Antônio Gonçalves Teixeira e Sousa

Autor: Silvio Romero (Lagarto, 21 de abril de 1851 — 18 de junho de 1914) – História da Literatura Brasileira

Vol. III. Contribuições e estudos gerais para o exato conhecimento da literatura brasileira. Fonte: José Olympio / MEC.

Antônio Gonçalves Teixeira e Sousa (1812-1861). — Foi um mestiço, filho de uma pobre família de Cabo Frio, na província do Rio de Janeiro.

Tendo apenas o ensino das primeiras letras, foi forçado em 1822, por apertos pecuniários dos pais, a aprender o ofício de carpinteiro.

Neste mister, já em Cabo Frio, já no Rio de Janeiro, para onde passou-se em 1825, conservou-se até 1830. De volta então à sua cidade natal, foi nomeado mestre-escola, emprego que exerceu largos anos, sendo em 1855 despachado escrivão do comércio no Rio. Faleceu em 1 de dezembro de 1861.

Foi um homem ativíssimo e de muito bons desejos. É o nosso poeta artesão. Escreveu bastante, tentando gêneros diversos. Publicou duas ou três tragédias, um grande poema épico sobre a Independência do Brasil, uma espécie de poema lírico sobre uma tradição de sua terra, grande porção de cânticos líricos, e seis ou sete romances.

É uma bagagem literária assaz pesada e de um manejar dificultoso. É um grande inconveniente escrever muito, especialmente quando esse muito escrever não obedece a um plano e a uma idéia dirigente.

Torna-se a obra de um escritor desses um matagal daninho em que se perde improficuamente o leitor, e donde sai irritado o crítico, lastimando o precioso tempo perdido em atravessar matos e barrancos.

Causa dó a cegueira, a inópia de um escrevinhador, de um sporcatore di carta, gastador de tinta e papel…

O nosso Teixeira e Sousa não é precisamente um tão profuso e difuso produtor de livros. Mas teria andado bem em escrever menos. Nas letras as mais das vezes o silêncio é de ouro, e a sobriedade é sempre de brilhante.

As tragédias e o longo poema épico fazem mal à reputação literária de Teixeira e Sousa. Fora melhor que os não tivesse produzido. Quase o mesmo se pode dizer de seus fracos e enfadonhos cânticos líricos.

Postos estes produtos à margem, ainda restam o poema lírico e os romances do escritor para dar a medida e mostrar a índole de seu talento.31

Primeiro o poeta, e isto rapidamente.

31. Estes escritos de pouco valor sao as tragédias — Cornélia, O Cavaleiro Teutànico; as coleções de poesias sob o titulo de Cânticos Líricos; o poema épico denominado — A Independência do Brasil.

Quando digo que o poeta de Cabo Frio era bem intencionado, avanço uma verdade. Era patriota e nacionalista; forcejava por tomar parte nos esforços da geração de seu tempo no empenho de dotar o Brasil com uma literatura. Então não tínhamos ainda vergonha de ser brasileiros, sonhávamos ainda com a formação de uma pátria autônoma e progressiva. Como a mulher perdida que abre a sua porta ao primeiro viandante, o espírito nacional não havia ainda desesperado de si, não desejava ainda escancarar as nossas casas a quantos desconhecidos queiram tomar conta delas. Nacionalismo não era ainda sinônimo de atraso e emperramento; era apenas a salvaguarda das tradições, a consciência de um povo que se queria formar livre e forte, aproveitando as lições das nações cultas, sem perder sua índole, sua feição peculiar. O poeta ainda estava, pois, no bom terreno.

O romantismo brasileiro no seu primeiro momento foi uma prolação do espírito da velha Escola Mineira. Ao menos em parte foi assim.

Depois é que a imitação do romantismo francês, a macaqueação, o plagiato impensado do francesismo sufocou em nossa literatura o sentir nacional.

O poeta estava cheio de boas intenções; porém em literatura as boas intenções, que se não realizam, ou realizam-se mal e incompletamente, não têm valor, são como bilhetes brancos, papéis que nada valem.

É o caso de Teixeira e Sousa.

Por mais bondoso que eu queira ser nesta geral excursão pelos domínios da literatura pátria, não posso sofismar a minha impressão no estudo das obras deste escritor.

O poeta se me revelou acanhado, ermo de graças, de vida, de movimento, de seiva, de entusiasmo. Nem força e masculinidade, nem graciosidade e meiguice. Não tem quase nenhum dos sinais distintivos dos bons poetas, ou ainda dos poetas secundários, mas interessantes na sua inferioridade.

Poucas leituras conheço em qualquer literatura tão enfadonhas e tão nulamente compensadoras como a do poema Os Três Dias de Um Noivado.

