Breves considerações sobre o processo de globalização

Definir um termo empregado em diferentes contextos e para os mais variados fins, não é, evidentemente, uma das tarefas mais fáceis. Por outro lado, podemos contextualizar o processo de globalização nos âmbitos espacial e temporal. Grosso modo, podemos entender globalização como a interligação econômica, política e cultural entre os diversos povos do planeta. Na esfera econômica, globalização representa a crescente integração das economias nacionais em um mercado global; no aspecto político, representa o estreitamento das relações diplomáticas entre os Estados Nacionais e, culturalmente, pressupõe a uniformização de hábitos e costumes, com a sobreposição de uma cultura global padronizada em detrimento das peculiaridades regionais.

A região ao Sul do Zambeze

Fichamento do texto:A região ao Sul do Zambeze H. H. K. Bhila in História Geral da África – Vol. V – África do século XVI ao XVIII Miguel Lobato Duclos O texto trata do Império Mutapa, o Império Rozwi e os Estados orientais shona. Existem poucas fontes para essa região nesse período. O principal subsídio … Ler mais

A PERCEPÇÃO EM ECONOMIA – História do Comércio

A PERCEPÇÃO EM ECONOMIA Dr. Aluísio Telles de Meirelles. Fonte: Manual do Executivo. Novo Brasil editora brasileira.  FINALIZANDO a nossa pequena história do comercio, queremos deixar aqui certas observações que reputamos muito valiosas para o homem de negócios. A percepção econômica, por exemplo, é uma qualidade que nunca pode faltar ao homem de negócios. Seus sentidos … Ler mais

CONCEITO DA CONTABILIDADE

RETRATO DA CONTABILIDADE Dr. Aluísio Telles de Meirelles. Fonte: Manual do Executivo. Novo Brasil editora brasileira.  A CONTABILIDADE pode ser definida como um artigo de primeira necessidade para os negócios: A lei  a impõe às sociedades, os comerciantes a exigem, o fisco nela fundamenta seus tributos, o industrial dela necessita para saber onde o conduzem as … Ler mais

EL-REI AÇÚCAR

Oliveira Lima EL-REI AÇÚCAR Em todas as Antilhas onde se cultiva a cana-de-açúcar, e nelas o clima e o terreno são próprios geralmente para tal cultura, a impressão inequívoca é de prosperidade excepcional, determinada pela igualmente excepcional valorização do gênero, produzida pela guerra. Mesmo em Barbados, ilha pequena, com uma população das mais densas, o … Ler mais

HISTÓRIA DA REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817

Oliveira Lima HISTÓRIA DA REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817* II/ JULGAMENTO DE D. JOÃO VI Na sua obra — Dom João no Brasil (cap. XX, "A Revolução Pernambucana de 1817", vol. II, pp. 785 e 828), o autor destas anotações faz sobre o movimento a seguinte observação, que coincide curiosamente com a ponderação do Monsenhor Muniz … Ler mais

O PRIMEIRO CENTENÁRIO DA LIBERDADE DO COMÉRCIO NO BRASIL

Oliveira Lima O PRIMEIRO CENTENÁRIO DA LIBERDADE DO COMÉRCIO NO BRASIL A nação brasileira resolveu, sem que uma voz discordante se erguesse contra tão justa comemoração, celebrar festivamente o primeiro centenário da liberdade do seu comércio, a qual data de 28 de janeiro de 1808. A Exposição Nacional que se prepara deverá constituir o atestado … Ler mais

DE COMO SE TRABALHA EM PARIS

DE COMO SE TRABALHA EM PARIS Oliveira Lima O lado sério da vida de Paris escapa infelizmente a muitos que ali vão, não digo só dos da nossa nacionalidade, antes dos de qualquer nacionalidade. Récordo-me de um chileno, meu companheiro de viagem, a quem dava que fazer a alegria de Paris. Não há uma só … Ler mais

