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  • em resposta a: Além do bem, do mal e da cognoscibilidade humana #85435
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    Nietzsche e o que em sua filosofia seriam as características que demarcam os dois tipos de vida, representados pelas duas morais que ele próprio inventou ou identificou: a moral nobre (moral dos senhores) e a escrava:

      “Numa perambulação pelas muitas morais, as mais finas e as mais grosseiras, que até agora dominaram e continuam dominando na terra, encontrei certos traços que regularmente retornam juntos e ligados entre si: até que finalmente se revelaram dois tipos básicos, e uma diferença fundamental sobressaiu. Há uma moral dos senhores e uma moral de escravos; acrescento de imediato que em todas as culturas superiores e mais misturadas aparecem também tentativas de mediação entre as duas morais, e, com ainda maior freqüência, confusão das mesmas e incompreensão mútua, por vezes inclusive dura coexistência até mesmo num homem, no interior de uma só alma.As diferenciações morais de valor se originaram ou dentro de uma espécie dominante, que se tornou agradavelmente cônscia da sua diferença em relação à dominada, ou entre os dominados, os escravos e dependentes de qualquer grau. No primeiro caso, quando os dominantes determinam o conceito de "bom", são os estados de alma elevados e orgulhosos que são considerados distintivos e determinantes da hierarquia. O homem nobre afasta de si os seres nos quais se exprime o contrário desses estados de elevação e orgulho: ele os despreza. Note-se que, nessa primeira espécie de moral, a oposição "bom" e "ruim" significa tanto quanto "nobre" e "desprezível"; a oposição "bom" e "mau" tem outra origem.Despreza-se o covarde, o medroso, o mesquinho, o que pensa na estreita utilidade; assim como o desconfiado, com seu olhar obstruído, o que rebaixa a si mesmo, a espécie canina de homem, que se deixa maltratar, o adulador que mendiga, e, sobretudo, o mentiroso - é crença básica de todos os aristocratas que o povo comum é mentiroso. "Nós , verdadeiros" - assim se denominavam os nobres da Grécia antiga.É óbvio que as designações morais de valor, em toda parte, foram aplicadas primeiro a homens, e somente depois, de forma derivada, a ações: por isso é um grande equívoco, quando historiadores da moral partem de questões como "por que foi louvada a ação compassiva?". O homem de espécie nobre se sente como aquele que determina valores, ele não tem necessidade de ser abonado, ele julga: "o que me é prejudicial é prejudicial em si", sabe-se como o único que empresta honra às coisas, que cria valores. Tudo o que conhece de si, ele honra: uma semelhante moral é glorificação de si.Em primeiro plano está a sensação de plenitude, de poder que quer elevada, a consciência de uma riqueza que gostaria de ceder e presentear - também o homem nobre ajuda o infeliz, mas não ou quase não por compaixão, antes por um ímpeto gerado pela abundância de poder.O homem nobre honra em si o poderoso, e o que tem poder sobre si mesmo, que entende de falar e calar, que com prazer exerce rigor e dureza consigo e venera tudo que seja rigoroso e duro."Um coração duro me colocou Wotan no peito", diz uma velha saga escandinava: uma justa expressão poética da alma de um orgulhoso viking. Uma tal espécie de homem se orgulha justamente de não ser feito para a compaixão: daí o herói da saga acrescentar, em tom de aviso, que "quem quando jovem não tem o coração duro, jamais o terá". Os nobres e bravos que assim pensam estão longe da moral que vê o sinal distintivo do que é moral na compaixão, na ação altruísta ou no desintéressement [desinteresse]; a fé em si mesmo, o orgulho de si mesmo, uma radical hostilidade e ironia face à "abnegação" pertencem tão claramente à moral nobre quanto um leve desprezo e cuidado ante as simpatias e o "coração quente".São os poderosos que entendem de venerar, esta é sua arte, o reino de sua invenção. A profunda reverência pela idade e pela origem - todo o direito se baseia nessa dupla reverência -, a fé e o preconceito em favor dos ancestrais e contra os vindouros são algo típico da moral dos poderosos; e quando, inversamente, os homens das "idéias modernas" crêem quase instintivamente no progresso" e no "porvir", e cada vez mais carecem do respeito pela idade, já se acusa em tudo isso a origem não-nobre dessas "idéias"O que faz uma moral dos dominantes parecer mais estranha e penosa para o gosto atual, no entanto, é o rigor do seu princípio básico de que apenas frente aos iguais existem deveres; de que frente aos seres de categoria inferior, a tudo estranho-alheio, pode-se agir ao bel-prazer ou como quiser o coração", e em todo caso "além do bem e do mal": aqui pode entrar a compaixão, e coisas do gênero. A capacidade e o dever da longa gratidão e da longa vingança - as duas somente com os iguais -, a finura na retribuição, o refinamento no conceito de amizade, de uma certa necessidade de ter inimigos (como canais de escoamento, por assim dizer, para os afetos de inveja, agressividade, petulância - no fundo, para poder ser bem amigo): todas essas são características da moral nobre, que, como foi indicado, não é a moral das "idéias modernas", sendo hoje difícil percebê-la, portanto, e também desenterrá-la e descobri-la.É diferente com o segundo tipo de moral, a moral dos escravos. Supondo que os violentados, oprimidos, prisioneiros, sofredores, inseguros e cansados de si moralizem: o que terão em comum suas valorações morais? Provavelmente uma suspeita pessimista face a toda a situação do homem achará expressão, talvez uma condenação do homem e da sua situação. O olhar do escravo não é favorável às virtudes do poderoso: é cético e desconfiado, tem finura na desconfiança frente a tudo "bom" que é honrado por ele gostaria de convencer-se de que nele a própria felicidade não é genuína.Inversamente, as propriedades que servem para aliviar a existência dos que sofrem são postas em relevo e inundadas de luz: a compaixão, a mão solícita e afável, o coração cálido, a paciência, a diligência, a humildade, a amabilidade recebem todas as honras - pois são as propriedades mais úteis no caso, e praticamente todos os únicos meios de suportar a pressão da existência.A moral dos escravos é essencialmente uma moral de utilidade. Aqui está o foco de origem da famosa oposição "bom" e "mau" - no que é mau se sente poder e periculosidade, uma certa