O estilo é áspero, a métrica pesada e dura; o fundo um amálgama de trivialidade e de fantasmagoria de insuportável contextura. Nada mais fácil do que aduzir trechos para lançar aí diante dos olhos dos cépticos as provas absolutas do que afirmo…

É bastante indicar ao leitor toda a conversação no canto quatro do poema entre o protagonista Corimbaba e o velho Solitário que ele encontrou nas brenhas dè uma mata, e ainda mais particularmente as cenas do quinto canto, passadas entre o mesmo Corimbaba e os bruxos e entes sobrenaturais do Rochedo Encantado, onde o moço amante e recém-marido de Miriba vai inquirir do futuro. Oh! leitura displicente!… Peço dispensa de trazê-la para aqui. Prefiro mostrar o trecho que me pareceu mais agradável em todo o poema. São no 2.° canto os descantes entre os dous amantes em a noite do noivado. Corimbaba começa e Miriba lhe responde. É por esta forma:

" ‘Se acaso te não conheces
Por formosa, ó minha amada,
Vai à beira de uma fonte,
E te verás retratada:
Quando, pelo sol corada,
A pastar por entre flores
O teu rebanho levares;
Dirão estes lavradores:
— Ali vem, quem faz formosa
A nossa aldeia ditosa.’

‘Se acaso te não conheces
Por formoso, ó meu amado,
Vai às ribeiras do rio,
E te verás retratado:
Verás o rio apressado
Só de inveja suspirar,
E tua imagem formosa
Nas ondas querer levar:
Das raparigas na idéia
Serás o belo d’aldeia.’

‘Eu sou em tudo ditoso,
E tu linda, ó minha amada;
Tens os olhos matadores
Como a rolinha engraçada.’

‘É feito de lindas flores
Nosso ninho, ó meu amado,
E junto à terna rolinha
Tu poisarás descansado.’

‘Sou um páss’ro, que luzir
Vendo d’aurora os encantos,
Pelo prado alegremente
Solta seus festivos cantos:

Eu te adoro, ó minha amada,
Eu te amo, como a ave
Ama a luz da madrugada!
Tu és quem minha alma adora,
És minha brilhante aurora.’

‘Sou a flor, que, à noite, o seio
Fecha às sombras descorada,
E que o abre a receber
O pranto da madrugada:
Eu te amo, como a flor,
Ao orvalho, que lhe presta
Mais graça, mais viço e cor:
Tu tens de meu seio a posse,
Tu és meu orvalho doce.’

‘Como a bela laranjeira,
Entre as árv’res mais airosa,
Assim é entre as do campo
A minha amada formosa.’

‘Como o cedro, na montanha
Entre as árv’res mais airoso,
Assim é entre os do campo
O meu amado formoso.’

‘Sobre o seu leito de flores
Traze, ó noite, à minha amada
Brando sono sem temores:
Em torno volvei-lhe, ó brisas,
Porém com manso rumor;
Traz-lhe, amante pensamento,
Comigo sonhos de amor.
Ó
ó sabiás, não canteis
Junto d’amada querida,
Se ela for de amor vencida
Repousar junto a meu lado.’

‘Meu amado, sem temor
Há de dormir nos meus braços,
Um sono brando de amor:
Passai, brandas virações,
Mas sem bafejo violento.
Traz-lhe de amor doce sonho,
Amoroso pensamento;

E, se dormir nos meus braços,
Entre flores, sobre ramos,
Não canteis, ó gaturamos,
Para não quebrar seu sono.’

‘Colherei as sapucaias,
E as guaticas saborosas,
O cajá, e o verde coco,
Jabuticabas gostosas:

Num samburá enfeitado,
Por mim mesmo, de mil flores,
Eu virei depor contente
Junto aos pés dos meus amores.’

‘Colherei todos os dias,
Pelo vale as mais cheirosas,
Engraçadas manacás,
Roxas, e brancas formosas;
Depois de as ter no meu seio,
Espalharei com cuidado
Sobre a roupa tua, e um cheiro
Tomarão mais delicado.’

‘Correrei o vale e o monte,
E o fugitivo veado,
Quati, caxinglê, cutia,
Tudo será apanhado;
E cheio d’alto prazer
Eu tos virei ofrecer.’

‘Hei de apanhar num lacinho,
Armado na laranjeira,
Sabiás e beija-flores,
E a rolinha faceira:
E tudo quanto eu colher
Será para te ofrecer.’

‘Cantarei todos os dias
A gentil beleza tua;
Porque, tu, é
minha bela,
És formosa, como a lua.’

