AS GUERRAS MERCANTIS

AS GUERRAS    MERCANTIS    Dr. Aluísio Telles de Meirelles. Fonte: Manual do Executivo. Novo Brasil editora brasileira.  A HOLANDA, a Inglaterra e a França sustentaram durante os séculos XVII e XVIII grandes lutas pelo predomínio do mar e das rotas mercantis. Os holandeses procuraram sempre e em interesse próprio, manter sob sua autoridade, os caminhos … Ler mais

HISTÓRIA DA REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817

Oliveira Lima HISTÓRIA DA REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA DE 1817* II/ JULGAMENTO DE D. JOÃO VI Na sua obra — Dom João no Brasil (cap. XX, "A Revolução Pernambucana de 1817", vol. II, pp. 785 e 828), o autor destas anotações faz sobre o movimento a seguinte observação, que coincide curiosamente com a ponderação do Monsenhor Muniz … Ler mais

VOLTAIRE – O século de Luís XIV – Menoridade de Luís XIV

VOLTAIRE – O século de Luís XIV CAPÍTULO III Menoridade de Luís XIV — Vitória dos Franceses sob o grande Conde, então duque d’Enghien Ocardeal Richelieu e Luís XIII acabavam de falecer 1, um admirado e odiado, o outro já esquecido. Tinham legado aos Franceses, então muito inquietos, uma aversão pelo simples nome de ministério … Ler mais

CORRESPONDÊNCIA DE VOLTAIRE – Cartas de Voltaire para vários destinatários.

CORRESPONDÊNCIA DE VOLTAIRE – Cartas de Voltaire para vários destinatários.

Sobre as Academias – Carta Filosófica de Voltaire

<h2 class="titulo" Cartas Filosóficas de Voltaire CARTA XXIV Sobre as Academias O famoso doutor Swift14 formulou o desejo, nos últimos anos do reinado da rainha Ana 15, de fundar urna academia para o idioma, a exemplo da Academia Francesa. O projecto contava com o apoio do conde de Oxford 16, tesoureiro-mor, e do visconde Bolingbroke, … Ler mais

EXCERTO DO DISCURSO DE RECEPÇÃO DE VOLTAIRE NA ACADEMIA FRANCESA

EXCERTO DO DISCURSO DE RECEPÇÃO DE VOLTAIRE NA ACADEMIA FRANCESA

Pronunciado em 9 de Maio de 1746.

DEPOIS de haver louvado em duas páginas o seu predecessor, o presidente Bouhier, Voltaire continua nestes termos:

"Que me seja permitido, senhores, entrar aqui convosco em discussões literárias; minhas dúvidas se valerão de vossas decisões. É assim que poderei contribuir para o progresso das artes; e eu gostaria mais de pronunciar perante vós um discurso útil, do que um discurso eloquente.

Por que os Italianos e os Ingleses, que possuem boas traduções de Homero, Teócrito, Lucrécio, Virgílio, Horácio, não possuem nenhum poeta da antiguidade traduzido em prosa? E por que não possuímos ainda nenhum em verso?

Vou procurar distinguir a razão de tal coisa.

A ascendência da democracia e do nacionalismo na Europa – (1830-1914)

Capítulo 24

A ascendência da democracia e do nacionalismo

(1830-1914)

Após as revoluções de 1830, muitas nações do mundo ocidental experimentaram um renascimento da democracia.    Na Europa, a Grã-Bretanha tomou a dianteira, mas a França, a Alemanha, a Suíça, a Holanda,  a  Bélgica e a  Itália não  lhe  ficavam muito atrás.  Por último, até a Espanha, a Turquia      e os reinos balcânicos adotaram pelo menos certas formas de governo democrático. O que interessava à maioria desses países era a democracia governamental e política, tipificada pelos parlamentos, pelo sufrágio universal masculino e pelo governo de gabinete. Somente ao aproximar-se o fim do período foi que se começou a pensar a sério na democracia social ou econômica. Havia o temor natural de que ela constituísse uma grave ameaça para a posição da aristocracia hereditária ou obrigasse os tubarões da indústria a devolver uma parte das suas riquezas em proveito dos desfavorecidos.