UM MAU CONSELHEIRO – busca da riqueza nos matezais em Iguatemi

UM MAU CONSELHEIRO A vida bruta dos ervais, com suas ilusões e desenganos, exercera sempre em si uma força estranha. Onde se erguia uma ranchada, êle aí estava. Guapo, arrojado, machado em punho. Conheci-o um dia num trabalhado na Empresa Mate Laranjeira, em pleno sertão. Chamava-se Villalba, Juan Agustin Villalba. Paraguaio de nascença. Natural de … Ler mais

O descobrimento do ouro e o início do desenvolvimento econômico paulista

Gottfried Heinrich Handelmann (1827 – 1891)

História do Brasil

Traduzido pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. (IHGB) Publicador pelo MEC, primeiro lançamento em 1931.

TOMO II

CAPÍTULO XI

A capitania geral de São Paulo (continuação)

Chegamos agora ao segundo fenômeno, que, para a história de São Paulo e das outras regiões do sudoeste do Brasil, é de não menor importância: o descobrimento do ouro.

Sabe-se que, na época do descobrimento da América, toda a Europa ficou firmemente persuadida de que o novo continente de oeste encerrava em todas as suas partes inesgotáveis tesouros minerais; aonde quer que chegassem os descobridores europeus, tanto no extremo norte como no extremo sul, cuidaram primeiro que tudo de farejar jazidas de ouro e de pedras preciosas, e, em muitos lugares, foram precisos muito tempo e muito amargo desengano, antes que se dissuadissem dessa preconcebida crença.

Assim também no Brasil. A coroa de Portugal desde logo reservou para si o quinto de todos os metais e pedras preciosas que fossem achados, e por sua vez cedeu um décimo desse quinto aos donatários das capitanias brasileiras (1534); e impôs imediatamente ao primeiro governador-geral do império colonial (1549) a especial obrigação de procurar ativamente minas.

A perseguição aos índios nos primórdios de São Paulo – História do Brasil

Gottfried Heinrich Handelmann (1827 – 1891) História do Brasil Traduzido pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. (IHGB) Publicador pelo MEC, primeiro lançamento em 1931. TOMO II CAPÍTULO XI A capitania geral de São Paulo   A parte nordeste da antiga capitania geral, a atual província de São Paulo, prende a nossa atenção no mais alto … Ler mais

O PLANALTO: DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA CAFEEIRA E SUAS CONSEQÜÊNCIAS. A ARISTOCRACIA DO CAFÉ. IMIGRAÇÃO.

Marechal deodoro da fonseca

O PLANALTO (CONTINUAÇÃO): DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA CAFEEIRA E SUAS CONSEQÜÊNCIAS. A ARISTOCRACIA DO CAFÉ. IMIGRAÇÃO. Professor Brasil Bandecchi – 1970. Julgamos necessário, e mesmo indispensável, que antes de falarmos do café no Planalto, se diga alguma coisa sobre sua introdução no Brasil e sua cultura, no Rio de Janeiro. A maior consagração oficial que o … Ler mais

CRISE AMBIENTAL E MUDANÇA DE PARADIGMA: UMA POSSÍVEL SOLUÇÃO

maravilhas das antigas civizações

A crise ambiental que
vivemos, na contemporaneidade da existência humana, extremou-se tanto nas
últimas décadas que acabou por tornar-se um assunto de suma importância para
aqueles preocupados com os destinos da humanidade. Ora, essa crise ambiental
está comprovada pelo aquecimento global e por outros efeitos – ou seria melhor
dizer sintomas? – que o próprio planeta vem apresentando. Sua causa também já é
conhecida: a atividade humana, que vem sendo muito mais predatória e virulenta
do que harmoniosa e equilibrada com relação à natureza. Mas e a solução para
esse cenário?

Resumo de Episódios da História dos Estados Unidos

Yafouba, o mágico da trilso, com uma das meninas que foram jogadas em cima de pontas de espadas.

