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  • em resposta a: Alguém leva Nietzsche à sério? #85333
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    Nietzsche define o instinto de sobrevivência nos humanos, como “a essência” do Homem. Vejamos em que isso implica:  Implica dizer que a ÚNICA espécie que raciocina, a única espécie que se emociona, a única espécie que tem piedade e compaixão, TEM A MESMA ESSÊNCIA que um rato ou um cão. Ou então as outras espécies vivem por acaso, ou por sorte, sem instinto de sobrevivência como “sua essência”. Se a essência do Homem é o instinto de sobrevivência, qual é a essência dos outros animais? A mesma?  Será que o fato de o Homem ter uma CONSCIÊNCIA, não difere a sua “essência”, da essência dos outros animais? Com que bases se poderia  fazer essa afirmação, uma vez que não temos parâmetros comparativos? Somos únicos! Não há qualquer espécie sequer parecida com os humanos!Para estudar os animais observamos espécie por espécie. Vamos estudar os símios? Então observaremos o gorila, o orangotango, o chipanzé, o babuíno, o sagüi, etc.Os mamíferos aquáticos? A baleia, o golfinho, o peixe boi, etc.Os roedores?    O rato, a paca, o preá, o esquilo, a capivara, etc.Os cinos?  O cão, a raposa, o lobo, o guará, etc.Os felinos? O gato, o tigre, a onça, o puma, etc.Os répteis? A cobra, o lagarto, o jacaré, o camaleão, etc.Os batráquios? O sapo, a rã, a salamandra, etc.E os humanos?  Se sua essência fosse a mesma dos outros animais, naturalmente sua espécie deveria se aproximar mais das outras ao invés se afastar de maneira evidente e enfática.  Teríamos parentesco com outras espécies, ao menos parecidas, não seríamos únicos.  Não há comparativos para essa espécie. Isso, por si só, já torna sua “essência”, bem como a concepção de sua essência, totalmente diferente dos demais animais. O fato de raciocinar, muda a “essência” individual de cada ser humano (cada consciência): Como explicar o suicida? Como explicar o assassino? Como explicar o masoquista? Como explicar a perversidade?  Cadê o instinto de sobrevivência?  Alguém alguma vez já teve notícia de algum animal irracional que tenha se suicidado?A “essência” dos humanos não é e nem poderia ser a mesma dos demais animais.

    em resposta a: Simplesmente Che! #83174
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    Na semana em que lembra-se os 40 anos da morte do maior herói que a América Latina já teve em toda sua história, a revista Veja, fiel defensora e mantenedora do sistema capitalista vigente desde o regime militar, publica sua nojenta matéria sobre Che Guevara.Como se estivessem cumprindo uma obrigação para com o imoral e corrupto sistema vigente, a mídia geral nacional ou ignora a importância do caráter heróico do fenômeno Che Guevara, ou então tenta denegrir a imagem de uma cara que abdicou de dinheiro e deu sua vida em nome da liberdade dos povos latino-americanos.Chamam o guerrilheiro patriota de todas as pátrias, de assassino, como se numa guerra fosse possível não matar.Seus ideais de liberdade nunca são citados sob o temor de criar admiradores...Acho ridículo que não se rotule de assassino aqueles que praticam ou praticaram assassinatos em nome do Estado, como Bush, Búfalo Bill,  MacArthur, Eisenhower, Patton, etc."O dinheiro representa uma nova forma de escravidão impessoal, em lugar da antiga escravidão pessoal."Léon Tolstoi"Aprendi que um homem só tem o direito de olhar um outro de cima para baixo para ajudá-lo a levantar-se." Gabriel Garcia Marquez

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    A acusação de ressentimento em Nietzsche, lembra de certa forma a acusação de Heidegger a Nietzsche, de que a metafísica não teria sido superada - conceito de vontade de potência e conceito de eterno retorno. Isso foi adaptado e usado à larga por Habermas quando acusa toda a herança nietzscheana de autores que criticam a razão de terem caído numa "contradição performativa", ou seja, criticar a razão a partir da própria razão, esvaziando a validade de verdade de um discurso no interior da própria estrutura desse discurso.

