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10/05/2007 às 3:08 em resposta a: Seria possível, nos dias atuais, existir uma sociedade que não usasse dinheiro? #81246Miguel (admin)Mestre
Olá Brasil,
Como o próprio autor do texto observa, a obra de Morus é de uma época distante e, há que se entender este aspecto. A começar pelos conceitos da época, em que o autor de Utopia idealiza uma sociedade "justa" onde a posse de escravos era algo natural:
"As propriedades agrícolas eram dispostas da seguinte forma: quarenta indivíduos, entre eles homens e mulheres, e dois escravos."
Agora não poderei ler todo o seu texto, mas gostaria de fazer uma breve observação: a escravidão de que Morus trata é somente aplicada em alguns casos, que podem ser vistos no capítulo "Dos Escravos". Um trecho:
Nem todos os prisioneiros de guerra são indistintamente entregues à escravidão; mas unicamente os indivíduos pegados de armas na mão. Os filhos de escravos não são escravos. O escravo estrangeiro torna-se livre ao tocar na terra da Utopia. A servidão recai particularmente sobre os cidadãos culpáveis de grandes crimes e sobre os condenados à morte pertencentes ao estrangeiro. Estes são muito numerosos na Utopia; os utopianos vão mesmo procurá-los no exterior onde os compram a vil preço; algumas vezes obtêm-nos até de graça. Todos os escravos são submetidos a um trabalho contínuo, e trazem correntes.Os que são tratados, porém, com mais rigor, são os indígenas, que são tidos como os mais miseráveis dos celerados, dignos de servir de exemplo aos outros por uma pior degradação. Com efeito, eles receberam todos os germes da virtude; aprenderam a ser felizes e bons, e, no entanto, abraçaram o crime. Há ainda uma outra espécie de escravos, os trabalhadores pobres das regiões vizinhas que vêm se oferecer voluntariamente para trabalhar. São em tudo tratados como cidadãos; apenas são obrigados a trabalhar um pouco mais, uma vez que têm o hábito de fadiga maior. São livres de partir quando querem e nunca são devolvidos de mãos vazias.
Esta "escravidão" é, portanto, o equivalente à condenação aos trabalhos forçados, que, convenhamos, é muito mais útil à sociedade que a simples reclusão dos condenados.E para os interessados, o ebook de "A Utopia" pode ser encontrados aqui:http://virtualbooks.terra.com.br/freebook/colecaoridendo/download/UTOPIA.zip
06/05/2007 às 18:52 em resposta a: Seria possível, nos dias atuais, existir uma sociedade que não usasse dinheiro? #81235Miguel (admin)MestrePossível, interessante e bom. É uma solução relativamente simples, e resolve os maiores problemas tanto do capitalismo quanto do comunismo: igualdade econômica e liberdade, respectivamente.
06/05/2007 às 0:23 em resposta a: Seria possível, nos dias atuais, existir uma sociedade que não usasse dinheiro? #81233Miguel (admin)MestreOlá Brasil,
Permite a acumulação mas, esta é ou poderá ser passível somente de troca por outros serviços e ou produtos em nível de consumo e não para trocar por dinheiro real e mandar pra Suiça ou acumular em investimentos nem internos ao âmbito virtual e nem externos. Ou seja, se as leis determinarem que o valor creditado pelo âmbito virtual só seja debitado no âmbito virtual acho que resolve esta questão. (desemprego)
Não creio. Na prática, isso aí logo vai se tornar um mercado paralelo: neguinho já vai começar com agiotagem, câmbio entre a moeda "padrão" e a "virtual", e todos os outros trambiques do sistema atual. Sinceramente, acho que a inclusão de uma nova moeda vai complicar ainda mais as coisas.
Não emite moeda SEM lastro. O lastro são os produtos produzidos. O governo estaria comprando produtos que seriam usados ou revendidos.
