Benedetto Croce e G. Gentile – Idealismo na Itália

195. Sob o signo de Hegel começou a difundir-se o idealismo na Itália, já em meados do século XIX. O movimento político do Risorgimento que trabalhava para a unificação da península encontrou na teoria hegeliana do Estado, como totalidade e absoluto, um apoio e uma expressão e um estímulo. Vera (1813-1885), Spaventa (1817-1883), Fiorentino, na Universidade de Nápoles, e D’ercole na de Turim, atuaram como precursores. Croce e Gentile são, atualmente, os astros mais brilhantes da constelação idealista.

HISTÓRIA DA FORMAÇÃO DA CIVILIZAÇÃO MEDIEVAL

A Idade Média tem sido simultâneamente considerada uma época de obscurantismo, porque durante ela decaiu extraordinariamente a cultura clássica, e uma época de fermentação, porque no seu decorrer se preparou a nova civilização. De fato a cultura greco-romana sofreu um abatimento considerável, posto que mais aparente do que real: sob a agitação, porém, produzida pelas invasões bárbaras, o mundo moderno se foi organizando pela remodelação política e social da Europa, na qual o fator germânico veio a colaborar com o latino para o progresso comum da humanidade. Com suas fortes qualidades de raça, o teutão contribuiu para a florescência da civilização de que se apropriou e na qual modelou sua mentalidade. Nas formas latinas, já tradicionais, inoculou o espírito germânico o sentimento de liberdade pessoal que desaparecera sob o despotismo do Estado romano, conseguintemente o sentimento de independência: assim se exprime no seu magistral trabalho sobre a civilização na Europa o historiador francês Guizot, dos mais notáveis pela austeridade e pela elevação.

MARCO CLÁUDIO MARCELO – Cônsul na Roma Antiga

cláudio marcelo

SUMÁRIO DA VIDA DE MARCELO

  • I. Maneiras agradáveis e pendores guerreiros de Marcelo.
  • II. Sua bravura. Seus primeiros empregos. Virtude de seu filho.
  • III. Guerra dos gauleses.
  • IV. Os cônsules Flamínio e Fúrio são chamados.
  • V. Atenção dos romanos às cerimônias religiosas.
  • VI. Marcelo, substituindo o cônsul Flamínio, vai atacar os gauleses.
  • VIII. Combate e mata o rei gaulês. X. O senado concede-lhe as honras do triunfo.
  • XI. Marcelo, o terceiro que apresenta a Júpiter excelentes despojos por haver morto o chefe dos inimigos.
  • XII. Taça de ouro enviada a Delfos. XIII. Aníbal entra na Itália. Marcelo vai à Sicília. Depois da batalha de Canes, Fábio e Marcelo tornam-se o apoio de Roma.
  • XV. Vantagens obtidas por Marcelo sobre Aníbal.
  • XVIII. Terceiro consulado de Marcelo. Firmeza do senado com relação aos soldados que fugiram da batalha de Canes.
  • XIX. Marcelo leva de assalto a cidade dos leontinos.
  • XX. Cerco diante de Siracusa.
  • XXI. Gênio de Arquimedes.
  • XXIII. Efeito de suas máquinas.
  • XXVIII. Diversas vantagens de Marcelo na Sicília. Escala uma das torres de Siracusa e apodera-se da cidade.
  • XXIX. Morte de Arquimedes. Dor que Marcelo demonstra.
  • XXX. Sua clemência, sua humanidade.
  • XXXI. Perdoa à cidade de Êngio.
  • XXXIII. Transporta à Roma os quadros, as pinturas, as estátuas de Siracusa.
  • XXXIV. Efeitos desses monumentos de arte sobre o espírito dos romanos.
  • XXXV. Marcelo recebe as honras da aclamação.
  • XXXVI. Diferentes sentimentos de Esparta e de Roma sobre o mérito das vitórias.
  • XXXVII. Quarto consulado de Marcelo. Acusação intentada contra êle pelos habitantes de Siracusa. Sua generosidade a respeito.
  • XXXIX. Vai atacar Aníbal.
  • XL. Vantagens.
  • XLII. Enfrenta um revés perto de Canúsio.
  • XLIII. Anima suas tropas.
  • XLIV. Derrota Aníbal.
  • XLV. Nova acusação contra Marcelo. Justifica-se.
  • XLVI. Seu quinto consulado.
  • XLVII. Põe-se de novo em marcha contra Aníbal.
  • XLIX. Entra em uma emboscada onde é morto.
  • L. Honras que lhe são rendidas.
  • LI. Monumentos públicos construídos e dedicados por Marcelo. Sua posteridade até Marcelo, filho de Otávia, irmã de Augusto. A memória do jovem Marcelo honrada por Otávia.

Desde o ano de Roma 496 até o ano 546, 208 anos A.C. Comparação de Marcelo com Pelópidas.

PLUTARCO – VIDAS PARALELAS – BIOGRAFIA DE MARCELO

Marcos Cláudio, aquele que foi cinco vezes cônsul em Roma, era filho de um outro Marcos, pelo que dizem, mas foi o primeiro de sua casa denominado Marcelo, o que vale dizer marcial e guerreiro, conforme escreve Possidônio, porque era destro nas armas, experimentado da guerra, forte e disposto pessoalmente, a mão sempre pronta, e amando por natureza o combate, mas não mostrava essa aspereza e esse ardor em combater senão na guerra, somente contra o inimigo pois, pensando bem, seus modos eram muito agradáveis e bastante temperados. Amava a disciplina e letras gregas a ponto de honrar e admirar somente aqueles que as conheciam, pois de resto os seus deveres o impediam de poder vagar e de se exercitar como desejava, porque pertencia àquele grupo de homens aos quais os deuses, como diz Homero, (1) fizeram:

Naturalistas e médicos – História Universal

Yafouba, o mágico da trilso, com uma das meninas que foram jogadas em cima de pontas de espadas.