    Acho que o mesmo ocorre quanto aos conceitos nietzscheanos corolários dos conceitos wagnerianos sobre a inversão na cultura a partir da filosofia socrático-platônica. Nietzsche aponta o fim do homem trágico como o grande responsável pelo “desvio” da cultura, o que o tornou um homem decadente e o desviou, etc...Ora! Desviou? Então ele está afirmando que se não tivesse “se desviado” estaria no caminho  certo? Se tivesse continuado a acreditar na mitologia grega estaria no caminho certo? Se tivesse continuado a ver o mundo sob “as influências dos impulsos mitológicos apolínios e dionisíacos”, fariam melhor do que fizeram, influenciado-se pelos princípios socráticos da razão?Ao mesmo tempo em  que ele ataca uma crença; o cristianismo que aproveitou os conceitos da filosofia socrático-platônica e, segundo ele,  com isso deu força à “decadência” do homem, paradoxalmente ele apela e afirma os impulsos humanos que deveriam ter sido continuados a partir da mitologia grega.   ???Também é difícil entender que essa idéia parte do princípio de contraposição de valores; Nietzsche acredita que os valores humanos que outrora eram representados em oposição pelos “espíritos apolíneos e dionisíacos”, em virtude da filosofia socrático-platônica perdeu o seu impulso dionisíaco, que "é" o impulso das vontades, instintos, etc., suprimidos pelo nascimento da racionalidade.Bem, acho que se o “espírito dionisíaco”, ou seja, aquilo que em nós entendemos como vontade, desejo, instinto, etc.,  tivesse sido suprimido ou minimizado, esse mundo seria muito diferente!Não é razoável entender que o homem moderno não expressa seus instintos, não expressa suas vontades, etc. Acho que expressa até demais... Será que não?Nietzsche tenta fortalecer o impulso dionisíaco e isso não me parece favorável ao equilíbrio tão necessário a todos nós. Não se encaixa com o início do discurso em que se afirmava a contraposição equilibrada dos valores, representados nas tragédias gregas.Acho que ele ultrapassa suas próprias propostas quando tenta fortalecer algo que jamais foi suprimido: Os instintos as vontades os desejos...  Se tem uma coisa que está extrapolando hoje em dia e é responsável pelos problemas que atingem os homens de maneira mais geral e contundente que é a destruição da biodiversidade do planeta, é a iminência de guerras, etc., essa coisa é a vontade de potência, baseada pura e simplesmente nas vontades e desejos em detrimento da razão.Ou seja; na minha opinião, hoje, a vontade de potência individual incontrolável, é responsável por nossos maiores problemas enquanto sociedades.Abs

    em resposta a: Racismo contra negros: Direitos ou atrasos #83877
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    Antes de comentar, quero dizer que considero qualquer idéia racista, totalmente fora de propósito. O racismo não leva a nada além da desunião, da ignorância, do ressentimento e do conflito social.Ou seja: Leva ao esfacelamento da unidade social. Isso SÓ interessa às forças políticas e econômicas que dominam  e negociam o poder.  Ao invés de unir-se para protestar e lutar contra os abusos do Estado, contra as mazelas políticas e o contra a exploração no trabalho e nos impostos, unem-se para “fortalecer” um preconceito.Não duvido que hajam racistas em nosso País, porém essa não é uma prática normal além de ser altamente reprovada pela grande maioria da população. Na medida em que nos mobilizamos politicamente contra algo, automaticamente o lado contrário também se mobiliza e isso gera o conflito que NÃO TÍNHAMOS.Não estou dizendo que não temos racismo, o que estou dizendo é que o racismo deve ser combatido enquanto prática excludente e não enquanto sentimento. Não se muda sentimentos baixos e mesquinhos com leis e punições... Os sentimentos devem ser mudados naturalmente e é o que o Brasil vinha fazendo com elevado e notável sucesso. Haja vista que a miscigenação não parou nunca aqui em nossa terra e, isso é o maior sinal de que o POVÃO não está nem aí pra cor da pele de sua mulher ou marido. O padrão mais “aceito” aqui é o moreno. Todos gostam de pegar uma corzinha na praia não é mesmo? A miscigenação deu  lugar a um novo conceito de beleza entre nós. Isso aconteceu naturalmente, não foi imposto com leis idiotas.   Há duzentos anos atrás “pegar uma corzinha” era uma grande bobagem, significava se assemelhar com o escravo...Esse proposital e imoral acirramento das idéias racistas se deve a essa política idiota de favorecer o racismo com leis demagogas e que só servem para confundir as pessoas e POLARIZAR ADEPTOS.Qual a utilidade de uma universidade para "afro-descendentes"? Isso é promover a igualdade? Ora!! Universidade tem que ser efetivamente para todos.A consciência de que a união faz a força é constantemente aviltada por leis e ações midiáticas, dissimuladas e hipócritas. Acordemos, povo brasileiro!O antropólogo e escritor Darcy Ribeiro, em seu livro O Povo Brasileiro, diz que aqui quando os senhores portugueses compravam escravos trazidos da África, era costume encomendar para cada 5 ou 6 escravos homens, uma garotinha nos seus 14 ou 15 anos para servir aos caprichos sexuais dos senhores portugueses e, alguns anos mais tarde, eram enviadas à lavoura, entre os outros escravos.Aqui só haviam índios, e os índios em sua maioria foram massacrados e os que restaram mantiveram-se selvagens e isolados, ou seja; sem miscigenar com os portugueses. Os negros trazidos da África assim como também os negros nascidos aqui, só podiam reproduzir-se com as negras africanas enviadas à lavoura.  Então, inequivocamente podemos concluir que: os primeiros  brasileiros foram os filhos dos senhores portugueses com as meninas negras que eram trazidas única e simplesmente para divertir os europeus. O brasileiro não pode se denominar um descendente de europeus, muito menos de índios e tampouco de africanos. Somos a mistura do europeu homem com o a negra africana.Ele diz: "Esse;  filho do senhor português com a menina negra trazida da África... Esse é o brasileiro."Enquanto isso não for assimilado e aceito com ORGULHO por todos nós, não nos livraremos da ignorância do racismo e do atraso cultural que a falta de união na sociedade produz.Acho que os poucos racistas brasileiros que existem deveriam mudar-se do País, definitivamente, aqui  não é o melhor local para se pregar a conservação de determinada “raça pura”. Nem branca nem preta.Sou mistura, sou Brasil !

