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Miguel DuclósMembro
CogitoTorquato Netoeu sou como eu soupronomepessoal intransferíveldo homem que inicieina medida do impossíveleu sou como eu souagorasem grandes segredos dantessem novos secretos dentesnesta horaeu sou como eu soupresentedesferrolhado indecentefeito um pedaço de mimeu sou como eu souvidentee vivo tranqüilamentetodas as horas do fim.
Miguel DuclósMembroMirtes, é preciso tomar cuidado com as expressões.Embora a filosofia de Descartes tenha sido nomeada uma "filosofia da consciência", o termo "tomada de consciência" está mais associado ao marxismo, a tomada de consciência do proletariado de sua condição de explorado, o que não tem quae nada a ver com Descartes.A percepção no caso forneceria os dados do mundo sensível, que em toda metafísica é posto em dúvida como incerto e inseguro, desde Platão e em Descartes também. Mas a dúvida é chamada hiperbólica porque é radical, não duvida só disso, mas de tudo o mais, até a matemática, como apontei (2 +2 = 4), coloca um gênio maligno que iludiria o sujeito e duvida até do firmamento, do céu e das estrelas e dos sonhos. Só que nesse percurso do sujeito que duvida, ele se dá conta que, enquanto duvida, como duvidante, é algo que pensa, o pensamento quem duvida, o pensamento ativo é associado à consciência. Então existe uma ordem das razões, na fundamentação do conhecimento e do mundo o pensamento vem antes de qualquer outra coisa, e não pode negar que existe enquanto coisa pensante que duvida. Por isso essa primeira certeza que procura daí partir para outros elementos e para a totalidade da Ideia e do mundo.
Miguel DuclósMembroEstá indo no caminho certo.A dúvida é um recurso metódico do meditante que se isola e duvida de todo o conhecimento apreendido anteriormente, por mais sólido que pareça, desde o mundo sensível até as certezas matemáticas.O Eu pensante não consegue achar algo que esteja fora do questionamento da dúvida, até cair a solidez de toda e qualquer matéria. Isso cairia num solipisismo, se não houvesse o passo seguinte. O eu que pensa não pode duvidar que é ele quem duvida, a cada vez que enuncia a sua dúvida, enquanto eu pensante. Mesmo que o eu do pensamento não seja também uma verdade única, o que está em jogo é a filosofia da consciência, ou seja, a percepção do sujeito que entende o mundo e a si mesmo como "coisa pensante". Nesse ponto, ele consegue chegar à primeira certeza e à primeira verdade que o sujeito que duvida de tudo é uma coisa pensante que existe como isso cada vez que pensa (cogito ergo sum).O texto que redigi sobre o assunto há algum tempo explicando esse percurso das duas primeiras meditaçõeshttp://www.consciencia.org/descartes_meditacoes.shtml
02/12/2010 às 15:06 em resposta a: Textos dos filósofos do Brasil/Portugal (pra uma estrangeira ) #88475Miguel DuclósMembroExistem poucos filósofos “autores” no Brasil e em Portugal, pelo menos de “peso”, embora existam muitos professores e comentadores que tenham escrito sobre o assunto, à reboque de autores estrangeiros (alemães, por exemplo ;)).Um filósofo brasileiro do século XIX, é o Farias-Brito. Colocamos uma antologia dele aqui no site, digitalizada http://www.consciencia.org/temas/farias-britoOutros grandes professores tem trabalhos em história da filosofia, tradução, comentários de política. Uma das autoras mais lidas no Brasil é a Marilena Chauí, da USP. Bento Prado Jr, Benedito Nunes, Renato Janine Ribeiro, Mário Ferreira dos Santos (este tem uma extensa obra) Tobias Barreto, Paulo Arantes e Oswaldo Porchat, Padre Henrique Vaz são outros nomes que podem ser lembrados. No campo da lógica, temos o Newton da Costa, um dos criadores da lógica paraconsistente, que foi inovadora.Um link de um texto do Porchat: http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/porchat.htmPesquisando no google você pode encontrar muito mais material e ebooks. Em Portugal podemos citar, por exemplo, os filósofos Magalhães Vilhena e Agostinho da Silva.Existem algumas correntes, que muitas vezes divergem. Existe a filosofia tomista, pela via católica, que tem muitos