‘Dos teus dons, dos teus encantos,
Meu coração tem o rol;
Porque tu, ó meu formoso,
És tão belo como o sol.’ "32

O poema é escrito em versos brancos, na mor parte prosaicos. De todo ele o pedaço mais agradavelmente legível são as estrofes rimadas que foram acima transcritas. O contrário dá-se no Colombo, também escrito em versos soltos, e onde os versos rimados estão sempre abaixo dos outros.

Teixeira e Sousa forcejou por ser nacional; faltaram-lhe, porém, a imaginação e o vigor artístico. É em nossa literatura um poeta de ordem terciária.

32. Os Très Dias de Um Noivado, Bio de Janeiro, Tip. Imparcial de Paula Brito, 1844; pags. 37 e segs.

Atirou-se denodadamente ao romance; de 1843 a 1856 publicou O Filho do Pescador, Tardes de Um Pintor ou As Intrigas de Um Jesuíta, Gonzaga ou a Conjuração de Tiradentes, A Providência, Maria ou A Menina Roubada, As Fatalidades de Dous Jovens.

Escritos num estilo descurado, e em linguagem por vezes incorreta, acham-se cheios quase sempre de salteadores, esconderijos, subterrâneos, assassinatos, incêndios, envenenamentos’, ressurreições, e toda a patacoada, todas as ficelles do gênero pavoroso.

De tais romances, os melhores são As Fatalidades de Dous Jovens, As Tardes de Um Pintor e A Providência. São estudos da última fase dos tempos coloniais, o descambar do século XVIII.

No meio das irregularidades de uns enredos emaranhados, destacam-se certas páginas aproveitáveis. No Filho do Pescador, a cena do banquete por ocasião do casamento de Laura com Augusto; nas Tardes de Um Pintor, a descrição da cidade do Rio e especialmente do bairro de São Cristóvão nos meados e fins do século XVIII; na Providência, a descrição da Aldeia de São Pedro e da procissão dos Passos; nas Fatalidades de Dous Jovens, a descrição de uma festa popular, de um samba. Transladarei esta para aqui. É assim:

"Meia hora depois que começou a festança dos comes-e-bebes, a lauta mesa de doce estava reduzida a pratos vazios, xícaras e garrafas. Era o campo em que havia sido Tróia!

Tirou-se, pois, a mesa do meio da sala e começaram os matutos a gritar:

— Vamos brincar, gente, vamos brincar.

— Aí nada farta, disse o dono da casa, pai da noiva; hai viola e hai tudo: — quem é que toca?

— É seu Mané Canelas.

— Mas havia duas violas…

 Antão o outro tocador há de ser seu Capitão Chico Pedro; ele canta bem o desafio!

— Pronto, disse o Capitão Chico Pedro.

— Pois antão vamos a isto, disse o dono da casa.

— Vamos, vamos embora.

— Venham as muieres para cá: aqui cabe duas rodas.

 Meninas, venham para cá, venham dançar, disse o chefe da famia.

— Elas já vão, sinhô, estão-se aprontando; disse a dona da casa, lá de um quarto do interior.

— Também ainda as violas não estão temperadas nem nada, e já estão chamando a gente… murmurou uma moçoila, que já sentia suas cócegas, ouvindo falar em dança.

— Temperem as violas, temperem as violas.

Todavia, temperadas as violas, vieram se chegando as moças e os rapazes e formaram duas rodas e dous tocadores encostaram seus pinhos aos peitos e começaram a repinicar a bela Tirana, dança muito usada naquele bom tempo, bem como o Chico do Viamão, a Tontinha, etc.

Estas danças eram dançadas por quatro pessoas em cada roda, e as rodas podiam ser tantas quantas coubessem na sala. Havia a Chula, dança de um, dançando por sua vez, até ir tirar outrem, que vinha dançar, e o que dançava se ia assentar, e assim por diante até que um tirava o tocador, e terminava esta dança; mas durante este dançado, em solo, os tocadores não cantavam, o que não acontecia em nenhuma das outras danças, em que a cantiga do tocador é que determina as voltas das rodas dos dançadores.

Havia também o Sarrabulho, dança de dous; isto é, saía um que dançava só, e depois tirava outrem, que com ele dançava, e o primeiro que havia dançado assentava-se, ficando o outro dançando, que por seu turno ia buscar outro, e assim até o fim, que era quando um que dançava ia tirar o tocador, que também dançava, dando a despedida, isto, é, cantando a última cantiga desta dança. Tinham também o Vai-de-Roda, a mais divertida, a que menos cansava, e a mais favorável de todas as danças aos senhores namorados, que não desperdiçam estas belas ocasiões. O Vai-de-Roda, pois, é uma dança que por facílima pode nela dançar todo o bicho-careta, ainda mesmo que nunca tivesse dançado: nela dançam numa grande roda tantas pessoas, quantas caibam. Todas as mais danças são sempre de quatro pessoas. De todas estas danças, bem que todas requeressem extrema graça do dançador (exceto no Vai-de-Roda), todavia era a Chula a que mais dependia disto; e era por assim dizer a pedra de toque do bom dançador.