terribilidade, sutileza e força que não permite o desprezo. Logo segundo a moral dos escravos o "mau" inspira medo; segundo a moral dos senhores e precisamente o "bom" que desperta e quer despertar medo, enquanto o homem "ruim" é sentido como desprezível. A opressão chega ao auge quando, de modo conseqüente à moral dos escravos, um leve aro de menosprezo envolve também o "bom" dessa moral - ele pode ser ligeiro e benévolo porque em todo caso o bom tem de ser, no modo de pensar escravo, um homem inofensivo: é de boa índole, fácil de enganar, talvez um pouco estúpido, ou seja, un bonhomme [um bom homem]. Onde quer que a moral dos escravos se torne preponderante, a linguagem tende a aproximar as palavras "bom" e "estúpido".”Minha intenção com a crítica que segue, não é a de defender o Cristianismo, que é antes de tudo, um conjunto de regras pré-estabelecido e “que não pode ser mudado” sob nenhuma circunstância, o que por si só já é um grave obstáculo à evolução humana, independentemente de a origem de sua história ser verdadeira ou não. Minha intenção aqui não diz respeito aonde Nietzsche ataca; que é o Cristianismo, e sim aonde ele incentiva e apologiza; que é a moral dos “nobres”, dos “senhores”.   A tese de Nietzsche a respeito de uma inversão na moral  a partir do ressentimento dos escravos perante os seus algozes senhores, pode até mesmo ser procedente, o que não validaria absolutamente sob nenhum aspecto a hipótese de que: a moral "nobre" deveria prevalecer.Uma coisa não valida a outra. Se a moral do “escravo” ou dominado “é nociva” porque seria nascida do ressentimento, a moral do “nobre” não poderia ser sadia, natural e nem válida, uma vez que ela seria nascida da exploração empreendida pelos escravocratas ou dominantes, ela seria essencialmente de quem escraviza e explora sua espécie.  A menos que se tenha o escravagismo como algo válido, e a dominação exploradora como algo sadio ou virtuoso seja ela do tipo que for.Em minha opinião, é um grande erro entender que a filosofia de Nietzsche, no que diz respeito à convivência das pessoas enquanto sociedades, está correta ou seja algo a ser seguido. Há aqueles que acham que Nietzsche dá a receita para um mundo melhor, eu discordo. A concepção de que o dominante, poderoso, bem sucedido economicamente é superior, é totalmente questionável.  Caberia perguntar: Superior sob QUAL ótica? Sob essa ótica predominante que avalia e considera a moral dos dominantes algo “bom”, algo para o “bem”, que paradoxalmente, praticamente todos já estão fartos e apontam constantemente suas absurdas contradições existenciais, mesmo que sem perceber e investigar profundamente as origens desta paradoxalidade, poderia-se dizer que sim, a moral do dominante é superior.Porém, uma vez que praticamente todos têm algo  procedente a questionar, a protestar, a mobilizar-se contra, a lutar contra... Uma vez que vive-se sob as chantagens do medo, sob a ameaça iminente do extermínio da espécie, vive-se sob as rédeas das pessoas que detém “naturalmente” título de superior, não poderíamos atribuir caráter de “bom” à moral “superior”, mesmo que inconscientemente nos sintamos também superiores.Mesmo que estejamos num nível social  econômico acima da grande maioria das pessoas, jamais poderíamos, racionalmente  considerar a moral superior, a moral dos senhores, aquela moral que Nietzsche exalta tanto e ressalta suas características de coragem, rigidez, vigor, etc ,  “boa”. Uma vez que, mesmo que eu, entre as pessoas de minha região, seja o mais bem sucedido, sempre haverá alguém mais bem sucedido que eu. E sempre, tanto a sua quanto a minha vontade de poder estarão em conflito."O que faz uma moral dos dominantes parecer mais estranha e penosa para o gosto atual, no entanto, é o rigor do seu princípio básico de que apenas frente aos iguais existem deveres; de que frente aos seres de categoria inferior, a tudo estranho-alheio, pode-se agir ao bel-prazer ou como quiser o coração", e em todo caso "além do bem e do mal": aqui pode entrar a compaixão, e coisas do gênero."O princípio “básico” de que apenas frente aos iguais existem deveres, tem vários nomes; chama-se máfia, cartel, oligarquia e até currióla.Para fortalecer o caráter dos sadios princípios morais e éticos de igualdade de direitos entre os homens, eu não precisaria de maneira alguma evocar algum conceito teológico ou cristão. Faço isso com argumentos racionais. O conflito desnecessário NUNCA será sadio! Só pode existir pessoas consideradas: senhor, dominador, superior, se existir pessoas consideradas escravos, dominados, inferiores.Alguém pode dizer: Para o dominador é sadio. E eu digo: Parece sadio. Como eu disse mais acima, sempre haverá alguém mais poderoso que eu e a vontade de poder alheia às conseqüências não seria um privilégio só meu. Eu também estou incluído nos planos de dominação deste mais poderoso que eu e, consequentemente, dentro desta ótica predominante e equivocada ele é superior e suas atitudes são válidas e sadias.Esse “princípio de dever frente aos iguais” cai por terra ao menor sinal de prejuízo ou baixo lucro. O que me era considerado igual passa a ser oposto, o que era nobre passa para baixaria, baixeza. Enquanto eu, hipoteticamente sendo um dos mais poderosos de minha região, estiver de pleno acordo com o outro mais  poderoso de sua região, estaremos explorando e escravizando mutuamente, “socialmente”. Porém não há pudor, nem ética dentro da exploração e fora da compaixão. Não há bondade, não há limites, alias a bondade, segundo Nietzsche é sinal para o " ser superior", o dominador se preocupar e sentir medo. Minha vontade de poder deverá ter exatamente a mesma medida da vontade de poder do outro, senão um dos dois será engolido. A tendência lógica dessa "moral superior" ou "nobre" é existir cada vez MENOS superiores e poderosos, visto que um eliminará o outro, deixando margem para o surgimento de uma casta muitíssimo reduzida e altamente dominadora (alguma coisa parecida com os faraós - "divindades" na Terra). Portanto, a menos que vc se considere o mais superior dos superiores, esta moral “nobre” deve ser questionada.Esse conceito de "nobreza dos superiores" não é menos nocivo à humanidade que o conceito de "nobreza dos escravos". Não há porque ver superioridade no ato de dominar e explorar outros. É exatamente este impulso de entender como superior,  aquilo que domina e explora, o X da questão. A pergunta não é quem é mais feliz e sim; quem cultiva a felicidade?

