ORIGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA

Cônego Fernandes Pinheiro (1825 – 1876) CURSO DE LITERATURA NACIONAL ………………Fungar vice colis, acutum Reddere quae ferrum valet, exors ipsa secondi Horat., ad Pisones, vrs. 304-305. Por contente me dou, fazendo as vezes De pedra d’amolar, que em si não tendo Virtude de cortar, dá corte ao ferro. Tradução de Cândido Lusitano LIÇÃO I ORIGEM … Ler mais

EL CID, O CAMPEADOR

Espanha

Rodrigo Diaz, chamado de Bivar, é figura que se inclina tanto para a realidade como para o domínio da lenda. Cid, corruptela de seyyd, palavra árabe significando "senhor", foi o nome com que ficou em ambos os planos. Herói espanhol na luta contra os mouros, fêz-se o campeão do Cristianismo e, como tal, deu origem a copiosa produção literária, na qual figura, com repercussão universal, a tragédia CID, de Cor-neille, escrita em 163G.

CID, O CAMPEADOR

RODRIGO DIAZ, chamado o Cid, abandona o domínio de Bivar, já que seu senhor, Afonso VI, rei de Castela e Leão, o desterra. Muitos serviços prestou, bom vassalo que sempre foi, e leal, mas aos ouvidos do monarca tiveram mais crédito as insídias de alguns cortesãos do que a lembrança de tantas terras ganhas, das muitas riquezas obtidas pelo braço do nobre cavalheiro.

O Cid deixa, assim, o solar de Bivar. Seguem-no os seus, pois ninguém quis permanecer ali. Bivar fica ermo, o palácio com as portas abertas e os postigos sem cadeados. Vazios ficam os cabides onde antes se penduravam mantos e peles.

HISTÓRIA DA FORMAÇÃO DA CIVILIZAÇÃO MEDIEVAL

A Idade Média tem sido simultâneamente considerada uma época de obscurantismo, porque durante ela decaiu extraordinariamente a cultura clássica, e uma época de fermentação, porque no seu decorrer se preparou a nova civilização. De fato a cultura greco-romana sofreu um abatimento considerável, posto que mais aparente do que real: sob a agitação, porém, produzida pelas invasões bárbaras, o mundo moderno se foi organizando pela remodelação política e social da Europa, na qual o fator germânico veio a colaborar com o latino para o progresso comum da humanidade. Com suas fortes qualidades de raça, o teutão contribuiu para a florescência da civilização de que se apropriou e na qual modelou sua mentalidade. Nas formas latinas, já tradicionais, inoculou o espírito germânico o sentimento de liberdade pessoal que desaparecera sob o despotismo do Estado romano, conseguintemente o sentimento de independência: assim se exprime no seu magistral trabalho sobre a civilização na Europa o historiador francês Guizot, dos mais notáveis pela austeridade e pela elevação.

AS GUERRAS DE RELIGIÃO E A LUTA PELA HEGEMONIA EUROPÉIA

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CAPÍTULO II

AS GUERRAS DE RELIGIÃO E A LUTA PELA HEGEMONIA EUROPÉIA

O papel da Espanha. Ortodoxia e absolutismo

Se a guarda da ortodoxia católica coube à coroa espanhola, especialmente aos Filipes e mais que tudo a Filipe II em comparação com seu pai, era porque Carlos V tinha seu interesse posto em assuntos em demasia variados e o Estado da Alemanha lhe aconselhava certas contemporizações, ao passo que a Espanha podia permanecer alheia a esse gênero de considerações. O professor Altamira íêz uma observação conceituosa quando escreveu que a classe média espanhola, na qual se recrutavam os letrados e os jurisconsultos, que nas universidades aprendiam as doutrinas cesaristas bebidas no direito romano, desejava que um poder forte pusesse ordem na administração. Era pois um elemento de antemão ganho ao absolutismo, tanto mais quanto aquela classe média se achava politicamente quebrantada pelas lutas internas das comunas.