A FILOSOFIA PATRÍSTICA — O CRISTIANISMO NASCENTE E A FILOSOFIA ANTIGA – História da Filosofia na Idade Média

HISTÓRIA DA FILOSOFIA NA IDADE MÉDIA

Johannes HIRSCHBERGER



Fonte: Ed. Herder

Trad. Alexandre Correia

Capítulo Primeiro – A  FILOSOFIA PATRÍSTICA

1 — O CRISTIANISMO NASCENTE E A FILOSOFIA ANTIGA

Quando o Cristianismo entrou em cena pretendeu
ser ao mesmo tempo verdade teórica e informação prática da vida. "Eu sou o
caminho, a verdade e a vida", declara o seu fundador. A verdade é
considerada como algo de absoluto e eterno, porque é verdade não somente humana
mas também divina revelada. "O céu e a terra passarão, mas as minhas
palavras não passarão". É também a informação da vida, o "caminho e a
vida" é algo de absolutamente certo, conduz seguramente à
"salvação". Com uma tal segurança não estava habituada a filosofia
antiga. Não se apresentava ela como a encarnação do Logos e da eterna sabedoria
mesmo, mas queria ser apenas amor da sabedoria. A verdade porém ela já queria
oferecê-la e também pretendia a direção dos homens; isso o foi ela desde o
começo e particularmente na época helenística, quando o antigo mito se
desvaneceu e a filosofia tinha que cuidar das almas, para substituí-lo. Desta
atitude, parte idêntica e parte diversa, deste encontrarem-se na busca do mesmo
fim e diferirem na escolha dos meios e do caminho para o fim, resulta a posição
do Cristianismo nascente relativamente à filosofia antiga: ele a rejeita para
de novo aceitá-la.

a)    Paulo

Já com PAULO
é assim. Começa rejeitando a "sabedoria deste mundo" para de
novo aceitá-la, chegando mesmo a apelar pára o seu testemunho em apoio do seu
próprio sentir. 1 Cor. 1, 19 escreve: "Porque está escrito:
Destruirei a sabedoria dos sábios e reprovarei a prudência dos prudentes. Onde
está o sábio? onde o doutor da lei’í onde o esquadrinhador deste século?
Porventura não tem Deus convencido de estultícia a sabedoria deste mundo?…
Porque tanto os judeus pedem milagres, como os gregos buscam sabedoria; mas nós
pregamos o Cristo crucificado, que é um escândalo de fato para os judeus e uma
estultícia para os gentios, Mas para os que têm sido chamados, assim judeus
como gregos, pregamos a Cristo, virtude de Deus e sabedoria de Deus". E em Bom. 1, 19: "Porque o que se pode conhecer de Deus lhes é manifesto
a eles (aos pagãos) porque Deus lho manifestou. Porque as cousas dele
invisíveis se vêem depois, da criação do mundo, consideradas pelas obras que
foram feitas." Com isto de novo se concedem à razão natural os seus
direitos. E no seu discurso no Areópago chega Paulo a citar filósofos gregos para provar sua tese cristã (At. 17, 28).

b)    Os   Padres       

a) Posição negativa. — Esta atitude de
novo se manifesta nos primeiros escritores cristãos. JUSTINO o Mártir sente-se
insatisfeito com as velhas escolas dos filósofos: os estóicos nada sabem de
Deus, os peripatéticos são ávidos por dinheiro, os Pitagóricos são
excessivamente teóricos, os platônicos demasiado ousados nas suas afirmações.
Só para os cristãos a verdade se realizou, que sabem morrer por ela. Minúcio Félix vê em Sócrates um charlatão e TeRtuLIano, em Platão, o pai de todas as heresias. Que têm que ver Atenas
com Jerusalém, a Academia com a Igreja, os descrentes com os crentes, pergunta
ele. TERTULIANO sobretudo alargou
ao extremo o abismo entre a religião cristã e a filosofia antiga, de modo que
para ele fé e ciência se opõem diametralmente. N de carne Christi escreve
o seguinte: "O Filho de Deus crucificado: Nós não nos envergonhamos,
porque é vergonhoso; o Filho de Deus morreu: é absolutamente crível por ser
isso inepto (prorsus credible quia ineptum est); e, sepulto, ressurgia:
é certo, porque é impossível". Estas palavras, que TertuliaNo  aliás pronunciou quando já
não pertencia à Igreja, mas à seita montanista, formam o fundo ideal da
conhecida expressão credo quia absurdum est", que, demais, sob esta
forma, não é um dito histórico, embora na realidade corresponda ao sentir de
TERTULIANO.

β) Posição positiva, — Por outro lado JustiNo não se chama somente Mártir mas
também filósofo (philosophus et martir).    É  que
freqüentou então os filósofos.    E isto por querer defender o Cristianismo. Como
apologeta tinha ele que falar de um terreno comum, que permanecia acessível e
cordial aos homens pagãos, e este era a filosofia.

