A gruta «Casa de Pedra» em Minas Gerais – Carlos de Laet

A gruta «Casa de Pedra» em Minas Gerais
Carlos de Laet (1847-1927)

Pica a légua e meia, pouco mais ou menos, de São João d’El-Rey, no extremo da cordilheira do Bonfim e à margem es­querda do rio d’Elvas, afluente do das Mortes.

O terreno é aí calcáreo, e a escavação, tão vasta que, no di­zer dos habitantes das imediações, poder-se-ia andar um dia in­teiro e sempre descobrir novas comunicações e< aposentos.

— Tôdas as auroras se assemelham — ouvimos a certo pre­guiçoso, que destarte se desculpava de ter ficado a roncar na cama, quando todos os outros se erguiam para assistir2) à esplêndida alvorada. O mesmo se poderia objetar às maravilhas das grutas: são quase sempre as mesmas, é verdade; mas nem por isso é” menos admirável o trabalho da natureza, tão caprichoso que excede as mais atrevidas fantasias do homem.

* Das abóbadas de vastos salões descem concreções estalácticas, fljfurundo cortinas. Em tal recanto a formação calcárea simulou um púlpito. As galerias de comunicação apertam-se em vários lugares, obrigando os visitantes a caminhar de gatinhas, o que não deixa de ser picante, se no bando folgazão há cavalheiros obesos senhoras de avantajada corpulência. Os incômodos, porém, e mesmo os terrores de alguns mais tímidos, calam-se espontâneos, quando o guia (que sempre é bom levá-lo para êsse labirinto) sacode archote e com seus reflexos avermelhados explora as profundeza : da caverna. s

Melhor ainda, se o provérbio passeante está munido de uma fita de aluminium e de-repente a faz arder. Iluminam-se então de gala aquelas soturnas 1) paragens: dançam festivos clarões em ar­carias que ninguém suspeitara; revelam-se, imprevistos, grupos «uhlo a imaginação completa formas apenas lobrigadas; crescem In sombras, desmesuradas, afundando-se nas reentrâncias; e rebrilham, nas arestas e saliências, faixas e estrelas ofuscantes.

gruta casa das pedras

Para que multiplicar frases que não podem dar a sensação que nunca se viu, e apenas valerão como pálida reminiscência »lo que já se tenha visto? Leitores amigos, em matéria de grutas

já tendes apreciado a do Grande Mamute da União Americana,

Boca a do Inferno em Mato Grosso? Pois neste caso sêde compla­centes para com o nosso entusiasmo, que não contemplou tais

prodígios. Mas somente conheceis a gruta de cimento do Jardim do campo? Oh! nesse caso, permiti que vo-lo digamos, a Casa de Pedra tem muito mais que mostrar-vos e tudo com a originalidade e magnificência da natureza.

À beira da linha férrea, no começo da trilha que leva à gruta estão os fornos onde se queima a pedra das cercanias para reduzi-la a ótima cal. No trem que tomáramos, aventou-se a idéia de que sendo a Casa de Pedra propriedade da Companhia a que pertencem os fornos, tempo chegaria em que por êles passassem as lindíssi­mas estalactites, os mimosos festões e as grandiosas arcarias daquele assombroso palácio!. . . Tal idéia gelou-nos de horror.

Ao município de S. João d’El-Rey compete quanto antes adquirir e cautelosamente zelar essa obra prima, que é uma da maiores e mais fúlgidas gemas da sua coroa.

Conde Carlos de Laet.

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