Miguel (admin)

Respostas no Fórum

Visualizando 15 posts - 1,231 até 1,245 (de 6,713 do total)
  • Autor
    Posts
  • Não conheço profundamente os trabalhos de Hanna Arendt, mas acho interessante que se tenha feito essa distinção. Também penso que o verdadeiro não deva, necessariamente, “fazer sentido”…

    em resposta a: Macaco Nu #76621

    POR FAVOR…ME AJUDEM Q EH URGENTE, PRECISO PRA HJ(SEXTA) FAZER UMA RELAÇÃO DO LIVRO MUNDO DE SOFIA COM A HISTORIA DA PSICOLOGIA E QUE SABE ATÉ RELACIONAR COM NOSSO COTIDIANO
    ME AJUDEM! POR FAVOR!

    em resposta a: O Mito da Caverna #74043

    Oieeeeeee pessoal!!!… Estou precisando com muuuuuuuita urgência relacionar “A Alegoria da Caverna” de Platão com o filme “Asas do Desejo”. Se alguém puder me ajudar, ficarei muuuuuito grata….!!!!
    Beijos…..

    em resposta a: Porte de Arma: As armas Geram Violência? #78038

    No momento, não tenho definida para mim uma posição com relação a essa questão, mas estou a acompanhar os debates a respeito. É uma questão complicada e difícil de opinar. Por isso, vou tentar organizar os argumentos, utilizando o máximo possível de sentenças e até alguns bordões. Mas não pretendo definir agora, alguma posição.

    ARGUMENTOS A FAVOR DE UMA LEGISLAÇÃO DO DESARMAMENTO:

    1- Para que o cidadão “de bem” precisa de uma arma?
    A arma não traz segurança- “violência só gera mais violência”.
    2- Matar é anticristão e anti qualquer ética.
    3- Diferente de uma faca, que possui utilidades diversas, as armas de fogo têm uma única função: matar.
    4- Já existe muita violência em virtude do tráfego de drogas, roubo, assalto, violência sexual, etc. Todas essas formas de violência estão ligadas ao porte de armas de fogo(também).
    Se por um lado, uma legislação não tem o poder de acabar com esses problemas, por outro lado a legislação seria o primeiro passo para tentar diminuir a violência, em especial, aquelas mortes causadas por motivos fúteis como: briga de trânsito, brigas de bar, brigas de torcidas de futebol, de marido traído, crianças que brincam com a arma do pai etc.
    5- Todos nós estamos sujeitos a ser vítima de uma arma de fogo.
    6- Se todos portarem uma arma de fogo, será uma guerra de todos contra todos, cada um por si ou homem lobo para outro homem “homo homini lupus”.

    ARGUMENTOS CONTRA UMA LEGISLAÇÃO DO DESARMAMENTO:

    1- O poder e porte é um direito. A partir do momento que nos alienamos de um direito, podemos não só estar abrindo mão de um direito, mas de vários outros direitos intrínsecos a esse. Em outras palavras: Se hoje, em nome da segurança, abrimos mão do direito ao porte de uma arma de fogo, amanhã poderemos abrir mão da nossa privacidade em nome da segurança (por exemplo)
    2- Já que a segurança pública não oferece o sentimento de segurança satisfatório, é direito do ser humano prover sua própria segurança.

