ppaulo

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  • em resposta a: A Filosofia influencia na Justiça? #80405
    ppaulo
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    Agora para mim pelo menos ficou claro, seria a justiça então decisionismo. O conteúdo seria alcançado nas decisões judiciais para situações de conflito. Sob este aspecto então, os valores situariam-se num momento anterior à justiça. Os valores conteriam a expectativa normativa que norteariam o legislador.Respeito este posicionamento, apesar de não me filiar a ele. Para mim, conceituar a justiça assim, seria por demais positivista e, permitiria que qualquer decisão fosse justa, esvaziando o seu conteúdo.Respeitando-se as diversas correntes, me identifico muito mais com a justiça como dever ser. O justo meio definido por Aristóteles. Na medida em que a justiça é o parâmetro do "justo" é objetivo a ser perseguido. Não se criaria assim "justiça" aplicando apenas valores embutidos dentro de normas positivadas ou não. Se o mero exercício do direito escolhido pelos homens, incontáveis decisões judiciais pautadas na legalidade normativa seriam decisões justas. Para mim, tal já se encontra superado pelos incontáveis exemplos das armadilhas que tal doutrina nos traz.Se assim fosse, teríamos muitas vezes decisões contraditórias em sistemas jurídicos distintos, em que ambas seriam "justas".Esse conceito de justiça, de âmbito eminentemente sociológico permite e perpetuação de situações de dominação e, permite pior do que isso, justificar qualquer tipo de decisões, pautado unicamente numa "vontade de poder".Muito bom esse reinício de discussão do tema. O conceito de justiça é um dos mais polêmicos e difíceis de tratar.

    em resposta a: A Filosofia influencia na Justiça? #80403
    ppaulo
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    Pedro Faria,Filosofia como idéia e Justiça como matéria. Tentando entender o seu post, seria algo como idéia = dever ser e matéria = ser? ou seria como idéia = metafísica e matéria = física (algo passível de ser apreendido pelos 5 sentidos)?Para mim, a filosofia é o instrumento para uma caminhada e a Justiça um dever ser, ambos intangíveis pelos sentidos, ambos unicamente passíveis de serem apreendidos pela razão. A diferença é que na segunda existe uma divergência de opiniões quanto ao seu conteúdo, de valor ou metafísico.A resposta ao tópico ali residiria. Se o conteúdo for metafísico, a filosofia é apenas o caminho para descobrir algo que existe por si só. Se o conteúdo for de valor, a filosofia é o entendimento da construção histórico-cultural deste valor e, em última análise poderia influenciar sim o seu conceito, na medida em que a filosofia mesma também é uma construção histórico-cultural.

    em resposta a: Voto deveria ser apenas para a elite??? #87929
    ppaulo
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    Boa noite Erik,Isso me lembra das formas de governo teorizadas por Platão e Aristóteles, aliás, segundo Platão, o melhor governo seria o dos filósofos. Para os dois, a democracia seria uma forma deficiente de governo.Quanto à sua questão, não acho válido um sistema de minorias - quais forem- pois, algumas das maiores conquistas de nossa construção histórico-cultural são sem dúvida a igualdade e a liberdade. Um sistema político de minorias é um atentado a ambos os princípios, na medida em que tornariam os iguais desiguais politicamente, criaria uma classe de seres humanos superiores aos outros. Atenta contra a liberdade, pois uma das medidas da liberdade dos seres humanos é a liberdade em participar do processo político. Não é livre aquele que não pode decidir acerca do seu destino elegendo seus representantes.Outro ponto importante, é que tal premissa - direitos politicos apenas para uma elite - já inicia equivocada; não há suporte filosófico ou fático que sustente que uma elite escolha melhor do que todos os outros.A liberdade de escolher também é a liberdade de escolher errado. Pretender que seja diferente é pretender que uma classe possa dominar a outra e, deste modo, fazer com que certos equívocos possam se perpetuar.Você postou a pergunta, mas não deixou sua opinião.

