RETRATO DA CONTABILIDADE
Dr. Aluísio Telles de Meirelles.
Fonte: Manual do Executivo.
Novo Brasil editora brasileira.
A CONTABILIDADE pode ser definida como um artigo de primeira necessidade para os negócios: A lei a impõe às sociedades, os comerciantes a exigem, o fisco nela fundamenta seus tributos, o industrial dela necessita para saber onde o conduzem as suas operações, do que custa e do que produz, o homem de empresa a utiliza constantemente para as suas previsões.
Ninguém leva qualquer negócio à frente sem a contabilidade. Mesmo que se trate de um estabelecimento modesto, o dono deve e precisa saber os gastos gerais,
o rendimento bruto que produzem as vendas, para saber se o lucro compensa.
A contabilidade é algo elástica, tanto necessária a uma empresa de grande envergadura quanto ao mais modesto estabelecimento. É uma ciência complexa e o homem de negócios não pode prescindir dela, embora deva conhecer seus rudimentos elementares. É uma ciência única em seus conceitos fundamentais e a própria contextura da economia dos negócios fez com que a sua aplicação
se dividisse em três ramos — contabilidade comercial, industrial e bancária.
A primeira tem como objetivo principal o estudo do negócio, sua cifra de operações a situação dos valores e os resultados alcançados; a segunda tem como finalidade conhecer exatamente os preços de custo dos produtos, do que cada artigo custou em matéria-prima, mão-de-obra, gastos de fabricação, etc.; a terceira objetiva apresentar sempre as previsões que se possam fazer sobre os valores, conhecer as disponibilidades, etc.
Com respeito a contabilidade comercial, naturalmente o comerciante necessita ter sempre uma idéia aproximada da marcha dos negócios, do caminho que est percorrendo.
Não basta que cada ano, uma vez que se achem terminadas as trabalhosas operações de balanço de fim de exercício, o contador lhe diga que o resultado final deu lucro ou prejuízo, pois se isso acontece, não há mais tempo para modificar-se as coisas.
Na verdade, se um comerciante tem que aguardar
o fim do ano comercial para saber em que pé estão os seus negócios, pode encontrar-se frente a grandes prejuízos, sem possibilidades de recuperação.
Assim, o comerciante deve estudar uma forma de estar sempre ao par do que vai acontecendo aos seus negócios. Nunca deve deixar que a sua contabilidade seja apenas um simples registro de fatos e aguardar o balanço de fim de exercício para saber os resultados, já que isto o conduziria a desagradáveis surprêsas.
Um homem de negócios deve ter com o contador o mesmo contacto que com o chefe de vendas, com o chefe da correspondência, etc. A contabilidade tem que proporcionar-lhe todos os dados para que possa estar ao par de tudo quanto aconteça com relação aos seus negócios. E
o apoio mais firme para a boa marcha da empresa. Ignorar o valor da contabilidade é o que tem levado muitos homens de negócios à ruína, ao fracasso.
Muitos comerciantes dão um valor secundário à con-
tabilidade. Na indústria, a contabilidade representa como
que os olhos de negócios, um órgão tão vital como a visão.
É ela que permite ao industrial ver o que faz a empresa,
saber exatamente em que pé está e qual a orientação a seguir
O diretor de uma indústria pode ser comparado a um chefe de um grande exército: terá que estudar seus movimentos, dispor de um plano de ação, executar uma série de operações. Para triunfar necessita de duas coisas: um plano exato e detalhado do lugar em que opera
e um profundo conhecimento das forças de que dispõe.
Necessita ainda o diretor de uma indústria de um plano do lugar onde se desenvolve sua ação, mercados
consumidores, competência, transportes, bons comprado-
res, etc. E mais: qual a quantidade máxima que pode pro
duzir, custo da produção em diversas quantidades, rendimento do pessoal, utilidade da matéria-prima segundo
a norma de trabalho, créditos, possibilidades financeiras, etc, cujos dados podem ser proporcionados por uma mutabilidade bem orientada e enfocada racionalmente.
Sem uma boa contabilidade o diretor de uma indústria marcha às cegas, guiado a maior parte das vezes por sua intuição, o que tanto pode levá-lo ao êxito como ao
fracasso.
Se não conhece com exatidão os preços de custo, como sustentar uma concorrência? Poderá tentar uma luta de preços ou qualidades sem conhecer com rigorosa exatidão o custo dos produtos?
Dessa forma não se atreverá a modificar a qualidade
de um produto, procurando novas matérias-primas sem saber com precisão as características de cada produto que lhe oferecem.
Todas essas informações devem ser proporcionadas pela contabilidade industrial, que, para isso, deve que cientificamente executada. Sem essas informações, o diretor da indústria terá que valer-se da intuição, com poucas probabilidades de se sair bem.
Um bom serviço de contabilidade oferece com exatidão até onde o homem de indústria pode chegar, quanto pode inverter em reformas e o rendimento total da indústria.
Com respeito à contabilidade bancária, esta representa a base primordial do negócio. Um industrial receber matérias-primas; por meio das suas máquinas, com o produto comprado fabrica outro novo que é o que vende ao mercado, obtendo o lucro com o trabalho da transformação; um comerciante recebe o produto em grandes quantidades, que logo vende em pequenas partidas, obtendo seu lucro através do seu trabalho intermediário; um banco comercia com a moeda, recebe dinheiro dos seus depositantes e entrega aos mesmos as somas que retiram, empresta a juros, avaliza, etc.
Tôdas as suas operações, entretanto, são feitas à base da moeda simplesmente, obtendo os lucros graças aos juros que cobra e o que abona.
A circulação ou rotação do capital, por conseguinte, é da mais absoluta importância, seja pelo que diz respeito à empresa, seja pelos clientes, o que obriga a contabilidade a um cuidado excessivo em todas as anotações, para que não cometa erros e para que o negócio possa funcionar com rapidez e segurança.
Um banco funciona graças ao incessante movimento monetário de suas operações, as quais terão que ser registradas com tôda minuciosidade e muito escrupulosamente.
As dificuldades de uma organização bancária — os
dados necessários para um controle perfeito de todas as operações, o conhecimento do grau de solvência dos devedores, um bom serviço de informação sobre o mercado
de capitais, etc., podem ser sanadas através de uma mutabilidade perfeita que proporciona diàriamente os
dados das operações feitas a fim de que não possa existir qualquer erro.
Os bancos são entidades essencialmente administrativas e quem se dedica a essa classe de negócios deve possuir como condição essencial fortes conhecimentos de mutabilidade e suas ciências auxiliares de cálculo mercantil, estatística, economia, etc. Sem tais conhecimentos, é certo o fracasso.
A técnica contábil é indispensável em todos os casos c in que se estabeleça um plano qualquer de inversões.
O banqueiro, o comerciante, o industrial, devem, antes do início das operações do ano, estudar a verba que vao destinar a cada coisa, aos gastos, às vendas, ao custo «la produção, às modificações na maquinaria, etc.
Mesmo o particular deve proceder de idêntica forma, ou seja, calcular as suas despesas antecipadamente e seguir a rota traçada.
Pelo exposto, compreendemos a importância que as normas administrativas têm para o homem empreendedor e para o que aspira conseguir fortuna. Acreditamos ainda que basta uma pessoa fazer uma introspecção antes de se lançar em negócios, para averiguar se compreende bem as necessidades de uma contabilidade perfeita. Se ainda não está convencido disso, é melhor que espere, já que sem a contabilidade não há qualquer possibilidade de sucesso no mundo dos negócios.
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