Homem deve mudar, isso é óbvio par mim, mas o sistema também. Ou estaríamos esperando uma santidade e não um super-homem ou mesmo um novo Homem, mas que tem na sua essência, o domínio e a subjugação. 

    Nietzsche critica a razão e valoriza o instinto, ou seja, ataca  a idéia de igualdade. Só que é como eu disse, o perspectivismo não é igual à dominação dos fracos, nem ser senhor de si é ser senhor dos outros. É preciso entender que para Nietzsche OS FRACOS É QUEM DOMINAM, ao perverter toda a vida sadia e construir os conceitos morais para sufocar o instinto, prendendo o homem num esquema abstrato, num sistema de valores  que nega a vida material e corpórea na terra para subjugá-lo, oferecendo a falsa esperança de uma recompensa não-terrena.

    É exatamente aí que divergimos, Miguel, concordamos que Nie não era anti-semita, apesar de vê-los com muita desconfiança, chegou a propor que a Alemanha recebesse os judeus seletivamente, e afastasse os agitadores anti-semitas, como vimos no outro post. Concordamos que estamos falando de um gênio, um cara extremamente instruído, compenetrado naquilo  que estudava, um verdadeiro pesquisador dos temas que lhe interessavam. Pesquisador no melhor termo da palavra.Mas neste ponto divergimos: Pois, não são os fracos que dominam, é a moral dos fracos que domina. Não é o poder dos fracos é a moral dos fracos,  porém o poder, nós sabemos que se constitui, assim como também se constituía em 1886; no poder econômico. A moral dos fracos; que nega a vida material e corpórea e espera uma recompensa não-terrena,  não é bem sucedida, não é vencedora, não QUER dominar, não TEM poder. Tem o seu predomino enquanto moral, mas não tem o Poder.Segundo Nie, os bem sucedidos economicamente,  e que têm moral fraca, são exceções. Os bem sucedidos são os de moral nobre. Nobre ao “estilo antigo”, ou seja, antes da inversão, não aquela nobreza que desvaloriza a vida e por conseqüência a si mesmo, sob a ótica de Nietzsche.  Quando vc diz que  são os fracos que dominam, vc está querendo dizer que a moral fraca é predominante, ou seja, é maioria quase que absoluta, mas o poder, o domínio da sociedade, não é dos  fracos.  Na realidade quem domina é quem detém o Poder seja ele um crente ou não.  O fato é que Nie acreditava, e eu acho mesmo que ele tem razão(tem razão que isso acontece e não que isso deveria ser assim) que os ateus, os espíritos livres, tinham merecimento de suas riquezas, pois eram fortes, não se deixavam levar por sentimentalismos, até ajudavam economicamente os pobres, mas não por compaixão e sim por alegria transbordante... alguma coisa assim que depois eu vou procurar.Também vou procurar trechos para afirmar isso que estou dizendo: Na opinião dele os ricos de moral fraca seriam exceção, os bem sucedidos, que são minoria, seriam em sua maioria de moral nobre, vigorosa, sem “feminilidades”, descrente de deidades e sentimentalismos.Mas, voltando ao “Poder”, eu acho que vc não discordará de que tanto hoje como naquela época o que caracteriza “poder” é certamente a riqueza. Talvez hoje mais do que ontem, mas sempre foi assim.   

    o perspectivismo não é igual à dominação dos fracos, nem ser senhor de si é ser senhor dos outros.

    Entendi, a partir do  momento que se propõe uma nova Moral, tudo é possível, quero dizer, tudo é válido para encontrar um bom termo. Não precisaria se prender a fatores que na visão de Nie são negativos, etc. Eu entendo isso, é uma nova moral, portanto pode ser livre de qualquer tipo de dogma, ou hierarquia, ou costume ou tradição, etc.Mas é aí que não bate. Pois, sobre o poder propriamente dito; o Poder que domina  e que nós dois sabemos que não se fundamenta na crença e nem tampouco na raça e sim no montante de dinheiro acumulado concomitantemente à influência política que, também se fundamenta no poderio econômico. Sobre esse aspecto Nietzsche não fala nada,  ou seja, não há, que eu saiba, qualquer referência sobre uma mudança neste aspecto, pelo contrário, na minha opinião ele vê essa maneira dos homens intermediarem os meios de vida, de produção e consumo de bens, de uma maneira competitiva,  com dinheiro, e todo o jogo econômico que ele implica, inclusive as guerras, algo natural, como o é, de certa forma: Nunca se fez diferente, então "é natural". Sendo ou não natural, o fato é que ele não faz nenhuma referência a este aspecto. Qual aspecto? De que os valores morais, independentemente de serem fundados no amor à vida terrena ou à vida imaterial, continuariam sendo os mesmos : Quem manda é o Poder e o Poder é caracterizado pelo volume de dinheiro e capacidade de articulação deste dinheiro.  O Sistema, seja ele da orientação política e ideológiga que for, impreterível e inevitávelmente incorre no seguinte erro: Um determinado valor em dinheiro guardado tem um certo valor, um valor idêntico empregado numa candidatura ou num loby ou numa fraude ou numa ilegalidade qualquer, o que é muito corriqueiro, vale muito mais, pois dele, os lucros são muito maiores. Este é  na minha opinião; "o princípio do erro no sistema". Mas isso já é um outro assunto.O que quero dizer é que não mudaria praticamente nada. O super-homem seria fundamentado no mesmo sistema de hierarquia social, com os mesmos vícios. Sim, pois, todo  problema consiste na luta pelo domínio, seja este domínio pretendido por um fraco ou forte, isto é indiferente, pois, os dois usam os mesmos sistemas hierárquicos, os dois incorrem no mesmo erro.  Sendo o super-homem a pessoa mais bem intencionada do mundo, ou seja, sem maldade gratuita, sem mesquinharia, mesmo assim seria um sonho achá-lo possível. Como eu disse anteriormente o super-homem seria portador da moral neitzscheana, isto é, a moral que diz que a vida É dominar e subjugar o que é estranho e inferior.    Então, mantendo-se os mesmos padrões  na hierarquia do poder, os mesmos desde antes da inversão e depois da inversão  até hoje; não mudaria muita coisa, pois o motivo de nós todos estarmos debatendo aqui é exatamente o fato de o Homem estar sempre em conflito. Conflito consigo mesmo, e principalmente conflito com os outros. O super-homem só não teria conflito existencialista, mas conflitos por poder, não tenha dúvida disso. Isso seria rotina: A vida é dominar e subjugar o inferior, é nisso que consiste a vida para Nietzsche. Por que o super-homem não iria segui esse “mandamento” nietzscheano?  Acho que para dizer que não,  haveríamos de encontrar alguma coisa escrita para demonstrar isso, pois pela lógica e pelo que ele disse, fica difícil de entender como todos poderiam, transmutar neste mesmo sistema hierárquico.Para ser senhor de si sob o mesmo sistema de hierarquia e convívio social que o homem utiliza desde que se humanizou, haveria de mudar-se completamente o comportamento humano, mas como? Se dominar e subjugar são a essência da vida?  Não é exatamente esse o nosso grande problema hoje em dia? Não seria também naquela época? Como poderia ser o perspectivismo diferente, uma vez que não há qualquer menção na sua filosofia (que eu saiba, e devo admitir que não sei muito), sob os aspectos referidos acima?  Se a essência da vida é o domínio,  ou esse super-homem viveria em constante conflito consigo mesmo para não subjugar seus semelhantes, ou os subjugaria...

    Depois espero escrever mais sobre o assunto, abordando outros pontos que você levantou.

