JOSÉ LINO COUTINHO

Biblioteca Academia Paulista de Letras – volume 7.

História da Literatura Brasileira TOMO I. vol 3.

 LIVRO PRIMEIRO Época de Transformação (século XIX) 2º período (Fase Patriótica)

Artur Mota (Arthur Motta) (1879 – 1936)

CAPÍTULO IV (continuação)

OUTROS FAUTORES DA INDEPENDÊNCIA

JOSÉ LINO COUTINHO

Nasceu na Bahia, a 31 de março de 1784, e faleceu na sua província natal, a 21 de julho de 1836.

BIBLIOGRAFIA

1) Observações sobre as afecções catarrais por Cabanis. Tradução do francês. Bahia, 1816.

2) Topografia médica da Bahia, 1832. Essa obra foi oferecida pelo autor à Academia Real de Ciências de Lisboa, que lhe conferiu o título de sócio.

3) Coleção dos fatos principais na história do cholera-morbus epidêmico, abrangendo o relatório do colégio dos médicos em Filadélfia e uma história completa das causas, das aparências mórbidas depois da morte, e do tratamento da moléstia. Bahia, 1833, VIII — 200 págs.

4) Memória sobre as águas naturais da Bahia — Bahia.

5) Memória sobre a doutrina de Broussais.

6) Sustentação das acusações que na sua respectiva Câmara fez o deputado José Lino Coutinho ao Marquês de Baependi. Rio de Janeiro, Tip. da Astréia, 1827, 6 págs. in foi. (n.° 15.425 do Cat. da Exp.).

7) Parecer da comissão da Câmara dos Deputados, encarregada dos artigos adicionais da Constituição do Brasil, etc. — Rio de Janeiro, 1822, in foi., assinado por Pedro de Araújo Lima e outros.

8) Projeto de reforma das escolas de medicina. Foi apresentado à Câmara dos Deputados, durante o reinado de D. Pedro I.

9) Cartas sobre a educação de Cora, seguidas de um catecismo moral, político e religioso, publicadas por João Gualberto Passos. São cartas destinadas à educação da filha, depois Baronesa de Alagoinhas.

10) A sensitiva, poesia lírica, publicada na "Opinião Nacional" — Pernambuco, 21-4-1868. As outras poesias permaneceram inéditas.

FONTES PARA O ESTUDO CRÍTICO

— Gomes de Carvalho (M. E.) — Os deputados brasileiros nas cortes gerais de 1821.

 Heitor Moniz — O Brasil de ontem, pág. 99.

 Joaquim Manuel de Macedo — Ano Biográfico — Revista do Inst. Hist., tome 64, pág. 9.

 Sacramento Blake — Dic. bibliog. brasileiro, 5.° vol., pág. 7.

As obras sobre a nossa história política, sobre a nossa independência e mesmo os tratados de História do Brasil tratam de Lino Coutinho.

NOTÍCIA BIOGRÁFICA

Formou-se em medicina pela Universidade de Coimbra. Dedicou-se ao magistério, sendo lente de patologia externa da Faculdade de Medicina. Era membro do conselho do imperador, médico honorário da imperial câmara, cavaleiro da ordem de Cristo, sócio da Acad. Real de Ciências de Lisboa e possuía outros títulos honoríficos. Distinguiu-se pelo seu ardor à causa da independência e fez parte da junta provincial da Bahia.

Eleito deputado às cortes de Lisboa, em 1821, desempenhou o mandato com brilho, tornando-se o mais eloqüente orador da representação baiana e um dos mais apreciados parlamentares da assembléia portuguesa.

Atuou com preeminência na fase preparatória da independência; no parlamento lusitano, de onde se retirou com outros deputados brasileiros, dirigindo-se para Falmouth; nas lutas parlamentares do primeiro império e no período agitado da regência.

Para conseguir a nossa emancipação, aliou-se com os revolucionários do Porto, que pretendiam a constituição imediata, fundando, para realizar o seu plano, a loja maçónica do Grande Oriente, na Bahia. Quando os revolucionários portuenses declararam o movimento revolucionário a 17.10.1820, ele conseguiu o pronunciamento de 10.2.1821, contra o qual o governo nada pôde fazer. O Marquês de Barbacena capitulou e confraternizou com os revolucionários. O Conde da Palma viu-se na contingência de propor ao povo a nomeação de uma junta governativa, de que Lino Coutinho fez parte, como secretário.

A sua atitude nas cortes portuguesas foi sublime e assombrou a assembléia pelos seus dotes oratórios, pela sua erudição e pela coragem com que emitia os seus pensamentos e revidava as ofensas.

Era, sobretudo, um argumentador emérito, mas terçava as armas de que se serviam os adversários. Tornava-se ardoroso, atrevido, causticante, contundente, irônico, segundo as circunstâncias. Mas costumava empolgar o auditório pela lógica, pela capacidade de argumentação e pela maneira irretorquível por que sabia expor as suas idéias. Possuía o encanto de entusiasmar as multidões, porque era fascinante, expedia cintilações do espírito e sabia dominar para vencer. Tornou-se temido na assembléia e multiplicaram-se os incidentes parlamentares, demonstrando a sua superioridade sobre os adversários, dos mais conspícuos e considerados.

Não figurou na Constituinte, mas foi eleito na l.a legislatura da Assembléia Geral, em 1826.

A princípio era amigo de D. Pedro I, mas tornou-se inimigo, porque era um espírito independente e não se conformava com o caráter do imperador.

Moveu-lhe oposição implacável durante cinco anos.

Tornou-se o mais popular dos oradores, denominado o "deputado das galerias".

Defendeu as idéias mais liberais: a naturalização, a política protecionista, a instituição do júri, a responsabilidade dos ministros, o montepio dos funcionários públicos, a liberdade da imprensa, a imigração e a colonização. Bateu-se contra a escravidão, o recrutamento forçado e a obediência a ordens ilegais.

Foi ministro do império na regência permanente de 17.6.1831, e impressionou pelas maneiras democráticas. Dispensou carro, farda, ordenanças e, quando tomou posse, dirigiu-se a pé, sobre um tapete de lenços que o povo estendeu, desde a sua residência até a porta do parlamento. Durante o trajeto foi aclamado pelo povo, em aplausos frenéticos.

Enormes serviços prestou nessa fase de agitação, em que o pais se convulsionava .em desordens de toda a natureza, em verdadeira crise político-social.

Deixou o ministério a 3.1.1832, por se sentir enfermo. Dirigiu-se para a Bahia, onde lecionou na Faculdade de Medicina, de que foi diretor, em 1833.

Faleceu com a idade de 52 anos, na "flor da idade", como disse Feijó, lamentando a falta que fazia o seu companheiro de ministério, "para bater certos ambiciosos e invejosos que até vergonha fazem aos que os ouvem".

Concordo em lhe atribuir o merecimento de homem representativo e vulto nacional.

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