AS ARTES ÁRABES, PINTURA, ESCULTURA, ARTES INDUSTRIAIS

Fig_ 286 — Broche árabe (Síria); fotografia do autor.

AS ARTES ÁRABES Pintura, escultura e artes industriais
I — IMPORTÂNCIA DAS OBRAS DE ARTE PARA A RECONSTITUIÇÃO DE UMA ÉPOCA. A obras de arte exprimem os sentimentos, crenças e necessidades de uma época, e transformam-se com ela. Devemos colocá-las entre os documentos históricos mais importantes. A arte de um povo transforma S6 logo que é adotada por outro povo. Exemplo fornecido pela arte muçulmana. Fatores que determinam a evolução das obras de arte. Condições necessárias para que as obras de arte constituam uma língua de leitura fácil. II — AS ORIGENS DA ARTE ÁRABE. As artes de todos os povos derivam sempre daqueles que os antecederam. Exemplos fornecidos pelos gregos c pelas diversas nações européias. O que constitui a originalidade de um povo na arte. Criação de uma arte nova com elementos anteriores. Os elementos tomados de empréstimo pelos árabes aos bizantinos e persas em breve formaram uma arte completamente original. Porque certos povos nunca puderam elevar-se à originalidade na arte. Exemplos fornecidos pelos turcos e os mongóis. Os elementos das artes anteriores estão sobrepostos entre estes últimos, mas não combinados. III — VALOR ESTÉTICO DAS ARTES ÁRABES. Impossibilidade de achar uma escala absoluta para determinar o valor de uma obra de arte. Valor relativo da beleza e da feiura. Origem dos nossos sentimentos estéticos. Origem das nossas ilusões sobre o valor absoluto das obras de arte. A arte não tem por fim reproduzir fielmente a natureza. Características das artes árabes. IV — AS ARTES ÁRABES. Pintura e escultura. Trabalho dos metais e das pedras preciosas. Ourivesaria, joalheria, marchetaria, cinzeladura. Trabalho da madeira e do marfim. Mosaicos, vidraria e cerâmica. Estofos, tapetes e colgaduras …………………….. 611

HISTÓRIA DA FORMAÇÃO DA CIVILIZAÇÃO MEDIEVAL

A Idade Média tem sido simultâneamente considerada uma época de obscurantismo, porque durante ela decaiu extraordinariamente a cultura clássica, e uma época de fermentação, porque no seu decorrer se preparou a nova civilização. De fato a cultura greco-romana sofreu um abatimento considerável, posto que mais aparente do que real: sob a agitação, porém, produzida pelas invasões bárbaras, o mundo moderno se foi organizando pela remodelação política e social da Europa, na qual o fator germânico veio a colaborar com o latino para o progresso comum da humanidade. Com suas fortes qualidades de raça, o teutão contribuiu para a florescência da civilização de que se apropriou e na qual modelou sua mentalidade. Nas formas latinas, já tradicionais, inoculou o espírito germânico o sentimento de liberdade pessoal que desaparecera sob o despotismo do Estado romano, conseguintemente o sentimento de independência: assim se exprime no seu magistral trabalho sobre a civilização na Europa o historiador francês Guizot, dos mais notáveis pela austeridade e pela elevação.