Romance da América

Henry Thomas

Episódios emocionantes das guerras francesa e indiana

EM 1754, lutavam franceses e ingleses pela posse do vale de Ohio. Eduardo Braddock assumira o comando das forças inglesas na América. Inglês autêntico, exagerava a importância da disciplina e o estilo europeu de combates em massa. Menosprezava as tropas indígenas e coloniais. Era assomadiço, obstinado e impiamente ofensivo para com os rudes pioneiros que tentavam aconselhá-lo.

DIVISÃO DO BRASIL EM DOIS GOVERNOS. DOMÍNIO ESPANHOL E INVASÕES HOLANDESAS. ESTADOS DO MARANHÃO E DO BRASIL.

Marechal deodoro da fonseca

DIVISÃO DO BRASIL EM DOIS GOVERNOS. DOMÍNIO ESPANHOL E INVASÕES HOLANDESAS. ESTADOS DO MARANHÃO E DO BRASIL.

Divisão do Brasil em dois Governos

Professor Pedro Bandecchi, 1970 Material Didático de História do Brasil

Com a morte de Mem de Sá, resolveu a coroa dividir, em 1572, o Brasil em dois governos — um ao Norte, com sede na Bahia, sendo nomeado governador Luís de Brito, — outro ao Sul, com sede no Rio de Janeiro, para o qual foi nomeado Antônio Salema, jurista e professor da Universidade de Coimr bra. Tal iniciativa que não deu bom resultado, fêz com que, em 1578, D. Sebastião anulasse o ato, voltando o regime de um único governo. Para o período de 1578-1581, a coroa nomeou a Lourenço da Veiga.

O ano de 1580 trouxe grandes transformações a Portugal, e, conseqüentemente, ao Brasil. A morte de D. Sebastião, na batalha de Alcácer-Quibir, na África, lutando contra os mouros, sem deixar herdeiro, levou ao trono seu tio-avô e sucessor, Cardeal D. Henrique. Este, que não gozava de boa saúde, faleceu sem indicar substituto, o que abriu séria disputa entre os pretendentes à Coroa. Filipe II da Espanha, tinha tanto direito ao trono quanto os outros pretendentes. O direito podia ser igual, mas êle dispunha de alguma coisa a mais. Dispunha, para obter a coroa, de um exercito de 25.000 homens, sob o comando do Duque de Alba. Com este poderoso argumento, entrou em Portugal e perante as côrts de Tomar, com o nome de Filipe I, prestou juramento e pôs sobre sua cabeça a coroa lusa.

Começava o período do domínio espanhol, que duraria até 1640.

A dominação espanhola não trouxe prejuízos ao Brasil. E devemos assinalar que, ficando a América Espanhola e a Portuguesa pertencendo a uma única coroa, o Tratado de Tordesilhas deixava, virtualmente, de existir.

Nessa época se inicia a grande expansão territorial brasileira.

E, ainda, se holandeses e franceses tentaram se fixar em nossa terra, principalmente os primeiros, pelo dilatado tempo que aqui permaneceram, não é menos evidente que, das lutas travadas, dos contatos havidos, teria que se fortalecer o espírito nativista, e ir se fortalecendo a consciência nacional no processo da sua emancipação. Espírito e consciência que, no século seguinte, tomariam corpo e armariam patriotas até a eclosão do 7 de setembro.

O Brasil sob o Domínio Espanhol

Compromisso que Filipe I assumiu perante as Cortes Lusas

Filipe I assumiu sérios compromissos, em Tomar, perante as cortes lusas, no que diz respeito à sua política administrativa face aos portugueses. Entre eles estava o de guardar os foros e costumes, privilégios e isenções que os reis haviam concedido a seus reinos; que as autoridades administrativas de Portugal ou as suas colônias seriam sempre portuguesas; "que todos os cargos superiores ou inferiores da justiça e fazenda e qualquer outro de governo, somente seriam dados a portugueses; que todos os ofícios existentes em Portugal e suas colônias seriam providos por portugueses, o mesmo acontecendo com os cargos de mar e terra e com as guarnições de soldados nas praças; que o ouro e a prata que se fizesse em moeda, que seria tudo que dos seus domínios fosse à Metrópole, teria apenas as armas de Portugal; que, ainda, não interviria na igreja portuguesa e que seriam conservadas as ordens militares lusas".