    em resposta a: Alguém leva Nietzsche à sério? #85332
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    Seria isso tudo meras metáforas, quimeras?Não me parece.Nietzsche está nos dizendo que não se conhesse o mundo num quarto, entretido com castelos de cartas abstratos através de Kant ou Descartes.Mas agindo sobre o mundo.

    Castelo de cartas abstrato??!! Kant e Descartes foram minuciosos, detalhistas, didáticos, abrangentes, CLAROS, PRECISOS. Ninguém precisa dizer ou dar a sua interpretação pessoal sobre o que eles quiseram dizer! O que eles quiseram dizer foi dito com TODAS AS LETRAS.Nietzsche e seus aforismos dão margem a diversas interpretações. O que é claro pra mim é que ele além de condenar a moral afirmava a força despida de escrúpulos, baseada apenas na vontade, no instinto. Acho que 90% dos princípios morais estão garantidos por lei, o que significa que não é só uma questão religiosa ou de tradição, mas sim algo que traduz o consenso geral da sociedade. Para Nietzsche a moral é quase que um conceito religioso e nós sabemos que não é bem assim, alias não é nem um pouco assim.Pergunto eu; aqui no Brasil quantos são católicos? Uns 70%. E quantos vão à missa aos domingos? Uns 2%  Quantos obedecem TODOS os mandamentos? Ninguém.Moral é consenso, não é uma doutrina religiosa. Além disso quando Nietzsche joga a moral para o alto como quem joga um punhado de pedras, ele não recolhe nada, ou seja; viveríamos num mundo sem princípios, onde cada um faz o que for da sua vontade?Onde cada um pode expressar e empreender sua vontade de potência sem o menor constrangimento.  Isso é muito bonito de se dizer, mas  muito desagradável de se presenciar.   Acho que é necessário uma grande dose de ingenuidade ou loucura para cogitar isso.Até os mais admiradores de Nietzsche concordarão comigo que ele levanta a questão, mas a deixa totalmente aberta. Não sintetiza seu raciocínio de forma clara muito menos didática.E isso ele faz também com seus outros conceitos quanto à distinção sistemática entre homens “fortes” e homens “fracos”. Também é necessário observar o caráter político-social em Nietzsche: Como seria a vontade de potência dos legisladores e gestores da sociedade. Saberiam eles controlar essa vontade de potência de lesa-pátria? O que seria dos "fracos, escravos, ressentidos, vingativos, mansos, baixos e covardes" que acreditam em Deus e na moral?Voltaríamos à idade média, quando os hereges eram queimados na fogueira? Ao invés de hereges queimaríamos religiosos, fracos,  etc."Não sendo possível fazer-se com que aquilo que é justo seja forte, faz-se com que o que é forte seja justo."Blaise Pascal

    Pra concluir, por que muitos são adeptos de Nietzsche mas "não são Nietzsche" tal como os discípulos de Platão eram Platão e como os de Marx eram e são Marx?Por último, será que o que um homem tem de melhor é limpar a rua, distribuir panfletos, ou o que ocorre é que estamos reprimindo a todo momento nossas forças, aquilo que em Nietzsche é considerado o bem?

    Quais forças? Sob quais circunstâncias? Vc poderia ser mais claro?

    em resposta a: Pena de Morte #75018
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    Repressao nao é a soluçao, acabar com a moeda e retornar ao sistemas de trocas tambem nao. Quantas galinhas vale um livro de Marx?

    Aí que está o problema meu amigo!! Acabar com a moeda não implica em retornar ao sistema de trocas!! Sua "filosofia" está engessada!!Se não for Marx tem que ser Bush? Se não for Santo Agostinho tem que ser Maquiavel? Acabar com a moeda é um assunto do qual a Filosofia nem sequer adentrou ainda... Será que vc já tem a resposta para este tema? Acho que não.

    em resposta a: Família #71764
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    A horda primitiva foi uma evolução muito proxima ou concomitante, não sei, da mutação que gerou o homo sapiens. Milhares de anos depois acredito que o homem tem condições de começar a questionar esta instituição automática...Sem medo das idéias...

    Deixemos um rei sozinho, sem nenhuma satisfação dos sentidos, sem nenhuma preocupação do espírito, sem companhia, a pensar apenas em si mesmo; e ver-se-á que um rei sem divertimentos é um homem muito desgraçado.Blaise Pascal  ;)

    em resposta a: "Julgamento" de Nietzsche #77944
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    não é justo atacar Nietzsche, o que ele falou sobre as mulheres foi algo contemporânio...não foi privile´gio dele!!!!!!!!A mulher sofreu foi na História, devido sobretudo a educação cristão, a moral mesma...e não por causa de Nietzsche...criticá-lo por isso não!!!!!!!!!