    Ok! Obrigado, Miguel!Abraço  :)

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    Olá MiguelNa mesma citação que vc colocou,  Nietzsche faz esta observação que, se minha capacidade de interpretação não estiver absolutamente prejudicada e se a tradução do texto não tiver cometido nenhum crime, fica claro o “receio” que ele tinha dos judeus, seu temor de que os judeus dominassem a Europa, embora diga que não achava que os judeus tivessem tal ambição naquelas alturas dos acontecimentos. Entende que numa estratégia de proteção deveriam os alemães receber os judeus de maneira extremamente cautelosa e seleta, ou seja, escolher muito bem quais judeus seriam recebidos, e que, depois de recebidos seria interessante permitir a miscigenação somente com alemães “nobres”,  “da marca”, para assimilar ou misturar o gênio do comando e da obediência dos “nobres” alemães, com o gênio do DINHEIRO e da paciência dos judeus. Uma maneira bem astuta de se proteger dos judeus e fazer crescer a Economia de seu país.  "Que os judeus sequisessem e fossem constrangidos como parece que o queremfazer os anti-semitas poderiam ter o predomínio, literalmentedominar a Europa. é indubitável, talvez não ambicionem talpredomínio. Por ora pedem e desejam, com uma certainsistência, a absorção na Europa, têm sede de ter uma demoraestável para que possam ser tolerados, respeitados em qualquerlugar, de pôr fim à sua vida nômade, ao "judeu errante" e serianecessário considerar seriamente tal desejo, tal tendência(significando por si mesma um amolecimento dos instintoshebraicos), talvez ir ao encontro do mesmo, mas para poderfazer isso. seria adequado afastar, de todos os países, osagitadores anti-semitas. Dever-se-ia receber os judeus comtodas as precauções imagináveis, com um certo espíritoseletivo, ao redor. como o fez a nobreza inglesa. É óbvio, quesem temor algum os tipos mais vigorosos e mais sólidos doneo-germanismo poderiam manter relações com os judeus, porexemplo. os oficiais nobres da Marca, seria de grande interesseestudar a mestiçagem do elemento destinado por atavismo aocomando e à obediência — e nas duas coisas o pais citado podeservir de exemplo, clássico — com gênio do dinheiro epaciência (que traria um pouco de espiritualidade, da qual hámuita falta no país mencionado). Mas que se me permitetruncar minha jucunda divagação patriótica, e que retorne àminha seriedade, ao "problema europeu", como eu o entendo,isto é, da formação da nova casta que reinará na Europa."

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    Olá Brasil!Isto está a ficar interessante.

    Parece que não estava tão interessante assim...

    em resposta a: Übermensch: Superhomem x Além-do-Homem #80758
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    Olá Miguel

    Quem domina e subjuga o homem é a moral, na visão de Nietzsche.

    Veja, Miguel, na citação abaixo Nietzsche diz que é o mundo que tem como essência a vontade de dominar. "Perceba-se com qualingenuidade quase digna de admiração o próprio Schopenhauernos apresenta o próprio dever e tirem-se conclusões sobre osmétodos científicos de uma "ciência" em que os mais recentesmestres falam ainda a linguagem das crianças e das moçoilas:"o princípio"; diz ele (pág. 137 dos Problemas Fundamentaisdo Ética) — "o princípio acerca do qual todas as éticas estão deacordo, verdadeiramente, é: neminem laedè, immo omnes,quantum potes juva"."Esta é a tese que todos os moralistas se afariam emdemonstrar. . . o verdadeiro fundamento da ética, que, como apedra filosofal, procura-se há séculos."A dificuldade em demonstrar essa tese é certamente grande— como se sabe, nem mesmo Schopenhauer chegou aconsegui-lo e que percebeu profunda e intimamente quanto éabsurdamente falsa e sentimental urna tal tese num mundo quetem como essência a vontade de dominar, a vontade depotência — e é bom lembrar que Schopenhauer ainda que fossepessimista, era antes de mais nada: flautista... Tocava todos osdias, depois do jantar, se consultarmos a seu respeito o seubiógrafo. E então perguntamo-nos: um pessimista, umrenegador de Deus e do mundo, que se detém frente à moral etoca flauta à moral laede neminem é. tal pessoa. pessimista?"Nietzsche - Para Além do Bem e do MalAbs

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    Olá MiguelVocê colocou um trecho do livro Para Além do Bem e do Mal, para mostrar que Nietzsche não teria nada contra os judeus... Penso que a interpretação deste texto está mais desfavorável às teorias de que Nietzsche não tinha nada contra os judeus do que para as teorias de que o Nazismo buscou elementos em Nietzsche para empreender seus ideais.Você grifou esta parte:

    Mas os judeus são incontestavelmente a raça mais vigorosa, mais tenaz e mais genuína que vive na Europa

    Mas o que vem imediatamente antes dá muito mais força à  segunda teoria que à primeira, veja:

    Que a Alemanha tenha judeus em número suficiente para seu estômago, — o alemão demorará muito para digerir a quantidade de judeus de que atualmente está provido — como já o fizeram os italianos, os franceses, os ingleses, graças à sua digestão mais robusta — eis o que diz claramente a voz do instinto universal, da qual preciso ouvir o aviso. "Não se permita o ingresso de outros judeus na Alemanha! E que lhes seja fechado principalmente o Império do Oriente (e também a Áustria). Isto exige o instinto de um povo, cuja índole ainda é fraca e pouco determinada, para que possa ser facilmente absorvida, cancelada por uma raça mais forte.

    E depois ele chama a atenção para a necessidade  de se  ter como “inimigos” os russos e os judeus. Eu digo inimigos pois, ele diz da probabilidade de uma (liça) guerra, luta,  entre alemães, russos e judeus, no “grande confronto de forças”:

    Um pensador que fosse responsável pelo futuro da Europa, em todos os seus projetos deveria incluir os judeus e os russos, fatores seguros e prováveis na liça, no grande confronto de forças.

    Daí o fato de eu não ter dúvidas de que da filosofia de Nietzsche, se tira muitos “coelhos da cartola”.

    É preciso resignar-se se o espírito de um povo que sofre e quer sofrer de febre nacional e de ambição política é ofuscado algumas vezes por alguma nuvem ou qualquer outra perturbação, se tem, em resumo, qualquer acesso de imbecilidade; assim, por exemplo, os alemães da atualidade cultivaram a demência anti-francesa, outras, a anti-semita, a anti-polaca, a romântico-cristã, a wagneriana, a teutônica, aprussiana (como aqueles historiadores cabeçudos: Sybel e Treitschke) — são em suma, pequenos obumbramentos do espírito e da consciência alemã. Mas que se me perdoe, se também eu, depois de uma breve, mas perigosa estada em território muito infecto, não fiquei completamente imune ao contato e comecei, como todos os outros, a ocupar-me de coisas que não me interessavam nem um pouco, primeirosintoma de infecção política. Por exemplo, a respeito dos judeus, estava a ouvir: — jamais encontrei algum alemão a quem os judeus fossem simpáticos e porquanto se rejeite sistematicamente o anti-semitismo propriamente dito pelos assisados e políticos, é preciso lembrar que este juízo, que esta política, não são dirigidos contra a espécie de sentimento por si mesmo, mas sobretudo contra sua perigosa imoderação eprecisamente contra o modo infeliz e vergonhoso segundo o qual um tal sentimento se manifesta — sem margem de engano Que a Alemanha tenha judeus em número suficiente para seu estômago, — o alemão demorará muito para digerir a quantidade de judeus de que atualmente está provido — como já o fizeram os italianos, os franceses, os ingleses, graças à sua digestão mais robusta — eis o que diz claramente a voz do instinto universal, da qual preciso ouvir o aviso. "Não se permita o ingresso de outros judeus na Alemanha! E que lhes seja fechado principalmente o Império do Oriente (e também a Áustria). Isto exige o instinto de um povo, cuja índole ainda é fraca e pouco determinada, para que possa ser facilmenteabsorvida, cancelada por uma raça mais forte. Mas os judeus são incontestavelmente a raça mais vigorosa, mais tenaz e mais genuína que vive na Europa, sabem caminhar nas piores condições (e talvez muito melhor que em condições favoráveis) e isto quanto a tais virtudes, que atualmente se pretende tomar por vícios, em termos de uma fé resoluta, que não tem necessidade de envergonhar-se diante das "idéias modernas", mudam, quando e se se mudam, sempre do mesmo modo que oimpério russo — Império que tem muito tempo diante de si e que não data de ontem — alarga suas conquistas, quer dizer: "o mais lentamente possível"! Um pensador que fosse responsável pelo futuro da Europa, em todos os seus projetos deveria incluir os judeus e os russos, fatores seguros e prováveis na liça, no grande confronto de forças.