    em resposta a: CRÍTICA AO IMPERATIVO CATEGÓRICO KANTIANO #81344
    ppaulo
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    Olá, respondendo tardiamente ao colega gontijoloyola:"1. Liberdade - Pergunta-se: por que só é livre a vontade quando segue o imperativo categórico? Não seria igualmente livre qualquer escolha isenta de injunções, ainda que voltada para uma finalidade? Ter a razão como critério da moralidade já representa uma escolha moral. E esta, pergunte-se, foi feita com base em qual critério?"Não, se for voltada a uma finalidade seria o que Kant descreve como imperativo hipotético. A vontade é livre apenas quando liberta da escravidão dos desejos. Para Kant, qualquer ação seria apenas livre, quando pudéssemos escolher o dever ser apenas pelo dever, ou seja, a vontade livre para escolher o correto independente das vontades. A escolha da razão é pilar fundamental da filosofia kantiana, onde a filosofia deixa de ser transcendente para se tornar transcendental. Deixa de ser a metafísica para considerar o homem o centro de toda sua filosofia."2. Diversidade de sujeitos - Com sua perspectiva de universalização de condutas, o imperativo categórico prescreve ações iguais para pessoas diferentes. Assim, despreza as diferenças subjetivas, excluindo especificidades que levem a um destino individualizado. Pergunta-se: Jesus teria expulsado os vendilhões do templo ou se deixado crucificar se pautasse sua conduta pelo imperativo categórico? Sócrates teria tomado cicuta? A moral kantiana é insatisfatória para ações e homens extraordinários."O imperativo categórico, longe de desprezar diferenças subjetiva, procura encontrar a unidade humana, ou seja, deixa de trabalhar na sigularidade dos sujeitos, buscando uma unidade na particularidade.Para os dois questionamentos seguintes, creio que muito tem a ver com as respostas dos coloegas, que trataram do mínimo ético. O imperativo categórico busca uma unidade, por óbvio que é insatisfatória em situações excepcionais. E, como dever ser, é algo inalcançável, mas que deve ser perseguido. Esta é a idéia de um mínimo ético, a linha de condução para uma sociedade melhor.O exemplo da esmola ao mendigo é muito bom. Como o colega adiantou, se todos dessem esmola, muitos que não precisam, assim poderiam viver. Mas, tal só é possvel se, os outros não tiverem também as atitudes pautadas pelo imperativo categórico. Ou seja, no plano teórico o imperativo categórico é perfeito. Ele apenas não funciona no mundo de fato, já que se refere a um dever ser. Para o mundo real, basta que ele sirva como orientação de um mínimo ético a ser construído. Ninguém há de negar que o mundo seria bem melhor se todos se pautassem pelo imperativo categórico, que todos fizzessem aquilo que deve ser feito, e não, aquilo que cada um deseja como o melhor para si.

    em resposta a: Qual é o sentido da vida (cont.) ? #75631
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    Alguém poderia como ponto de re-início definir o significado dos termos “sentido” e “vida”?Sentido com o significado de "direção" ou "significado" e, "vida" com o significado de "funções biológicas operantes" (qualquer ser vivo), "existência" ou "consciência da existência" ou ainda algum outro sentido não listado aqui.

    em resposta a: Para Que Filosofar? #85011
    ppaulo
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    “Para Que Filosofar?”Que alegria que vejo que a filosofia ainda pode trazer acaloradas discussões, como as vistas nos tópicos anteriores.Para mim, estudando a pergunta deste tópico encontro-a já respondida em seu interior. "Para Que" colocado assim, antes do termo "Filosofar" tem o sentido de direcionamento no "para" e objetivo, significado no "que" que se contrapõe ao termo filosofar. Se é a filosofia por definição "philosofia" então, tendo o seu significado como "amor ao conhecimento" não há como negar que se opõe frontalmente ao termo "para que" já que, filosofar seria buscar o conhecimento pelo único motivo do "amor ao conhecimento".Portanto, a resposta à pergunta já se encontra nela mesma: "para que filosofar" é pelo amor ao conhecimento.Qualquer outro utilitarismo é estranho à filosofia.

    em resposta a: A Filosofia é útil para a sociedade #71814
    ppaulo
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    Gostaria de deixar aos colegas minha singela opinião.A filosofia é por si só egoística por natureza. Me explico: o termo originário grego é philo + sofia, que significa amor ao conhecimento.O primeiro aparte é traduzirmos o que seria esse conhecimento, já que para nós pode ter dois sentidos; o sentido da sapiência e o sentido da sabedoria. O termo grego refere-se à sapiência, um conhecer pelo conhecimento apenas, sem utilidade prática imediata e sem visar um fim específico. Esta é a verdadeira filosofia. Para a sabedoria dirigida a um fim, os gregos utilizavam o termo phronesis.Dito isto, responde-se a inúmeros dos posts anteriores, que buscam uma filosofia utilitarista, que não seria a filosofia em seu sentido original. Mais do que isto, se abre a porta para a discussão do tema do tópico, pois sob este aspecto, a filosofia não busca a utilidade para o que quer que seja. A utilidade da filosofia deriva não do filósofo ou de sua filosofia, mas do que o conhecimento dali adquirido possa originar para outros.Aí está a pista do egoísmo da filosofia. Ela busca o conhecimento pelo conhecimento, para ninguém mais do que o próprio filósofo. Por este motivo, muitos entendem a filosofia como inútil, na medida em que primeiramente satisfaz apenas à curiosidade daquele que pergunta.Todos podem ser filósofos, porém, alguns a têm, outros não.