    3- O governo prova através de suas ações presentes e também através da história, que o Estado não está preocupado com os anseios da população. Qual seria o real motivo de o Estado propor uma legislação dessas? A segurança? Talvez sim, porém não para população, mas segurança para o próprio governo. Com a população desarmada, é impossível haver qualquer tipo de golpe, revolução ou guerra civil.
    O materialismo histórico mostra que a real razão de existir do Estado é unicamente para manter a ordem vigente e proteger a propriedade privada. Mas essa propriedade privada existe para poucos, enquanto que muitos mal possuem o necessário para sua subsistência. Quando acreditamos que a riqueza material depende do esforço pessoal, isso ocorre porque nos baseamos unicamente em casos isolados empiricamente verificáveis, e daí tiramos nossas fracas conclusões, o que nos torna seres alienados economicamente. Há na verdade todo um processo histórico, construído através da exploração do trabalho, o que gera a pobreza, a guerra, a fome, etc.
    Hoje, a classe média pode estar satisfeita com sua situação, e não arriscaria fazer uma revolução, ao contrário dos pobres que tem pouco a perder e os miseráveis, que não tem nada a perder. Mas amanhã, a situação econômica pode piorar muito, de modo a atingir também a classe média e forçar nela uma ação necessária. A revolta pode nascer da necessidade de mudança quando a mudança é imprescindível porém impossível de se conseguir por outros meios. A revolta não é uma coisa ruim como é alardeado no senso comum.
    Se o governo hoje está se preocupando em fazer uma legislação para proibir o porte de armas, talvez seja possível que ele esteja prevendo, ou pelo menos se assegurando para que uma revolta não aconteça. Assim, mesmo que a situação econômica se torne insustentável para a população (incluindo a classe média e não apenas os pobres e miseráveis) as chances de uma revolta seriam frustradas e a população estaria totalmente à mercê da vontade do Estado e da repressão dos aparelhos do Estado (polícia, poder judiciário etc).
    É fato conhecido que o governante sempre precisou de governabilidade para governar. Não me refiro à maioria na câmara ou coisas do tipo, mas a aprovação popular. Um governo não se sustenta se atentar contra a opinião pública. A opinião pública derruba qualquer governo. Por isso se faz importante, para os governos, o controle da população através de propaganda ideológica. Nenhum Estado governaria, se não fosse o uso de vários artifícios ideológicos e manipulação de opinião. A propaganda ideológica ocorreu no nazismo, fascismo e nas ditaduras (exemplo: o Brasil). Mas esse artifício também ocorre em regimes democráticos. Hoje nos EUA por exemplo, existe a “política do terror” o que permite que o governo invista na guerra (hoje contra o Iraque) apoiado pela opinião publica. Também em virtude da “política do terror” os norte-americanos estão cada vez mais abrindo mão de sua privacidade e individualidade. Você pode ser perseguido pelo FBI se você pegar um livro “suspeito” numa biblioteca. Todas essas coisas que estão acontecendo nos EUA são com o consentimento do povo norte-americano. Essas leis que invadem a privacidade em nome da segurança, a invasão do Iraque, etc…nada disso aconteceria se o povo nao fosse cúmplice das ações do governo. Num regime democrático (no Brasil inclusive) o povo não só elege seu governo, mas também participa das decisões ou compactua com as decisões de seus governantes. Nós não somos vítimas de um governo “injusto”, somos cúmplices e causadores dessas injustiças também.

    4- É fato que traficantes, assaltantes e seqüestradores não vão deixar de portar arma de fogo em razão de uma lei, visto que as atividades as quais se dedicam são ilícitas por excelência. Algumas pessoas poderão comprar armas de fogo através de meios ilícitos. A legislação não resolve o problema em nada.

    Essas são algumas opiniões que colhi em diversas fontes. A única opinião que tenho a respeito no momento é que esse debate é muito atual e necessário.

    em resposta a: Globalização #71654

    Recebi este release e recomendo a revista por ser da melhor qualidade

    Humanus V

    A revista mais polêmica do mundo
    está nas bancas e livrarias novamente!

    Crítica de José Roitberg (jornalista, assíduo leitor da Humanus e conhecedor de todos os artigos e seus pormenores), publicada na seção Carta dos Leitores da recém-lançada Humanus V – Vol. I, e extraída do sítio Judeus Messiânicos – Mídia Judaica Independente (http://www.judeusmessianicos.com.br). “A revista Humanus é um anuário cultural que chegou ao mercado em 2000, com a saudável ausência de 2004: ninguém sentiu falta dela. A Humanus é racista? A Humanus é anti-semita? A Humanus é revisionista? A Humanus é nazista? A Humanus é pacifista? A Humanus é anti-comunista? A Humanus é pró-judaica? A Humanus consegue ser tudo isso ao mesmo tempo, dependendo da matéria. Há forte conteúdo anti-semita clássico e forte conteúdo pró-judaico. Ou seja, ela entra numa classificação só dela.” Resposta ( publicada na mesma seção):
    “YES! JA! OUI! SI! SIM, sr. José Roitberg, suas afirmações correspondem com a mais pura realidade! A Humanus não é nada disso e muito mais! O texto traduz com perfeição o que vimos afirmando desde o nosso primeiro número, isto é, que esta é uma revista livre, que não possui nenhuma ideologia. Ela tem, única e exclusivamente, o ideal de mostrar que, tirando a casca, somos todos iguais em essência, ou seja, somos todos humanus. O trabalho deste anuário cultural é precisamente revelar e ressaltar a seus leitores o Bem, a Verdade e a Beleza e fazer valer esses atributos em toda a sua plenitude, força e elevação, estejam eles onde estiverem, sem restrições ou preconceitos de qualquer espécie. E, além disso, alertar sobre as manifestações do mal, da mentira, da hipocrisia, do desvio e da sujeira a todos os que estiverem dispostos a se libertar da ignorância e fazer uma revisão geral e profunda em seus valores. E saiba: o mal e o Bem estão onde menos se espera!”
    E agora, ainda mais bela, audaciosa e absolutamente transparente, a Humanus V, Edição Prata, ano 2005, vol.I, chega a todas as bancas e livrarias do país que não se deixaram influenciar por pressões e tentativas de intimidação no sentido de fazer calar a voz deste anuário cultural sem paralelos.

