Observações sobre a tradução de Amyot e vidas de Camilo, Péricles e Alcíbiades

Observações de Clavier, Vauvilliers e Brotier para as Vidas de Plutarco.

OBSERVAÇÕES

As vidas que compõem este segundo volume não exigiram observações particulares. As notas colocadas em baixo das páginas são suficientes para esclarecer as dificuldades que poderiam deter a leitura. Aproveitarei esta ocasião para fazer algumas observações gerais. A primeira dará a conhecer o talento admirável de Amyot como tradutor. Falarei na segunda, de alguns volumes de Plutarco, impressos e manuscritos, consultados por mim. A terceira-justificará Amyot e Vascosan.

Primeira observara

Para esta observação eu escolhi a morte de Camilo. Plutarco a narra com simplicidade, mas com nobreza. Com uma palavra apenas êle dá a mais alta idéia desse grande homem. Para deixar aos leitores o prazer de julgar, trancreverei o texto de Plutarco, a tradução de Amyot, a Dacier e finalmente a tradução latina.

TEXTO DE PLUTARCO

(O texto é transcrito em grego)

Tradução de Amyot

No ano seguinte Roma foi invadida pela peste, que além de um número enorme de pessoa levou também muitos magistrados e oficiais da cidade, entre os quais Camilo. Embora tivesse vivido assaz longamente e encerrado um razoável curso de vida, estando tão maduro quanto nenhum homem poderia estar, êle sozinho foi, não obstante, mais chorado e sentido pelos romanos, do que, conjuntamente, todos os demais levados pela peste.

Tradução de Dacier

No ano seguinte eclodiu uma peste tão violenta em Roma, que levou um número infinito de pessoas e a maior parte dos magistrados. Ela porém se assinalou particularmente pela morte de Camilo, porque embora repleto de dias, tendo sido sua vida tão longa e plena como a de nenhum outro homem os romanos se afligiram mais com a sua perda do que com a do grande número de cidadãos, mortos ao mesmo tempo que ele da mesma moléstia.

Tradução das edições latinas (Texto em latim)

Dessas traduções a mais fraca e mais infiel, é, sem dúvida a de Dacier. A latina é deficiente em estilo e em exatidão. A de Amyot não tem esses defeitos, com a vantagem de reproduzir a palavra essencial que os outros tradutores nem sequer perceberam. Eles não sentiram o valor da palavra, maduro, "oraios". O homem, como o fruto, em sua maturidade. O fruto se desprende então da arvore; cai. O homem morre. É a lei da natureza. Mas morrer depois de oitenta anos. e ser universalmente lamentado, em Roma, cheia de mortos e agonizantes; fazer calar a dor comum e empolgar todos os sentimentos, eis a glória de Camilo, eis o belo quadro que em um único traço apresemtam Plutarco e Amyot.

Não me deterei em fazer outros paralelos, embora fossem ainda mais vantajosos para a glória de Amyot. Posso porém assegurar que em mais de mil passagens encontrei nele a mais decidida superioridade sobre seus rivais.

Segunda observação.

Esta segunda observação fará conhecer os exemplares de Plutarco. impressos e manuscritos, consultados por mim. É o filósofo da antiguidade que teve o maior número de leitores desde há dois séculos. Êle os terá ainda mais no futuro, porque é quem mais se aproxima de nossos costumes, de nossos usos, de nossa politica, e em geral, de todos os nossos conhecimentos. Encontram-se em quase-todas as bibliotecas anotações que sábios fizeram em seus exemplares. Concebe-se que não sejam todas da mesma importância, que haja muitas medío-crés p inúteis. Para não perder tempo, limitei-me a alguns exemplares de escolha.’

Vi o exemplar célebre, denominado Plutarco de Amyot. Ele foi traduzido de Melun a Paris em 1609. por Pierre Reg-nault. procurador do rei, que atesta ter esse exemplar pertèn-cido a Messire Jacques Amyot. Bispo de Auxerre enquanto viveu. Grande Esmoler de Franca. Esse exemplar entrou, de-pois. para a biblioteca dos padres do Oratório, na rua,Saint- Honoré. (1) Não contém senão As vidas dos homens ilustres". É a edição grega dessa parte das Obras de Plutarco, impressa em Veneza por Alde em 1519. Essa edição continha muitos erros. Um erudito corrigira vários dèles antes de Amyot tornar-se seu possuidor. Duas datas ai existentes, uma, 4 de Dezembro de 1555 e outra, 1." de Agosto de 1583, permitem conjecturas -sobro quem era seu proprietário durante esse período. Amyot acrescentou ao livro, muitas notas gregas e latinas. São conjecturas de eruditos que êle recolheu, algumas discordantes, tiradas, em pequeno número dos manuscritos; algumas comparações feiras com outros autores antigos que mencionaram os mesmos fatos narrados por Plutarco, onde havia alguma diferença; a explicação de alguns usos, e finalmente, algumas observações sobre sua própria tradução. Esse exemplar me foi indicado por R. P. Jannart, bibliotecário da casa de Saint- Honoré.