αα) Os apologetas. — O mesmo se deu também
com os outros apologetas: MinUcio Félix,
Aristides, Atenágoras, Lactâncio e mesmo Tertuliano.
Para
remate, chegaram até a assumir o exterior da antiga filosofia, o manto dos
filósofos, a pregação errante, a diatribe estóico-cínica e suas formas, a cria
e a apotegmática, como também se tirou de bom grado proveito da antiga crítica
do politeísmo, já feita pelos estóicos e epicuristas.

 ββ) Escola catequeta de
Alexandria.
— Um segundo passo para a filosofia foi dado pela escola dos
catequetas de Alexandria. Esta metrópole do helenismo cosmopolita já rompera,
pelo seu (genius loci, todas as barreiras apertadas e estimulou todas
as formas de síntese. Mas especialmente aí também atuava a tradição filoniana
com a sua tentativa de conciliar a religiosidade do Antigo Testamento com a
filosofia grega. Neste espírito se movem os grandes representantes da escola
catequética alexandrina, Panteno,
Clemente Alexandrino e Orígenes.
é do último a seguinte comparação muitas vezes repetida nesta matéria:
como os filhos de Israel, _no seu êxodo do Egito, levaram consigo os utensílios
de ouro e de prata, do país, assim também devia a Fé tomar posse da sabedoria
do mundo e da filosofia. E Clemente se
serve da fórmula ainda mais clara para uma possível relação entre a^ fé e a
ciência: a filosofia é um presente da Providência pela qual, os gregos deviam
ser preparados para Cristo, de modo semelhante como deviam sê-lo os. judeus
pelo Antigo Testamento.

γγ) Os capadócios. — Um terceiro momento, que fazia
inclinar-se a balança para uma postura positiva do Cristianismo em relação à
filosofia, é, o expresso pela atitude dos três grandes capadócios: Gregório Nazianzeno, Basílio o Grande e
Gregório Nisseno, que
praticamente manejam o grande instrumento da filosofia grega na sua exposição
da doutrina cristã; e Basílio escreveu
mesmo um tratado próprio: "Aos jovens, para saberem tirar proveito da
filosofia pagã".

δδ) S. Agostinho. — A fórmula
definitiva no-la dá S. Agostinho. O
que os filósofos disseram de verdadeiro e conforme à fé — assim pensa ele —
não só não o devemos repudiar, mas reclamá-lo para o nosso uso próprio como de
possuidores injustos, e isto em duplo sentido. Primeiro, porque é bom educar
formalmente o espírito para chegarmos a pensar e falar claro e bem. É o ideal
do distincte et ornate dicere, que tem em mente, de que Cícero é um exemplo e de quem Agostinho tanto. aprendeu. Demais
disso, a filosofia deve servir para fecundar os princípios especulativos da
fé,. i. é, ajudar a compreender-lhe o sentido, a conexão, a estrutura, a
sistemática, os fundamentos e as conseqüências, de modo lógico-racional tanto
quanto possível. E então a fé vem a ser verdadeiramente uma fé científica. E
agora surge a expressão que, a partir deste momento, serviu de leitmotiv a
toda a filosofia medieval: Intellige ut credas, crede ut intelligas. Isto
é, lê no íntimo do ser para creres e crê para poderes atingir o íntimo, do ser!

c)    Conseqüências e problemas

A evolução das relações entre a religião e a
filosofia, decidida finalmente pela posição de Agostinho em favor de. uma síntese positiva, foi de
importância capital até hoje para a história do ocidente. Agora podia a fé
tornar-se teologia, o ensino das doutrinas sagradas, literatura; o
Cristianismo, cultura. Seus representantes já não precisavam, viver num (gueto, mas podiam calcar o solo do fórum, os auditórios das universidades,
as sedes das.reuniões dos parlamentos e dos ministérios. O Cristianismo tinha
já dito sim ao mundo e já não queria convertê-lo, pois o condenava. Mas
a tensão interna com isso não desaparecia. A problemática perdurava. Se o
pensamento natural e a revelação sobrenatural são realmente algo de
"diferente"’, poderá haver entre eles algo de comum? A oposição
latente irrompe sempre de novo com particular estridência, entre os
antidialéticos e Pedro Damião, em
muitos círculos de místicos, bem como entre os seus antípodas, os
representantes de uma cultura e política autônomas; e, por último, na teologia
dialética, onde a fé de novo surge a modo de paradoxo, como outrora com Tertuliano. No fundo, toda esta
problemática é da espécie da que já encontramos na doutrina de Deus
transcendente e que contudo, na qualidade de criador, pode ser conhecido por
meio da criação. Ou na doutrina da imaterialidade da alma humana e que todavia
é a forma do corpo. Ou na do homem, submetido à causalidade universal, devendo
porém permanecer livre na sua vontade. E então aqui se rasga de novo um
dualismo e de novo pontes são lançadas. E nesta metódica do es

pírito, que deve fazer .sem omitir aquilo, está
a profunda  problemática  das cousas.       
. .

d)    Fontes   dos   Padres

Mas esse sim foi decisivo para a filosofia
antiga. Nem todas as dissecações de pensamento podiam se considerar igualmente
como fontes para nelas a gente se abeberar.