Se fosse possível o governo simplesmente inventar estes créditos virtuais, e passar a comprar os excedentes da produção agrícola com eles, também seria possível usar esses créditos para qualquer outro propósito, como pagar os servidores públicos, ou aposentados, ou contratar professores, ou médicos, e por aí vai. O dinheiro é simplesmente um pedaço de papel simbolizando certo valor, que precisa ser, necessariamente, um produto ou um serviço. Portanto existem limites para a emissão de dinheiro, que são, se não me engano, relacionados ao PIB e à inflação. Quanto mais moeda circula no mercado, além dos limites que citei, mais aumentam os preços. Basta citar que o problema inflacionário brasileiro foi causado principalmente pelos governos militares, que embarcaram na onda do New Deal de emitir moeda adoidado.
Penso que seria muito mais eficaz um sistema (assim como o que defendeste aqui algum atrás) que diferenciasse apenas aqueles prestam serviços à sociedade daqueles que não prestam (em mais de um sentido), sendo que os primeiros teriam direito ilimitado aos produtos produzidos pelo restante da sociedade. O restante da estrutura social permaneceria inalterado, inclusive a hierarquia e as empresas privadas.
Desculpe-me unVolt, não entendi nada disto! De q vc está falando? Poderia explicar melhor?
Na verdade eu só resumi as idéias que tu mesmo defendes aqui, sobre a abolição do dinheiro. É que por algum motivo eu só consigo escrever as coisas de modo extremamente confuso, hehehe...
Miguel (admin)MestreVoltando ao assunto do tópico, tem um tirada excelente do Seinfield:"It's amazing that the amount of news that happens in the world every day always just exactly fits the newspaper."(Tradução porca: "Incrível como a quantidade de notícias que acontecem todos os dias no mundo sempre cabe exatamente em um jornal.")
Miguel (admin)MestreSobre isso já existe um tópico:Porque falamos “americanos”, quando queremos nos referir aos estadunidenses?Sobre a diferença entre América Latina e Ibero América, tem mais informações aqui:http://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica_Latinahttp://en.wikipedia.org/wiki/Ibero-AmericaE, Brasil, não esqueci nossa discussão, assim que tiver um tempinho eu respondo...
01/05/2007 às 0:22 em resposta a: Seria possível, nos dias atuais, existir uma sociedade que não usasse dinheiro? #81224Miguel (admin)MestreOlá Brasil,Estranho, aqui está abrindo normalmente... Que navegador estás usando? De qualquer modo, hospedei no ImageShack:
Sobre o texto, acho no mínimo estranho... Ele trata, na verdade, da criação de uma nova moeda - com o único diferencial de que ela será virtual. No mais, ela permite a acumulação, que é a principal falha do sistema atual.E veja este trecho:
Como ficaria o setor de bens, como por exemplo, o da alimentação ?Este problema pode ser resolvido de diversas maneiras, uma delas permitiria que os produtores, que não conseguissem colocar sua mercadoria ou produção no mercado capitalista, poderiam vender seus produtos diretamente no mercado virtual1 ou vende-los para o governo que os trocaria por créditos virtuais2. Posteriormente, o governo poderia coloca-los em supermercados ou armazéns específicos, que obviamente seriam construídos pelos empregados virtuais para que os usuários do sistema pudessem adquiri-los. O estado poderia também receber os produtos em consignação e vende-los nestes armazéns.
O segundo trecho destacado configura emissão de moeda sem lastro, pura e simplesmente, e portanto e irá provocar inflação. Além do mais, o primeiro trecho destacado mostra que haverá sim interferência da "moeda virtual" no mercado comum, e apesar de não entender muito de economia, posso dizer que a tendência seria, a médio prazo, toda a sociedade migrar para este mercado "virtual". Isto, no final das contas, faria apenas com que o dinheiro mudasse de formato - de papel para créditos virtuais. Penso que seria muito mais eficaz um sistema (assim como o que defendeste aqui algum atrás) que diferenciasse apenas aqueles prestam serviços à sociedade daqueles que não prestam (em mais de um sentido), sendo que os primeiros teriam direito ilimitado aos produtos produzidos pelo restante da sociedade. O restante da estrutura social permaneceria inalterado, inclusive a hierarquia e as empresas privadas.Que achas?Abraços.
30/04/2007 às 13:28 em resposta a: Seria possível, nos dias atuais, existir uma sociedade que não usasse dinheiro? #81222Miguel (admin)MestreMiguel (admin)MestreTem um matemático que provou 1 elevado à 0 não ser um, matematicamente.outro que 1+1 é diferente de 2etc.