João Ribeiro escreve:

Capítulo VII – A MEDIOCRACIA – O Homem Medíocre – José Ingenieros

O Homem Medíocre (1913)

José Ingenieros (1877-1925)

 

Capítulo VII – A MEDIOCRACIA

I. O clima da mediocracia. — II. a pátria. — III. a política das piaras. — IV. os arquetipos da mediocracia.— V. a aristocracia do mérito.

I — O clima da mediocridade

Em raros momentos, a paixão caldeia a história, e se exaltam os idealismos; quando as nações se constituem, e quando elas se renovam. Antes, é secreta ânsia de liberdade, luta pela independência; mais tarde, crise de consolidação institucional a seguir e, depois, veemência de expansão, ou pujança de energias. Os gênios pronunciam palavras definitivas; os estadistas plasmam os seus planos visionários; os heróis põem o seu coração na balança do destino.

O NORDESTE – DESENVOLVIMENTO SOCIAL. MONOCULTURA AÇUCAREIRA E A SOCIEDADE PATRIARCAL ESCRAVOCRATA.

Marechal deodoro da fonseca

O NORDESTE.

DESENVOLVIMENTO SOCIAL. MONOCULTURA AÇUCAREIRA E A SOCIEDADE PATRIARCAL ESCRAVOCRATA.

Brasil Bandecchi

A sociedade patriarcal brasileira tem início com a cultura açucareira, que deu origem ao poderoso senhor de engenho, pro* prictário de enormes latifúndios.

A indústria do açúcar, que foi a única que realmente merece esse nome, permitida no Brasil durante o período colonial, instalou-se primeiramente, em São Vicente, com a chegada da esquadra de Martim Afonso de Sousa. É verdade que há referência a açúcar pernambucano desembarcado em Lisboa em 1526, e, ainda, uma anotação de Antônio Pigafetta, o autor do Diário em que descreveu a viagem de Fernão de Magalhães, na qual fala da existência da cana-de-açúcar no Brasil, em 1519. Mas notícia clara, precisa, sem resquício de qualquer dúvida, temos com a vinda de Martim Afonso.

"Eis como auspiciosamente se iniciou o nosso ciclo do açúcar, em São Vicente: o primeiro engenho foi dos irmãos Pêro e Luís de Góis (este, que depois entrou na Companhia de Jesus, foi quem daqui levou para Portugal o petum, batizado cientificamente por Nicotiana íabacum), levantado em 1532, na região santista depois chamada Nossa Senhora das Neves; o segundo ergueu-o ali, em 1533, nas proximidades do atual Morro de São Bento, o italiano José Adorno (com seus irmãos expulsos de Gênova pelos Dórias, e, refugiados em Portugal, de lá rumaram para nossa pátria, como colonos, agregando-se à expedição dos Irmãos Sousa); e o terceiro deveu-se a Martim Afonso de Sousa (já então em sua terra natal, donde depois seguiu para vice-reinar na Índia, sem jamais retornar ao Brasil), como cabeça de um consórcio firmado em 1534, e do qual faziam parte dois holandeses, João van Hielst e Erasmo Shetz*; chamou-se, a princípio (enquanto dele foi Martim Afonso o principal proprietário), Engenho do Trato e Engenho do Senhor Governador; mas depois de transferido à firma Hielst & Shetz, tomou as denominações de Engenho dos Armadores, Engenho de São Jorge dos Erasmos. Até o fim do século XVI, havia em São Vicente seis engenhos."1