α)  Cépticos e epicuristas. — Quase
despidas de valor eram as idéias dos cépticos ,e epicuristas. Só ocasionalmente
se lhes podiam aproveitar os argumentos contra o politeísmo e a religião
popular pagã.

 β) Aristóteles. — Mas também o
aristotelismo ficava de fato sem grande importância para a patrística, embora
as irradiações dele não fossem tão fracas como antes se pensava. Em face da
concepção bíblica de Deus e da moral religiosa da patrística, o conceito
aristotélico de Deus era demasiado pálido, e a ética de Aristóteles nimiamente secular. Contudo, podemos rastrear
influências dos escritos da mocidade de Aristóteles
em Clemente Alexandrino, Basílio, Agostinho, sinésio. E
conceitos como os de essência, substância, natureza desempenham desde cedo um
papel nas controvérsias trinitárias e cristológicas. Mas já no fim da
Patrística, João Filopuno e João Damasceno se inspiram ex-professo no patrimônio de pensamentos aristotélicos. O primeiro escreveu
comentários e muitos tratados de Aristóteles,
que foram traduzidos para o siríaco. E agora os nestorianos sírios e os
monofisistas defendiam com conceitos aristotélicos — e não com vantagem para Aristóteles, no pensar dos Padres — a
sua tese da coexistência, em Cristo, de duas pessoas e duas naturezas, e pois
havendo para uma pessoa só uma natureza.

γ) O Estoicismo. — De grande
importância, pelo contrário,  foi  para  o  pensamento  do   Cristianismo 
nascente  o estoicismo,
diretamente par meio de Sêneca e
de EpitECto; indiretamente, pelos
ecléticos romanos, como Cícero e VarrÃo. Ambrósio copia o tratado da
Cícero De officiis, Clemente
Alexandrino reproduz passos inteiros de Musônio Rufo, Agostinho houve nos estóicos conceitos muito
fundamentais do seu pensamento, como a doutrina da lei eterna, das rationes
seminales
e da Cidade de Deus. O contacto com o estoicismo foi tão
estreito, a ponto de fazer nascer a legenda da correspondência entre Paulo e Sêneca.

δ) Platão. — Como fontes de primeira ordem
surgem os platônicos. "Ninguém esta tão perto de nós como
estes", diz Agostinho, a -sua
ética pura, sua abdicação do mundo, sua predileção pelo supra-sensível, o mundo
das Idéias e a metafísica, a sua escatologia, a sua inquietude na busca de Deus
deixam bem transparecer o sentimento da afinidade eletiva. Sobretudo a doutrina
do além foi do agrado dos Padres. Mas conceberam o εχει
do genuíno platonismo no sentido acentuadamente  realista da Bíblia.
"Esperamos um novo céu e uma nova terra onde habitará a justiça" (2 Petr. 3, 13). Não é fácil precisar até que ponto influíram nos Padres diretamente
as obras de Platão ou os seus
pensamentos, hauridos quer em florilégios quer no patrimônio corrente das
idéias do tempo, onde havia muito tempo tinham penetrado; de modo que é
possível haver uma influência, mesmo quando não se pode pressentir uma 
determinada obra imediatamente ou citá-la. O método histórico-literárío usual
de ir assinalando as citações não basta para se rastrearem as irradiações do
platonismo no pensamento e na terminologia metafísica e religiosa do helenismo.
Pois Platão criou a linguagem
hierática para todos os tempos subseqüentes e já por ai exerceu indiretamente
enorme influência" (Reitzenstein). Contudo, Justino, AtenágoRas, Clemente Alexandrino, Orígenes, Eusébio
Cesariense citam determinadamente lugares das várias obras de Platão como a República, o Fédon, o
Fedro, o Górgias, a Apologia, o Críton, o Filebo, o Timeu, o Menexemo, o
Crátilo, o Teeteto. o Sofista, as Leis, o Epinomis e as Epistolas.
Metódio não somente cita, mas imita de
muitos modos o Banqueta, e Gregório
Nisseno, igualmente, o Fédon. Jerônimo
censura os latinos por apenas terem conhecido algo de Platão. Contudo, se não o podiam ler em
grego, era-lhes acessível a tradução de Cícero
ou de Calcídio.    Agostinho cita
o Fédon, que leu porventura
na tradução de Apuleio. Este bem
podia ter-lhe fornecido, pelos seus escritos De deo Socratis e De
dogmate Platonis
o essencial da doutrina de Platão.