pensadores, mas não é muito abordada na Academia. Na Universidade de São Paulo houve uma influência direta de professores franceses, como Gaston-Granger, Claude Léfort, Levi-Strauss e Gérard Lebrun, que vieram numa "missão" a partir dos anos 1930 e formaram muitos intelectuais. Paralelamente, havia o Instuto de Filosofia, Miguel Reale, que o colega citou, é da área da filosofia do direito, mas um dos poucos brasileiros citados em grandes índices, como o dicionário de Ferrater Mora. Por outro lado, a USP isolou-se um pouco na sua abordagem tradicional via filosofia francesa já que muitos departamentos hoje seguem o paradigma da filosofia analítica e filosofia da mente/ linguagem, aproximando-se do francês.No geral, além da filosofia, existiram muitos grandes intelectuais e escritores brasileiros, muitas vezes tendo estes como principal tema pensar o Brasil, a sua história, as causas do subdesenvolvimento e possíveis soluções (sendo muitas vezes influenciados pelo campo teórico marxista). Para melhoras o português e ler os verdadeiros mestres da língua, talvez convenha mais ir a eles do que aos filósofos. Como cânone podemos levantar vários nomes, dentre eles, Antônio Cândido, Gilberto Freyre, Raymundo Faoro, Sérgio Buarque de Hollanda, Roberto Schwartz, Darcy Ribeiro,Caio Prado Jr., Celso Furtado e Euclides da Cunha. Na Literatura, podemos lembrar de alguns imprescindíveis, dentre muitos, (tem bastante material aqui no site para aprofundamento): Machado de Assis, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa por exemplo na literatura e Drummond, Cecília Meirelles, João Cabral de Melo Neto, Manoel Bandeira, Olavo Bilac na poesia. Colocamos online uma extensa antologia de grandes escritores brasileiros e portugueses, que você pode visitar neste link:http://www.consciencia.org/author/biblioteca-antologianacionalCobre somente até as primeiras décadas do século XX.
Miguel DuclósMembroAchei uma de Platão debatendo por aí, o cara “citou”:"Todo homem é poeta quando está apaixonado"Pedi para localizar a citação nos diálogos e citar conforme a numeração de Sthepannus, pois achei estranho. Me veio com sites de citação na web:http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&safe=off&client=firefox-a&rls=org.mozilla%3Apt-BR%3Aofficial&q=%22todo+homem+%C3%A9+poeta+quando+est%C3%A1+apaixonado%22&aq=f&aqi=&aql=&oq=&gs_rfai=14.200 resultados no momento, mas todos de citação, ao que parece. Não tem um só que seja dado o contexto.Aí tem as variações em inglês e até mesmo em grego:"Every man is poet when he is in love"http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&safe=off&client=firefox-a&rls=org.mozilla%3Apt-BR%3Aofficial&q=%22Every+man+is+poet+when+he+is+in+love%22&aq=f&aqi=&aql=&oq=&gs_rfai=Em grego mais completo:???? ???????? ??????? ??????? ???? ????? ?' ????? ?? ??? ????? ?? ?? ????? ????? ??? ???????? ??? ??????.Algo como: "Todo homem é poeta quando entra em contato com amor, mesmo se não amou primeiro Musas" literalmente.http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&safe=off&client=firefox-a&hs=BZm&rls=org.mozilla%3Apt-BR%3Aofficial&q=%22%CE%9A%CE%AC%CE%B8%CE%B5+%CE%AC%CE%BD%CE%B8%CF%81%CF%89%CF%80%CE%BF%CF%82+%CE%B3%CE%AF%CE%BD%CE%B5%CF%84%CE%B1%CE%B9+%CF%80%CE%BF%CE%B9%CE%B7%CF%84%CE%AE%CF%82+%CF%8C%CF%84%CE%B1%CE%BD+%CE%AD%CF%81%CE%B8%CE%B5%CE%B9+%CF%83%27+%CE%B5%CF%80%CE%B1%CF%86%CE%AE%22&aq=f&aqi=&aql=&oq=&gs_rfai=Mas tem poucas fontes em grego também! Só 4 . E são todas páginas de citação, não tem nenhuma. Mesmo que haja uma variação em relação ao texto canônico em grego, deveria aparecer. Então está também é duvidosa.. a localizar.Acho estranho por causa do contexto da crítica de Platão aos Poetas na República e no diálogo Íon, além da própria paixão ser algo negativo. Então o sentido da frase seria pelo inverso, se for mesmo dele?Porque o Íon defende que a poesia não é técnica, como a de outras artes, mas antes o poeta é possuído, inspirado pelas Musas, e assim compõe e declama, mesmo perdendo a consciência. Esse seria o sentido, mas não localizei a frase, que aparece fora de contexto de forma "amiguxa".