    Eu julgar que meus inimigos são vigorosos, tenazes e genuínos, não faz deles meus amigos. Não se configura num elogio e sim numa fria constatação: São objeto de muita cautela por parte dos alemães,  quanto a uma provável liça iminente. E que acabou acontecendo realmente.Abraço

    em resposta a: Übermensch: Superhomem x Além-do-Homem #80757
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    Olá Miguel

    ou seja, Nada mais do que já temos falado aqui! A leitura TODA deste artigo que VOCÊ mesmo passou DESMONTA completamente, citando fontes e referências, o processo pelo qual se deu esta MÁ-interpretação e apropriação da filosofia de Nietzsche.

    Claro, desmonta essa errônea associação NIe/Nazi, mas eu só a coloquei  pra justificar a citação do “kit soldado”, nada mais.  Citação que quando eu coloquei, estava exatamente chamando a atenção para a facilidade de uma interpretação nesse sentido, uma vez que muitos dos ideais nazistas se encontravam nas palavras deste autor, independentemente dele ter escrito anteriormente em algumas cartas, que ele era contra ou indiferente ao anti-semitismo.

    O trecho seguinte que você forneceu faz parte de um blog sobre IDEOLOGIA SKINHEAD, não é possível estudá-lo no mesmo tom com os outros.

    Posso estar enganado, mas não é um blog sobre ideologia skin, aquilo é só um texto sobre a ideologia skinhttp://observador21.blogspot.com/Mas independentemente do blog ser ou não skin, só foi colocado pra mostrar as “estradas subjetivas” dos pensamentos nietzscheanos. Também não se poderia dizer que o que está escrito ali seja uma mentira, como É o movimento skinhead.Pensamentos  como este:"Algum nunca chega a ficar doce, apodrece já no verãoÉ a covardia que o mantém dependurado no seu galhoVive gente em demasia e por tempo demaisfica pendurada no seu galho Possa vir a trovoada que sacuda da árvore todos essesfrutos podres e bichados! Possam vir os pregadores da morte rápida Seriam para mim as verdadeiras trovoadas e os sacudidores da árvore da vida." (Nietzsche)Pode ser muito poético, mas diz que uns devem viver e outros devem morrer e, da mesma forma, porém usando outros princípios,  que ele qualifica quem está podre e quem não está, agem também os fanático religiosos e políticos.Na sua visão (Nie), o que tem que morrer não é o pensamento, a ideologia, legado cristão e sim os cristãos. O que tem que morrer não é a crença em Deus, é sim quem acredita em Deus.

    O cara deveria estar passando fome e escreveu aquela frase sobre os banqueiros como uma tirada, e agora você está usando como cavalo de batalha.