    em resposta a: Ética X Emprego #86557
    ppaulo
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    Prezado colega Nickoss,Li o seu post, e tenho certas discordâncias quanto a ele. No meu entendimento, você traçou um parâmetro da construção moral do indivíduo (muito corretamente, diga-se de passagem), mas equivocou-se ao tratar a ética como a reflexão da moral no indivíduo, como se fosse possível extrair a ética da moral. No meu entendimento, não há uma ética dentro da moral. O conceito ético é bem definido na moral kantiana.No post inicial de nosso colega Breno Bastos, ele também cai neste equívoco, ao questionar o limite ético e mais adiante tratar da adoção de um comportamento moral.Creio que ele se refira exatamente a um comportamento ético - aquilo que é devido fazer.No campo ético, não existe opção, já que se refere a um dever ser, o comportamento ético não comporta a reflexão do fim - benéfico ou prejudicial - mas tão somente o meio (correto). Ou seja, não existe um limite ético, mas tão somente comportamentos éticos ou não éticos.A moral no caso em tela, não tem esse condão, são apenas os costumes no ambiente de trabalho e visam sim a um fim de bem estar social.Precisaríamos examinar um caso hipotético para melhor esclarecer ao colega.

    em resposta a: CONHECER A VERDADE. #79465
    ppaulo
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    Um dos posts anteriores tratou da questão do ente. Apropriado seria dizer que a indagação acerca de uma possível verdade não pode prescindir da separação de ente e ser.Seguindo uma orientação Heideggeriana, o primeiro passo é adequar a pergunta. Aqui todos falaram algo sobre verdade; mas o que é verdade?A esta pergunta, que é feita num primeiro momento ao ente, buscamos desvelar o seu ser. Eis que o ente sempre irá informar o seu primeiro sentido, algo como o índice de um livro que se está por ler. Este primeiro sentido é exatamente aquele do senso comum, que nos diz que a verdade ou verdadeira é a reprodução por quaisquer meios e de maneira fiel de algum fato, acontecimento, objeto de uma maneira tal que pudesse ser comprovado por todos os outros de todas ou qualquer maneira.Com certeza, como muitos irão notar ou contestar, este primeiro momento é cartesiano, fundado numa teoria do conhecimento, onde está assentada nossa cultura ocidental. Pois, nosso senso comum está assentado numa teoria do conhecimento, fundando nossa pré-compreensão.Paramos nossa orientação em direção ao sentido do ser por aqui. Antes de continuarmos, se faz necessário verificar se mesmo esta primeira impressão, este senso comum procede. E, apenas podemos fazê-lo recorrendo a uma abordagem pautada em alguns dos grandes filósofos que trataram tal questão. Neste primeiro post, daremos apenas a entrada à questão, e à medida que houver interesse e novas opiniões, iremos nos adiantando até que possamos finalmente indagar do ser.A entrada à questão do primeiro sentido do ser, que à primeira vista nos parece tarefa superada nos traz a pergunta: por quê os sofistas acreditavam que não havia verdade a ser defendida, que a verdade seria aquele melhor argumento, o vitorioso. Mais tarde, enterrada por séculos de uma teoria do conhecimento, originado de um pensamento platônico, tal questão ressurge em diversas correntes filosóficas, notadamente naquelas referidas ao campo do estudo do Direito. Podemos citar, Foucault, PerelmanHabermas.Para Foucault, a verdade é uma verdade histórica, é a verdade dos vitoriosos. As verdades que hoje temos, são as verdades daqueles que no decorrer da historicidade sobrepujaram outras verdades. Assim, a terra já foi plana, o átomo foi composto de 3 elementos e muitos outros exemplos do gênero. Seguindo esta linha de pensamento, é o que daria suporte ao choque de "verdades", como cristão x muçulmanos, capitalismo x comunismo etc. O conflito existiria enquanto uma das verdaes não se tornasse a verdade dominante e, não passasse a figurar como "verdade histórica".Encerramos aqui esta breve primeira introdução. Aos que se interessarem, continuaremos a construção deste caminho.Minhas saudações a todos que pretendem através da filosofia, construir um caminho para o conhecimento.

    em resposta a: Senso Moral #71159
    ppaulo
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    Creio que seja necessária uma definição clara ao que se refere como sendo senso moral.Apesar dos posts anteriores que bem definiram as fronteiras entre ética e moral, creio que o termo 'senso moral' utilizado no tópico, se aproxima muito mais da ética do que propriamente da moral. Sem dúvida que a moral se refere às ações humanas, enquanto a ética tem um caráter eminentemente reflexivo, mas, ambos os conceitos são apenas referenciais, e mesmo as palavras que as designam podem ter sentidos diferentes para pensadores diferentes.Penso que, o senso moral, traz muito mais a idéia de princípio e, portanto, se aproximando muito mais da idéia de ética. Usualmente não existe uma reflexão moral (no sentido mais utilizado para moral, como um conjunto de regras sociais - 'more').

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