E, pois, o Sr. Mané Canelas foi o primeiro que botou sua cantiga, e, repinicando sua viola, cantou:

‘Em nome de Deus começo
Padre, Filho, Esp’rito Santo,
É a primeira cantiga
Que neste
oditório canto*

Ele queria dizer auditório. O Capitão Chico Pedro, que além de bom cantador tinha asa de grande improvisador, tomou o último verso da cantiga de Mané Canelas, e cantou com toda a força de seus pulmões, que ele os tinha de um Estentor. Cantou pois assim:

‘Que neste oditório canto,
Eu também quero cantar
Esta primeira cantiga
Em antes de começar.’

Pegaram-se pois os dous cantadores no desafio, e não poucas vezes suas cantigas eram meia dúzia de insultos lançados à cara com todo o azedume de uma afronta. Dançaram várias danças, descansaram algumas vezes, e, quando de novo principiavam, os dous cantantes travavam logo sua contenda de desafio.

O Mané Canelas era o arguente e o Capitão Chico Pedro o defendente. A multidão tomava parte no combate dos dous, e dividida em dous partidos, cada um animava seu herói com cem vivas, palmas e outros aplausos. Já o bom Mané Canelas desesperava do vencimento, quando julgou confundir seu contendor com a seguinte cantiga:

‘Estudaste* a gramática,
E também a
tilogia;
Dizei-me qual é das aves
Que dá leite quando cria.’

Ele queria dizer teologia. Quando, porém, o Mané Canelas acabou de cantar esta cantiga, todos julgaram que o Capitão Chico Pedro se calasse vencido, porque ninguém sabia que ave era esta; mas o Capitão Chico Pedro, que no. sentir de Mané Canelas havia estudado a gramática e a teologia, e não havia estudado para tolo, não deixou os circunstantes por longo tempo incertos; quando, pois, foi ocasião de cantar, abriu a boca e cantou:

‘Que dá leite quando cria
Vos direi com mais sossego;
Mas das aves é morcego
Que dá leite quando cria.’

Quando o Capitão Chico Pedro acabou a cantiga, todo mundo bateu palmas e gritou: ‘Viva seu Capitão Chico Pedro! Viva e viva!’ Os vivas, as palmas, os aplausos prolongaram-se por muito tempo: foi uma ovação completa. Deu-se a despedida dessa dança: e finda ela, o mesmo Mané Canelas confessou que não havia quem cantasse o desafio como o Capitão Chico Pedro.

Pouco depois principiou outra dança em que os cantadores desenvolveram toda a sua habilidade: Depois da cantiga cantavam eles um estribilho, que era sempre o mesmo e era assim:

‘Bravo, Maricas, meu bem,
Aqui está quem te adorou:
Não se ponha de joelhos,
Que eu não sou senhor, não sou.’

Nesta cantiga, na ocasião em que o cantador cantava estas palavras — Não se ponha de joelhos —, os homens dançantes, dançando mesmo, curvavam o joelho diante da dama, isto é, cada um diante da dama com quem dançava, a qual durante esta genuflexão, também dançando sempre, voltava costas ao marmanjo, que de joelhos a seus pés dançava. Era uma bela mímica.

No fim desta dança, Mané Canelas cantou esta cantiga:

‘Vamos dar a despedida,
Mas antes quero dizer,
Que
seu Flávio e seu Júlio
As pazes devem fazer.’

Júlio dançava numa roda, fez-se de desentendido. Flávio, que dançava noutra, começou a murmurar grosseiramente, e de um modo atrevido. O Capitão Chico Pedro cantou também assim:

‘As pazes devem fazer,
E não se oponha ninguém,
Porque todos desta casa
Devem sair muito bem.’

Acabou-se a dança, anunciou-se a ceia, e todos se encaminharam para a varanda, onde se achavam estendidas sobre o chão três ou quatro esteiras, meio cobertas por grandes toalhas, e estas por pratos com vários guisados e assados, e todos, tanto homens, como senhoras, assentaram-se em roda das toalhas, e principiaram a comer e a beber desencabrestadamente. Começaram também as saúdes e ditos."33

É um dos trechos mais suportáveis do estilo de Teixeira e Sousa; ainda assim encerra quarenta e uma vezes os termos dança, dançador, dançar, dançava, e outras variantes do gênero.

Não vejo ser mister demorar-me ainda a caracterizar o talento do autor fluminense. Para este escritor basta uma rápida silhouette.

 

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