    Eu realmente fiquei chateado com isso, mas não chateado com vc, chateado por eu ter cometido essa ingenuidade de ficar citando uma passagem em que Nie faz essa observação sobre a astúcia de um banqueiro que enriqueceu... Fiquei repetindo isso como se toda a sua filosofia fosse baseada naquela frase. Uma grande bobeira minha, pois não foi só esta frase que levou-me a entender que  entre as coisas que perfazem a moral nietzschena está o  domínio ou subjugação econômica .Procurando por outras palavras do autor, que pudessem demonstrar isso, acabei encontrando alguns comentários sobre Nietzsche e que fazem mais do que aquela associação errônea de Nie ao Nazismo. Eles, os comentários, demonstram um entendimento  mais ou menos como eu entendi a proposta do super-homem. E, pra me desdizer no que eu disse na mensagem acima, sobre eu não me basear no que os outros dizem e sim pelo que disse o próprio autor, coloco aqui alguns comentários do historiador Voltaire Schilling, até porque sou apenas mais um um zero (à esquerda) entre a populacha.Os comentários não fazem uma referência  direta sobre questão que eu quero demonstrar, que é a questão do domínio ou subjugação econômica, coisa que eu vou deixar pra fazer mais adiante, uma outra hora. Mas eles demonstram que, também na visão deste historiador, o super-homem não seria algo pata TODA a humanidade e sim, só pra alguns. O pensamento de NietzscheO programa do super-homemO grande programa do super-homem, portanto, estava pronto. Tratava-se de uma abrangente reforma que procurava dar um senso de propósito a uma existência na terra abandonada pela deidade. Os interesses de poucos deverão ter proeminência sobre todos os demais, a força do espírito sobrepujará a fraqueza, a saúde do espírito sucederá qualquer tibiez, a guerra dos espíritos substituirá a paz. Como conseqüência lógica disso, as necessidades dos indivíduos excepcionais terão sempre precedência contra o espírito nivelador estabelecido pela gravitação imposta pela mediocridade. O mundo filisteu, dominado pela pasmaceira da vida rotineira deverá dar lugar à audácia, à dança, e à destreza intelectual. A de viver-se perigosamente.A política de domínioIsto conduziu a que Nietzsche aceitasse e enaltecesse qualquer política de domínio, acreditando-a inevitável. No Além do bem e do mal (Jenseits von Gut und Böse), concluída em 1886, e que é de certa forma, a complementação final em prosa do Zaratustra, afirma que "a vida mesma é essencialmente apropriação, ofensa, sujeição do estranho e mais fraco, opressão, dureza, imposição de formas próprias, incorporação e, no mínimo e mais comedido, exploração".A vontade dos mais fortesEvidentemente que esta manifestação de vontade de poder, em sua plenitude, só pode ser exercida pelos mais fortes. Aos fracos cabe a obediência respeitosa ou aceitar o extermínio silencioso. Esta figura vitoriosa, altaneira, que impõe sua vontade sobre tudo e todos, não pode ser constrangida pela moral comum dos homens vulgares, dos preceitos seguidos pelas maiorias, ou pelo imperativo categórico kantiano, que desejava tornar toda e qualquer ação numa lei universal.O mais forte faz suas próprias regras, estabelece para si qual é a melhor conduta e não espera de forma nenhuma que os outros o sigam (é o "façam o que eu digo e não o que eu faço" de Napoleão). Ele não deve estranhar se o consideram duro e insensível, quiçá até desumano, pois estes são os atributos do super-homem, que trafega soberbo no seu Olimpo particular e só tem gestos generosos para com os demais na medida em que isto o enaltece ou satisfaz. Despreza "o covarde, o medroso, o mesquinho o que pensa na estreita utilidade; assim como o desconfiado, com seu olhar obstruído, o que rebaixa a si mesmo, a espécie canina de homem, que se deixa maltratar, o adulador que mendiga, e sobretudo o mentiroso - é crença básica de todos os aristocratas que o povo comum é mentiroso". Ao homem comum, ao fraco em geral, só lhe resta a serventia de ser um degrau de apoio sobre o qual a figura de escol deverá calcar em sua ascensão os cimos mais elevados de uma existência superior.A liderança do super-homemE era exatamente nisso que estava o significado inaudito dos tempos vindouros. Devia-se aceitar na totalidade um mundo onde uma nova ordem deveria fatalmente imperar, na qual as novas regras, acima do bem e do mal, seriam impostas por essa figura exponencial que era o super-homem. (Übermensch), Este titã moderno, liberto de toda e qualquer ladainha cristã-humanitária, desprezaria qualquer sentimento de arrependimento, varrendo de dentro de si a fraqueza da piedade . Como Nietzsche deixou dito no "Humano, demasiado humano"(Menschliches, Allzumenschliches): "Se o homem consegue adquirir a convicção filosófica da necessidade absoluta de todas as ações e, ao mesmo tempo, da total irresponsabilidade destas, se consegue converter essa convicção em carne e em sangue , então desaparecerá também este resto de remorso de consciência".A revolta contra o tédioA pregação de Zaratustra foi entendida por George Steiner como uma desconformidade, entre tantas outras, com a vida tediosa da sociedade burguesa fin de siècle, onde o mundo aventureiro e belicoso do aristocracia cedia espaço ao utilitarismo frio, prático e calculista, do homem burguês ocidental. Uma época absolutamente banal na qual a sociedade científico-positivista via-se crescentemente dominada pelo espírito liberal-igualitário, que impedia o afloramento da individualidade singular, a emergência do grande homem, da personalidade fora de série, que o profeta vinha pressagiar. Um estado de espírito que encontrou sua melhor expressão no dito do poeta Théophile Gautier: "Prefiro a barbárie ao tédio!"Uma contra-utopiaNietzsche de certa forma esboçou, com sua prosa impressionista, o que poderíamos considerar como uma contra-utopia ou uma utopia direitista. Na sociedade futura que imaginou, a harmonia seria estabelecida apenas entre os que se consideravam iguais - a nova nobreza formada pelos super-homens - que regeriam uma comunidade rigidamente hierarquizada, despida da moral comum, dominada pela "besta loura" que exerceria sua autoridade baseada numa impiedosa vontade de poder. A obra de Nietzsche, sob o estrito ponto de vista político e ideológico, foi a mais profunda e radical manifestação intelectual contra as grandes cartas e documentos que se posicionaram pela e igualdade e liberdade que vieram à luz na cultura ocidental, desde a Declaração dos direitos do homem e do cidadão da Revolução Francesa, passando pelo Manifesto comunista de Marx e Engels, até as leis sociais da sua época.O culto ao gênioA teoria do surgimento futuro de um novo indivíduo que conjugasse o abandono dos valores do bem e do mal com um ateísmo engajado, foi, de certa forma, a evolução decorrente do culto ao gênio professado pelos primeiros românticos. A teoria do gênio vai ser retomada por Arthur Schopenhauer que irá expô-la num apêndice acrescentado ao seu O mundo como vontade e representação, na reedição de 1844, onde, num certo momento associa o homem genial à dimensão do Monte Blanc, que, do cimo das suas neves elevadas, contempla olimpicamente o resto da humanidade, mantendo-se fiel apenas " ao fim objetivo" ... "uma meta a ser atingida, mesmo que seja um equívoco, mesmo que seja um crime".O futuro é das águias"Lembrem-se: Quanto mais alto planamos, menores vemos são as pessoas que não conseguem voar". - Nietzsche Mas esse devir radioso, liberto da moral passada, não é um lugar reservado a todos "[...] Na árvore do futuro, construamos o nosso ninho; para nós os solitários, águias deverão trazer alimento em seus bicos! E, como fortes ventos, queremos viver acima deles, vizinhos das águias, vizinhos da neve, vizinhos do sol: assim vivem os ventos fortes. E tal como o vento forte, quero algum dia, soprar no meio deles [da canalha] e, com o meu espírito, tirar o respiro ao seu corpo: assim quer meu futuro".Maquiavel e NietzscheTal como Maquiavel encerrava O príncipe na expectativa de que surgisse na Itália dilacerada do seu tempo uma figura magnífica, despida de preconceitos, que lançasse mão de quaisquer recursos, mesmo que inescrupulosos, para unificar o país ameaçado pelos bárbaros, Nietzsche-Zaratustra esperava o mesmo na emergência de um super-homem. Só que os temores da época de Nietzsche eram outros. Os novos bárbaros que assustavam o Ocidente que ele pretendia defender eram as idéias democráticas, o socialismo (que para ele eram sinônimos) o feminismo, o mau gosto vulgar da nascente cultura de massas, que devia ser exorcizado. Portanto, chegou mesmo a considerar - em nome da boa arte - a necessidade da escravidão. Toda a beleza apolínea da arquitetura grega antiga e sua imorredoura qualidade estética havia sido produto de uma sociedade escravista. O Pártenon poderia dever muito à iniciativa de Péricles e ao gênio de Fídias, mas também à chibata do feitor! "Eu sou dinamite!"O próprio Nietzsche nunca deixou de ter consciência de que suas posições, assumidamente radicais, teriam conseqüências terríveis nos anos vindouros. Que para ele seriam tomados por uma reação contra-revolucionária de dimensões espantosas. No Ecce Homo, por exemplo, a sua autobiografia publicada somente em 1908, oito anos após a sua morte, reconhece: "Conheço a minha sorte. Alguma vez estará unido ao meu nome algo de gigantesco - de uma crise como jamais haverá existido na terra, da mais profunda colisão de consciência, de uma decisão tomada, mediante um conjuro, contra tudo o que até esse momento se acreditou, exigiu, santificou. Eu não sou um homem, sou dinamite".(Voltaire Shilling)http://educaterra.terra.com.br/voltaire/artigos/nietzsche_pensamento2.htmhttp://educaterra.terra.com.br/voltaire/artigos/nietzsche_pensamento3.htmQuem é Voltaire Schilling Nascido em 1944, é professor de História e Mestrando na UFRGS, responsável pelo Projeto Cultural do Curso Universitário. Escreveu 8 livros  e mais de 40 polígrafos, a maioria sobre História e História das Idéias Políticas. É professor do Curso de Jornalismo Aplicado da RBS-RS e palestrante da AJURIS-RS. Fez o Curso de Língua e Cultura alemã em Berlim em 1986, onde foi palestrante na Universidade Livre. Representou o Brasil na Feira Internacional do Livro de Jerusalém, em 1991.É articulista da Zero Hora-RS na página de “Opinião”, colaborador do Caderno de Cultura ZH e, também, foi comentarista de assuntos internacionais, culturais e políticos do programa “Câmera 2” na TV Guaíba-RS. Abs

    em resposta a: Übermensch: Superhomem x Além-do-Homem #80756
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    Olá Miguel, sei que vc fez questão de comentar cada trecho colocado, somente para evitar qualquer injustiça no que diga respeito a uma “possível veia anti-semita” em Nietzsche.  E eu, como havia dito, só coloquei esses trechos para mostrar que esse “kit soldado” não era coisa da minha cabeça.  O que é da minha cabeça eu coloco com todas as letras e sempre  digo os porquês delas habitarem minha cabeça. E tenha certeza que não o faço embasado na leitura de outros e sim do próprio autor. Embasado no que dá pra entender e no que dá pra apontar gritantes incoerências com algumas interpretações favoráveis, ou seja, interpretações que entendem que é uma filosofia de libertação para todos e não só para alguns especiais.É nesse ponto que eu vejo uma grande incoerência.Também faço questão de ressaltar que tenho em vc a figura de um cara  a favor da Filosofia imparcial acima de tudo. Se vc fosse nietzscheano, já teria perdido a paciência comigo há tempos, heheheAlias, se vc fosse nietzscheano este fórum tão democrático e imparcial, nem sequer existiria. Tenho certeza disso.Abraço  ;)

    em resposta a: Übermensch: Superhomem x Além-do-Homem #80754
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    Olá Miguel

    Já mostrei no outro thread como ele brigou com a irmã porque o marido associou Zaratustra ao anti-semitismo.