Miguel DuclósMembroNo conceito rosacruz do Cosmos o Max Handel diz que o Bacon era adepto do rosacrucianismo. Mas, mais do que isso, que um mesmo Frater anônimo o influenciou e também a Shakespeare, e por isso houve aquela polêmica sobre a autenticidade de Shakespeare, em que uma das hipóteses levantadas foi de que Bacon era o verdadeiro autor dos versos.
Miguel DuclósMembroSim,quando mencionei a Lisboa-Inglaterra, não falo de hoje, mas sim servir a todos esses conglomerados empresariais que são transnacionais.A questão essa você menciona é bem interessante, é um aspecto mal abordado na história. Quando a Inglaterra derrotou a Espanha,passou a exercer hegemonia, e Portugal teve de abrir mão de algumas coisas na colônia mais rica, o Brasil em prol dos ingleses.O livro do Oliveira Lima sobre d. João VI que tem aqui no site trata bem disso. A uma época inclusive começaram a vir as famosas manufaturas londrinas, numa terra sem quase indústria, chegavam ao RJ com a etiqueta "Superfine, from London" ;=)
Miguel DuclósMembroOláXenofobia é a aversão contra estrangeiro, e não outra raça.Sobre a reestatização, o movimento não deu nem vai dar em nada. Mas eu sou a favor. Seus argumentos são contra a aplicação prática, ou seja ineficiência do estado. Como apontei antes, em outros tópicos, não devemos nos pautar somente pela prática, mas sim pela aplicação correta, mesmo que seja ideal. Um ideal a perseguir. O estado tem fundamentos para existir. No caso é riqueza do solo da nação. Lucrativa é para os donos, o que investe e gera no país é pífio perto da exploração. Pense na exploração do ouro em MG, que ia para Lisboa-Inglaterra, é isso que continua ocorrendo, a exploração colonial dos minérios do solo do Brasil (mesmo com capital e donos brasileiros majoritariamente..pois sabemos que quem vende o país é a própria elite, que não reinvindica sua soberania e continua sendo uma fazendola-colônia.Aquele bilionário Eike Batista ficou rico como? Dinheiro da Vale, que era público naturalmente. Praticamente não existe outra fonte para as grandes fortunas, as grandes fazendas, são na maioria grilagem ou vês desde sesmarias, é tudo apropriação do solo público. E agora os estrangeiros fazem isso na Amazônia.
Miguel DuclósMembroEm termos de acesso está normal, teve uma pequena baixa no feriado, e também no site todo, mas está no mesmo padrão de 2mil 3 mil pageviews por mêsNão foi desindexado do google porque como eu disse está redirecionando automaticamente para os endereços novos, a maioria.Mas como url semântica fica muito mais otimizado pro google, e a aposta é que os acessos crescerão muito. Fora que tem muitas outras coisas a fazer nesse sentido. O acervo é bom e o forum rankeia bem.
Miguel DuclósMembroOláTive que fazer uma operações de importar e exportar e por na manutenção de novo para substituir "html entities" no nome de tópicos pré-históricos, ainda do sistema em perl, porque senão essa feature de url amigável com palavra ia ficar quebrada neles...Agora a tradução para pt-br ainda está incompleta, por isso alguns campos no menu e tal aparecem vazios. Isso é fácil, estou vendo no fórum do SMF se tem uma versão atualizada, senão eu mesmo traduzo os strings que faltam. Se puser em inglês fica completo, mas acho que vai ser pouco tempo.Canseira..Abs
Miguel DuclósMembroAlguns links recentes são oportunos para este tópico, o blog do Geneton no g1 ( http://colunas.g1.com.br/geneton/ )http://colunas.g1.com.br/geneton/2010/04/10/os-bastidores-do-regime-militar-general-newton-cruz-descreve-o-dia-em-que-saiu-de-brasilia-para-o-rio-para-desmontar-um-novo-atentado-que-militares-estavam-tramando-depois-do-riocentro/http://colunas.g1.com.br/geneton/2010/04/03/confirmado-exercito-deu-dinheiro-a-preso-politico-em-troca-de-informacao-estrategica-sobre-partido-comunista-do-brasil/Não vi a entrevista no globo News, completa, mas a informação é de que: O general Newton Cruz, ex-chefe do SNI, em entrevista a Geneton Moraes na Globo News: " O Maluf me pediu para matar o Tancredo Neves".