    Naquela época ainda havia muita ignorância, mas também haviam pensadores:Aquele que conheceu apenas a sua mulher, e a amou, sabe mais de mulheres do que aquele que conheceu mil.Leon Tolstoi  (1828 – 1910)Um amor bem verdadeiro, uma vida bem íntima com uma mulher, a quem se queira como amante, que se estime como irmã, que se venere com mãe, que se proteja como filha, é evidentemente o destino mais natural ao homem, o complemento da sua missão na terra.Júlio Dinis (1839 – 1871)A mulher é uma substância tal, que, por mais que a estudes, sempre encontrarás nela alguma coisa totalmente nova.Léon TolstoiA verdadeira felicidade está na própria casa, entre as alegrias da família.Léon TolstoiA mulher que não sabe ser feliz em casa não será nunca feliz.Léon TolstoiCaro bitir, não pude deixar de comparar sua mensagem daqui com sua mensagem noutro tópico:

    A FAMÍLIA É UM ACIDENTE, NÃO HÁ INCESTO ´´PECADO``, HÁ REPRESSÃO DO DESEJO!

    Assim como Nietzsche parece-me que vc está totalmente predisposto a enveredar-se pelos delírios das vontades...Os homens distinguem-se entre si também neste caso: alguns primeiro pensam, depois falam e, em seguida, agem; outros, ao contrário, primeiro falam, depois agem e, por fim, pensam.Léon Tolstoi

    em resposta a: Nietzsche e a moral. #72772
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    Nietzsche, na última linha de sua nota do primeiro tratado, em seu livro, A genealogia da Moral, diz que cabe a ciência resolver o problema do valor, em determinar a hierarquia dos valores.

    Bem, levando-se isso ao pé da letra, eu também concordaria. A ciência nada mais é que o cume do conhecimento de cada área específica e é aí também que reside um problema: Qual a ciência que vai determinar a hierarquia dos valores?  A Sociologia? A Ontologia? O Direito? ou a Economia? Ou seria a Eugenia? Para Nietzsche eu acho que seria esta última.

    Feito isso, creio eu, reconhece-se o mérito de cada casta, de cada grupo e legitima-se a seleção natural pelo poder do mais forte.

    Isso porque “certamente” usaríamos a ciência errada para determinar a real hierarquia dos valores.

    Em que sentido esse tipo de pensamento contribui para a paz entre os homens, ou será a paz, também, uma criação da moral dos ressentidos, algo sem valor, uma quimera?

    Provavelmente na opinião de Nietzsche sim...

    Será que tudo o que eu sinto de mais profundo, como a vontade de viver em paz com meu semelhante, herdei dos judeus no momento que se deu a inversão de valores de sua cultura? Nada do que eu sinto é inerente à minha condição de humano, tudo é fruto de condicionamento cultural?

    Na filosofia de Nietzsche sim! Pois o “ignorante” do  Sócrates além de “inventar” a metafísica, foi responsável pela decadência das tragédias gregas, o que acabou anulando a contraposição de valores como a razão e o instinto, que os gregos viam e conseqüentemente os ocidentais iriam ver nos deuses do olimpo e na mitologia grega.   ;D   Isso segundo Nietzsche,  deu ao mundo esse modelo de homem “covarde” que só se baseia pela razão em detrimento de seus instintos.  :-

    Outro ponto que eu gostaria de discutir é quando Nietzsche aborda a falta de liberdade de escolha, ou seja, a servidão ou o instinto de dominação é um estado do ser, de nada adianta lutarmos contra essa condição que nos é imanente. Em suas palavras: só há  agir, dissociado do agente. Causa e efeito, como elementos separados, é uma ilusão da linguagem e da razão... Até que ponto esta idéia legitima o ideal burguês e toda a falácia neoliberal que tenta manter o imobilismo social, como condição de sua sobrevivência.Estava entendendo o livro como um impulso à libertação de códigos morais ancrônicos para qualquer pessoa com ímpeto para fazê-lo. Mas diante de tal determinismo, encaro-o, o livro, uma receita para os que já estão no poder, não se ressentirem diante de suas ações.

    Só posso concordar com vc meu amigo...A noção nietzscheana da origem da moral, baseada na  decadência das  tragédias gregas e no conseqüente  fim do homem trágico, proposto por Nietzsche,  na qual ele acredita expressar a complexidade humana a partir da aliança dos dois espíritos; o apolíneo e o dionisíaco, é não só mirabolante como também confusa, pois no mesmo instante em que ele ataca Sócrates responsabilizando-o  por subordinar os instintos à razão,  ele apela ingenuamente para os conceitos mitológicos daquela sociedade; depreciando a filosofia de Sócrates, totalmente voltada para a razão e para a realidade  e afirmando a contraposição dos valores através de deuses gregos.  ;DVeja que; a contraposição dos valores segundo a tese de Nietzsche é empreendida pelos impulsos "naturais" apolíneos e dionisíacos, isso em sua tese, pois em sua vida ele afirma unicamente o inconseqüente impulso dionisíaco; o impulso dos instintos, da vontade.  Em certo momento de sua loucura ele assina um bilhete da seguinte maneira: de Dionisio para Ariadne. Ele se sentia  “embebido” do espírito dionisíaco, termo que ele mesmo criou para contrapor-se ao espírirto apolíneo, termo também criado por ele.  Negava a existência de Deus, "uma grande idiotice" na opinião dele e, sentia-se no mínimo influenciado pelo deus grego Dionísio.Nietzsche foi o ocidental que não foi influenciado pela filosofia de Sócrates, antes sim, pelo deus grego Dionísio.  :D