    Eu não tenho dúvida alguma sobre isto. Citei o fato dos soldados alemães levarem o Zaratustra pro front, exatamente pra ressaltar a tremenda margem de interpretações que esse filósofo produziu. Por mais complexa que seja qualquer outra obra filosófica, certamente não daria margem para interpretações TÃO DIFERENTES.Enquanto uns dizem que o super-homem é a libertação do Homem para uma vida superior sem mesquinharia, outros entendem que ele seria o carrasco dos fracos, subjugando os inferiores “assim como se deve fazer”... São questões conflitantes que geram essas interpretações tão distintas, como por exemplo, aquilo que eu te disse na outra msg : Se a moral nietzschena  consiste na dominação, como entender que o supre-homem é um modelo para a transmutação de TODOS os homens? Quem vai dominar quem? Não me resta qualquer dúvida quanto às concepções do Nietzsche sobre a nobreza. Pra ele o “nobre” é o forte subjugando o fraco! Sem compaixão!E a ética, os deveres morais,  é restrita entre os nobres, como numa máfia.Nestes termos o super-homem seria superior em que? Em dominar e subjugar os fracos. Sem fracos, sem super-homem...

    ele também ataca o nacionalismo alemão, é a favor da unificação da Europa, se define como um bom europeu etc.

    Pois é, mas isso não deixa de ser uma espécie de nacionalismo, pois, uma vez a Europa unificada, seria uma grande nação. Seria então a sua ideologia, um nacionalismo europeu.

    Michel Foucault é outro pensador esquerdista. Foucault bebe em Nietzsche na primeira água

    Estranho! Se ele era esquerdista eu não vejo porque ele se basear em Nietzsche, uma vez que este sempre combateu qualquer idéia favorável à igualdade. O que será que Nietzsche diria sobre um esquerdista? Bem, na verdade ele disse muitas coisas sobre os esquerdistas e sobre as idéias de igualdade, não é mesmo?“O que é bom para mim, não é bom para o paladar do vizinho. E como poderia haver um "bem comum"? Esta frase encerra uma contradição. O que pode ser desfrutado em comum é sempre coisa de baixa, definição, de pouco valor. Enfim, as grandes coisas estão reservadas para os grandes espíritos, os abismos para os espíritos profundos; as delicadezas e os calafrios reservados aos refinados, numa palavra, raridades para os raros.” (NIETZSCHE)Sem  “ bem comum”, é possível O Super-Homem? Ou alguns super-homens? A segunda opção é mais provável...  Eu acho que sim.

    Se cria seus valores, é livre, e não subjugado e dominado. Mas se se admite que nem todos podem atingir isso, está-se admitindo que sempre vai haver dominação e subjugação.

    Não se trata de EU ou quem quer que seja, admitir, e sim do que é fisicamente praticável! Não há como TODOS transmutarem!! Quem vai dominar quem?

    O übermensch não tem nada a ver com riqueza econômica. Veja o caso do próprio Nietzsche. O coitado viveu pobre, com uma bolsa minguada que ganhava da universidade, andando para lá e para cá na Europa com sua mala de 100 quilos, morando em pensões junto ao povo, pessoas simples, sem nenhuma espécie de luxo e riqueza. Zaratustra no livro vive no alto da montanha, como um ermitão. O cara deveria estar passando fome e escreveu aquela frase sobre os banqueiros como uma tirada, e agora você está usando como cavalo de batalha.

    Miguel, me desculpe, mas eu só estou fazendo a leitura de Nietzsche! Tento encontrar COERÊNCIA!!Não se trata de cavalo de batalha! Como o Nietzsche viveu não importa, o que importa é o que ele disse.  Vc já havia me relatado esse aspecto da vida dele e eu entendi, mas o que está em discussão é exatamente o que ele escreveu! E a incoerência na idéia desse super-homem bonzinho e que subjugaria seu semelhante.Não é porque ele TEVE de viver entre a os pobres, que ele gostava dos pobres ou estenderia sua mão a um pobre.

    O übermensch não pretende dominar os semelhantes, mas sim ser senhor de si. É por isso mesmo que não é para todos, porque não existe nada mais poderoso do que o pacto dos medíocres.

    Então vc admite que esse super-homem não seria uma transmutação da humanidade  e sim de alguns poucos?

    O übermensch é sempre um antípoda, porque consegue sair da moralidade estabelecida milenarmente.

    Ele consegue, mas os medíocres não? É esse o ponto!

    Quem domina e subjuga o homem é a moral, na visão de Nietzsche.

    A moral que ele atribui toda a essência humana! A moral que ele diz que é natural, foi invertida e deveria ser mantida como era antes!!  Sendo mantida, quem domina quem?  Não é essa a moral que ele diz que foi invertida?  A vontade de potência não é o domínio, a subjugação?

    O que está em jogo é sair do niilismo negativo, que "ceifa" as potencialidades humanas, transferindo a responsabilidade para os outros, para poder realizar a sua vontade, todas as potencialidades do homem enquanto ser total.

    Sim Miguel, como eu te disse; muito do que ele escreveu está correto na minha opinião. Não me oponho a tudo, só às incoerências... Que são gritantes!

    A Igreja Católica foi bem lembrada. É, com essa teoria de paixão e piedade que praticou-se o genocídio inominável, desnecessário e cruel das diversas populações indígenas, por exemplo. Em nome de Cristo se fizeram as Cruzadas, que foram campanhas militares destinadas a retomar a Europa e saquer a riqueza árabe. Sem falar na inquisição. Índios e negros eram considerados sem alma pelos católicos. Ontem mesmo vi uma cena no Poderoso Chefão que um dos chefes da máfia fala que não sente remorso ao vender a droga para negros, pois "eles não tem alma". Veja o filme Apocalypto, do Mel Gibson, é o mesmo recado que quem desconhece a palavra de Cristo não faz parte da civilização, devendo morrer por causa disso. Essa imposição da compaixão e liberdade se assemelha ao que os EUA fizeram no Iraque e Afeganistão ..."vamos ensinar o que é democracia para esses árabes sujos", usando para tal o poder do coturno, do fuzil. do tanque e do bombardeio.A propósito, os nazistas tinham ligações estreitas com os católicos, principalmente antes da Guerra eclodir estas ligações eram bem estritas.

    Caramba, Miguel! Quando foi que eu endossei a “santa” corrupta Igreja? A compaixão é pra mim algo de mais belo que ainda resta  nessa especiezinha tão complicada!! Não tô nem aí pro que pensa o viado do Papa ou pro ladrão do Pastor!!  Tenho a compaixão como uma fina ligação com Deus. Não a tenho como uma teoria, ou doutrina, penso que é um “instinto de dignidade”, puro, belo, livre! Penso que sem ELE a humanidade já teria se acabado, irmão contra irmão. Não pense que um japonês, ou um tibetano ou um árabe não sente compaixão. Eles podem dar outro nome a esse instinto, mas que sentem, sentem.Você sente compaixão.

    Sobre a compaixão Nietzscheana, contra-cito um trecho de Ecce Homo, ao se referir ao seu "non plus ultra" Zaratustra:"Entre minhas obras ocupa o meu Zaratustra um lugar à parte. Com ele fiz à humanidade o maior presente que até agora lhe foi feito. Esse livro, com uma voz de atravessar milênios, é não apenas o livro mais elevado que existe, autêntico livro do ar das alturas [...] é também o mais profundo, o nascido da mais oculta riqueza da verdade, poço inesgotável onde balde nenhum desce sem que não volte repleto de ouro e bondade" (NIETZSCHE, Ecce Homo).

    Desculpe-me mais uma vez,  Miguel, mas a mim não disse nada! O que é que a bondade tem que pudesse relacionar-se com o ouro?  Ou o que é que o ouro tem que poderia relacionar-se com a bondade?Seria essa bondade também aquela que ele diz que tem sempre algo de malicioso por detrás? Ficaremos procurando frases dele para dizer que sim e ficaremos procurando frases dele para dizer que não. È isso.

    Esse dado dos soldados é novo, você pode citar a fonte?