    Leia nas 242 páginas da recém-lançada Humanus V:
    Amigos da Humanus entrevistam Joaquim José de Andrade Neto, Presidente da Sama Multimídia Educação e Arte que é também Mestre da União do Vegetal
    Uma surpreendente entrevista na qual são respondidas todas as perguntas que muitos leitores sempre quiseram fazer, como por exemplo: Qual a fonte de tudo que se vê e se lê na Humanus? Como se explica o silêncio total e unânime da imprensa que faz de conta que esta publicação não existe, levando-se em conta que vivemos num país democrático? Como é possível editar uma revista com o alto padrão da Humanus sem publicidade? O que o senhor tem a dizer sobre as perseguições por parte principalmente de grupos judeus sionistas?

    Editorial: Messianismo Espiritual e messianismo material
    Este é um texto impressionante. Ao terminar sua leitura, fica em cada um dos leitores uma sensação estranha. É como se despertassem de um pesadelo… e o pesadelo continuasse, em pleno dia através da confirmação que se pode ter, em toda parte e a todo o momento, das duras verdades expostas pelo artigo.

    Fraudes da História: http://WWW.EUA.MENTIRA.COM – A viagem à Lua e a face oculta da democracia
    A partir da suposta viagem do homem à Lua e dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, este artigo faz uma abordagem inédita do ilusionismo democrático norte-americano cometido em função de seus interesses político-econômicos. Focaliza, principalmente, o terrorismo assassino perpetrado pelos EUA contra as nações, revelando sua influência comprovadamente deletéria em todas as áreas da vida humana.

    Humanus Loquitur: o estupro da globalização!
    O artigo adverte a respeito das condenáveis práticas de dominação mundial por uma elite detentora do capital que sob o fantasioso nome de globalização vinha varrendo, semelhantemente a um tornado, todas as tradições culturais, morais e religiosas das nações. Um texto contundente e impactante que provoca nos leitor uma reflexão tanto em relação à sua condição de vida como à parte que lhe cabe na luta pela reversão do atual decadente quadro em que se encontra a humanidade, a qual, durante a sua longa história, nunca havia descido a um nível tão baixo.

    Não confunda wiskeiro com Oaskeiro
    Atendendo a inúmeros pedidos, a União do Vegetal esclarece definitivamente a polêmica gerada em torno da distribuição do chá de Mariri e Chacrona nos Estados Unidos por um centro espírita cujo representante é Jeffrey Bronffman. O artigo é direto, dá nome aos bois e mostra através de um estarrecedor texto-dossiê como determinadas pretensões humanas podem chegar às raias do absurdo e terem sérias conseqüências.

    Quem é Tintim? Eu sou Tintim!
    O imortal Tintim, seu criador, Hergé, e sua obra têm sido alvo de numerosas manifestações e interpretações controversas. Enquanto uns o exultam e se desdobram em homenagens, outros o acusam de anti-semita, nazista, anti-comunista, anti-americano e moralista. Para completar o polêmico quadro, eis que surge um conterrâneo e amigo de Hergé: Léon Degrelle, um ex-general da Waffen SS, amigo e admirador confesso de Hitler afirmando que serviu de modelo para a criação do famoso Tintim! Este artigo da Humanus é uma merecida homenagem ao precursor das histórias em quadrinhos e criador do herói mais humano da face da Terra e ainda a manifestação do respeito ao direito de liberdade: a liberdade de expressão de Léon Degrelle.