    em resposta a: Isaac Newton e o Apocalipse #85202
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    Pessoal, vamos aproveitar a vida e sermos felizes, pois se ficarmos pensando nesses fatos tristes, perderemos nosso tempo, e aí, será tarde demais.

    "Eu discordo do que você diz, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo." (Voltaire)"Um homem não pode fazer o certo numa área da vida, enquanto está ocupado em fazer o errado em outra. A vida é um todo indivisível." (Mahatma Gandhi)

    em resposta a: O que é fé? #85369
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    Fé "religiosa" está no mundo das "idéias" como define Kant, não no mundo da existência. A teoria da física universal também, creio. Mas a grande diferença é que a segunda está disposta a rever sua idéia à medida da descoberta da existência enquanto que a primeira, a serviço do medo e da esperança, é muito mais resistente à evidência do contrário.

    Qual é a "evidência do contrário"?   Desconheço!!  ???

    Evidência do contrário é a de que o Corintians não será campeão brasileiro de 2007, apesar de ser o time da fé! Desculpe-me a brincadeira. Mas é a evidência de que o universo não tem cinco mil anos, de que Deus não criou Adão e Eva, de que a terra não era o centro do universo, de que o homem não é melhor que um macaco ou uma árvore - é apenas outro tipo de ser vivo, de que Deus não foi criado a nossa imagem e semelhança...

    Foi Deus quem lhe deu estas informações? Foi ele quem lhe disse que estas coisas todas eram verdadeiras? Porque a mim ele não disse nada disso, alias, penso que ele não disse nada literalmente, apenas permitiu-me formar minha própria opinião quanto à sua existência.Percebe como sua opinião neste caso é demasiadamente generalizada? (preconceituosa)Seria o mesmo que eu entender que quem não acredita em Deus, é uma má pessoa ou um degenerado, sei lá...  ;DDeixa eu ver se eu entendi: É com base neste conjunto de informações erradas , que por séculos foram tidas como certas,   que você desacredita da possibilidade da existencia de um ser criador do Universo? O motivo de vc não acreditar em Deus é o fato destas informações estarem erradas?

