CRISTIANISMO – Dicionário Filosófico de Voltaire

Dicionário Filosófico de Voltaire – verbetes selecionados CRISTIANISMO Investigações históricas sobre o Cristianismo — Vários sábios notaram, com surpresa, não encontrar no historiador José nenhum vestígio da existência de Jesus Cristo, pois todo mundo concorda que a pequena passagem, onde ele alude ao assunto na sua História, é interpolada. O pai de José devia ter … Ler mais

FRANCISCO RODRIGUES LOBO

FRANCISCO RODRIGUES LOBO, natural de Leiria, nasceu em data incerta e morreu afogado no Tejo, entre 1624 e 1627. Nunca figurou na vida pública; mas nas letras granjeou renome como autor de composições bucólicas, que o fizeram cognominar o Teócriío Português; de um poema heróico, O Condestabre, que merecidamente caiu no olvido; e de uma obra dialogada sobre assuntos de moral e crítica literária, Corte na Aldeia e Noites de Inverno.

D. ANTÔNIO DE MACEDO COSTA

Nomeado bispo do Pará em 1860, pronunciou-se contra o maçonismo na luta empenhada por D. Vital de Oliveira, e com este foi condenado e preso em uma fortaleza. Anistiado, prosseguiu no seu labor episcopal, intrepidamente pelejando pela causa do catolicismo, onde quer que iôsse ela agredida.

ANTÔNIO FELICIANO DE CASTILHO – Vida e Obras

 

ANTÔNIO FELICIANO DE CASTILHO (Lisboa, 1800-1875). Poeta, prosador, historiador, crítico, verdadeiro polígrafo, este eminente vulto das letras portuguesas formou-se em Direito, não obstante a cegueira que o feriu aos seis anos de idade.

Em sua primeira fase clássica escreveu as Cartas de Eco a Narciso, os poemetos da Primavera e o Amor e Melancolia, narrativa íntima; e traduziu as Metamorfoses e os Amores de Ovídio. Pagando tributo ao romantismo, compôs a Noite do Castelo e os Ciúmes do Bardo. Vieram depois os Quadros Históricos, as biografias e estudos que exornam a Biblioteca Clássica, o Tratado de Metrificação e outros muitos opúsculos. Interessando-se pelo ensino popular, dele tratou com paciente esmero. Depois dos sessenta anos, ainda produziu a Chave do Enigma, a tradução dos Fastos ovidianos, o Outono, coleção de poesias originais, a Lírica de Anacreonte e tradução de comédias de Molière e do Fausto de Goethe.

AS DOZE PALAVRAS DITAS E RETORNADAS

Ouvi muitas vezes esse conto ao Antônio Portel. Deve ser, esta versão, uma persisténcia da velha história, tão rara em seu enredo total que, nos versões lidas, encontro-a como orações e ensalmos, para agonizantes. Jaime Lopos Dias, “Etnografia da Beira”, III, 131, Lisboa 1929, transcrevé-a, com pequeninas modificações, colhida em Idanha-a-Nova e Monforte da Beira, recomendando-se: — “Para serem recitadas à cabeceira dos moribundos. Quem as começa deve acabá-las sem se enganar e não as deve começar sem as acabar”, na forma do antiquíssimo rosa rio apressado, ainda corrente no interior do Brasil. Joaquim Pires de Lima e Fernando Pires de Lima, “Tradições Populares de Entre-Douro -e-Minho”, Barcelos, 1938, 174, registam o conto como uma oração, a CXIV, com outra disposição estrófica. Na versão beirã é Cristóvão, e na Minhota, Custódio, repetindo-se sempre o: Custódio, sim, amigo, não! No “Cuentos Populares Españoles”, 1, 60, conto — 14, vem “Las doce palabras retorneadas”, um pouco diversa, mas com enredo semelhante à versão portuguesa que ouvi no Brasil. O prof Aurelio M. Espinosa recolheu-a em Cuenca. O anjo da guarda é substituído por S. José. O erudito professor da Universidade de Stanford, na Califórnia, estudou o assunto, dizendo-o de origem oriental, Vêr, “Origen oriental y desarrollo histórico del cuento de las doce palavras retorneadas”, na Revista de Filologia Española, XVTI, 390-413, Madrid.