    Artigo Especial – 88 páginas: Nicolau II, Rasputin e a Revolução contra a Rússia
    Movida pelo sentimento de justiça que sempre caracteriza suas edições, a Humanus V reconta a saga dos Romanoff, uma das últimas monarquias absolutistas e hereditárias do mundo, cujo vasto Império foi rompido pela eclosão da chamada Revolução Russa. Com ela, o socialismo ascendeu pela primeira vez ao poder e a ideologia comunista passou a influenciar o mundo dando início ao período mais sangrento e violento da História da humanidade. Este extenso artigo desvela, entre outras coisas, a criação de um “estado de opinião” insistentemente imposto durante gerações, o qual levou as pessoas a repetir, como verdades incontestáveis, afirmações sobre a Rússia Czarista que são inconcebíveis à luz da verdade, difundindo-se assim grande falsidade sobre seu caráter essencial que é quase universalmente desconhecido. Trata-se de uma verdadeira viagem romanceada, em linguagem nunca antes vista em nenhuma revista do mundo.

    E ainda nesta edição:

    – Espiritualidade: A Rosa e seus mistérios
    – Arte: O Mal Gibson
    – Mitologia: Apolo, o portador da luz
    – Filosofia: Spinoza, o abençoado por Deus
    – Política: Um sonho pesadelo
    – Literatura: ¿Fumas porros, gilipollas?

    E MUITO MAIS!

    Maiores informações, acesse:
    http://www.samamultimidia.com.br ou http://www.geh.com.br
    Sama Multimídia Educação e Arte
    Campinas, SP – Brasil
    19 – 3758 8222

    em resposta a: O Mito da Caverna #74042

    preciso urgente de um resumo sobre o mito da caverna…!!! por favor!!! é caso de vida ou morte!!!

    em resposta a: Mensagens Subliminares #74704

    eu acho bastante curioso essees sits evangelicos que fazem referencia a essas mensagens subliminares. afirma-se que o incosnciente capta as musicas ao avesso e no entanto a maioria das igrejas estão tocando heavy metal, ritmos que sempre fizeram apologia ao demonio. Isso o inconsciente não capta????

    em resposta a: O que é consciencia ? #74612

    Gostaria de saber quais as idéias que estão em conflito atualmente nos campos:
    – Da educação ( universidades)
    – Da política
    – Da Arte
    OBS:è para um trabalho da faculdade.

    Desde já agradeço

    em resposta a: Existencialismo na educação #80150

    Olá Mimi,

    Tenho estado bastante ocupado por esses dias mas, se não criar um tempo livre eu mesmo, provavelmente ele continuará em falta, já que “falta tempo para tudo”. Assim, vou tentar tocar em alguns pontos rapidamente e, se for o caso, volto a eles depois. E vc me perdoará se as vezes eu não responder tão prontamente

    Primeiramente, vejo com satisfação que vc não abraçou uma idéia de educação que encontramos com frequência, como acumulação de informação, mais especificamente, acumulação de informação para domínio de de alguma técnica. Não perderei muito tempo com essas coisas, embora saiba que ainda há muitos que considerem um “bom advogado” quem tenha o domínio do código da lei mas sem escrúpulo e sem preocupação com a justiça, ou que considere um “bom médico” quem seja capaz de operar com precisão ainda que trate os pacientes com desprezo e sem preocupação com a sua dor.  

    Sem querer mudar de assunto ou viajar longe demais, vale uma conferida naquele seriado de TV (paga), “House”, exibido pelo Universal Channel da Fox. Quem não acaba torcendo pelo médico? Examinando superficialmente parece um bom contra-argumento da tese, mas entendo justamente ao contrário, não se trata nem de desprezo, nem de falta de compaixão.

    Indo ao ponto: tb tenho gastado algum tempo sobre o seu ideal de “construção do cidadão autêntico”, mas não gostaria de partir de Sartre agora – “minguau quente se toma pelas beiradas”.

    Não consigo falar de formação do homem – prefiro essa abordagem mais ampla do que a do cidadão, pois a segunda é mais tardia e, imagino, construida sobre a primeira – sem lembrar da paidéia grega. O termo paidéia, segundo Jaerger, ultrapassa o sentido de cultura, ele atinge a totalidade da obra criadora dos gregos. Os gregos tinham esse ideal de formação do homem (então político, cidadão da polis), sua cultura era toda ela relacionada com esse fim. O fim último dos gregos, ainda com Jaerger, é voltar o homem para as estruturas criadoras das formas mais altas de cultura. Essa a maior riqueza dos gregos, tanto que mesmo na derrota militar para Roma a cultura grega foi a dominante, caso curioso na história em que a cultura do vencido sobrepuja a do vencedor, forjando a civilização greco-romana.