Miguel DuclósMembroSem falar no leite com água oxigenada, no café moído com palha, no frango com injeção de água e nos remédios piratas. Grin
Na minha frase que você destacou podem ser dados vários outros exemplos, eu havia lembrado do frango, mas você colocou bem esse e vários outros, o da palha não sabia. Podemos ver também um caso como o do esgoto na praia, cada hotelzinho, pousada residência etc se acha no direito de colocar o seu nos córregos que desaguam no mar. Se fazem isso por egoísmo e inconsequência na ambição imediatista, fazem também pela ausência da ação do estado, do interesse público. É preciso que tenha lá o poder público impondo normas e fiscalizando, além de propiciar a estrutura de saneamento. Enfim, não é ruim que haja "mercado", mas o mercado é só o que é, mercadim do seu João, que quer enricar e dar uma vida mió pra sua famiglia. (Aliás, você falou no café, transpondo analogicamente pro caso do Brasil, este deve querer sempre o melhor para a famiglia dos outros, para as suas "progenitoras", por mais inimigos que os outros sejam, já que o melhor da produção nacional de café, frutas, carne etc é exportado pros mercados internacionais, nós ficamos com refugos encarecidos, de baixa qualidade). O mercado é o comércio, são os serviços, é a parte, não o todo. Não pode regulamentar nem reger além do que deve e lhe cabe, e também não pode também ser "endeusado" como fim último da existência. Todas as instituições existe para servir o homem, inclusive a financeira, e não o contrário. O valor do dinheiro é abstrato e nem sempre representa o valor das coisas do mundo e da vida, muito menos do ser humano. Além do mercado, existe o Estado e o contrato social, a realizaçáo máxima da razão abstrata civilizada, a noção de coisa pública. O Estado também é diferente dos governos, que são transitórios e podem querer se apossar do Estado, quando não temos uma noção de esvaziamento impessoal do poder, do rotativo. O Estado tem um fundamento teórico e uma razão prática para existir, além dos problemas que lhe acompanham. Os problemas do Estado (como corrupção e ineficiência) náo justificam sua anulação nem a diminuição da sua competência, do que lhe cabe. Além do Estado, a existência humana tem outros propósitos além do simples comércio, religião, arte etc. Se tudo hoje é mercadoria, nem sempre o foi, ou nem sempre deveria ser.Hoje está muito na moda uma expressão que vem do "mundo mano", mas já se popularizou. Ao invés de falar em "ganhar" o sujeito fala em "tirar". Os ganhos ou o salário, a remuneração, mostram que houve um trabalho e uma justa recompensa para o tal, ou deveria haver. Mas dizer "tou tirando x por mês" mostra que ele quer tirar de alguém, inverter a exploração, ou seja, alguém vai ficar sem para que ele tenha o dele. Esse é um dos problemas dessa pseudo democracia que estamos formatando: todos querem ser aristocratas, aí não dá certo.O povão admira a elite e aceita tacitamente a ideologia que é passada. Existem asseclas mais realistas que o próprio rei, brasileiros mais anti-brasil que estrangeiros, ou mais pró-eua que os estadunidenses, e defendem com unhas e dentes os sistemas e o discurso oficial, por mais evidente que se mostre dados contrários. A esquerda só é esquerda enquanto está fora do bolo, quando consegue sua fatia, por qualquer meio, passa a defender qualquer status quo, o bom é gastar, consumir, explorar, dominar, as mumunhas e mordomias são mesmo sedutoras. No fim das contas toda essa competitividade acaba gerando um "mal estar na civilização".Outro exemplo que poderíamos dar na questão do aquecimento irracional do consumo é da manufatura de bens duráveis. Qualquer vovó sabe que as máquinas de lavar duravam décadas, é a mesma desde os anos 1950, estava lá o bicho, indevassável. As coisas não são feitas mais para durar, apesar de todos os padrões de qualidade e normatização. Dura uns anos e estraga, para se obrigar a mais "consumo". A tecnologia, que é a ciência aplicada à economia, também insiste na sedução do novo, as "novidades", mesmo que seja um novo design de farol, tornam tudo obsoleto rapidamente. Os carros exigem oficina logo depois de um certo uso, e precisa de carro novo depois de uns anos. Os tênis podiam durar mais que uma pessoa, mas são feitos para que logo desmanchem. Uma lâmina de barbear podia durar um semestre inteiro, mas fica cega depois de poucas barbeadas. E por aí vai. E quem não tem tudo novo e up-to-date sofre de forte estigma social. Uma maneira de diminuir o problema ambiental, nesse sentido, é desacelerar essa forma de consumo forçada baseada na volatibilidade dos produtos. Isso é um dos pontos da reinvindicação do Brasil em relação às metas ambientais, que já são modestas. Os países ricos consomem / consumiram muito mais, não só em seus próprios territórios mas também usando os dos outros como fazenda. Os "países em desenvolvimento" querem poder consumir também, então não seria justo a mesma meta para todos, agora.
