DAS COBRAS QUE ANDÃO NA TERRA E NÃO TÊM PEÇONHA – Tratados da Terra e Gente do Brasil – Fernão Cardim

Fernão Cardim (1540? – 1625) – Tratados da Terra e Gente do Brasil

II

DAS COBRAS QUE ANDÃO NA TERRA E NÃO TÊM PEÇONHA

Gibóia – Esta cobra he das grandes que por cá ha, e algumas se achão de vinte pés de comprido; são galantes, mas mais o são em engullir hum veado inteiro; não têm peçonha, nem os dentes são grandes conforme ao corpo; para tomar a caça de que se sustenta usa desta manha: estende-se pelos caminhos, e em prepassando a caça lança-se sobre ella, e de tal maneira se enrodilha, e aperta que lhe quebra quantos ossos tem, e depois a lambe, e seu lamber tem tal virtude que a moe toda, e então a engole, e traga.

Ha outra que chamão Guigraupiagoára, se, commedora dos ovos dos pássaros, he muito preta, comprida, e tem os peitos amarellos, andão por cima das arvores, como nadando por água, e não ha pessoa que tanto corra pela terra, como ellas pelas arvores. Esta destrue os pássaros, e seus ovos.

Ha outra muito grossa, e comprida, chamada Caninana; he toda verde, e de notável formosura. Esta também come ovos, pássaros, e mata os pintainhos.

Ha outra chamada Boitiapoá, sc. cobra que tem focinho comprido, he muito delgada e comprida, e sustenta-se somente de rãs, têm os índios com esta hum agouro que quando a mulher não tem filhos tomão esta cobra, dando-lhe com ella nas cadeiras e dizem que logo ha de parir.

Ha outra chamada Gaitiepia, acha-se somente no Rari he de notável grandura, cheira tanto a raposinhos que por onde quer que vai que não ha quem a soffra.

Ha outra, a qual se chama Boyuna, se. cobra preta, he muito comprida, e del­gada, também cheira muito a raposinhos.

Ha outra que se chama Bom, se. porque quando anda vai dizendo bom, bom, também é grande, e não faz mal.

Ha outra, a qual se chama Boicupecanga, se. cobra que tem espinhos pelas cos­tas, he muito grande, e grossa, as espinhas são muito peçonhentas, e todo se guardão muito dellas.

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