EDUCAÇÃO E MERCANTILIZAÇÃO NO CAPITALISMO TARDIO: UMA ABORDAGEM HERMENÊUTICA

maravilhas das antigas civizações

EDUCAÇÃO E MERCANTILIZAÇÃO NO CAPITALISMO TARDIO: UMA ABORDAGEM
HERMENÊUTICA[1]

Mauricio Cristiano de
Azevedo[2]

Resumo

Estudo de
análise bibliográfica que discute as relações entre a educação e seu possível
estatuto de mercadoria, dentro do paradigma produtivista em colapso na fase
tardia do capitalismo, problematizando pontos da teoria marxista da produção.
Os objetivos elencados visam expor ao fim a contraditoriedade da consideração
dos saberes como bens mercantis. Para tanto, o percurso argumentativo expõe a
questão da própria produção de sentido como consenso obtido pela linguagem, o
que desloca o conceito de conhecimento da posição de materialidade propalada
pela abordagem epistemológica moderna, abrindo o horizonte de sua consideração
como construção intersubjetiva. O contraponto à abordagem epistemológica é
feito pela abordagem hermenêutica especificamente nas obras de Gadamer e
Habermas, que fornecem suporte e base para a crítica do produtivismo
materialista. Com isso, mais do que uma disputa de posições teóricas, o
resultado das análises aponta para a falta de alcance das visões ortodoxas da
filosofia da consciência e do sujeito no trato com fênomenos do capitalismo
tardio e da cultura pós-moderna, o que convida a pensar o processo educativo, a
cultura escolar e os saberes da formação cultural como elementos posicionados
para além da lógica empresarial e dos objetivos e da educação como mera
preparação à competitividade do mundo do trabalho.

Palavras-chave: Educação. Marxismo. Hermenêutica.

ALTERNATIVAS PARA UMA NOVA ESQUERDA

maravilhas das antigas civizações

Resumo:
O
artigo em questão apresenta algumas colocações sobre a esquerda política. O
conteúdo exposto abrange a origem histórica do termo esquerda, no final do
século XVIII, e suas posteriores acepções ao longo dos anos. Durante um período
considerável as ideias marxistas foram predominantes no pensamento de esquerda.
Esta postura ideológica, de certa forma, prejudicou as ações de seus
militantes, limitando o discurso esquerdista à luta de classes e à revolução
socialista. As profundas transformações político-econômicas ocorridas nas
últimas décadas, como o colapso do comunismo soviético e a crise financeira
capitalista, colocam novas questões para a esquerda global. Deste modo, a
partir do confronto de ideias presentes nas obras de importantes intelectuais,
buscam-se apresentar possíveis alternativas para os movimentos esquerdistas neste
início de século.  

           

Palavras-chave: esquerda; socialismo;
Marx; marxismo; União Soviética.

A TUMULTUOSA HISTÓRIA DA IDADE-MÉDIA – Maravilhas do conhecimento Humano

Yafouba, o mágico da trilso, com uma das meninas que foram jogadas em cima de pontas de espadas.

O Romance das Santas Cruzadas

O PAPA Urbano II, do alto de uma colina, em Cler mont, no ano de 1095, falava à maior assembléia até então reunida na Cristandade. Levantando as mãos para o céu, exclamava: “Partamos para Jerusalém afim de libertar a Igreja!” Tão forte foi o apelo que a multidão inteira gritou, numa só voz: “Sim, essa é a vontade de Deus!” Assim começou a primeira cruzada.

Grande fervor religioso empolgou todos os povos da Europa, no século XI. Os turcos haviam capturado Jerusalém e não queriam permitir o acesso dos cristãos ao Santo Sepulcro.