Miguel DuclósMembroE, portanto, já que você corroborou com as prosaicas colocações do Miguel, também nada tem a haver com maracutaias de empresas, ou de traficantes, ou da pretensa e errada tentativa do Miguel, de vir querer corrigir, gramaticalmente, os outros, no que foi escrito, quando mais, ao postar (ele), não consegue ter duas orações em que não haja erros gramaticais e ortográficos, e dos piores.
Você quem começou fugindo do tema, agressivamente falando para eu fazer tratamento psiquiátrico por causa do "e se", que eu falei originalmente justamente para que se atenha ao tema. E continua depois com provocações e assuntos off-topic, isso no que consigo entender suas mensagens, que parecem obedecer a alguma forma de idioleto. A própria chamada de como se deve gerenciar um fórum é offtopic né mesmo? A propósito, como o Brasil já insinuou é TER A VER, essa expressão é um galicismo, nada tem a ver com o verbo "haver", nem com o substantivo da contabilidade teres e "haveres", n'avoir rien à voir. Agora você aprendeu mais essa comigo, e sabe mais do que ontem. Não precisa ficar bravo se alguém te ensina algo. Não que eu me ache o tal, também cometo erros e aprendo aqui, mas como me formei em universidade pública, considero que a formação é também pública, e procuro repassá-la sempre que posso. Também chamei atenção, além das agressões e "viagens" no tema, para os seus "totalmente errado" e os seus "Ponto.", que são contrários ao diálogo e à dialética e mostram uma posição intransigente em relação às opostas. Outra coisa deveras "noob" no fórum foi insinuar que o Brasil é meu clone, essa foi bem fora da casinha, ainda mais tendo em vista os acontecimentos recentes aqui. No início do fórum meu nick era "onofre veiga", além desse e do Miguel, não tem outro.De qualquer forma você propor que o evento X não tem a ver com o evento Y já é um adianto de que o capitalismo é a mesma coisa "desde a antiguidade", capitalismo não existia na antiguidade. É algo bem específico, o Marx cunhou o termo ao analisar a ascenção da burguesia mercantil a partir da Revolução Industrial. A burguesia é aquela classe que surge do nada, acabando com todas as sólidas bases (tudo que é sólido desmancha no ar) da sociedade de antes. Marx a chama de "a mais revolucionária das classes" no "Manifesto Comunista", um dos seus livros mais acessíveis, todos deveriam ler. Para termos um exemplo, ele fala como a burguesia destronou de certa forma a aristocracia, as antigas relações baseadas em nobreza e sangue foram destituídas a partir do poder de consumo advindo das relações comerciais. A burguesia, segundo a análise dele, perverteu até mesmo as arcanas relações familiares, tornando-as comerciais, e colocando pais X contra filgos, por ex. A ambição por riqueza e a sacanagem em cima dos outros, perene, não justifica que se diga que o capitalismo é algo natural e que sempre existiu. Não, é algo contemporâneo, relacionado diretamente à "modernidade".No Brasil isso mantém-se toscamente, já que não temos aristocracia consistente baseada em alguma "linhagem familiar", o povão tenta nobilitar-se através do poder aquisitivo e do poder político. Esse era o projeto pessoal do ex-comedor de calango Lula, aliás, que obedece apenas a si próprio, e pouco se relaciona com ideologias e posições partidárias. O deputado que foi pego com aquele "castelinho" também tem isso implícito como pano de fundo, quer castelo, quer nobreza das oropa. Cousa chic.Você parece querer minimizar a ação do Estado dos EUA na recente crise, e também a recente crise (nisso concordamos, o assunto era bombardeado diariamente na mídia, e mostrou-se bem menos afetante do que o que se anunciava).Eu coloquei que a economia tem várias tendências e escolas teóricas que vão sendo aplicadas e mudam com o correr do tempo. No caso da recente crise, alguns dos advogados do chamado "neoliberalismo" que atuavam sempre antes colocando a necessidade e a maravilha do deus-mercado e a ineficiência do Estado, que deveria ser mínimo, tiveram de rever suas posições.