    em resposta a: Além do bem, do mal e da cognoscibilidade humana #85433
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    Todas essas citações por você levantadas e que você (para minha tristeza   :'( ) chamou de não-filosofia seriam facilmente compreensíveis com um contato mais profundo com a filosofia dele. Amanhã, quando lhe for responder propriamente, tentarei explicar a maioria delas =)

    Certamente vc desistiu de responder-me “propriamente”. Isso se deve com certeza à minha pouca intimidade com a filosofia nietzscheana... Bem, explicar religião a um crente é moleza mesmo... Tão fácil quanto explicar Nietzsche a um ateu...

    em resposta a: Além do bem, do mal e da cognoscibilidade humana #85432
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    Nietzsche não se esqueceu do que você chama de "fatores pessoais" em sua análise sobre a vontade, ele não deu importância apenas a fatores "político-sociais-hierárquicos", ele baseou sua filosofia da vontade em critério biológicos e psicológicos (ele mesmo usa a palavra psicológico, por isso a uso).

    Bem, se ele não se esqueceu, então eu devo entender que essa “herança”  conceitual deixada pelos judeus, de fracos “escravos” que inverteram o conceito ou significado de “bom”,  foi assimilada até por ateus? Estranho! Pois, ateus também se compadecem. Acho eu...Até admiradores de Nietzsche herdaram esse sentimento característico dos fracos e incapazes escravos? Ou os admiradores de Nietsche não sentem piedade em absolutamente nenhuma situação? Sob nenhuma circunstância? Isso é algo a se pensar.Quando me refiro aos admiradores de Nietzsche, não vai aqui nenhuma ironia, apenas tento constatar se alguém que pensa ter entendido a filosofia de Nietzsche, se apercebeu deste detalhe que estou levantando.Quando Nietzsche divide a moral em duas; moral dos “nobres” e moral dos “escravos” , na minha opinião, além de tentar explicar o porque do significado da palavra “bom”  "ter sido invertido", ele inaugura aí uma linha de raciocínio perigosa. Enquanto todo o mundo começava a absorver os conceitos  democráticos e igualitários dos iluministas, Nietzsche ataca a igualdade entre os homens com frases como esta: O que é bom para mim, não é bom para o paladar do vizinho. E como poderia haver um "bem comum"? Esta frase encerra uma contradição. O que pode ser desfrutado em comum é sempre coisa de baixa, definição, de pouco valor. Enfim, as grandes coisas estão reservadas para os grandes espíritos, os abismos para os espíritos profundos; as delicadezas e os calafrios reservados aos refinados, numa palavra, raridades para os raros.É evidente que por mais que se esforcem, as pessoas que defendem a filosofia de Nietsche não conseguiriam explicar frases como esta, sem extrapolar no que hoje entendemos como “bom senso”.Aforismo e poesia são maneiras muito doces de se dizer coisas amargas. E o negativo disso tudo é que muito escapa do raciocínio e fica sem explicação, mas sempre com a “justificativa” de que são aforismos... É através de aforismos que ele faz a sua filosofia e isso acaba dificultando um pouco a compreensão, mas nem por isso é incompreensível... Dentro de seus aforismos estão também suas opiniões que dizem respeito a outros aspectos, não só aos que ele está diretamente dizendo e, são nelas que eu tomo impressões às quais eu dirijo objetivamente os meus questionamentos: Quando Nietzsche faz seus aforismos, ora ele se refere aos fracos como sendo os cristãos “escravos”, ora ele se refere como sendo os “malsucedidos”.   Quando ele se refere aos malsucedidos e aos fortes como bem-sucedidos, ele  considera aí os bem-sucedidos CRISTÃOS? Pois, tem muitos!  Entre os malsucedidos cristãos estão os bem-sucedidos também...Quando Nietzsche se refere aos “nobres”, exaltando-os, o sentido de nobreza que ele deixa transparecer é o poder. Nobreza é poder !  E para os “fracos”; nobreza é piedade, para que eles continuem  sempre pedindo piedade, esse sentimento “baixo e mesquinho”.Os que gostam da filosofia de Nietzsche, ao discorrerem sobre suas idéias mostram-nos uma filosofia refinada, delicada, difícil, porém, são só aforismos interpretados de diversas maneiras, uma mais poética e interpretativa que a outra! Vêem uma filosofia para “libertar” o homem de dogmas, construtora de um Homem “novo”, etc. Bem, quando falamos em “um Homem novo”, acho que estamos nos referindo a uma nova sociedade, ou seja; NOVOS CONCEITOS.Essa idéia de “novo homem” levada da maneira que sugere o autor é perigosa. Ele não contempla uma sociedade igualitária nos seus direitos, ele mistura direitos sociais com gostos pessoais. As leis têm que tratar dos direitos e não dos gostos.Também é impossível pra mim, conceber uma filosofia que tenta decifrar o âmago do ser humano e ao mesmo tempo valoriza a astúcia no mundo financeiro. Uma filosofia que brotou numa época em que os “escravos” a que ele se refere em algumas passagens do livro, eram realmente escravos;  numa época em que a liberdade e a igualdade começavam a aflorar, ele condenava a democracia e aspirava um mundo melhor deixando os “fracos” morrerem e valorizando a maldade que existe dentro de cada um de nós. Pra quê queremos novos conceitos? Resp.: Porque não estamos contentes com os atuais. E, se não estamos contentes com os conceitos atuais, seria de muita valia que se examina-se os conceitos atuais indo a fundo, determinando o que, hoje, na prática, está nos desagradando.Nietzsche dá como natural a luta pela vida. Viver é agredir, é lutar, etc., divide a moral em duas, diz que devemos parir uma nova moral, mas através de seus aforismos mostra uma assustadora “nova moral”. Calcada em conceitos como:  “nobre”, “forte”, “novo”, “bem-sucedido”,  essa moral valoriza a divisão clara entre homens A e homens B, determina que os B devem morrer entregues à sua própria fraqueza e os A, que invariavelmente são a mais seleta minoria, são "os raros",  devem governar, sempre se protegendo do povo, os B, seus mais mortais inimigos.  Não tenho dúvidas de que Nietzsche era um homem inteligente e que sua filosofia fez e ainda  vai fazer admiradores. O mundo (civilização) sempre esteve em desacordo...   :'( em si, ofender, violentar, explorar, destruir não pode naturalmente ser algo "injusto", na medida em que essencialmente, isto é, em suas funções básicas, a vida atua ofendendo, violentando, explorando, destruindo, não podendo sequer ser concebida sem esse caráter.Friedrich Nietzsche, Genealogia da moral, ed. cit., Segunda dissertação, p. 79 e 80.