M. o abade Desaunays, guarda da biblioteca do rei e zeloso da glória literária, indicou-me dois exemplares impressos de Plutarco. Um é a edição grega e latina de Francfort do ano de 1620; o outro a grande edição de Rouauld, publicada em Paris em 1624. O primeiro desses exemplares que habitualmente se chama, não sei porque, o Plutarco de Bigot, tem à margem, notas manuscritas de Richard Brazius, sábio de Sédan. Este leu realmente a Plutarco. Faz algumas correções ao texto, umas por conjecturas próprias, outras em virtude da autori dade de alguns manuscritos. Há também ali o cotejo com alguns autores antigos. Este exemplar que o pai vendeu a seu filho Etienne Brazius em 1664, ficou muito tempo em Sédan exposto ao apodrecimento e aos vermes. A parte das Morais e das Obras mistas está muito prejudicada. Joseph de la Grive retirou-o da poeira em 1711. Entrou depois para a biblioteca do rei.

(1) Êle está atualmente, na biblioteca do Arsenal.

 

O segundo desses exemplares procede -da biblioteca de M. Huet, bispo d’Avranches, legado por êle aos jesuitas da casa professa de Paris. Êle escrevia suas observações à margem da maior parte desses livros. Fêz algumas sobre Plutarco. Não são numerosas. Há algumas correções, e um maior número de indicações para o confronto de diferentes passagens de Plutarco. M. Huet, em geral, anotava mais os autores latinos que os gregos, exceto Sexto Empírico o qual êle parece ter meditado melhor, explicado, corrigido, embora fosse o menos digno de sua ocupação. Ku devo a M. Bejot, guarda dos manuscritos da biblioteca do rei, a comunicação do belo manuscrito grego de Plutarco que está sob o número 1671. É um dos mais completos que eu conheço. A rainha Maria de Médicis o trouxe de Florença com muitos outros que enriqueceram a biblioteca do rei. Já retirei dele vários esclarecimentos, e tirarei ainda outros para explicar as Obras morais e as Obras mistas, que foram .sempre a.s tratadas com mais negligência.

Procurei as observações que o sábio Bachet de Meziriac fizera sobre a tradução de Amyot. M, o abade Sallier, M. Bu-rette e muitos outro:; a.s tiveram em mao.s, e as citaram. Malgrado todas as minhas pesquisas não as pude descobrir. Se as encontrar, eu as examinarei e darei couta desse exame. Meziriac era bastante capaz. Fizera um estudo especializado de mitologia e matemáticas. Seus conhecimentos eram extensos: nunca é muito para explicar Plutarco. Meziriac se gabava de ter encontrado dois mil erros na tradução de Amyot. E não me surpreenderia. Espero mesmo corrigir ainda maior número nesta edição, sem que isso diminua em nada minha estima por Amyot. Êle não deixará de ser por Isso, um dos mais excelentes e felizes tradutores jamais existentes. Meziriac ousara tentar uma nova tradução. Encontraram-se .entre seus papeis, as vidas de Rómulo, Teseu, Numa, Fábio Máximo, Alexandre e Júlio César. Não as publicaram. Foi um serviço prestado à sua memória. Êle não tinha facilidade, nem elegância no estilo, e pouca sensibilidade na alma, qualidades, entretanto, essenciais para se traduzir bem, e sem as quais uma tradução não terá jamais vida e colorido. Temo mesmo que uma cega rivalidade tenha transviado algumas vezes esse crítico erudito. Algumas das suas observações podem levar a essa conclusão. É conhecida a injusta censura que êle faz a Amyot de se ter enganado em relação à cortesã Neméia. (2) Foi o próprio Meziriac quem cometeu a falta. Êle metamorfoseia nos jogos Neméios, uma cortesã famosa preconizada por Ateneu. Não pretendo considerar Amyot e Vascosan irrepreensível; mas cabe estar muito seguro de si quando se quer censurá-los. Esse será o assunto de uma terceira observação.