    A obra de Platão tem uma importâcia singular nesse contexto, forjada numa época de crise, toda ela voltada para esse ideal de formação do homem, marcou toda a civilização ocidental. Pode-se perceber isso em diversas passagens:

    Atenienses, tenho por vós consideração e afeto, mas antes quero obedecer ao deus do que a vós, e, enquanto tiver sopro de vida, enquanto me restar um pouco de energia, não deixarei de filosofar e de vos advertir e aconselhar, a qualquer de vós que eu encontre. Dir-vos-ei, segundo o meu costume: ‘Meu caro amigo, és ateniense, natural duma cidade que é a maior e a mais afamada pela sabedoria e pelo poder, e não te envergonhas de só curares de riquezas e dos meios de as aumentares o mais que puderes, de só pensares em glória e honras, sem a mínima preocupação com o que há em ti de racional, com a verdade e com a maneira de tornar a tua alma o melhor possível?’.  
    E, se algum de vós me replicar que com tudo isto se preocupa, não o largarei imediatamente, não me irei logo embora, mas interrogá-lo-ei, analisarei e refutarei as suas opiniões e, se chegar à conclusão de que não possui a virtude, embora o afirme, censurá-lo-ei de ter em pouca conta as coisas mais preciosas e prezar tanto as mais desprezíveis. Assim farei como todos os que encontrar, novos ou velhos, estrangeiros ou cidadãos, mas mais ainda convosco, cidadãos, que estais mais perto de mim pelo sangue. São ordens que recebi do deus, podeis estar certos; e creio que nunca nada foi mais útil à cidade do que o meu ministério ao serviço do deus.
    Efetivamente, nas minhas idas e vindas pela cidade, não faço outra coisa senão persuadir-vos, novos e velhos, a que não vos preocupeis mais, nem tanto, com o vosso corpo e as vossas riquezas do que com a vossa alma, para tornardes o melhor possível, dizendo-vos que não é das riquezas que nasce a virtude, mas que é da virtude que provêm as riquezas e todos os outros bens, tanto públicos como particulares. Se é com estas palavras que corrompo os jovens, é porque elas devem ser prejudiciais; mas, se alguém afirma que não é isto o que eu digo, não fala verdade. (PLATÃO, Apologia de Sócrates, 29d – 30b)

    Tomemos o caso do Brasil… seria possível imaginar alguma coisa como uma “paidéia brasileira”?  

    Infelizmente a pergunta quase soa como piada Com o que trabalhar qdo a maioria mal sabe ler e pouquissímos cultivam o hábito da leitura? Teatro e cimena, quem viu? Na música, as rádios divulgam mais “Tigrão” e outras coisas do gênero. Na tv, Ratinhos são o deleite da massa. Mas não nos esqueçamos que rádios e tvs funcionam por concessão.

    A censura seria então a solução? Não creio. Na experiência do Brasil, qdo se fala de censura se imagina o “caminho fácil”, em que o governo incapaz apela para aquilo que está mais a mão e ao seu alcance. Recordo novamente da paidéia grega, uma de suas categorias era a liberdade. Sem o exercício da liberdade, dificilmente se formará alguém. Não há “caminho fácil” para uma empresa de tamanho porte como a de formar uma nação de milhões. E sobre a possibilidade de uma “censura difícil”? Sobre isso talvez alguém fale depois.

    Fechado esse parêntese, creio que ele pode ser útil depois, vamos ao existencialismo, mas ainda não a Sartre. Acredito que uma visita a Kierkegaard seja tb providencial (também Sartre a fez).

    Kierkegaard (a partir daqui, K.) tinha essa preocupação de “elevar o Espírito” do povo dinamarquês (e porque não pensar no mundo), entretanto, via como inimigo de batalha a ética ensinada na escola. É possível formar grandes cafajestes estudiosos de ética. Isso, concordo com ele, se dá qdo a ética fica apenas no campo da reflexão, a reflexão muitas vezes se apresenta como fuga da vida. Contra o esforço para condensar a realidade em um sistema, K. se funda no princípio de que a existência é uma tensão em direção não a uma totalidade pensada, mas, sim, em direção ao sujeito, categoria essencial da existência. K. insiste na necessidade da apropriação subjetiva da verdade, pois se trata de fundamentar o desenvolvimento do pensar na raiz mais profunda da existência, no indivíduo. “Ser ou não ser”, existir ou não existir, casar ou não casar, estudar ou não estudar, roubar ou não roubar, são coisas que afetam diretamente a vida do indivíduo, não são problemas que podem ser resolvidos apenas no campo da reflexão. (Atenção, reflexão em si não é ruim, isso ficará mais claro depois, espero.) Com isso, K. desloca o foco do “transcendente distante”, de reflexões longincuas sobre o passado, sobre o futuro, ou mesmo sobre o presente, para o instante: o que vc faz agora nesse instante é que definirá o seu futuro, que será o seu presente, e que vai influenciar como será lido o seu passado. Desnecessário dizer da importância desse pensamento para a ética.  