    em resposta a: O Anticristo #85469
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    Uma crítica da concepção cristã de Deus conduz inevitavelmente à mesma conclusão. — Uma nação que ainda acredita em si mesma possui seu próprio Deus. Nele são honradas as condições que a possibilitam sobreviver, suas virtudes — projeta o prazer que possui em si mesma, seu sentimento de poder, em um ser ao qual pode agradecer por isso. Quem é rico lhe prodigaliza sua riqueza; uma nação orgulhosa precisa de um Deus ao qual pode oferecer sacrifícios… A religião, dentro desses limites, é uma forma de gratidão. O homem é grato por existir: para isso precisa de um Deus. — Tal Deus precisa ser tanto capaz de beneficiar quanto de prejudicar; deve ser capaz de representar um amigo ou um inimigo — é admirado tanto pelo bem quanto pelo mal que causa. Castrar esse Deus, contra toda a natureza, transformando-o em um Deus somente bondade, seria contrário à inclinação humana. A humanidade necessita igualmente de um Deus mau e de um Deus bom; não deve agradecer por sua própria existência à mera tolerância e à filantropia… Qual seria o valor de um Deus que desconhecesse o ódio, a vingança, a inveja, o desprezo, a astúcia, a violência?Depois de uma tese destas, era de se esperar uma síntese. O que segue depois disso, realmente não satisfaz.. Faltaria o autor ao menos explicar esse paradoxo criado por ele mesmo. Se um Deus só de bondade é uma estupidez inventada pelos homens, por que o “deus nietzscheano”, o deus da bondade e da maldade, da astúcia e da bobeira juntas, não é?Que negócio é esse de:  “seria contrário à inclinação humana”? A maldade é lá alguma inclinação humana?  A maldade é um “verme”, uma doença da consciência humana. Isso é o que eu digo! Ela habita as consciências em grau muitíssimo reduzido.  Incentivá-la com um “deus’ exótico ou qualquer banalidade desnecessária seria uma estupidez.“Um deus da violência...”  Eu fico imaginando essas torcidas organizadas idolatrando esse deus... se é que eles já não fazem isso.Que papo é esse de: “Quem é rico lhe prodigaliza sua riqueza; uma nação orgulhosa precisa de um Deus ao qual pode oferecer sacrifícios...”De onde o autor tirou essa idéia de sacrifício? Que a Igreja Católica pregou a pobreza como virtude ao mesmo tempo em que o vaticano transformava-se numa cidade-catedral de ouro, eu concordo. Mas, Deus não se resume em absolutamente nenhuma igreja ou seita ou seja lá o que for criado e administrado pelos homens. Essa opinião do autor é contraditóriamente confusa, ele acredita em “divindades más”,  ou ele acha que os outros devem acreditar nesta “divindade” má e violenta?  Tanto num caso como no outro : Pra quê?   Por que?E o autor continua assim:...Qual seria o valor de um Deus que desconhecesse o ódio, a vingança, a inveja, o desprezo, a astúcia, a violência? Que talvez nem sequer tenha experimentado os arrebatadores ardeurs da vitória e da destruição? Ninguém entenderia tal Deus: por que alguém o desejaria? — Sem dúvida, quando uma nação está em declínio, quando sente que a crença em seu próprio futuro, sua esperança de liberdade estão se esvaindo, quando começa a enxergar a submissão como primeira necessidade e como medida de autopreservação, então precisa também modificar seu Deus. Ele então se torna hipócrita, tímido e recatado; aconselha a “paz na alma”, a ausência de ódio, a indulgência, o “amor” aos amigos e aos inimigos. Torna-se um moralizador por excelência; infiltra-se em toda virtude privada; transforma-se no Deus de todos os homens; torna-se um cidadão privado, um cosmopolita... Noutros tempos representava um povo, a força de um povo, tudo que em suas almas havia de agressivo e sequioso de poder; agora é simplesmente o bom Deus... Na verdade não há outra alternativa para os Deuses: ou são a vontade de poder — no caso de serem os Deuses de uma nação — ou a inaptidão para o poder — e neste caso precisam ser bons.Então deveríamos acreditar num deus assim como nós; bom e mau. Consciente e inconseqüente.  E novamente eu pergunto: Pra quê?  É uma ingenuidade achar que mudando a “estirpe do deus”, muda-se para melhor!!  “Acreditando num deus assim ou assado é bom ou mau...”  Francamente! Os ateus deveriam adotar outro ídolo.  ;D