Terceira observaran

Um novel editor se obstina em pedir a Amyot e Vascosan uma ortografia uniforme. Eu já o disse (Prefácio da edição de 1783), eles não a tinham, não a queriam; o público esclarecido não a exige. Quer ter o que eles deram e como o deram. Deixá-los portanto imprimir, "meurs" e rnoeurs" (costumes), •mieuls" e "mieux" (melhor), "veult" e "veut" (quer), "de-mourant" e "demeurant" (em resumo, de resto). Eles dizem igualmente, "exercite" e -armée". Substituireis todos os -exercites" ou todos os "armées"? a edição seria desnaturada. Não traria mais o caráter do século. Essas variações são o tartamudeio agradável da criança que hesita diante da palavra, destaca-a penosamente e a pronuncia, enfim, com graça. Eis como a língua se formou. É em Amyot que se encontram esses restos preciosos de sua formação. Cabe-se conservá-los com cuidado.

Com a sua ortografia fictícia entretanto, fazeis Amyot escrever austres", -auscuns" e mil outras palavras heteróclitas. Vós o fazeis assinar na dedicatória das Obras morais a Carlos IX, Vostre "grand aulmosnicr". Se Amyot voltasse para junto de nós, não se reconheceria em sua obra. Espantar-se-ia muito com essa multidão de palavras estranhas que iriam ferir a delicadeza de sua língua e a finura de seu ouvido. Vede onde vos conduziu vossa facilidade em mudar tudo a vossa vontade. Amyot datou sua Epístola dedicatória a Henrique II, no mês de Fevereiro MDLVI1I: As quatro unidades em fila vos incomodam. Suprimis uma e credes ter realizado um prodígio. Mas as quatro unidades são a antiga maneira de escrever dos romanos e franceses. Vosso MDLVIII é uma data falsa.

(2) Veja-se a "Vida de Alcibíades’, cap. XXVIII.

 

Essa epístola dedicatória é dirigida ao Rei de sua Real Casa de Fontainebleau. Isso também vos desagrada e corrigis para Fontaine-bell’au. Pretendeis ensinar a ortografia de Fontainebleau a Amyot, nascido em Melun, que vivia e escrevia na corte, e era preceptor do filho do rei? Não obstante vossa ortografia não é menos certo que Fontainebleau não é "Fontaine de belle eau", mas a "Fontaine de Bleau". seja homem, seja cão, pouco importa. Nos títulos, nos autores antigos -Fons Eblaudi" ou – Fons Blaucíi". Essa é a origem de Fontainebleau, morada célebre de Luis Vil. residência favorita de S. Luís. berço rias artes na Franca de Francisco I e dos Valois, delícias do imortal Henrique IV, que pretendeu fazer aquele lugar o mais soberbo do universo.

Vossas alterações na tradução de Amyot são bem mais consideráveis. Mudais as expressões, mutilais as frases. Essa desordem é sensível desde o começo da vida de Teseu:

Texto de Amyot

(Segue-se um trecho que não cabe traduzir unta vez que se trata de uma comparação ortográfica com otexto que segue)

Texto de uma edição nova

(Segue-se o texto em francês que deve ser comparado ao antecedente).

Eis os textos. Compare-se e julgue-se. Tão poucas linhas e mais de doze alterações na ortografia, duas supressões de palavras, duas mudanças, entre as quais uma, torna incompreensível a palavra "marche" colocada em lugar de "marge": uma frase, finalmente, cortada em. duas que ali ficam sem ligação e sem construção. Que pensar do resto da obra? Abstenho-me de comentar. Noto somente que a edição não fei feita segundo um exemplar de Amyot mas segundo um exemplar de du Haillan. como se pode ver por um prefácio existente à pág. XLI. Essa edição não é portanto o ouro puro de Amyot; mas uma mistura, parte de Amyot, parte de du Haillan. parte de um novel editor.

Quanto às notas suprimidas, perguntais se constitui supri mi-las. colocá-las à margem. Respondo que notas colocadas à margem não são suprimidas. Mas pergunto onde, em que margem estão as notas de Amyot do Prefácio, cap. II; da vida de Licurgo. cap. XXXV; da vida de Camilo, cap. XXII? Essas nota não aparecem em parte alguma; são portanto suprimidas. Suprimistes mesmo, a peça inteira dos versos de Agatias em honra a Flutarco, traduzida por Amyot da Antologia e colocada por êle em seguida ao seu Prefácio.