    O Indivíduo é energia viva, ativa, autodeterminante, que surge a partir de situações concretas de opção, uma opção que ressoará por toda a sua vida. Essa escolha feita na urgência do instante é que torna o simples indivíduo no Indivíduo Existencial, que constitui a tarefa suprema do ser humano, pois trata-se da missão dirigida a cada ser humano, é a possibilidade de todos. (Creio ter escrito já sobre isso numa das listas sobre Sartre.)

    Para K., toda especulação “imparcial” não passa de uma espécie desumana de curiosidade. Por isso, K. não tentou construir nenhum sistema, o sistema exclui o homem, nenhum sistema consegue incluir a vida. Seria errado tentar ler K. esquecendo-se de que ele era cristão, mas qualquer preconceito nesse campo tb comprometerá a qualidade da leitura, K. era bastante original, com toda a profundidade desse termo. A missão a que K. se propôs parece bastante humilde se comparada com a sua esperança de influenciar uma sociedade: não construir um sistema filosófico, mas, sim, “mostrar que uma vez um homem viu o que significa existir”. Não como aquele que já viveu tal existência, mas como aquele (ele mesmo) que viu o que significa existir. Quem esconde atrás da massa/máscara é o covarde, um tolo que não ousa ficar sem máscara, como indivíduo, diante de Deus, mas espera ser redimido como espécime de rebanho, como elemento anônimo que compõe a massa. Um anônimo tb não será salvo pela moral, o morno será vomitado, “Deus tem desprezo pela massa”. Quem espera lindos textos apáticos tomará muitos sustos lendo K.

    A dialética kierkegaardiana é subjetiva e apaixonada. Ele não acredita que valores sejam conteúdos que possam ser codificados e ensinados através de “comunicação direta”. Por isso aulas de ética transmitidas em exposições têm pouco ou nenhum proveito, se não acabarem tendo efeito negativo. Se se quer FORMAR e não apenas encher receptáculos com informações, há que se apelar para outra forma de comunicação.

    Aqui entra uma idéia de K.: se toda especulação “imparcial” não passa de uma espécie desumana de curiosidade, então, para se trasmitir valores é necessário aquele tipo de “parcialidade” que se encontra na prática da vida. Valores são valores somente se trazem um “resíduo”, uma “mensagem”, uma “recordação”, de uma experiência pessoal, seja de dor, desejo, prazer, aversão, mas experiência pessoal que não é fruto do “ouvir falar”, não será um valor se ficar apenas no “ouviu falar”.

    Como se dá essa “comunicação indireta” na obra de K.? Primeiro através do exemplo, a sua própria vida é o maior testemunho da sua obra, e ele não sofreu pouco qdo foi alvo da ironia caluniosa de um dos grandes jornais locais na época, as cartas em que se defendeu atestam o fato de que sua “luta” era apaixonada. Depois, ele escolheu escrever por heterônimos. Criava polêmicas escrevendo e defendendo um ponto de vista com um heterônimo, quando outro heterônimo seu defendia justamente o contrário. Para K., o existente tem sempre que escolher entre dois contrários, o existente será um dialético da existência, apaixonado por pensamentos (está salva, portanto, a reflexão), mas pensamentos inflamados (eis a diferença), não pensamentos objetivos, mas pensamentos apaixonados. Na dialética kierkegardiana as sínteses não acontecem como na hegeliana, na vida não é possível o “E” do sistema, somente o “OU”, e não há síntese mas salto, paradoxo, OU se casa ou não se casa, mas a escolha é uma só e vai marcar toda a vida. K. usava de muitas metáforas, uma delas o casamento, por isso alguns ainda fazem leituras românticas de alguns textos em que ele estava criticando Hegel

    Depois dessa passagem resumida por K., pela qual imagino que ainda terei que me desculpar – K. tem passagens bastante irônicas sobre aqueles que tentariam resumir e ensinar conteúdos da sua obra, demostração do quão pouco entenderam (tentativa de transmitir msg indireta diretamente?!) – vamos, finalmente, a Sartre.

    Depois do que foi exposto, será apenas coincidência ou questão de estilo que Sartre tenha escrito novelas? Pensando em paidéia e pensando em comunicação indireta… vc falava de como a filosofia existencialista de Sartre poderia contruibuir, falava de educação, pensei em método pedagógico, aliás, fora com o método, método é sistema, sistema deixa de fora a vida. Que resultados poderíamos esperar da proposta de se introduzir a leitura de textos de Sartre (porque não também de Kierkegaard ou de outros?) em sala de aula?