    em resposta a: O Anticristo #85468
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    Nós desaprendemos algo. Nos tornamos mais modestos em todos os sentidos. Não derivamos mais o homem do “espírito”, do “desejo de Deus”; rebaixamos o homem a um mero animal. O consideramos o mais forte entre eles porque é o mais astuto; um dos resultados disso é sua intelectualidade. Em contrapartida, nós nos precavemos contra este conceito: de que o homem é o grande objetivo da evolução orgânica. Em verdade, pode ser qualquer coisa, menos a coroa da criação: ao lado dele estão muitos outros animais, todos em similares estágios de desenvolvimento… E mesmo quando dizemos isso, estamos exagerando, pois o homem, relativamente falando, é o mais corrompido e doentio de todos os animais, o mais perigosamente desviado de seus instintos — apesar disso tudo, com certeza, continua a ser o mais interessante! — No que concerne aos animais inferiores, foi Descartes quem primeiro teve a admirável ousadia de descrevê-los como uma machina; toda a nossa fisiologia é um esforço para provar a veracidade dessa doutrina. Entretanto, é ilógico colocar o homem à parte, como fez Descartes: todo o conhecimento que temos sobre o homem aponta precisamente ao que o consideramos: uma máquina.O Homem deve SIM ser colocado à parte. Máquinas não raciocinam. Máquinas e animais irracionais não sentem emoção, coisa que para Nietzsche são só atributos “interessantes”. Máquinas não escrevem livros, não conseguem persuadir ninguém, não conseguem deliberadamente mudar a opinião de pessoas, assim como fazem os bons e maus filósofos.   Os animais irracionais não têm a potencialidade de destruir o planeta.Antigamente pensava-se que a consciência humana, seu “espírito”, era uma evidência de sua origem superior, de sua divindade. Aconselharam-no que, para que se tornasse perfeito, assim como a tartaruga, recolhesse seus sentidos em si mesmo e não tivesse mais contato com coisas terrenas, para escapar de seu “envoltório mortal” — assim apenas restaria sua parte importante, o “puro espírito”. Aqui também pensamos melhor sobre o assunto: para nós a consciência, ou “o espírito”, aparece como um sintoma de uma relativa imperfeição do organismo, como uma experiência, um tatear, um equívoco, como uma aflição que consome força nervosa desnecessariamente — nós negamos que qualquer coisa feita conscientemente possa ser feita com perfeição. O “puro espírito” é uma pura estupidez: retire o sistema nervoso e os sentidos, o chamado “envoltório mortal”, e o resto é um erro de cálculo — isso é tudo!...Nem tanto ao céu, nem tanto ao inferno. É óbvio que o homem não tem que se encolher num casco protetor como faz uma tartaruga, muito menos considerar sua consciência algo divino ou parte de alguma divindade, mas daí a entendê-la como uma imperfeição do organismo, equivaleria ao ato de se  jogar o bebê fora e “criar” a placenta.O puro espírito pode até ser uma estupidez, mas a consciência não é.  ;)  Estupidez é querer minimizá-la, sem antes explicá-la. Ou, equiparar-se aos animais irracionais.Levando-se a sério as palavras do autor,  é possível explicar sua insana inspiração:“nós negamos que qualquer coisa feita conscientemente possa ser feita com perfeição.”Não é novidade para ninguém que Nietzsche considerava-se o maior de todos os filósofos. Será que ele escreveu suas obras inconscientemente?   ??? (Se é que isso é possível...)

    em resposta a: O Anticristo #85467
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    A “virtude”, o “dever”, o “bem em si”, a bondade fundamentada na impessoalidade ou na noção de validez universal — são todas quimeras, e nelas apenas encontra-se a expressão da decadência, o último colapso vital, o espírito chinês de Konigsberg. Exatamente o contrário é exigido pelas mais profundas leis da autopreservação e do crescimento: que cada homem crie sua própria virtude, seu próprio imperativo categórico. Uma nação se reduz a ruínas quando confunde seu dever com o conceito universal de dever.“Que cada homem crie sua própria virtude...”  Que poético! Que bonito de se dizer!Bem, se o sentido da vida é a vontade de mais poder e, eu posso criar minha própria virtude... Então eu posso usar qualquer artifício ou prática para obter mais poder? E isso não poderia ser alvo de qualquer embargo  ético ou moral! Pois, se a vida É afirmar livremente minha vontade de poder, indiferente a qualquer moral que me proíba de fazer algo...  Deve ser por isso que em alguns redutos de intelectualoides exóticos, cheiradores de pó, não saber Nietzsche na ponta da língua, decorado e salteado, significa não ser gente grande.

    em resposta a: O que quer dizer Deus para a filosofia ? #72027
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    "Deus" é um palavrinha mágica que significa ESTUPIDEZ! Nada mais define esta Crença Infantilóide! :D

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    em resposta a: O que é fé? #85364
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    Meu caro Brasil,  A crença na existência de divindades é tão infantil como a crença em Papai Noel ou Coelhinho da Páscoa! Hora de crescer, meu bom filósofo! :D

    Vc se esqueceu de citar os duendes...0138.gif

    em resposta a: O Anticristo #85466
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    Não devemos enfeitar nem embelezar o cristianismo: ele travou uma guerra de morte contra este tipo de homem superior, anatematizou todos os instintos mais profundos desse tipo, destilou seus conceitos de mal e de maldade personificada a partir desses instintos — o homem forte como um réprobo, como “degredado entre os homens”. O cristianismo tomou o partido de tudo o que é fraco, baixo e fracassado; forjou seu ideal a partir da oposição a todos os instintos de preservação da vida saudável; corrompeu até mesmo as faculdades daquelas naturezas intelectualmente mais vigorosas, ensinando que os valores intelectuais elevados são apenas pecados, descaminhos, tentações. Novamente me vejo, sem querer, “defendendo” o cristianismo...O fanatismo ideológico do autor contra o cristianismo chega a ser patético tanto quanto o fanatismo religioso e cego de alguns beatos.Pelas palavras do autor deve-se entender que aonde o cristianismo não chegou encontramos o “protótipo do superhomem”. Pelas infelizes, impensadas e ideológicas palavras do autor, o superhomem reside no Tibete ou entre os árabes, ou quem sabe, na Mongólia. Também seria interessante que o autor tivesse dado "nome aos bois" ou às "moscas" relacionando objetivamente QUAIS são “as faculdades daquelas naturezas intelectualmente mais vigorosas” que o cristianismo supostamente teria corrompido.Se ele está se referindo à vontade de poder... eu acho que ele está redondamente enganado.

    em resposta a: Alguém leva Nietzsche à sério? #85337
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    Nietzsche luta contra a metafísica e propõe uma filosofia de vida, no mundo sensível, nesse nosso mundinho aqui. Em Nietzsche há um encorajamento no sentido de se ir até o fim de nossa razão, ou melhor, de dar ouvidos às nossas forças, instintos.