AS GUERRAS DE RELIGIÃO E A LUTA PELA HEGEMONIA EUROPÉIA

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CAPÍTULO II

AS GUERRAS DE RELIGIÃO E A LUTA PELA HEGEMONIA EUROPÉIA

O papel da Espanha. Ortodoxia e absolutismo

Se a guarda da ortodoxia católica coube à coroa espanhola, especialmente aos Filipes e mais que tudo a Filipe II em comparação com seu pai, era porque Carlos V tinha seu interesse posto em assuntos em demasia variados e o Estado da Alemanha lhe aconselhava certas contemporizações, ao passo que a Espanha podia permanecer alheia a esse gênero de considerações. O professor Altamira íêz uma observação conceituosa quando escreveu que a classe média espanhola, na qual se recrutavam os letrados e os jurisconsultos, que nas universidades aprendiam as doutrinas cesaristas bebidas no direito romano, desejava que um poder forte pusesse ordem na administração. Era pois um elemento de antemão ganho ao absolutismo, tanto mais quanto aquela classe média se achava politicamente quebrantada pelas lutas internas das comunas.

História da Alemanha. — Guerra dos Trinta Anos

Yafouba, o mágico da trilso, com uma das meninas que foram jogadas em cima de pontas de espadas.

CAPÍTULO XXVI

Alemanha. — Guerra dos Trinta Anos

Se a reforma tinha posto em desordem todos os países onde havia penetrado, aquele onde ela nascera sofria ainda mais em meio da desordem geral. Carlos V tinha partilhado seus Estados hereditários com seu irmão Fernando, que, tornado senhor da Hungria por sua mulher, e do reino da Boêmia por eleição, se esforçou por firmar de novo nestes dois países a autoridade real, ao mesmo tempo que combatia os privilégios. JoãoZapoly tinha deixado, como dissemos, o trono da Hungria e João Sigismundo, ainda criança, sob a regência de Isabel, sua mãe, e de Jorge Martinuzzi. Este último, bispo do Grande Varadin, homem notável por suas qualidades e por sua ambição, tinha sustentado o seu pupilo, e, para lhe conservar a coroa, tinha chegado a fazer o reino vassalo da Porta. Fernando, que pretendia ter este trono a todo o custo, rivalizou em vileza com Martinuzzi, e fêz-se tributário do sultão. O monarca turco, prevalecendo-se da sua inimizade, desterrou o jovem príncipe para Transilvânia com sua mãe, e reuniu a Hungria ao seu império. Martinuzzi, não podendo exercer o poder absoluto na Transilvânia como o teria desejado, entendeu-se com Fernando, ao qual ajudou a obter este país assim como direitos à Hungria; e prestou-lhe, tanto na guerra, como na paz, assinalados serviços. Pelo seu auxílio, o príncipe austríaco pôde enfim declarar esta coroa hereditária em sua casa, não conservando à dieta senão o direito de escolher a pessoa do soberano (1547).

Dinastia Bourbon – Historia Universal

Yafouba, o mágico da trilso, com uma das meninas que foram jogadas em cima de pontas de espadas.

CAPÍTULO XXIV

Os Bourbons

Na hora da morte, sem inspirar nem saudades, nem dó, Henrique III recomendava aos seus que elevassem ao trono o rei de Navarra, e dizia a este príncipe: Jamais o tereis, se vos não fizerdes católico. Efetivamente, achando-se extinta a linha dos Valois, a herança real pertencia a Henrique de Bourbon, apesar de êle ser seu parente no vigésimo grau. Porém, em vez de bradarem como de costume: Morreu o rei, viva o rei! os ânimos ficavam indecisos. Os católicos, que faziam parte do exército, deviam ficar ligados ao príncipe apóstata, apesar da excomunhão? Os príncipes de sangue resolver-se-iam a reconhecê-lo? Que resolução deviam tomar os que tinham ofendido, e seus correligionários, que temiam que eles os abandonassem? Êle mesmo, que devia fazer? Se se declarava pelos huguenotes, perdia o apoio dos católicos e dava à liga uma nova força; se se entregava aos católicos, restavam-lhe muito poucas tropas. Êle se obrigou, todavia, para com eles, a fazer-se instruir em sua fé, a restituir aos eclesiásticos os bens tirados pelos protestantes, a não permitir o exercício do novo culto senão nos lugares em que êle era já tolerado. Em conseqüência, diferentes príncipes o reconheceram como rei com o nome de Henrique IV, outros ficaram entre os descontentes; porém muitos exclamavam: Vós sois o rei dos bravos, e só os covardes vos abandonarão.

A Arte Europeia no Século XVII – História da Arte

Yafouba, o mágico da trilso, com uma das meninas que foram jogadas em cima de pontas de espadas.