    em resposta a: Deus existe? Então me Prove ! #79075
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      ... que história de bolha d'agua, e de nada q é infinito q é homem e blablabla....

    00000923.gifhahaha essa foi boa!Vc será castigada por contradizer o próprio deus e não ter sensibilidade suficiente para alcançar a profundidade do raciocínio de uma bolha d’agua pensante!   :D

    em resposta a: Além do bem, do mal e da cognoscibilidade humana #85431
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    antes de tudo gostaria de saber quais livros de Nietzsche você já leu, e se já teve contato com obras de comentadores ou de autores que influenciaram ou foram influenciados por Nietzsche.

    Não li outras obras de Nietzsche. Devo dizer que meus conhecimentos literários são muitíssimo restritos e pobres. Toda a minha filosofia vem da minha própria cabeça. (por isso gosto de conversar pela internet: o cheiro não é transmitido...  ;D )Devo ter sido influenciado de alguma maneira, como todos nós somos de certa forma, através dos conceitos de filósofos que influenciaram a humanidade, mas acho que exatamente por não ter uma linha exata a seguir, é que as idéias aparecem e os questionamentos mais surpreendentemente coerentes são feitos. Das nossas idéias, muitas coisas são aproveitadas dos conhecimentos e idéias de outros, mas não tudo,  algumas coisas se aprende a questionar vivendo, vivenciando (e cada um tem uma vida totalmente diferente de outro)  e outras simplesmente brotam da imaginação, seja esta imaginação proveniente da cabeça de uma pessoa literariamente enriquecida ou não. Até mais

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    numa prova de Geografia escrevi "estadunidense" e para minha surpresa recebi a prova com um grande "x" vermelho sobre a palavra, com a correção ao lado: "americano".

    Repassando de gerações para gerações, conceitos preestabelecidos sabe-se lá quando onde e porque, o Ensino vai transcendendo junto com a ignorância e o erro. Acho que isso não acontece por acaso...  Alguém sempre lucra em cima da ignorância alheia, essa é uma condição obrigatória na vida ou no mundo competitiva(o).

    em resposta a: Além do bem, do mal e da cognoscibilidade humana #85429
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    Olá Xoro

    Creio que você tenha puxado um pouco a barra ao afirmar que pelo fato de o juízo servir para a conservação da espécie ele deve ser necessariamente inato, essa afirmação é perigosa pois vai de encontro não só com a história da Filosofia como também com a da Lógica.