    Na minha opinião é um erro entender que esse nosso mundo é um “mundinho” única e exclusivamente interessado na metafísica em detrimento da possibilidade de irmos até o fim de nossas razões. Irmos até o fim de nossas razões é tudo o que eu TENTO dentro do “possível” “pregar” o tempo todo, em tudo o que faço e falo!  Irmos até o fim de nossas razões é a coisa mais sábia que o Homem poderia fazer!! Contudo, não vejo o Homem neste caminho ao mesmo tempo em que valoriza sobremaneira os “bem sucedidos”  e não os mais capazes, os fortes de poder e não os fortes de razão...   Condenando os doentes fanáticos religiosos e não os doentes fanáticos materialistas que se utilizam de QUALQUER expediente para alcançar seus objetivos...O "homem bem sucedido", “o forte”, - termos usados por ele -,   não é,  em verdade,  o mais capaz .   Está sendo, em decorrência de uma contingência provocada pela nossa própria instabilidade e indefinição quanto à real importância de nossos valores. Está sendo na realidade, o mais apto dentro deste nosso contexto totalmente errado, contraditório, predatório e portanto  IMPRÓPRIO. Esta avaliação de "forte" e "fraco" deveria ter outros princípios e parâmetros que não estes indefinidos propostos pelo autor.Não vejo o Homem trilhando esse caminho rumo ao escato de nossas razões, atacando o racionalismo, subjugando uns e outros, atribuindo todos os males da humanidade a uma SUPOSTA supressão dos instintos pela razão, à piedade e à compaixão.Não vejo o Homem trilhando um caminho em pró do fim último das nossas razões, somente pelo simples fato de se questionar duramente a moral, a piedade, a religiosidade sem sequer dar uma opinião de como deveria ser então. Qual seria essa “nova moral”?  Baseada em que ela se projetaria? Baseada única e simplesmente pela vontade de poder, pela idéia de que a vida é vontade de poder? Isso é possível num mundo competitivo e demasiado materialista? Possível até é... Mas é sensato?

    Me parece que a filosofia de Nietzsche está intimamente ligada às várias revoluções que ocorreram no século XX, algo realmente sem paralelo que desmontou muitas bases sólidas da construção de nossos valores ocidentais. Porém, daí surgiu uma espécie de vácuo. Não que tudo tenha sido invalidado, mas foi de certa forma asfixiado por um modo de proceder que se traduz em categorização e estrangulamento economico.

    Muito bem observado, na minha opinião.Erroneamente muitos desatrelam a Filosofia da Política, mas isso é um ledo engano! Nietzsche formou boa parte de seus conceitos e opiniões a partir da tomada de poder pela Comuna de Paris. Declarou que esse era um movimento que deveria ser combatido a QUALQUER CUSTO, e o fato sequer aconteceu em seu país.Não farei nenhuma defesa a qualquer ideologia, mas Política não é algo que se desenvolva com vistas a um objetivo A QUALQUER CUSTO.   “O homem é um animal político”  (Aristóteles)Os fatos que se sucederam durante a Comuna de Paris, como a destruição da  Coluna de Vendôme, por exemplo, serviram de inspiração para suas obras durante os 20 anos subseqüentes ao episódio. A ira da população explorada por séculos de elitismo tirano, então  revoltada e desorientada, serviu de parâmetro para ele reprovar e condenar duramente a igualdade social. Se alinhou ativamente aos políticos fascistas antidemocratas e anti-socialistas apesar de nunca ter sido político. Aliou-se a elite apesar de depois não ter suportado viver entre eles. A Política falou alto em suas obras, muito alto!Nietzsche tornou-se um apologista da distinção. Na minha opinião, as diferenças devem ser respeitadas e não incentivadas. As diferenças devem ser respeitadas, mas não as DIFERENCIAÇÕES preconceituosas e embasadas no fato de crer ou não em Deus... Essas não!  Como já disseram neste fórum anteriormente: Ideologia é sempre ideologia, seja ela de direita, de esquerda, de cima ou de baixo.A noção que eu tenho da “Política” não é a noção dada por Maquiavel, mas sim a noção  ensinada por Platão. Na minha opinião, a vontade de poder dos poderosos é que desvirtua até os conceitos mais básicos e primordiais...

    Esta viagem em direção ao desconhecido não está indo contra a noção de que o mundo sensível é um "mundinho"?

    Creio que sim. Para Nietzsche o “mundinho” é o mundo das razões e, o mundo "apropriado" seria o mundo das vontades e instintos alheios às conseqüências.Acho que muito tempo se passou para que deixássemos de ser animais e passássemos ao estágio de humanos. Para isso acredito que alguns instintos e vontades tiveram de ser suprimidos. Será que erramos? Será que monstruosidades humanas como a escravidão teriam acabado ou não teriam renascido nesse "mundo das vontades e instintos nietzscheanos"? O super-homem de Nietzsche é o Homem “raro”,  senhor dos rebanhos, algoz dos fracos, explorador dos ignorantes e eliminador das castas “baixas”. Só resta saber como esse Homem poderia sobreviver e ter tantas raridades à sua disposição, uma vez que eliminaria os seus escravos e/ou explorados. Quem iria prover suas raridades, uma vez que os fracos jamais deveriam ser ajudados, a piedade jamais deveria existir. Se TODOS os homens adotassem os princípios nietzsheanos, quem iria prover as raridades para os raros? Uma vez que não existiria mais homens “fracos”, operosos e ignorantes para se explorar e ostentar sua posição de “raro”, “forte”, “virtuoso” e “bem sucedido”.Abs

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    O maior bem dos seres vivos é a vida. Entrementes, a vida do outro ser vivo é,, intrinsecamente,  um impecílio a minha lprópriia vida! Cada ser vivo é, fundamentalmente, uma guerra a todos os outros seres vivos. Assim vivemos um tremendo PARADOXO!