    Sim Miguel, segue abaixo. Sempre lembrando que EU não associei Nietzsche ao Nazismo, o que eu sempre fiz foi mostrar as incoerências na sua filosofia e as brechas, pra não dizer estradas que nela se encontram, que levariam, como levaram, a essa interpretação.Um abração    A figura de Nietzsche foi promovida na Alemanha Nacional Socialista e muitos nacional-socialistas o louvavam. A obra de Nietszche Also Sprach Zarathustra (Assim falou Zaratrusta) era entregue aos soldados alemães na frente de batalha com o intuito de motivar o exército enquanto a propaganda nazista colocava-os na posição desse super-homem. 25 A apropriação das idéias de Nietzsche pelo Nacional Socialismo não se limitou a teoria do super homem. O desprezo de Nietzsche pela democracia e pelo parlamento bem sua oposição ao  socialismo, ao  igualitarismo e  a emancipação feminina26 também fizeram parte anos mais tarde da ideologia nacional-socialista. É preciso ressaltar, no entanto, que ao contrário de muitos pensadores que tiveram suas idéias apropriadas pelo Nacional Socialismo, Nietzsche condenava o anti-semitismo prussiano chegando a romper com sua irmã e Wagner por ver neles o que combatia – o rigor germânico, o anti-semitismo e o espírito aprisionado.http://216.239.59.104/search?q=cache:bAAfoywuCD0J:www.estacio.br/graduacao/relacoes_internacionais/monografias/Monografia%2520Vivian%2520Fernandes%2520de%2520Andrade.doc+soldados+alem%C3%A3es+zaratustra&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=10&gl=brPara os nazistas, uma leitura praticamente obrigatória era "Assim falou Zarathustra", sonhando com a materialização, na sua Alemanha, do Super-Homem vislumbrado por aquele filósofo que, arrasado pela sífilis, falecera a 25 de agosto de 1900. Nas mochilas de uma boa parte dos soldados alemães que avançaram no sonho do mundo ariano, essa obra era um dos componentes básicos, a reforçar o seu norte ideológico.http://216.239.59.104/search?q=cache:0_Rwk9duVp0J:www.sapereaudare.com/historia/texto03.html+soldados+alem%C3%A3es+zaratustra&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=5&gl=brA figura de Nietzsche foi particularmente promovida na Alemanha Nazi, tendo a sua irmã, simpatizante do regime hitleriano, fomentado esta associação. Em Mein Kampf, Hitler descreve-se como a encarnação do sobre-homem (Übermensch). A propaganda nazi colocava os soldados alemães na posição desse sobre-homem e segundo Peter Scholl-Latour o livro "Assim Falou Zaratustra" era dado a ler aos soldados na frente de batalha, para motivar o exército. Isto também já acontecera na Primeira Guerra Mundial. Como dizia Heidegger, “na Alemanha se era contra ou a favor de Nietzsche”.http://216.239.59.104/search?q=cache:hqaEUsOaXCgJ:atuleirus.weblog.com.pt/arquivo/2005/10/nietzsche.html+soldados+alem%C3%A3es+zaratustra&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=1&gl=brAlguns afirmam que o livro ‘Assim falou Zaratustra’ teria sido distribuído para os soldados alemães na guerra, resta saber se os soldados alemães (naquela época) teriam capacidade para entender NIETZSCHE, he he he... Na excelente coleção OS PENSADORES, lemos num encarte muito bem feito, Capítulo 46, referente especificamente a NIETZSCHE:http://216.239.59.104/search?q=cache:nZMHMgqEe0IJ:www.terraespiritual.locaweb.com.br/espiritismo/artigo2322.html+soldados+alem%C3%A3es+zaratustra&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=2&gl=brO SUPER-HOMEM DE NIETZSCHE A filosofia de Friedrich Nietzsche (1844-1900), desde que ele se entusiasmara com a obra de Francis Galton, tomou-se a espiritualização do social-darwinismo e a principal mentora nos meios mais sofisticados da adoção da eugenia. Nietzsche, poeta e pensador alemão, acreditava que no futuro - como expôs no seu poema-manifesto "Assim falou Zaratustra" (Aiso spracht Zarathustra) de 1883-92 - o homem (que ainda na sua época era ainda crente, submisso, preso aos valores e as hierarquias tradicionais) deveria necessariamente dar lugar ao superhomem (Übermench). Este seria um novo "animal político" destituído da moral comum (produto de séculos da ética cristã derivada da ideias do bem e do mal). Implacável em seus objetivos, distante e altaneiro em relação aos que consi- dera inferiores, o Übermensch era o novo legislador. Totalmente hostil à democracia, cujas leis ele, em sua arrogância de ser superior, rejeitava, o super-homem aceitava somente as regras que eram feitas por ele mesmo, estando ele muito além da moral vulgar das multidões que o cercavam . A morada dele, desse moderno titã, é o cume elevado das montanhas, onde o ar é rarefeito, reservados aos poucos. As demais pessoas, a gente comum, servem-lhe apenas como degraus para sua ascensão a patamares cada vez mais elevados de aperfeiçoamento e gozo estético. Nietzsche, além de desprezar a democracia, abominava o liberalismo, o socialismo, o feminismo e o cristianismo, vistos como manifestações de debilidade, como expressão de uma vontade majoritária de carneiros, de fracos e de covardes, enfim, dos inferiores (Üntermench). O mundo do futuro seria controlado pela nova raça de senhores (Herrenvolk) que imporia sua vontade de poder (Wille zur Macht) sobre uma massa submissa, tomada um rebanho (Herde). Dela exigiriam obediência de morte. Somente os fortes teriam "direito à vida", cujos critérios seriam estabelecidos, evidentemente, pelo super-homem. Os demais deveriam ser eliminados. Não eram dignos a ter "direito à existência". O super-homem não teria nenhuma qualidade herdada (sangue nobre por exemplo), sendo reconhecido apenas por sua personalidade de aço, por sua irrevogável determinação e pela entrega total a sua causa, fosse qual fosse a sua linhagem. A sua aristocracia era o caráter - duro, inquebrantável, insensível! "Algum nunca chega a ficar doce, apodrece já no verãoÉ a covardia que o mantém dependurado no seu galhoVive gente em demasia e por tempo demaisfica pendurada no seu galho Possa vir a trovoada que sacuda da árvore todos essesfrutos podres e bichados! Possam vir os pregadores da morte rápida Seriam para mim as verdadeiras trovoadas e os sacudidores da árvore da vida . F. Nietzsche - "Assim falou Zaratustra", 1885 A enorme polémica que envolve até hoje a real importância do pensamento de Nietzsche para o surgimento do nazismo, ou pelo menos fornecendo-lhe o vocabulário estridente e várias expressões ideológicas, nos obriga a arrolar a evidente similitude do pensamento nietzscheano com o que veio a acontecer depois na Alemanha de 1933. Afinal, a irmã dele, Elizabeth Võster-Nietzsche deu a bengala do filósofo para Hitler, quando ele visitou-a em Weimar em 1932. Para ela aquele presente foi um símbolo que representou a transmissão de uma missão! Do teórico ao prático. Do filósofo que passara os seus últimos anos de vida alienado e entrevado ao homem de ação. http://216.239.59.104/search?q=cache:Xi5z76PpXZAJ:www.derechos.org/nizkor/brazil/libros/neonazis/cap11.html+soldados+alem%C3%A3es+zaratustra&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=3&gl=brDesenganem-se aqueles que pensam que por o fascismo ser proibido pela constituição não consegue difundir a sua ideologia.São inúmeras as publicações editadas pelo movimento mas, devido à desregulamentação da Internet, o grupo prolifera através de páginas pessoais, blogs, fóruns e salas de chat que se tornam pontos obrigatórios para a discussão de temas que gravitam em torno dos seus interesses.Embora estes sites estejam constantemente debaixo de olho por parte das autoridades, apenas aqueles que pressupõem filiação e ingresso num partido politico vêem os seus dados cedidos à policia.Embora muitos desconheçam há no movimento "Skin" uma forte componente ideológica, quase um sentimento de missão de perpetuar o movimento. Para se ingressar no movimento não basta ter o culto corporal e partilhar animosidades xenófobas/racistas, é necessário estar-se embuído na sua ideologia, cultivá-lo, dar-lhe continuidade, criar um legado para os vindouros.É aqui que a cultura nacional-socialista entra. Mein Kampf (A Minha Luta), o livro editado por Hitler em 1924, uma obra que defende o anti-semitismo e o espaço vital alemão, despoletadores da Segunda Guerra Mundial, é tida quase como uma profecia bíblica.Chega mesmo a ser atribuído a Hitler um episódio de uma visão premonitória durante o seu serviço militar na Primeira Guerra Mundial. Combatendo em trincheiras, ladeado por mais soldados alemães, uma voz chamou por Adolf Hitler que a seguiu escapando ao rebentamento de um engenho explosivo que, segundos depois, mataria os seus companheiros do exército bávaro.O filósofo Alemão, do século XIX, Friedrich Nietzsche também é um dos pilares inspiradores da cultura nacional-socialista. Tido com um dos pensadores mais controversos da filosofia moderna, Nietzsche foi um acérrimo critico da moral judaico-cristã, do cristianismo e de toda uma cultura ocidental.Embora não haja uma estreita ligação entre Nietzsche e o Nazismo, é fácil revermos alguns princípios ideológicos defendidos na sua obra que. posteriormente, foram aplicados ao movimento nacionalista.Primeiro porque na obra "Assim falou Zaratustra" Nietzsche aborda um super-homem, um ser com dotes sobrehumanos, um Übermensch (Para-além-do-homem) que é tido pelos Neonazis como o Ariano, o ser superior.Outro dos exemplos é o niilismo, nomeadamente o Completo, que apela a um espírito activo, de criação de legado, defende igualmente que o homem, ao não crer nos valores transmitidos por Deus, deve ele próprio tornar-se produtor de valores. É aqui que podemos estabelecer uma comparação com o espírito de missão patente num membro skinhead.Relativamente ao Niilismo Incompleto, no qual se nega que a vida terrena deva ser regida por padrões morais, de forma a atingir uma plenitude numa vida metafisica futura, encontramos uma critica à moral judaico-cristã.No livro "Diário de um Skin" de António Salas encontramos uma citação reveladora da sua critica ao Cristianismo. «Os Deuses Arianos não procuram o apego aos débeis, não procuram proteger os desamparados (..) Os Deuses Arianos só sentem apego pelos que lutam, pelos que enfrentam as adversidades sem dobrar o joelho, pelos que exaltam a força e a beleza.»«O Cristianismo, essa religião destinada aos débeis e doentes, aos que procuram nos outros a solução dos seus problemas e não em si mesmos (..) Essa religião que procura o desapego á vida terrena, que condena a beleza, o sexo (..)»No fundo é uma crítica ao conformismo cristão, à consciência de que mesmo sendo mártires na terra, após a morte, atingirão a plenitude. As crenças metafisicas nazis implicam um papel mais pró-activo.http://216.239.59.104/search?q=cache:xg9pE-t0BKoJ:observador21.blogspot.com/2007/09/ideologia-skin.html+soldados+alem%C3%A3es+zaratustra&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=7&gl=br