No décimo século, a maior parte da Europa havia sido assolada por carestias e pragas. Em 999, estava predito que o mundo se acabaria no Dia de Ano Bom. O povo se tornava cada vez mais ligado à religião e menos ligado à vida. Guerra era a ordem do dia. A principal diversão do senhor feudal era alistar servos para combater. Tão violento se tornou o desejo de combater que a Igreja viu-se obrigada a pôr um limite àquilo. Para isso, decretaram os Papas, ilegais os combates em especificados dias da semana. Esse decreto logrou conservar certa medida de paz….

DOS ANIMAES, ARVORES, ERVAS, QUE VIERAM DE PORTUGAL E SE DÃO NO BRASIL – Tratados da Terra e Gente do Brasil – Fernão Cardim

Marechal deodoro da fonseca

Este Brasil he já outro Portugal, e não fallando no clima que he muito mais temperado, e sadio, sem calmas grandes, nem frios, e donde os homens vivem muito com poucas doenças, como de eólica, figado, cabeça, peitos, sarna, nem outras enfer­midades de Portugal; nem fallando do mar que tem muito pescado, e sadio; nem das cousas da terra que Deus cá deu a esta nação; nem das outras ommodidades muitas que os homens têm para viverem

RELAÇÕES COMERCIAIS DO BRASIL. OS TRATADOS DE 1810 – D. João VI no Brasil – Oliveira Lima

Dom João VI no Brasil de Oliveira Lima

Oliveira Lima – D. João VI no Brasil CAPÍTULO IX RELAÇÕES COMERCIAIS DO BRASIL. OS TRATADOS DE 1810 Com a mudança da corte e a conseqüente abertura dos portos brasileiros ao comércio universal, é evidente que variaram por completo as condições mercantis da colônia. Antes, no regime de monopólio da metrópole, os negociantes portugueses, em … Ler mais

Das Principais Vantagens da Deseducação para a Coletividade e para o Indivíduo

maravilhas das antigas civizações

Das Principais Vantagens da Deseducação para a Coletividade e para o Indivíduo
THIAGO FELIPE SEBBEN

 

 

Introdução

A proposta desse texto: mostrar as
principais vantagens da deseducação para a coletividade e para o indivíduo, de
modo a valorizá-la como instrumento que permita a afirmação da vida em seu mais
alto grau de importância, incentivando a implantação dessa forma assistemática
de educação. Tal proposta justifica-se pelo entendimento de que a vida digna é
o valor máximo do humano e que qualquer forma de organização e sistematização
social – incluindo suas macroestruturas, como é o caso da educação – que
subleve esse valor é sintoma da decadência humana que assola a cultura
ocidental. Ora, esclarecido o “o quê” e o “porque”, resta saber o “como”. E
aqui adentro no campo filosófico-artístico: o aforismo. Forma da linguagem que
permite a interação entre o objetivo e o subjetivo, entre a filosofia e a
psicologia, entre o racionalmente-construído e o artisticamente-fabricado; o
aforismo tem espaço para o devaneio do autor que enseja imaginações nos
leitores, bem como para conceitos objetivos que estabelecem critérios e
medidas. A opção por tal forma de se fazer conhecimento se dá, certamente, em
consonância com a proposta de experimentar o pensamento, de criar o novo, mesmo
que, num primeiro momento, seja apenas criação teórica.

 

O que é “vantagem”?