    Sob a ótica da coerência e do racionalismo puro; a vida do outro é um pré-requisito para a minha.A felicidade do outro é um pré-requisito para a minha.A harmonia social é um pré-requisito para a vida e para a felicidade da sociedade. Todos os fatores geradores de conflitos e impecílios sociais, se devem às nossas próprias opções. Se devem às nossas próprias invenções e costumes.A Terra é capaz de prover vida digna a todos, sem conflitos “necessários”.

    A análise deste paradoxo é todo o esforço filosófico de nossa história.

    Creio que não. A análise deste paradoxo passa necessariamente pela análise crítica sobre o sistema de convívio das sociedades. Alguns poucos adentraram nesse campo muito superficialmente, os que foram um pouco mais longe, na minha opinião foram; Proudhon,  Engels e Marx, porém nenhum deles produziu uma receita aceitável e/ou coerente.  No papel funcionaria, mas na prática não funcionou. Fatores externos influenciaram e é exatamente sobre os fatores externos que se assentam os problemas. Se estamos falando em “sociedade”, não poderia haver fatores externos capazes de inviabilizar a manutenção desta sociedade nestes novos moldes. Sociedade é união, coesão. Se uma sociedade altera totalmente o seu sistema de convívio, porém, perante o mundo ela continua a participar do “jogo” econômico, financeiro, industrial, comercial e especulativo, ou seja; nas relações exteriores continua usando os mesmos expediêntes, naturalmente ela estará sujeita aos obstáculos e impecílios impostos por outras. Não há o que reclamar; jogo é jogo...O que é o Mercado de Capitais senão um jogo? O que é a Geopolítica, senão um jogo?Por que falar  numa sociedade que não usa dinheiro é utópico  e, esperar que a corrupção e a criminalidade acabem sob decreto ou pela simples boa-vontade das pessoas não é?  ::)

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    Membro

    O maior bem dos seres vivos é a vida. Entrementes, a vida do outro ser vivo é,, intrinsecamente,  um impecílio a minha lprópriia vida!

    Se vc vê a coisa dessa maneira... não tem filosofia nem método de auto-ajuda que vai te aclarar as idéias... Essa sua conclusão tem fundamentação  político-econômica. A vida humana não se exprime nem se resume na Economia, tampouco na Geopolítica.

    em resposta a: Alguém leva Nietzsche à sério? #85335
    Brasil
    Membro

    O que eu quis dizer também foi dito com TODAS AS LETRAS. 

    Caro amigo, meu comentário sobre a falta de objetividade e clareza não tinha vc como alvo e sim Nietzsche. Não me referi a vc e sim a Nietzsche.Apenas não entendi sua observação sobre Kant e Descartes, pois estes, independentemente de estarem certos ou não, foram claros em suas CONCLUSÕES. Não querer dar atenção à metafísica não a torna inexistente, não a torna um castelo de cartas, etc... Ela continua aí, na nossa cara, gostemos ou não.

    Vi muita discussão biológica, psicológica e sobretudo sociológica, mas pouca filosofia.

    E o que é a Filosofia senão a observação e a crítica à somatória de todas estas ciências e mais algumas?Não se zangue comigo, mas vc não quer debater... Vc quer conversar com leitores e admiradores de Nietzsche; trocar informações e elogios... Bem, se eu tiver de elogiar Nietzsche começarei pela sua habilidade em passar mensagens cujas interpretações podem satisfazer toda a sorte de leitores.  Ao final de cada aforismo; múltiplas interpretações. Se alguém quiser entender que ele vislumbrava um mundo melhor e mais justo para todos, é possível...Se alguém quiser entender que ele vislumbrava um mundo dividido entre "fortes e fracos", "dignos e indignos", "nobres e baixos", "sãos e doentes", "vigorosos e mansos",   também é possível.Isso se deve à falta de síntese. Na Poesia a síntese é apenas um acessório, na Filosofia é tudo.   Sem síntese= sem filosofia.

    Agradeço seu empenho, mas o que vi aí de filosofia não vai muito de encontro com a proposta de debate que apresentei explanadamente pra todo mundo entender.

    Me desculpe se não sou a pessoa certa para trocar elogios sobre Nietzsche com vc, mas independentemente da minha presença neste fórum, vc poderia dar clareza às tuas afirmações. Não é só este “espantador de moscas” que lhe escreve, quem lê as mensagens deste fórum.

    Por último, será que o que um homem tem de melhor é limpar a rua, distribuir panfletos, ou o que ocorre é que estamos reprimindo a todo momento nossas forças, aquilo que em Nietzsche é considerado o bem?