Capítulo VII – A MEDIOCRACIA – O Homem Medíocre – José Ingenieros

O Homem Medíocre (1913)

José Ingenieros (1877-1925)

 

Capítulo VII – A MEDIOCRACIA

I. O clima da mediocracia. — II. a pátria. — III. a política das piaras. — IV. os arquetipos da mediocracia.— V. a aristocracia do mérito.

I — O clima da mediocridade

Em raros momentos, a paixão caldeia a história, e se exaltam os idealismos; quando as nações se constituem, e quando elas se renovam. Antes, é secreta ânsia de liberdade, luta pela independência; mais tarde, crise de consolidação institucional a seguir e, depois, veemência de expansão, ou pujança de energias. Os gênios pronunciam palavras definitivas; os estadistas plasmam os seus planos visionários; os heróis põem o seu coração na balança do destino.

História da Dança – Maravilhas da Arte

Yafouba, o mágico da trilso, com uma das meninas que foram jogadas em cima de pontas de espadas.

Henry Thomas

A HISTÓRIA DA dança

Damas mágicas e selvagensA grande festa dos mortos

JÁ atingido pela civilização européia, o esquimo diverte-se indo a uma reunião e dançando com as beldades dentro de poucas horas, tanto como outro homem qualquer. Contudo há ocasiões especiais em que dançar significa algo mais para êle do que simples diversão, quando assume uma qualidade profundamente religiosa e quase mística. Uma dessas ocasiões é a Grande Festa dos Mortos. É realizada pelos parentes dos falecidos, com intervalos de dez ou quinze anos, pois deve-se economizar alguma coisa, visto como dar presentes tanto aos vivos quanto aos mortos, é importante parte das festas.

Essa festa característica dura usualmente cinco dias. As almas dos falecidos já foram notificadas com um ano de antecedência. O primeiro e o segundo dia da dança são consagrados à recepção dos convidados de aldeias distantes e aos preparativos para a festa. No terceiro dia, todos os participantes reúnem-se no salão cerimonial. Os mortos são invocados por meio de um tambor e lâmpadas de azeite permanecem a arder para que os espíritos possam dar com o caminho. Para encorajar esses espíritos, os participantes, que envergam suas mais velhas e mais pobres roupas, fazem uma série de danças imitativas. Todas essas sugerem apropriadas maneiras de viajar. Por isso alguns fingem impelir um caíque, enquanto outros andam como se estivessem com sapatos de neve. Ao som do tambor, a bater continuamente, enquanto uma cantilena é entoada em voz baixa pelos participantes menos ativos, os dançarinos prosseguem numa carreira vertiginosa dentro do quadrilátero cerimonial. Isto simboliza o caminho sinuoso que os espectros devem tomar pela colina e pelo vale, afim de alcançarem seu destino. Essa dança mágica continua até certo tempo, dado como o gasto para a chegada dos espectros. Imediatamente, presentes de peixe e de roupas novas são distribuídos por todos os presentes. Os que usam o mesmo nome do defunto são olhados como seus representantes e recebem duplo quinhão.

 

A dança guerreira

Os índios americanos são grandes dançarinos. Como todos os povos primitivos, dançam por motivos mágicos e simbólicos, para adquirir coragem e assegurar a proteção dos espíritos.

GRANDES LITERATURAS DO MUNDO – Obras clássicas

O comediante triste

MOLIÈRE foi o maior escritor de comédias da Fran-ça. Sua própria vida foi uma grande tragédia. Desejava brilhar como ator trágico; mas não se adaptava ao papel. Conseguiu apenas ser um palhaço. Desejava escrever peças sérias. Mas seu público não as aceitava. Foi obrigado a escrever comédias e farsas. Apaixonou-se pela sua principal atriz e casou com ela. Mas nunca foi amado e ela vivia a namorar outros homens. Suas peças estão cheias de brigas domésticas. Infelizmente, conhecia êle muito bem o assunto. Suas brigas cênicas, tão divertidas para o espectador, eram apenas tragicamente verdadeiras para Molière. Um dia, seu filho caiu gravemente doente. Dois de seus outros filhos já haviam morrido. Os médicos achavam que aquela terceira criança não passaria da noite. Contudo Molière, corajoso soldado que era, representou seu papel cômico no teatro, naquela noite. Ao chegar em casa, encontrou o filho morto. Sua vida era cheia da substância de que se fazem os dramas reais.