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    Olá JPC

    E não, não tenho ideologia, reconhecer a importância económica de se gastar dinheiro a abrir uma fábrica, uma fazenda, uma livraria ou uma padaria não é ter ideologia,

    Mas isso não precisa ser feito no país dos outros.  A partir do momento em que vc acha que a exploração econômica internacional é necessária, vc está aderindo a uma ideologia. Comércio não é exploração econômica. Pelo menos não era.

    E ainda bem que não é xenófobo, também fico satisfeito. Mas admita que esse discurso radical anti-investimento estrangeiro é um pouco suspeito...

    O que é suspeito é o relacionamento dos nossos políticos corruptos com os interesses internacionais que desde há muito lesa nossa Nação. É bem simples: Quando se está tratando com uma criança ingênua é muito mais fácil tirar-lhe o doce do que quando se está tratando com velhas raposas. Como eu disse, as empresas brasileiras que quiserem explorar outros mercados terão que cumprir as leis deste mercado e não corrompe-las como os empresários espanhóis têm feito por aqui, essa é a questão levantada pelo Miguel e que provavelmente vc nem sequer tem conhecimento. Questão levantada e muito bem embasada. Vc está defendendo a Globalização num local onde ela está sendo TOTALMENTE distorcida de seus oficiais propósitos e utilizada para encher bolso (conta bancária numerada na Suíça) de vagabundo de colarinho branco.Uma das ilusórias maneiras de se “arranjar” políticos honestos é protestando e debatendo os assuntos pertinentes. Se não arranjar honestos, ao menos alguns menos desonestos acabam surgindo. Por isso louvo a iniciativa deste debate.

    E tem a certeza que os brasileiros nunca colonizaram merda nenhuma? Eu não teria tanta. O colonialismo não é apenas uma realidade entre países diferentes, muitas vezes acontece dentro de fronteiras.

    Desconheço qualquer episódio  ocorrido aqui, que venha a aludir isso.Desculpe, não quero iniciar uma troca de “ingênuo” pra lá, “ingênuo” pra cá, mas essa sua afirmação é ingênua!  ;D  :

    Além disso, essa tese de que o Brasil é uma espécie de virgem no bordel global é um pouco ingénua, desculpe que lhe diga... Ainda mais absurdo é responsabilizar a dívida externa brasileira com uma negociata entre portugueses e brasileiros há mais de um século. Aliás, estranho seria se o Brasil não tivesse dívida externa ou défice público. assi de repente não me lembro de nenhum país que não a tenha. Olhe, até tenho a impressão que a dívida dos EUA é ainda maior que a vossa. Que tem isso a ver com alguma coisa?

    Ora, uma coisa é a dívida do fortão da turma entre os outros moleques e outra coisa é a dívida do moleque para com o fortão da turma! Só pra vc ter uma idéia se o Brasil quebrar os EUA festejarão, se os EUA quebrarem nós quebramos.Os EUA detém a MAIOR divida externa do mundo. Óbvio, quem vai querer se indispor com o fortão da turma? Eles usam a divida deles para acuar e chantagear os demais. Vc não sabia?O sistema é um engodo!

    fiz uma breve pesquisa e verifiquei que o Brasil também tem investido na China, sim, até agora um volume de investimento da ordem dos 150 milhões de dólares. É pouco, mas está a subir.

    O grande investimento que o Brasil faz na China é a prevaricadora e corrupta permissão da entrada de seus produtos pirateados por aqui. O mercado está infestado! Isso está quebrando as pernas dos nossos iludidos empresários que, além de serem escorchantemente espoliados pelo Fisco, nem sequer contam com qualquer proteção contra a pirataria.  E nós, o povo, paradoxalmente damos graças a Deus, pois, os custos aqui são impraticáveis e se não fossem os piratas, poucos teriam acesso às novas tecnologias. Paradoxos universais...  hehehe

    A questão do "sistema viciado" é outra óptima desculpa para as vossas insuficiências e problemas internos. Eu ao menos reconheço que o problema português é Portugal e os portugueses; agora, pelo que vejo, para vós a culpa é dos investidores estrangeiros, do "sistema", do pobre do D. Pedro e do passado colonial longínquo, da globalização, do capitalismo, etc., etc., só falta dizer que o Brasil não progride ou tem problemas porque há uma conspiração inter-galáctica entre marcianos e habitantes de Alpha Centauri...

    Muito engraçado! Mas a pergunta é : O que eu disse quanto à Divida Externa Brasileira é real ou é alguma historinha de Marte ou sei lá o que?Se Portugal que teve por séculos todas as riquezas do Brasil, não está bem economicamente, por que diabos vc acha que nós estamos dando desculpas esfarrapadas? Imagine o nosso problema com uma dívida que não só NÃO É NOSSA como também está influenciando negativamente para o nosso crescimento enquanto desenvolvimento social. Abra os olhos! Não acredite piamente na sua imprensa (jornalismo).