 ε) Filo. — O que particularmente acomodou
o platonismo à patrística foi a obra de Filo
Alexandrino. Inspirado na religião bíblica, lançou várias pontes para os
estóicos neopitagóricos, sobretudo para o platonismo. "Os gregos dizem a
respeito dele que, ou Platão é um Filo ou Filo um Platão, tão grande é a
semelhança, entre eles, dos conceitos e das expressões" (Jerônimo). É sobretudo a especulação
sobre o Logos a agitada por Filo. Assim,
procede de Filo uma grande parte
do platonismo de Clemente Alexandrino e
de Orígenes. O Último sobretudo
foi um ponto de confluência da antiga sabedoria das mais variadas origens, mas
principalmente do platonismo. Porfírio dele
refere: "Platão era o seu companheiro inseparável, as obras de Numênio e de Crônios, de Apólofanes,
Longino e Moderato, de Nicômaco e dos homens célebres da
escola neopitagórica, ele as manuseava continuamente. Também usou os livros do
estóico Quêremon e de Cornuto. "Este platonismo de
colorido filonico, estóico e neopitagórico, por sua vez Orígenes o transmitiu a Basílio,
Gregório Nazianzeno, Gregório Nisseno, Eusébio Cesariense e outros; e,
entre os latinos, a Mário Vitorino,
Hilário Pictaniense, Eusébio Vercelense, Rufino e sobretudo Ambrósio, de quem Jerônimo refere que estava cheio de
reminiscências de Orígenes.

ξ) Médio platonismo. — Um acesso mais
largo ao pensamento cristão abrem à filosofia antiga os homens do chamado
médio platonismo: Plutarco de Queronéia,
Gaio, Apuleio, Albino, Máximo de Tiro, Numênio.

η) Neoplatonismo. — Dos seus e de outros
princípios, desenvolveu-se o neoplatonismo, cujos aderentes proporcionam por
sua vez valiosos auxílios à filosofia patrística. Lendo-se as Eneadas de
Plotino fica-se admirado da
consonância de terminologia, e de todo o conteúdo de idéias, sobretudo da
afinidade com as concepções éticas, religiosas e místicas da vida e da íntima
conexão com o espírito do Cristianismo. As Eneadas influem sobre Gregório Nazianzeno, Gregório Nisseno,
Eusébio, Cirilo Alexandrino, em particular sobre Agostinho, que o leu na tradução de Mário Vitorino.   Ainda por muitos outros canais o
neoplatonismo deflui para o Cristianismo: … por PorFírIo, JámBLICo, Teodoreto de Ciro, Nemésio de Emesa, Cláudio
Mamerto, SiNésio Cirinense, Simplício, MacrÔNio, – . Marciano Capela, CalcíDIo, Boécio e,
mais que todos, por Dionísio Pseudo-areopagita,
por cuja boca fala Proclo ao Cristianismo.
Por fim, João Filopono e João Damasceno, que também agora
valorizam Aristóteles.

θ) Neopitagorismo. — As influências
neoplatônicas freqüentemente se entrelaçam com correntes neopitagõricas, como
é o caso de APolóniO de TIAna, NUMÊnio, LonGino, MOderato, Nicômaco, de modo a ser muitas
vezes difícil fixar com exatidão as idéias no seu lugar histórico.

e)    Sincretismo ?

Vivemos justamente na época do sincretismo, e
"em nenhuma parte foi maior a interpenetração do que na história
espiritual dos dois primeiros séculos da nossa era" (Bréhier). Exemplo disto oferece a
palavra retrocitada de Jerônimo sobre
Orígenes, segundo a qual nele
tudo converge, que se tratou aqui de distinguir. Todavia o pensamento cristão
vai rasgando com. segurança o seu caminho. Pode-se aplicar à inteira
dependência histórico-ideal da patrística, em relação a filosofia grega, as
palavras de Tomás de Aquino sobre
as relações entre Agostinho e as
doutrinas neoplatônicas: "Agostinho
está cheio de doutrinas platônicas; o que ele acha se, apropria a si, se
vê que concorda com a fé; mas se não concorda, adapta, melhorando" (S.
Th. I, 84, 5).

Bibliografia

R. ARNOU, Platonisme des pères. Dict. théol. cath. Prümm, Der christliche Glaube und die alte
heidnische Welt
(1935) (A fé cristã e o antigo mundo pagão). Do
mesmo: Das Christentum als Neuhetserlebnis   (1939)    (O Cristianismo
como vivência moderna).


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