SÃO PAULO - A conseqüência da intervenção do governo norte-americano na economia do país para os fundamentos do neoliberalismo econômico, segundo os quais o mercado financeiro deve se auto-regular e a intervenção do Estado na economia é mínima, divide a opinião de economistas e políticos do País. Enquanto alguns, como o senador Aloizio Mercadante (PT), defendem que a teoria de auto-regulação naufragou com a atual crise financeira, outros, como o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-presidente do BNDES, afirmam que os problemas no mercado de crédito mostram apenas que o liberalismo econômico tem limites, e que a participação dos governos ainda é um instrumento importante no funcionamento do sistema mundial. O ponto comum na avaliação deles, porém, é que as teorias adotadas hoje não passarão ilesas pela crise.
http://www.estadao.com.br/noticias/economia,crise-afetara-neoliberalismo-dizem-analistas,252049,0.htmEssa "auto regulamentação" do sistema financeiro, aliás, é a justificativa para os juros abusivos, extorsivos dos emprésticos bancários. Tudo bem que o Banco tenha taxas, e muitas, mas não "fatura" somente com elas não, o lucro é composto de várias fontes, dentra elas a dos juros. Como falei no início a taxa selic estatal, que todos criticam por ser alta, não passa de 1% ao mês, a taxa do cartão de crédito e cheque especial vão de 13 a 15% ao mês.Acontece que agiotagem é proibido por lei, e também empréstimos não podem ultrapassar o dobro da tala selic, segundo a constituição (não é isso?). Para manter uma legalidade dessa grande sacanagem, alegam que o "sistema financeiro tem suas regras próprias". O empréstimo bancário a juros extorsivos é agiotagem oficial.Como falei jocosamente no caso do traficamente, a maior parte dos crimes como roubo e tráfico tem o mesmo principio do lucrar, tirar, eu-e-meu-sangue, só que um é extra-legal, o outro age dentro da legalidade, era para ser honestamente, mas frequentemente não é, em vário níveis.E não me parece que o lucro dos bancos mereça ser minimizado com ironias, tanto mais que cresceram como nuncas. Claro, alguém paga a conta, e somos nós. A propósito, o grosso dos impostos não é nem empresa que paga, é a classe média mesmo.Sobre taxar fortunas eu sou contra, não tem que criar mais impostos, eles só querem aumentar e aumentar, tem é que diminuir os impostos. Subir por exemplo o limite de isenção, que apesar de ter aumentado, ainda é bastante baixo.