    Observação: sugiro evitar textos de Nietzsche porque são de muito difícil compreensão, geralmente os leitores entendem muito mal a mensagem e ele mesmo avisou que não escrevia para as pessoas de hoje, contudo, uma leva de incautos verdes se acham bastante maduros – Descartes já dizia que todos julgam ter bastante bom senso -, ou não entenderão nada ou acabarão podres. Muitos param no conteúdo direto, e o indireto é frequentemente ambíguo. Resumindo, um remédio mal aplicado pode resultar num veneno.  

    N. é incerto para quem não tem ainda muito lastro. Afinal, ele vai falar da oposição entre humano e humanitário, vai falar até contra a bondade, mas quem presta atenção se ele parte de um “mundo invertido” em que a hierarquia encontra-se defigurada e os piores dominam o cenário e não se detém perante nada para tornar real a sua vontade de poder? Quem se lembra depois que a “boa vontade de poder” do super homem tem por virtude principal a magnanimidade? Enfim, o perigo maior da leitura de N. é focar a atenção no apelo mais fácil, no profeta irritado, mas esse sem querer é quem dá a linguagem para o assassino, o mal caráter, o amoral. Nada disso é Nietzsche! Há uma hora certa para tudo.

    Bem… K. tb é uma leitura difícil, as vezes parece que ele dá a linguagem para o fanático. Parece, então, que não há filosofia sem riscos. Um ressalva, todavia, deve ser feita: ao contrário de N., que pode dar a palavra ao assassino, K. não pode dar a palavra ao fanático. K. chama a atenção para o fato de que aquele que age pela fé em Deus não encontra palavras para se justificar perante os homens, ele não terá voz, só lhe resta o silêncio. A tentativa de se explicar será mostra de que não agia pela fé em Deus mas por desejo pessoal camuflado em vontade divina. Vale a leitura, “Temor e tremor”.

    Abraços.  

    (Para quem estava sem tempo…)

    em resposta a: Saudações #77951

    oi eu estou começando a faculdade de PEDAGOGIA e estou amando filosofia,e por isso adoraria conhecer pessoas que também gostam para trocarmos informações.}}

    em resposta a: Resenha de "As Veias Abertas da América Latina" #78148

    Gostaria de receber o resumo do livro as veias abertas da america latina, Autor Eduardo Galeano; 26°edição, editora Paz eTerra

    em resposta a: Blind Guardian e Nietzsche #78073

    Caramba, muito legal, Daniel!!!
    Eu já ouvi Blind Guardian e gostei, mas nunca tinha parado para prestar atenção nas letras. Se tiver mais informações a respeito, coloca aqui no forum.

    em resposta a: Filosofia Oriental #80102

    “Meditação é pensar deixando as idéias correrem mais livremente, não é entrar em harmonia com energias cósmicas ou qualquer outro tipo de baboseira que queiram fazer se passar por isso…”

    -A afirmativa acima não está rigorosamente correta, (eu diria que está totalmente errada, mas quem sou eu para afirmar o que é certo ou errado nesse mundo?) Por isso, vou tentar explicar mais detalhadamente sobre meditação com base em um livro de meditação.

    Sobre meditação:

    Meditar não é nada sobrenatural. Se é algo “cósmico”, ou “energético”, ou “espiritual”, depende de como se define todas essas coisas.

    Meditar é simplesmente concentrar-se num foco único, permitindo que você se deixe observar seus próprios pensamentos ao invés de segui-los de uma forma caótica. Porém, o objetivo não é observar o pensamento, e sim o foco escolhido para a meditação.
    Nossos pensamentos, segundo dizem alguns mestres em meditação, são semelhantes a um “macaco tagarela” que fala e fala…Um assunto leva ao outro até que se perca o assunto original, e nós não conseguimos nos desligar disso, não conseguimos deixar de dar ouvidos a esse “macaco tagarela”.
    Na meditação, você não pára de pensar, mas se permite apenas observar seus pensamentos, sem que eles te levem como um rio leva um pedaço de tronco ou uma folha a deriva, sem destino.