    O que eu quis dizer é que a partir do momento em que o próprio autor considera um juízo necessário para se conservar a espécie, não vejo qual seria o questionamento válido deste juízo.Ele diz:  A questão é saber em que medida este juízo serve para conservar a espécie, para acelerar, enriquecer e manter a vida.Se um determinado juízo serve para conservar a espécie, seja em que medida for, acho que questioná-lo é puxar a barra. Principalmente se o questionamento não vier acompanado de uma antítese. Vc está correto quanto à hipótese de levar minha afirmação ao pé da letra ser perigosa, sobretudo à Filosofia, mas ressalvo que antes de afirmar que o juízo seria inato eu frisei que isso se dava “de certa forma”, pois ninguém nasce fazendo juízos...

    Atendo-me apenas à filosofia de Nietzsche, o que ele quis dizer com a sua exposição sobre a imprescindibilidade dos juízos foi que mesmo os homens tendo consciência da provável falsidade de um juízo, como os juízos sintéticos kantianos ou a relação de causa e efeito, isso não significa que eles devam ser abandonados sumariamente.

    Acho que vc quis dizer “possível” falsidade, não?

    Nietzsche inclusive, textualmente, afirma a total necessidade do princípio de causa e efeito para a organização da vida humana, sem ela não viveríamos.

    Ok. Por isso é bem-vinda a sua opinião, pois apesar de serem meio contundentes, as minhas indagações não têm intenção de diminuir ou menosprezar o autor, mas sim compreender o que me parece uma loucura. Penso que quando o Homem atribui a Deus a origem do Universo, ele se baseia no princípio de causa e efeito e Nietzsche ironiza esse princípio como se ele tivesse uma resposta verossímil além da causa primeira, para a origem do Universo.   

    Nietzsche nos oferece um exemplo, demonstrando o risco que corremos ao pegarmos a noção de causa e efeito e a entronarmos, gerando assim a necessidade de uma "causa sui" (causa de si mesmo), ou seja, Deus.

    Não conheço este exemplo, poderia descrever?

      Portanto, não se trata, em Nietzsche, de abandonarmos juízos ou noções pelo fato de eles serem metafísicos ou não demonstráveis, mas sim tratarmos as mesmas com a devida parcimônia e precaução, para que elas não transcendam o seu "domínio".

    Bem, eu não li outras obras de Nietzsche, mas nesta especificamente ele arrebenta com todos os princípios, sem ir mais além no que diz respeito a expor alguma síntese que justificasse não ter piedade, ou qual é o bem que se encontra no mal, etc.

    Na sua opinião pode não haver diferença entre crer numa entidade metafísica indemonstrável ou viver na incerta realidade, mas na opinião de Nietzsche, há, vamos a ela então! =)

    Incerta realidade não! Eu disse infeliz ilusão.  Teistas e ateístas usam de pura ilusão para tentar descrever ou imaginar a origem do Universo. Acreditar na hipótese de que o mundo tenha se originado do nada é tão ilusório quanto acreditar que Deus estalou os dedos e tudo se formou...

    Para Nietzsche, viver sob uma ilusão, sob os ditos e promessas de uma entidade metafísica, implica negar o estado da sua vida terrena, da vida real, da realidade.

    Desculpe-me, mas essa premissa está absolutamente errada. Isto está muito generalizado, tanto aqui quanto nas palavras do autor!Acreditar em Deus e atribuir a ele a origem do Universo, não me faz negar o estado de minha vida terrena, de minha vida real, nem da realidade! Posto que, todos os outros que não acreditam em Deus, também “não têm realidade” para acreditar tanto quanto eu. Nem eles e nem eu estamos NEGANDO nada por isso.Simplesmente damos atribuições diferentes à origem do Universo, nada mais. Veja que quando o autor faz as suas explanações vagas e irônicas referindo-se aos filósofos deitstas, ora ele se refere aos cristãos e ao cristianismo, ora ele se refere diretamente ao fato de se acreditar ou não em Deus, como se fossem exatamente a mesma coisa.  Acho que quem segue uma doutrina, independentemente de ser ela qual for, está sujeito a colocar-se em posição equivocada, mas entendo que acreditar na existência de Deus pura e simplesmente, não é seguir doutrina alguma. É acreditar no inexplicável... O mesmo ocorre com os que não acreditam em Deus: Acreditam no inexplicável. Estou errado?Acreditar em Deus e na causa primeira não é necessariamente viver sobre ditos e promessas, pois a noção da origem do Universo não se baseia em ditos e promessas, mas em sentidos. Nos baseamos PRIMEIRAMENTE em nossos sentidos.

    Negar a vida para se entregar a uma outra vida superior é reconhecer o estado desconfortável e inquietante da vida terrena para se deixar amortizar pela promessa de um futuro melhor no além-mundo.

    Isso deve ser uma doutrina qualquer, não traduz absolutamente o “acreditar em Deus”.

    Nesse aspecto, isso se difere completamente do viver sob uma realidade incerta, incerta na medida em que nem tudo pode ser explicado lógica ou cientificamente pelo homem, mas significa também viver não só na realidade, mas viver a realidade, a vida enquanto vontade de potência, enquanto disputa.