Pierre du Columbier – História da Arte 

A Arte Europeia no Século XVII

CONTRARIAMENTE ao que se imagina por vezes sem razão e a despeito da emancipação, em toda a Europa, de escolas nacionais que brilham com o mais vivo fulgor, o primado da arte Galiana não foi seriamente abalado no século xvii. A bem dizer, não dispõe já de artistas da estatura dos grandes do século precedente, mas apresenta ainda alguns mais do que estimáveis — e foram eles que, em grande parte, determinaram as modas de pintar e de sentir da época.

Quando se procura definir o que distingue, nas artes, o século xvii do seu predecessor, acham-se duas palavras de que se abusou enormemente nestes últimos anos e de que importa usar com grandes precauções: «Contra-Reforma» e «Barroco». A primeira delas é relativa a um aspecto moral, a segunda a um aspecto plástico.

Contra-Reforma

OS FORJADORES DE IDEAIS | O Homem Medíocre

O Homem Medíocre (1913)

José Ingenieros (1877-1925)

 

Capítulo VIII – OS FORJADORES DE IDEAIS

I. O clima do gênio. — II. Sarmiento. — III. Ameghino. — IV. A moral do gênio.

I — O clima do gênio

A desigualdade é força e essência de toda seleção. Não existem dois lírios iguais, nem duas águias, nem dois lagartos, nem dois homens: tudo o que vive, é incessantemente desigual. Em toda primavera, algumas árvores florescem antes de outras, como se fossem preferidas pela Natureza, que sorri ao sol fecundante; em certas etapas da história humana, quando se plasma um povo, se cria um estilo ou se formula uma doutrina, alguns homens excepcionais antecipam sua visão à dos outros; concretizam-se num Ideal, e a expressam de tal maneira, que perdura através dos séculos. Arautos, a humanidade os escuta; profeta, acredita neles; capitães, segue-os; santos, imita-os. Enchem uma era, ou assinalam uma rota: semeando algum germe fecundo de novas verdades, pondo a sua assinatura em destinos de raças, criando harmonias, forjando belezas…

A genialidade é uma coincidência. Surge como chispa luminosa no ponto onde se encontram as mais excelentes aptidões de um homem, e a necessidade social de aplicá-las no desempenho de uma missão transcendente. O homem extraordinário só ascende à genialidade se encontra clima propócio: a melhor somente necessita da terra mais fecunda. A função reclama o órgão: o gênio torna atual o que, no seu clima, é potencial.

Nenhum filósofo, estadista, sábio ou poeta, alcança genialidade, enquanto, em seu meio, sentir-se exótico ou inoportuno; necessita de condições favoráveis de tempo e de lugar, para que a sua aptidão se converta em função e marque uma época na história.

A DESILUSÃO DO REGRESSO – D. João VI no Brasil – Oliveira Lima

Dom João VI no Brasil de Oliveira Lima

D. João VI no Brasil – Oliveira Lima CAPÍTULO XXX A DESILUSÃO DO REGRESSO   Dom João VI, quando mesmo não possuísse inteligência política, tinha sobrada experiência de governo para deixar de reconhecer que, na história da monarquia portuguesa, o momento não podia ser mais de resistência, antes era de concessões. Quando muito lhe seria … Ler mais

AS INTRIGAS PLATINAS – D. João VI no Brasil – Oliveira Lima

D. João VI no Brasil – Oliveira Lima

CAPITULO VII

AS INTRIGAS PLATINAS

É fora de dúvida que Dom João VI esteve a começo de acordo com o
projeto que teria a dupla vantagem de livrá-lo da presença nefasta da mulher, enxotando-a com
todas as honras para Buenos Aires e com ali entronizá-la dando aplicação à
sua daninha atividade, e ao mesmo tempo estender com essa parceria distante a sua
importância dinástica, pois que no futuro o império hispano-americano, arredado da
solução da independência, a qual para mais era contagiosa e poderia propagar-se ao Brasil,
reverteria para a sucessão de Dona Carlota, que era a sua própria. Não contaria ele com tamanha
resistência do governo britânico, mais propenso a favorecer a emancipação das
possessões espanholas, aos projetos de Dona Carlota Joaquina, nascidos da justa
persuasão de que o domínio colonial da Espanha tinha entrado em franca
desagregação e que mais valia conservá-lo para uma nova dinastia Bourbon-Bragança do
que abandoná-lo ao vórtice
republicano.