Tenho pouca coisa agora a acrescentar, como justificação de Vascosan; repito que sua edição de 1567 e 1574 é uma obra-prima embora afirmeis -que não se encontra aí o menor traço de bom gosto". Se ela tivesse esse defeito, como teria obtido os elogios pomposos de Carlos IX ? Como ter-se-ia sustentado sua reputação durante dois séculos? Como constitui ela ainda hoje, o ornamento dos gabinetes mais seletos? Como subiu e se manteve em tão alto valor? Como os maiores mestres da arte lhe deram sempre uma importância particular pela sua correção e beleza? Confesso, quanto a mim, que eu reconheço’ nessa edição toda a habilidade de Vascosan e de seu genro Frederico Morel, que era, não somente um impressor capaz, mas ainda um dos mais eruditos professores da língua grega do College Royai. Se fosse tão fácil fazer melhor que Vascosan. por que razão nas Obras morais, suprimistes inteiramente o grego que as pessoas cultas gostam de encontrar ali e tSm direito de exigir? Neí.ta edição não será suprimido; e espero que pelos cuidados dispensados, ela será superior mesmo à de Vascosan. na nitidez, correção e sobretudo pela clareza fixada nos sumários e pelo destaque dos capítulos, parte que os antigos não conheciam emboia muito importante, amiga dos olhes e do espírito.

O primeiro volume das Obras morais vai, sem demora, aparecer. Haverá dificuldades tipográficas a dominar. É essa vitória que distingue as belas edições c dá seu valor aos olhos dos conhecedores (edição de 1783).

SOBRE A VIDA DE CAMILO

Cap. XV. -As galeras dos liparianos correram sobre eles como se tossem corsários". É preciso, em toda essa passagem, ou que o texto de Plutarco se tenha corrompido, ou que êle tenha entendido mal os historiadores latinos onde colheu essa história. Vemos com efeito, em Tito Lívio, liv. 5, cap. 28; em Valério Máximo, liv. I, cap. I, externa, ex. 4, e Diodoro de Sicilia, liv. 14, cap. 93, que os liparianos faziam profissão de piratagem, enquanto Plutarco dá a entender que eles perseguiam os piratas. Como essa passagem parece não estar alterada, creio que Plutarco terá narrado esse fato de memória, o que lhe aconteceu muitas vezes, confundindo assim tudo. Pode-se restaurá-lo na verdade à vista dos autores citados, e principalmente de Tito Lívio. C.

SOBRE A VIDA DE PÉRICLES

Cap. VIII. para entender essa passagem que Amyot não compreendeu, é necessário saber que os autores trágicos não exibiam jamais uma peça única, mas três ou quatro peças ao mesmo tempo, dentre sis quais uma era sempre um drama satírico, tirado de um assunto heroico, mas onde o cômico dominava, tal, por exemplo, Ciclope de Eurípides. Como tedas essas peças se representavam juntas, elas constituíam um todo. É o que Plutarco chaina urna didaseália trágica, "tragueen didaskalian". c.

SOBRE A VIDA DE ALCÍBIADES

Cap. XVII. Essa passagem de Eurípides está, certamente alterada. O poeta fala com efeito em três vitórias e se refere apenas a duas coroas. Deve-se pois necessariamente ler "tris sephthenta", coroados três vezes, em vez de "dlS sephthenta". Mas isso não é ainda bastante e é difícil-encontrar um sentido para as palavras: "benai d’aponti". Acha portanto muito engenhosa a correção de Reiske, que propõe ler ‘•miãs t’apo nisses tris sephthenta". Nesse caso, eis como se deveriam traduzir esses versos:

"Eu te cantarei, ó filho de Clinias, a vitória é uma bela coisa; mas o que há de mais belo, e que jamais acontecera a nenhum grego, é vencer o primeiro, o segundo e o terceiro prêmios nas corridas de carros, e partindo do mesmo marco, ter sido três vezes coroado de oliveira, sendo três vezes proclamado vencedor pelo arauto dos jogos.‘ C.

Cap. XIX. "Encontra-se ainda uma arenga escrita contra Alcibíades e deste Féaco". Eu corrigi ‘"por este Féaco’ seguindo a autoridade de Taylor, Lectiones Lysiacoe, cap. 6. que procura demonstrar que o discurso de Alcibíades, lido sob o nome de Andócides, é de Féaco, sendo esse o mencionado nesta passagem. Parece-me isso bastante provável, malgrado todas as razões aduzidas por Ruhnkenius em sua História critica dos oradores gregos", pg. 52 e seguintes. De resto, examinarei esse assunto mais pormenorizadamente em uma nota sobre a vida de Nicias. C.

Fonte: Edameris, Vidas dos Homens Ilustres de Plutarco. Vol. III. Tradução de Pe. Vicente Pedroso.

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