    Veja, minha maneira de ver o mundo, aponta diretamente para: “disputa”, “luta”, competição, como coisas absolutamente nocivas à vida humana, apesar desta ser a nossa histórica e contemporânea realidade. Mesmo sendo um cérebro comum, dou-me o direito de filosofar... Isto não quer dizer absolutamente entregar-se a Deus ou ao que quer que seja. É ver o Homem independente da necessidade de lutas e disputas, por suas próprias mãos, por sua própria vontade e não com a ajuda divina; usando somente o seu raciocínio. Em lutas e disputas alguém sempre sai perdendo, invariavelmente a maioria.Sobre Schelling, Platão, etc., penso que, acreditar em Deus nos leva necessariamente a imaginar ou acreditar em “outro mundo” de uma forma ou de outra, afinal, não o vemos, não o tocamos... Então “deve” existir outro mundo, "o mundo onde está Deus".  Mas isso não leva ninguém a negar a vida terrena ou a querer conhecer, (se é que isso seria possível) “o outro mundo” antes de terminar nossa tão querida, valiosa, importante e questionável vida.

    A compaixão é o "maior pecado da humanidade", segundo Nietzsche, e está sim, de certa forma, relacionada à vontade de potência, enquanto vontade de dominar, enquanto vontade de colocar a sua perspectiva acima da perspectiva do(s) outro(s).

    Bem, eu traduzo “compaixão” como: Pena, pesar, dó.Quando reflito sobre “compaixão”, tento ir lá no íntimo de cada um. Não vejo a compaixão como algo genealogicamente explicável no âmbito social e sim no íntimo de cada pessoa. Quando qualquer ser humano normal se vê diante de uma cena que lhe cause realmente compaixão, algo que abale suas estruturas psicológicas e cause-lhe lágrimas, ele não está seguindo uma doutrina e nem está encenando algo para o(s) outro(s).  É uma reação inexplicável, pois se  analizarmos só pela matemática; tanto faz se a cena que que se está vendo é de um cidadão que está morrendo por causas naturais como falência natural dos órgãos(velhice)  ou esmagado por um caminhão, se é uma criança inocente ou se é um assassino perverso. Essa dó referida é natural em praticamente todas as pessoas com raras exceções independentemente de credo ou da individual maneira de entender a vida e o mundo. Acho que a compaixão é inexplicável e não é passível de ser acusada de tantas coisas más. Inexplicável dentro deste contexto de disputa e lutas, etc., pois, filosoficamente falando, acho que a compaixão é um sentimento inato e preservador não só da vida, mas também de uma consciência clara de que viver é um direito de todos os que vierem a este mundo, para este direito existem evidentemente raras exceções, isso na minha opinião...

    um dos que bebeu da fonte de Nietzsche é Freud. Freud inclusive em uma carta confessa a um amigo ter "atrasado suas leituras de Nietzsche" para prolongar o sentimento de que "escrevera algo novo". No que ele baseou essa confissão? Exatamente na exposição nietzscheana sobre a vontade.

    Nem sempre as novidades são aproveitáveis ou interessantes... Freud poderia estar fazendo tal comentário com vistas à contabilidade das vendas de seus livros...  :D

    Não creio que podemos tentar nos negar a pensar, pois ao tentar negar estaremos pensando em negar =)

    Vc está certo. Por isso que eu disse tentar... Veja, reconheço que o autor levanta questões importantes, reconheço que é de muito bom proveito entendermos que não estamos presos a nada extra-físico, reconheço que já passou do tempo de acordarmos para uma nova realidade, de questionar os valores que realmente estão equivocados etc. Mas não vejo isso pelas idéias de Nietzsche, pelo menos até o que eu li, o que é muito pouco, reconheço,  e até o que ouço falar sobre o autor e suas teorias. Acho que ele só levanta, joga tudo pra cima, mas não recolhe nada... deixa no ar... Não dá síntese ao raciocínio.Acho interessante o fato de que as pessoas entendam e aceitem bem a filosofia de Nietzsche, mas não expliquem exatamente o que ele quis dizer com as afirmações sobre não encontrar a verdade quando se a procura apenas para fazer o bem. Ou então quando ele diz que piedade a todos significaria tirania contra si mesmo, etc.Ou então quando ele diz que: O delinqüente de modo muito freqüente não está à altura de seu delito: ele o empequenece e o calunia.Eu queria saber QUANDO o delinquente estaria à altura de seu delito...Ou então: As grandes épocas de nossa vida ocorrem quando sentimos a coragem de rebatizar o mal que em nós existe como o melhor de nós mesmos.Ou então: O diabo tem as mais amplas perspectivas relativamente a Deus, por isso se mantém tão distante dele: o diabo, quer dizer, o mais antigo amigo do conhecimento.Ou: Não se ama suficientemente o próprio conhecimento quando se o comunica a outros.Isso são charadas, incógnitas, tudo menos filosofia. Eu não vou citar todas, mas noutra msg mais acima, estão várias frases do referido livro e que eu fico tentando entender, assim  como quem tenta decifrar um “mistério medieval”, como diz ele sobre os filósofos... :)

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