Um breve histórico dos jogos e divertimentos das crianças e seus desafios atuais e futuros




FERNANDA ROSSETTO



“Um
breve histórico dos jogos e divertimentos das crianças
e seus desafios atuais e futuros”.








No fim da Idade
Média, observamos crianças com idade acima de sete anos
brincando com adolescentes e adultos. Outra observação
importante diz respeito a dança e a música,
compartilhadas com as crianças desde muito cedo, bem como as
festividades sazonais. Podemos observar, portanto, que na idade média
as crianças “tomavam emprestado” ou dividiam com
os adultos as brincadeiras destes. Naquela época não
existia, tal como existe nos dias atuais, uma separação
dos jogos e brincadeiras destinadas às crianças das
destinadas aos adultos.



Atualmente a
separação nos divertimentos entre crianças e
adultos está visivelmente definida. Hoje, dificilmente vemos
adultos brincando com crianças, pois o homem contemporâneo,
movido pelo atual estresse produtivo, desconhece a importância
de tais jogos e brincadeiras, ao contrario do pensamento da sociedade
medieval, como já citado anteriormente. Na atualidade, devido
aos muitos compromissos e responsabilidades assumidos pelos adultos,
o divertimento tem cada vez menos espaço na agenda destes,
sendo permitido apenas em tempos específicos, como férias,
finais de semana, etc. Devido ao crescimento econômico da
produtividade, o trabalho passou a exercer uma importância
muito maior que em épocas medievais, rompendo com a coesão
social entre crianças e adultos que existia naquela época.



Além da
importância econômica da produtividade, contribuiu muito
para este rompimento de coesão social entre crianças e
adultos as regras impostas principalmente pela Igreja. Esta
instituição, contando com a forte contribuição
de leigos interessados no controle das massas, conseguiu domar esta,
“civilizando” costumes ainda primitivos. O resultado
disto foi a condenação do jogo e do divertimento sob
todas as formas, aumentando o fosso que já então
separava crianças e adultos. Ironicamente, no século
XVII a própria Igreja colaborou para uma espécie de
“volta” das práticas de jogos entre crianças.
Esta mudança na percepção da maior e mais
poderosa instituição ocidental da época tem uma
justificativa bastante eloquente: os padres e demais líderes
clericais da época perceberam que valia a pena manter tais
jogos, desde que estes estivessem sob o regimento da Igreja, ou seja,
seus regulamentos e aplicações estariam fortemente sob
a tutela da instituição, servindo como mais uma fonte
de ensinamento “civilizatório” e,
consequentemente, de controle sobre as massas. Assim, jogos e
divertimentos considerados bons pela Igreja foram estimulados para a
prática e ensino na sociedade, incluindo exercícios
físicos, dança, entre outros.



Também fora
do contexto dogmático da Igreja percebe-se a importância
dos jogos e brincadeiras para as crianças, embora de uma forma
e com objetivos bastante diferentes daquela instituição.
Hoje em dia, vários estudos comprovam que por meio do ato de
brincar as crianças se inserem num mundo completamente novo,
podendo explorá-lo de forma a desenvolverem suas capacidades
cognitivas, motoras e afetivas. Com isso, algumas reflexões
importantes devem e estão sendo estudadas não só
para os dias atuais, mas principalmente para o futuro: como brincar
em meio a tanto desenvolvimento econômico, ou seja, em meio a
arranha-céus, concreto, tecnologia, poluição e
possíveis e cada vez maiores dificuldades nas relações
entre pais e filhos? Como recuperar o sentimento de união que
existia em épocas remotas – sentimento este
proporcionado pelos jogos e divertimentos como meios para a
coletividade? Será possível atingirmos tal grau de
sentimento de união/coletividade nos atuais parques e praças
das grandes cidades?



Uma reflexão
otimista para estas questões sugere ser possível que em
dias atuais as famílias se socializem em parques e praças
urbanisticamente planejados para tal fim, proporcionando não
somente um aprendizado e uma vivência coletiva às
crianças, como também aproximando a relação
entre pais e filhos e transmitindo esta socialização
para as gerações futuras. Este aprendizado numa
vivência coletiva poderá contribuir para amenizar o
individualismo nas crianças, diminuindo-o, desde que a
sociedade na qual estejam inseridas as estimule não apenas com
jogos e divertimentos de cunho competitivo e eletrônico, mas
também através da promoção de
brincadeiras livres e que favoreçam a interação
dos diferentes grupos sociais e culturais.








REFERÊNCIAS:



ARIÈS, P.
História
Social da Família e da Criança.
2.
Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012. 196 p.



PRODÓCIMO, E;
NAVARRO, M. S. Reflexões sobre o brincar: uma visita a um
parque público em São Paulo.
Revista
Iberoamericana de Educación,
n.
47/4, Nov. 2008. Disponível em:
http://www.rieoei.org/deloslectores/2491Navarrov2.pdf


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