    O facto é que têm sido realidades cmo o micro-crédito, por exemplo, que têm tirado muita gente da miséria. Você não gostaria de ser proprietário de uma editora de livros, por exemplo? Ou de uma pequena fazenda? Ou de um centro de yoga, sei lá! Se o seu trabalho empresarial tiver qualidade, se houver mercado, se houver compradores para os seus produtos ou serviços, vinga, se não, meu amigo, fecha o tasco e volta ao trabalho assalariado.

    hehehe  Meu amigo!!  Aonde é que tem isso??  Mais uma vez te digo pra não acreditar nesses propagandistas de merda.    Que beleza!! Um centro de yoga... Uma pequena fazenda... Que maravilha!! É em Marte que tem esse micro-crédito aberto a todos? Ou é em Portugal? Porque aqui, o que eles fazem é tacar umas propagandas na TV, que custam os olhos da cara e que são pagas com dinheiro público, é óbvio,  e que dizem pro cara que ele pode conseguir um micro-crédito... Indicam o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, O BNDES, etc. Órgão público que mexe com a grana não falta o que falta é eles realmente fazerem o que propagandeiam. Existe até o SEBRAE, mais um elefante branco que só serve de cabide de emprego e para o desvio de verba pública. Eles dizem pro cara abrir empresa e procurar os bancos financiadores, pois bem, depois do cara gastar um bom dinheiro abrindo legalmente sua empresa, o cara chega nos bancos e fica sebendo que o seu crédito só será estudado depois que ele movimentar a sua conta bancária por algo em torno de 6 meses a 1 ano. Com bases no saldo médio do cara é que eles vão dizer o quanto eles querem emprestar. Ou seja: Se o cara está procurando empréstimo bancário para ser MICRO-empresário, quanta grana será que ele tem para movimentar essa conta? O cara acaba de abrir a empresa e eles querem que o cara movimente a conta por 6 meses? Movimentar com que? Não é um empréstimo à empresas é empréstimo a quem quer ABRIR uma micro-empresa!!Para contornar as críticas à essa discrepância descarada eles inventaram uma baboseira midiática mais mentirosa ainda: O Micro-crédito Orientado.  Para um universo de 190 milhões de pessoas eles colocam algumas agências que só sabem  determinar regras e padrões sem se responsabilizar financeiramente com os resultados obtidos. Alem disso, conseguir um credito nestes locais é como achar uma agulha num palheiro.Abaixo eu coloquei a "extensa"  relação das 5 operadoras desse micro-crédito, para 190 milhões de pessoas... Faz muita graça!!!http://www.sebraesp.com.br/topo/produtos/orienta%E7%E3o/acesso%20a%20cr%E9dito/relacao_operad_credito.aspxTambém não quero colocar-me aqui a denunciar todas as mazelas relacionadas a financiamento de crédito empresarial, mas o BNDES só empresta dinheiro para multi-bilhonários. Qual é a vantagem de um banco PÚBLICO que só empresta dinheiro pra ricos? O dinheiro que eles emprestam para os ricos é dinheiro suado pago pelos contribuintes. Emprestam  dinheiro preferencialmente  para empresas internacionais!! Contradições universais da Globalização, não é mesmo?

    Espero também que consigam melhorar o nível da vossa classe política. Nós também temos alguns que não serão um exemplo de honestidade, é certo, mas o principal problema nem é esse, é incompetência, mesmo.

    Ah...  Competência é o que não falta para os políticos daqui...  Só pra vc ter uma idéia o nosso Presidente,  o Lulu, nasceu no meio sindical, agora ele quer acabar com o imposto que mantém os sindicatos... E eu acho bom pois, os sindicatos só servem para sumir com as verbas que eles arrecadam, não fazendo absolutamente NADA pelos trabalhadores de suas respectivas categorias. Todo o dia 1º de Maio, eles fazem festa e sorteiam carros e apartamentos entre os idiotas que participam. É a única maneira de TENTAR ver algum benefício promovido por esses crápulas. O Lulu chegou a dizer em uma entrevista na França, que o caixa 2 nas campanhas políticas é coisa natural...  Tem que ter muita “competência” mesmo pra dizer isso.O pior de tudo isso é que ele está propondo a extinção deste imposto SÓ para pressionar a bancada dos sindicalistas a aprovar uma vergonhosa prorrogação de um imoral imposto que foi criado para fornecer verbas à falida Saúde Pública e nunca o fez: O dinheiro é usado descaradamente para outros fins. É a famigerada CPMF, imposto cobrado sobre QUALQUER movimentação financeira.Abraço

    Brasil
    Membro

    Olá JPC

    já percebi a vossa orientação ideológica.

    Uma análise precipitada, a meu ver... Pois, é utópica sim, mas nem eu mesmo encontrei ainda uma terminologia para denominá-la.

    já deixei de perder tempo há muito com certo tipo de utopias

    Lamento muito! Pois é nas idéias novas que se encontram as soluções para os problemas antigos. Ou não?

    de investimento precisa o seu país e precisa todo o mundo.

    Bem, vc pode não ter ideologias utópicas, mas definitivamente, ideologia vc tem.

    esses fenómenos poderão acontecer com empresas estrangeiras e com empresas brasileiras (ou os empresários brasileiros são todos impolutos? pois, também acho que não), o que provavelmente até se torna mais imoral, porque estão a expoliar os seus próprios compatriotas

    Sim, de ladrões... já chegam os nossos!! Já é o bastante!!

    O que noto, por outro lado, é uma certa xenofobia nesse vosso discurso.

    Caro amigo, de xenófobo eu não tenho nem o cacoete, minhas afirmações são embasadas em fatos. Como vc disse no início, nem o colonialismo vocês souberam aproveitar... Nós NUNCA fomos colonizadores de m****  nenhuma! O nascimento de nossa histórica e impagável Divida Externa se deu em troca de uma trégua na feroz ofensiva bélica portuguesa sobre o Brasil, quando este declarou sua independência.D. Pedro I, ilustre brasileiro de sangue português, assumiu a Dívida Externa de Portugal para com a Inglaterra, em troca da paz. Assim “todos” saíram felizes e satisfeitos desta pendenga imoral.

    quando os empresários brasileiros investem noutros países? Na China, por exemplo, onde os salários (custos de produção) são mais baixos? Que nome é que dão a isso? É uma missão patriótica?

    Posso estar enganado, mas o Brasil não tem nenhuma  empresa trabalhando (explorando) na China.  Se tiver alguma, com certeza será uma especial exceção.

    arranjem líderes honestos! A culpa é vossa, não é dos outros, meu amigo!

    A culpa é do sistema viciado. Viciado desde o colonialismo. NÃO HÁ líderes honestos, isso é uma infantilidade de sua parte. Um ingênuo delírio.

    O facto de haver aí cada vez mais pequenos empresários é quanto a mim um excelente sinal. É sinal que o empreendedorismo brasileiro está em alta e que já muita gente pode concretizar o sonho de não ter de trabalhar por conta de outrém.

    É um sinal que estamos caminhando rumo ao impraticável: Daqui a pouco QUEM serão os trabalhadores? TODOS serão empresários? Essas micro-empresas só estão servindo para os grandes empresários safarem-se dos  ENCARGOS TRABALHISTAS.Tudo gira na informalidade, sem cumprir as leis trabalhistas. O que é impossível, quando associados a outros encargos também escorchantes.  Cumprir a lei aqui, se tornou inviável.  Arranjar políticos honestos? Bem, quando Jesus Cristo se candidatar eu voto nele.

    É outra fatalidade universal...

    Outra maleita universal.

    Com tantas contradições universais eu acho que as ideologias utópicas começam a ficar mais possíveis que utópicas, não é mesmo? Abs

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