Miguel DuclósMembroEfeGueiros: Veja o que é o achismo subjetivo, você adota o tom intransigente de dizer que estou “totalmente errado”, isso é totalitarismo do Ego, impróprio para um ambiente de diálogo. Bom, eu "acho" que não estou totalmente errado, seu exemplo da China não me convenceu. Algo a se dizer também é que o capitalismo e a economia em si não são racionais, tem vários aspectos irracionais. Existe a artimanha de achar que é tudo bonitinho e necessário, tudo funciona, tudo tem um motivo e uma base teórica na economia, aí usam um "economês" sofisticado, um jargão impopular para justificar medidas malévolas e qualquer um que fale contra é um ignorantão que não sabe do que está falando. Argumento de autoridade. Essa é a base do discurso da equipe econômica tipo Puc-Rio, formada nos eua e que adotou o Consenso de Washington. Isso já foi bastante denunciado.O fato é que frequentemente o lucro não é fruto de boa administração, mas sim de aspectos inescrupulosos. Isso vai do grande ao pequeno. Desde o traficante que mistura bosta de vaca à maconha e bicarbonato à cocaína pra "tirá mais" até uma multi como a Monsanto que patenteia uma semente transgênica de soja. O Boff diz uma vez que no interior de SC, onde surgiu a Sadia, quando ela era pequena, colocava pedra no presunto para pesar mais. Hoje está aí, com sua alegada qualidade. "Carcamano" é uma expressão para os imigrantes e descendentes de italianos paulistas, que nos mercadinhos punham a mão (mano) na hora de pesar para pesar mais. E aí, quantos é preciso explorar, quanta gente é preciso pisar em cima para se tornar um novo-rico com os lucros?Na outra ponta iniciativas pioneiras de qualidade que oferecem alternativas, bem administradas, muitas vezes não conseguem deslanchar. Um industrial brasileiro de automóvel como o Gurgel não consegue conquistar mercado num panorama dominado pelas gigantes. E são tantos exemplos disso!Existem vários outros aspectos irracionais, o próprio fetiche da mercadoria, vejamos algumas citações de Debord na "Sociedade do espetáculo" (via @neiduclos) "A mercadoria fetichizada da sociedade do espetáculo perde seu valor quando entra na casa dos consumidores" Guy Debord "Stalin foi descartado como mercadoria obsoleta da sociedade do espetáculo concentrado, o capitalismo burocrático" Guy Debord "O capitalismo se apropriou de todo espaço urbano, que ficou tão sujo, feio e barulhento quanto uma fábrica" Guy Debord "A abundância gerada pelo capitalismo permitiu que a transgressão fosse incorporada como mercadoria da sociedade do espetáculo". Guy Debord. A publicidade apela para o irracional, para a "paixão", para a "emoção".Vejamos o que diz Chaui no "Convite":
A propaganda trata todas as pessoas – crianças, jovens, adultos, idosos – comocrianças extremamente ingênuas e crédulas. O mundo é sempre um mundo “defaz-de-conta”: nele a margarina fresca faz a família bonita, alegre, unida e feliz; oautomóvel faz o homem confiante, inteligente, belo, sedutor, bem-sucedido nosnegócios, cheio de namoradas lindas; o desodorante faz a moça bonita, atraente,bem empregada, bem vestida, com um belo apartamento e lindos namorados; ocigarro leva as pessoas para belíssimas paisagens exóticas, cheias de aventura ede negócios coroados de sucesso que terminam com lindos jantares à luz develas.A propaganda nunca vende um produto dizendo o que ele é e para que serve. Elavende o produto rodeando-o de magias, belezas, dando-lhe qualidades que são deoutras coisas (a criança saudável, o jovem bonito, o adulto inteligente, o idosofeliz, a casa agradável, etc.), produzindo um eterno “faz-de-conta”.
Então, também pensar que o capitalismo mantém a sua base inalterada não se justifica muito, a não ser que você tome a ambição como a base, a frase eclesiástica de "nada há de novo debaixo do sol". É tudo vaidade. O capitalismo tem várias fases, ensinam os materiais de história. Em determinadas épocas e no início e o empreendedorismo indiividual e a consequente "asceção burguesa" era mais propício, em outros não. Tem a primeira era da revolução industrial, do capitalismo clássico, depois esses imbróglios que mostrei para você, liberalismo, keysenianismo, bah, são muitas correntes, reviravoltas e tendências. Então veja, o esforço teórico socialista surge porque o capitalismo de seu tempo tem problemas, e procura uma alternativa. A aplicação prática que tomou nos cenários políticos posteriores já é também outra coisa. Na época o operariado trabalhava mais de 12 horas por dia. E então?!Nada mudou? Houve conquistas, direitos trabalhists, muitas em parte por causa das reinvindicação, o direito de greve, atuação de sindicato etc. São indiretamente conquistas socialistas e do trabalhismo, este não é anti-capitalista nem socialista, mas a síntese entre os dois. Brizola disse uma vez para Che Guevara nos anos 60: "achamos que a propriedade privada é algo muito bom, tão bom que queremos para todos".Mesmo que todos