 

CAPÍTULO XXXVII

Naturalistas e médicos

Aristóteles, gênio maravilhoso, coligiu uma tal massa de notícias e pôs em prática uma síntese tio poderosa, que ainda, depois de tantos séculos, se deve contá-lo no número dos homens que marcham à testa das ciências naturais. Há uma enorme distância entre as suas obras e as compilações de Ateneu, de Opieno, de Eliano e mesmo de Plínio, todos homens de letras, mas não naturalistas. Estes autores, e sobretudo Eliano, foram não obstante mais estudados que Aristóteles na Idade Média; por isso então andaram errando sobre seus passos, estudando coisas extravagantes e milagres, em vez de se aplicarem às leis comuns, porque estavam bem longe então de pensar que as causas dos fenômenoi extraordinários não podem achar-se senão no exame dos acontecimentos habituais. O físico que houvesse estudado a queda de uma pedra ou o renovo próximo a rebentar teria julgado desdourar seu merecimento expor-se a ser tido por um louco, se dissesse que leis uniformes regiam o nosso planeta e os outros, a rotação do Sol e a pulsação da artéria; ora, na ausência de todo laço, considerava-se ainda a natureza como uma série de milagres.

Foi assim que operaram Isidoro de Sevilha, Alberto, o Grande, Manuel Filo, Vicente de Beauvais, outros compiladores que estudavam os livros e não a natureza. No entanto, o espírito de observação começava também a abrir caminho por este lado. A magia e a medicina taumatúrgica procuravam as partes mais ocultas e mais singulares das plantas, e o erro mesmo obrigava assim a recorrer à análise. Salviano, de Civita di Castela, ocupou-se, no décimo-sexto século, de ictiologia; Rondelet, primeiro professor de anatomia de Montpellier, submeteu a exame as asserções dos antigos: êle estabeleceu as bases da distribuição metódica seguida até os nossos dias, e muito pouco se há podido acrescentar ao que êle escreveu acerca dos peixes do Mediterrâneo. Belon, seu compatriota, ainda o excede: êle viajou no Levante e no Egito, de onde trouxe grande número de plantas exóticas; e deve-ram-se-lhe mais conhecimentos novos do que a todos os seus predecessores e a todos os seus contemporâneos juntos. Êle fêz observar a grande conformidade dos tipos na natureza, e comparou o esqueleto de um homem com o de uma ave, designando com nomes comuns as partes semelhantes. Foi isso um pensamento de grande ousadia para o tempo, e o primeiro passo dado para chegar a demonstrar a unidade da composição orgânica, de que Aristóteles tinha concebido a idéia teórica.

Filosofia política e jurisprudência na Idade Moderna – História Universal

CAPÍTULO XXXI

Filosofia, política e jurisprudência

Tão singulares desconcertos, que se sucederam à vista dos homens, necessariamente desviaram sua atenção das vãs abstrações, para a fixar sobre a realidade poderosa, e lhes fazer aplicar a moral, não mais unicamente ao indivíduo, mas à sociedade, para procurar as regras, descobrir as causas, apreciar o direito dos acontecimentos cuja bulha enchia o mundo.

Papas posteriores ao Concílio de Trento – História Universal

Yafouba, o mágico da trilso, com uma das meninas que foram jogadas em cima de pontas de espadas.

História Universal – Césare Cantu

CAPÍTULO XXVII

Papas posteriores ao Concílio de Trento

A reforma católica, depois do Concílio de Trento, manifestou-se também nos pontífices não obstante haver grande número que se entregaram a interesses e a sentimentos mundanos. Miguel Ghislieri, de Alexandria no Piemonte, homem de uma religião severa e de uma vida puríssima, andava sempre a pé. Êle isentou, como prior, vários conventos das dívidas que os oneravam; inquisidor em Bérgamo e em Como, ostentava extremo rigor, apesar das injúrias e das ameaças. Promovido ao cardinalato, não mudou de modo de proceder, mesmo depois de eleito papa com o nome de Pio V (1566). Dizendo: Que os que querem governar os outros comecem por se governar a si, êle restringiu as despesas, e impôs a si mesmo um regime inteiramente monacal; não sentia satisfação senão no austero cumprimento de seus deveres, na meditação e adoração fervorosa, de onde se levantava com as lágrimas nos olhos. Uma semelhante perfeição produz de ordinário a confiança em sua própria vontade, e a obstinação em domar a de outrem.

ANÁLISE FILOSÓFICO-POLÍTICA DE A MANDRÁGORA, DE NICOLAU MAQUIAVEL À LUZ DE O PRÍNCIPE E COMENTÁRIOS SOBRE A PRIMEIRA DÉCADA DE TITO LÍVIO

Na reflexão filosófica é de praxe
considerar as variadas concepções presentes no pensamento do filósofo estudado.
Suas concepções de homem, de Deus, de História, de Mundo, são um personalizado
instrumento metodológico para a compreensão do pensamento do autor como um
todo. Quanto mais coesa sua cosmovisão, indubitavelmente, estará isenta de
contradição e, noutro sentido, quanto mais desarmônica, mais prejuízo
acarretará ao entendimento cabal do sistema filosófico do pensador.