    Quais forças? Sob quais circunstâncias? Vc poderia ser mais claro?

    (vou acrescentar mais uma, se vc me permitir...)O que o Homem tem de melhor?  ;D

    em resposta a: O que é fé? #85361
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    Fé "religiosa" está no mundo das "idéias" como define Kant, não no mundo da existência. A teoria da física universal também, creio. Mas a grande diferença é que a segunda está disposta a rever sua idéia à medida da descoberta da existência enquanto que a primeira, a serviço do medo e da esperança, é muito mais resistente à evidência do contrário.

    Se a fé está no mundo das idéias – o que eu também concordo -, porque vc acha que ela não está disposta a rever suas idéias à medida da "descoberta da existência"? Se as idéias são individuais, pessoais, como é possível afirmar isso?Por que vc acha que a fé está a serviço do medo?Acho que isso é um preconceito a respeito da fé, pois, eu tenho fé e não duvido de sequer uma teoria científica comprovada.  Simplesmente nenhuma delas abalou minha fé! Nenhuma delas deu conta de acabar com a fé e, isso não é uma "resistência",  pois, entre os próprios cientistas há pessoas que têm fé em Deus. Uma coisa não anula e nem minimiza a outra.Acho que as pessoas de pouca fé, é que têm medo que a ciência venha um dia a esfacelar suas esperanças. Isso sim!

    a primeira, a serviço do medo e da esperança, é muito mais resistente à evidência do contrário

    Qual é a "evidência do contrário"?   Desconheço!!  ???

    em resposta a: Além do bem, do mal e da cognoscibilidade humana #85434
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    Membro

    Assim não falou ZaratustraSabemos que o método aforismático e poético adotado por Nietzsche para desenvolver a maioria de suas obras, se deve à dificuldade de questionar o racionalismo, que é o que ele faz o tempo todo, partindo de conceitos racionais; criticar a razão sob alguma outra razão. Então ele lança mão de aforismos que, dialéticos, dão asas à imaginação. Dando asas à imaginação alheia, ele pode adentrar num campo totalmente subjetivo, e ao mesmo tempo dizer que não há qualquer campo para a subjeção.  Bem, só em se falar em imaginação podemos imaginar quanta subjeção... heheheO fato é que a subjeção e a contradição parecem acompanhar Nietzsche: Para desmitificar um conceito  ou um princípio moral, ele se apropria de mitos, como no caso dos “espíritos apolínio e dionisíaco", personagens da mitologia grega. Para protagonizar uma estória que tenta passar uma mensagem de liberdade para os homens frente aos mitos e deuses das religiões, ele ressuscita o profeta Zaratustra, um persa que viveu por volta do século VII  a/C, também conhecido como Zoroastro, fundador do Masdeísmo ou Zoroastrismo, uma religião monoteísta. (que adora um só Deus)Não sei qual a intenção de Nietzsche em escolher esse personagem para sua obra, o fato é que o verdadeiro Zaratustra deve ter-se “revirado em sua tumba”. Alguns dos principais mandamentos do zoroastrismo, religião criada por Zaratustra e que pregava que o esforço e o trabalho eram atos santos :"O que vale mais num trabalho é a dedicação do trabalhador.""O que semeia milho, semeia a religião. Não trabalhar é um pecado."Nietzsche considera o Trabalho, algo digno dos escravos, fracos, mansos  e covardes."Deus está sempre à tua porta, na pessoa dos teus irmãos de todo o mundo."ASSIM falou o verdadeiro Zaratustra!! O que Nietzsche diria sobre isto?  Alguns dos preceitos do Masdeísmo ou Zoroastrismo:“Conforme os seus méritos ou pecados, elas iriam para o mundo dos justos (paraíso), para a mansão dos pesos iguais (purgatório) ou para a escuridão eterna (inferno). Não sepultavam, incineravam ou jogavam os mortos em rios, mas ficavam expostos em altas torres a céu aberto. Os corpos dos justos, salvos da destruição, secariam; já os dos injustos seriam devorados pelas aves de rapina. Desse modo, Zaratustra pode ser visto como um dos primeiros teólogos da história por ter erigido um sistema de fé religiosa desenvolvido e estruturado”"Entre as condutas proibidas destacavam-se a gula, o orgulho, a indolência, a cobiça, a ira, a luxúria, o adultério, o aborto, a calúnia e a dissipação. Cobrar juros a um integrante da religião era considerado o pior dos pecados. Reprovava-se duramente o acúmulo de riquezas.As virtudes como justiça, retidão, cooperação, verdade e bondade, surgem com o princípio organizador de Deus Ascha, que só se pode manifestar com o esforço individual de cultivar a Tríplice Bondade. Esta prática do Bem leva ao bem-estar individual e, conseqüentemente, coletivo. A comunidade somente pode surgir quando o individuo se vê como autônomo, e desse modo pode descobrir o outro como pessoa"http://pt.wikipedia.org/wiki/ZaratustraPor que as profecias de um persa seriam mais indicadas que as de um judeu?Por que se apropriar da imagem deste profeta persa que passou uma mensagem praticamente igual a msg de Jesus, e passar outra msg completamente diferente das mensagens dos dois profetas?

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