os regimes que se digam socialistas acabem, o mote inicial da exploração e injustiça social que o gerou não foi iniciado, ou seja, uma queda na urss e uma capitalização da China não representa necessariamente uma vitória do "capitalismo", no sentido de que esse é triunfante porque não tem problemas. E também nunca falam do Vietnã, que ganhou a guera e é socialista até hoje. Ou não também?Nem toda atividade humana visa o lucro, nem se sobrepor aos demais. No caso do terremoto do Haiti, como enxergar a atuação privada X pública? Não foram os Estados a socorrer o outro estado? Não foi o voluntariado sem ambição de lucro? À parte dos que querem lucrar com a reconstrução e a exploração midiática do tema. O homem possui aspectos solidários também,além de atividades artísticas e teóricas que não são movidos pela ambição do lucro, base de toda atividade comercial...Para isso há o estado, o Procon faz valer o código de defesa do consumidor, no que as teles são campeãs de reclamação, por sinal. Tem a justiça, onde cada parte que quer o "lucro" para si e para os seus tem uma intermediação supostamente imparcial etc. Então a atividade precisa ser legalizada para diferenciar da postura clássica de querer tudo para si e seu sangue nada para os outros. Mas, como a justiça é falha e também atende aos interesses dominantes, e nem tudo é bonitinho e racional, não é isso que acontece. Se as alternativas pensadas a partir do marxismo, que alega ser o antagonista histórico do capitalismo, não "deram certo", isso significa o "fim das utopias"? Só com lobotomização, com a incapacidade completa de imaginar-se fora dos sistemas, de forma talvez até química e biológica. Isso aliás, temo ser uma ameaça real.O capitalismo envolve essa idéia de "capital" que é também um sinônimo de centralização, que pressupõe que haja uma "metrópole" e uma "periferia", o primeiro mundo e o submundo. Diz-se que o Brasil ainda é pré-capitalista, e um dos aspectos disso é que o consumo não é de massa. A sociedade é polarizada entre carência e privilégio. Mas com consumo de massa a indústria causa mais danos ainda, existe então o problema ambiental e a utopia tem que continuar, é preciso continuar a pensar alternativas, como desde a antiguidade: por ex, ao invés de cada um ter um carro, transporte coletivo de qualidade, ao invés do arcaico e bruto motor a explosão, transporte elétrico etc.Sobre o "Tudo bem... Este tópico ficou sem nenhuma consideração, tal qual, é o nosso povo." Concordo em parte, o Brasil tem muito disso, coisas são feitas e ninguém dá a mínima. Mesmo os debates teóricos em filosofia, por exemplo, não seguem uma linha sistemática de evolução do pensamento, publica-se algo sobre um tema e outro que vai pensar sobre ele não se interessa, e faz algo completamente a parte. A mídia promove medíocres e nulidades, achando que é disso que o povo gosta, o talento fica de fora.O Fórum está crescendo, as visitas aumentando, já são mais de 100 mil esse mês, mas também acredito que já tenha sido mais movimentado nas mensagens. Veja, é antigo, desde 2000, usava até um software em pel que ficou totalmente defasado com as alternativas que sugiram depois, em php. Tivemos muita "subida de concorrentes" (hehehe) que diminuíram nosso impacto quando éramos pioneiros, teve o surgimento das redes sociais, como o orkut, foram todos para lá, e não param de surgir novas. Então acredito que temos que buscar um diferencial que é justamente de um debate mais aprofundado e civilizado. Não que o orkut por exemplo não tenha comunidades com ótimos fóruns, mas pensamos em evitar repetições de abobrinhas e buscar uma maior amplidão nas visões defendidas, reforçando assim nossa proposta tanto cultural quanto pedagógica, dentro dos nossos limites. Como diz Nietzsche "apenas as camadas superiores merecem atenção"
Miguel DuclósMembroEfeGuerreiros, outra coisa a se notar é uma visão pessimista que você demonstra em relação ao Brasil, colocando sua identidade única em relação aos outros povos como algo ruim, nefasto, sei lá, lei de Gerson, ah isso é muito comum, e isso também é ideologicamente imposto. Não falando de ti, mas o niilismo em relação ao Brasil, o “complexo de vira lata” que fala Nelson Rodrigues. Muitos falam mal da figura do “Brasileiro” como algo a parte, como se não fossem brasileiros. Todos querem pertencer à outras terras, outros povos. Claro, supostamente sempre aos “melhores” povos, às potências. Você fala mal da China, já é algo, pois sempre que vejo comparam o Brasil com suas mazelas às potências européias e EUA, nunca à miséria asiática Africana, Haiti ou algum outro país mal das pernas na AL. Bem, não existe isso de povo melhor, cada um tem seus defeitos e vergonhas históricas, muitas…Assim como o Brasil tem aspectos lamentáveis, também tem sua grandeza, no presente e no passado. Depende do que se quer focar, é um país continental, gigantesco.
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