Antes de prosseguir, uma pausa –
importante pausa, que nos leva ao estabelecimento de um critério inicial do que
pode se considerar uma “vantagem” e o que não pode. Ora, a vantagem sempre surge
num dado momento da realidade. Isso é justamente a “situação” na qual surge a
“vantagem”, seu plano de existência. É como se existisse um plano de fundo, um
cenário, e dali extraíssemos uma cena na qual se manifesta a vantagem. E ela
possui seus atributos, seus elementos de composição – variáveis especificamente
conforme a situação: o que ela é, para quem ela opera, e mais,
genealogicamente, qual seu sentido e valor. Pensar, então, na situação – como
plano de fundo – e no ajuste dos elementos da “vantagem” – como composição da
mesma – no caso específico da deseducação – ou seja, para que se evidencie as
vantagens da deseducação -, seria criar um critério que tornasse possível a
análise “valor da educação tradicional x valor da deseducação”. A criação dessa
lupa – o critério de “vantagem” – através da qual olhamos para a relação das
formas de educação é a maneira mais eficaz de se afirmar as principais
vantagens da deseducação. Imagine a seguinte situação: a realidade dualística
do mundo enquanto negação da vida na cultura ocidental – na medida em que
valoriza mais a razão especulativa do que a vida como instrumento de sabedoria
-, isso sendo considerado a decadência – pois afirma valores anti-vitais -,
todos os elementos da cultura ocidental se derivam dessa visão de mundo
corrompida – a moral, o cristianismo, a lógica, as ciências positivas, a
filosofia tradicional. Nessa situação, o que seria vantajoso? A vantagem seria
a destruição dos valores anti-vitais e a afirmação dos valores da vida – a
vitória da atividade x reatividade, do original x imitação. Ela operaria em
favor da deseducação que é, justamente, a macroestrutura social da educação
regulada em favor dos valores da vida – a educação pelo e para o ócio. Seu
sentido seria o de uma coletividade que possuísse igualdades nos campos onde
isso fosse necessário – campos político e econômico – e diferenças nos campos
onde isso fosse inevitável – campos filosófico e artístico. O valor dessa
vantagem seria a criação de uma coletividade onde fosse possível e opcional o
vir-a-ser individual, onde a vida se manifestasse como infinitas
possibilidades, combinações e ajustes de forças possíveis; como natureza
multicolorida impossível de ser descrita pelos símbolos conhecidos do
inventário humano, a não ser pelos mais superiores artistas em suas obras
magníficas. Porém, não é menos importante deixar claro que isso que foi
descrito só é “vantagem” – ou seja, uma qualidade do que está adiante ou é
superior – porque a vida é o que consideramos como sendo superior para buscar
conhecimento para… a própria vida!

A LEITURA GRAMSCIANA DO FORDISMO E DO AMERICANISMO: A HEGEMONIA NASCE NA (E DA) FÁBRICA

maravilhas das antigas civizações


    Procuramos, neste trabalho, analisar as questões que
estão mais no âmago do texto de Gramsci Americanismo e Fordismo. Enveredamo-nos
pela leitura do próprio texto, de um modo imanente, procurando entender suas
questões para, só posteriormente, contextualizá-lo com sua época. Assim, não
nos preocupamos em dominar uma vasta bibliografia acerca do assunto, este é um
trabalho posterior e que exige um maior fôlego.



    Nosso trabalho teve a pretensão de ser,
apenas, introdutório às questões concernentes ao texto de Gramsci, ser um
primeiro esforço para a compreensão deste autor e dos objetos de estudo de que
trata.



     Nossa metodologia foi um estabelecimento de
divisões no texto – possibilitadas pelo próprio Gramsci – que abordam as
questões apresentadas pelo autor; porém, as questões só fazem sentido se
consideradas dentro do todo do trabalho.


     O objeto do texto de Gramsci em discussão é o
fordismo e, conjuntamente, o americanismo. Veremos adiante como e porquê ambos
não se separam para Gramsci. Além do objeto do texto, há duas problemáticas
que decorrem dele e que o permeiam até o epílogo: há a problemática da
resistência ao fordismo e, concomitantemente, os problemas decorrentes dela.



     Acerca das palavras americanismo e fordismo,
Gramsci já de início, e na primeira parte do texto, as aponta como uma “rubrica
geral e convencional”
1
: elas
abarcam um conjunto de fenômenos sociais que emanam da sociedade moderna.
Americanismo e fordismo com o séquito de fenômenos que os acompanham, decorrem
da necessidade da economia moderna em potencializar sua organização para a
produção e reprodução de capital de modo mais veemente.