8|Para que qualquer número elevado a 0 seja diferente de 1, é necessário que pelo menos uma dessas propriedades fundamentais da potenciação seja falsa:am/am = 1am/an = am-nTens link, ou alguma referência, do trabalho afirmou isso aí?
Miguel (admin)MestreAqui tem mais alguns links indicando que “moros”, ou “moron”, em grego, tem o significado de “foolish” e “dullish”, e é ainda a raiz do termo inglês “moron”.Como eu também já disse, TODAS as traduções por mim consultadas (em português, inglês, espanhol e francês, ainda que eu não domine estes dois últimos) trazem termos correlatos a "loucura" ou "tolice", inclusive a Vulgata ("stultitiam"). Diante disto, sinceramente, não vejo outra possível tradução ou entendimento. A não ser, obviamente, que aqui também seja necessária a loucura da salvação para se compreender o verdadeiro "sentindo etimológico".
Miguel (admin)MestrePor favor, leia o que escrevi. Eu disse que “moros” é a ORIGEM do termo inglês “moron”. E de fato é:
mo·ron /ˈmɔrɒn, ˈmoʊr-/ Pronunciation Key - Show Spelled Pronunciation[mawr-on, mohr-] Pronunciation Key - Show IPA Pronunciation –noun 1. a person who is notably stupid or lacking in good judgment. 2. Psychology. a person of borderline intelligence in a former classification of mental retardation, having an intelligence quotient of 50 to 69. Compare feeble-minded. [Origin: 1905–10, Americanism; < Gk mōrón, neut. of mōrós foolish, dull](fonte)
Pensei que interpretação básica de texto e gramática fossem pré-requisitos para a "hermenêutica".
Miguel (admin)MestreEu me referia ao último texto por mim citado, Isaías. Mas qualquer língua é obscura para quem não a conhece. Peço-lhe, portanto, que me indique a tradução correta de I Coríntios 1:21, pois todas as traduções por mim consultadas trazem palavras correlatas a loucura, foolish, folie, locura e etc, mas sabemos que (digo isso sem qualquer ironia) sempre é possível que renomados tradutores estejam enganados. Aliás, eu também posso estar enganado, mas o termo “moros” que vc citou é provavelmente a origem do termo inglês “moron”, não?(Edit: I Coríntios 1:21)
Miguel (admin)MestreHebráico? Onde? Sempre li que a bíblia foi escrita, parte em grego, parte em aramaico. :-
Leu errado, então.
Miguel (admin)MestreSe quiser eu digo o nome do tal livro, que eu lembro mas agora esqueci, em outra ocasião.
É. É o famoso "tem mas acabou".
Miguel (admin)MestreEm primeiro lugar, não, eu não quero combater a bíblia, e muito menos citando textos bíblicos: já perdi tempo demais com este livro.Em segundo lugar, é impossível consultar "o vocábulo original" em grego do texto que citei, já que este foi escrito em hebraico.Em terceiro lugar, ao restringir a compreensão de seus textos e suas doutrinas a uns poucos teólogos, este Jeová me parece bastante elitista, não? Diga-me: quantos crentes compreendem hebraico, grego e o (obscuro, absurdo e ilógico) conceito da trindade? E o restante deve calar a boca e passivamente aceitar a interpretação dos "teólogos"?
06/04/2007 às 1:01 em resposta a: Podemos DECIDIR o que sentir, do que gostar e no que acreditar? #85018Miguel (admin)MestreHum. Acho que esse tópico é um tipo "filosofices". Favor deletar! Não tinha visto as regras do fórum ao me inscrever. Peço desculpas! ;)
Olá Luka, não creio que unVolt se referia a este tópico especificamente... É só um aviso geral, creio...Não apague não! porque esse tópico ainda vai dar boas reflexões, espero... ;)
Isso mesmo, Brasil. Na verdade estas regras já existiam, inclusive, quando eu me registrei no fórum. Apenas copiei o texto e coloquei-o como um tópico fixo.E o termo "filosofices" se refere, creio eu, a teorias e discussões não pautadas pelo bom senso.
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