    A filosofia ocidental está baseada na máxima de Descartes- “penso, logo existo”. Na meditação está máxima se inverte para “existo, logo penso”. O pensamento é apenas o nosso pensar, nós não somos os nossos pensamentos. Assim como as mãos são ferramentas para pegar, e os pés ferramentas para pisar, a mente é uma ferramenta para pensar, mas nós não somos apenas nossa mente.
    Para negar essas afirmativas, primeiro deve-se ter um estudo a respeito disso. E o estudo não seria completo sem a prática. Em outras palavras, para negar isso, deve-se primeiro ter a experiência da meditação e assim constatar (ou não) tudo isso.

    Sobre aquela afirmativa “errada”:

    “Pensar deixando as idéias correrem mais livremente” é livre associação (é Freud). O Freud era muito desconfiado com relação a sabedoria oriental. Apesar de eu gostar muito de Freud, ele era um típico médico europeu sistemático e arrogante. Ele não aceitava outras culturas que não fosse a dele (européia). Por exemplo: A medicina européia é chamada “a medicina”, enquanto as demais são chamadas “medicina alternativa”. A música européia é chamada “clássica”, enquanto as demais são chamadas populares, dentre vários outros exemplos.
    Porém, um discipulo do Freud (o de maior destaque) reconheceu na cultura oriental um valor. O nome desse discipulo é Jung.
    Além disso, a parapsicologia tenta explicar alguns fenômenos que a ciência tradicional se quer tenta compreender.

    Mas não acho que a meditação em si seja caso de estudo da parapsicologia, a meditação não é algo assim tão difícil de se “compreender”. O que não se sabe é pela falta de experiência, dedicação e estudo a respeito.
    A meditação não é nada como “flutuar ou fazer algo sobrenatural”.
    Não acho que é “baboseira” dizer que é a meditação é “harmozar-se com energias cósmicas”. Mas isso seria talvez uma visão limitada, não sei. Se considerármos que nosso corpo é movido a energia, e que o universo todo possui energia, e que retiramos do universo essa energia vital, então poderia-se dizer que meditar é observar ou experimentar essa energia. Isso porque nossa mente no estado normal não foca o momento presente (sempre estamos pensando num momento futuro- planejando uma ação- ou num momento passado- recordando algo- e dificilmente sentimos realmente o momento presente). Nossa mente não foca o presente, e acho que só na meditação a concentração está focada realmente no momento presente, de modo que se pode até sentir, com riqueza de detalhes, a nossa própria respiração. Na meditação, o oxigênio que nos abastece, a energia que movimenta nosso corpo, a vida, tudo isso ganha um significado mais empírico, próprio, singular, especial, pessoal; enquanto que na ciência a respiração é algo científico, biológico apenas ensinado, e não vivenciado.

    Teste:

    Tente prender a respiração por 1 minuto (faça a experiência agora, mesmo que já conheça teoricamente o resultado). Antes de dar um minuto, você estará sentido falta de respirar e buscará desesperadamente o ar.
    Tente explicar sobre o que é a traquéia, os pulmões, os bronquios, a faringe, laringe, etc para alguem que está se afogando…
    Essa é a relação da experiência e da razão pura. Algumas coisas não se compreende, se vivencia, se experimenta. A compreensão é apenas a forma “errada”, limitada e simples de verbalizar o que sentimos. A linguagem verbal é limitada, assim tambem é nossa mente. A experiência de viver é maior que qualquer explicação sobre a vida.

    (Mensagem editada por renan_m_ferreira em Agosto 05, 2005)

    em resposta a: Filosofia Oriental #80101

    Não queria abrir um tópico só para falar de “mandalas”, visto que esse assunto corresponde a “filosofia oriental”
    Gostaria de mencionar e ver comentários sobre as mandalas (figuras geométricas simbólicas que representam questões do “eu”, mundo, do universo, etc)
    O círculo, por exemplo, pode representar a unidade, o infinito, etc, por se tratar de uma figura onde não se possa precisamente afirmar onde é o começo e onde é o fim.
    O triângulo pode representar três estágios na vida…e dependendo da mandala, vários triângulos podem se entrelaçar, formando vários outros triângulos e figuras, ampliando ainda mais o significado da mandala.
    Enfim, pode-se falar no geral ou podemos tomar uma mandala como exemplo. Mas as interpretações de cada mandala podem ser subjetivas, individuais.

    em resposta a: A banalização do Rock no Brasil #79884

    A arte é uma representação da época em que se vive. A música como arte está a altura da sua própria época. Não é melhor nem pior (embora eu prefira ouvir rock dos anos 60 e 70) a música de nossa época está de acordo com esta época em que vivemos.

Visualizando 15 posts - 1,231 até 1,245 (de 6,713 do total)