JUAN LUÍS VIVES (1492-1540)
Nasceu em Valência. Começou os estudos na Espanha, e os acabou ouvindo os mestres das Universidades de Paris, Bruxelas e Lovaina. Nesta última chegou a leccionar grego e latim, as ciências do seu tempo, e literatura.
Foi ainda catedrático na Universidade de Oxford. Conviveu com os mais notáveis intelectuais do seu tempo. Foi familiar de Nebrija e Erasmo, que disse dele: "Não encontro neste século ninguém com quem possa compará-lo".
A sua fama de homem douto fez que Henrique VIII da Inglaterra 0 chamasse a Londres para que fosse preceptor da princesa Maria.
O clima da Inglaterra não lhe era propício, de modo que o obrigava a viajar de vez em quando para o continente.
Diga-se de passagem que, interessando-se pela sorte da rainha D. Catarina, a quem Henrique VIII abandonara, ganhou seis semanas de prisão e a proibição de permanecer na Inglaterra.
Foi uma das mais pujantes cerebrações do seu tempo, comparado a Erasmo, com quem teve comércio intelectual. Faleceu com a idade de 48 anos deixando um vasto acervo literário e filosófico.
Escreveu em latim. O que dele temos em espanhol é tradução. Para sua discípula, a princesa Maria, e dedicada a Catarina de Aragão, escreveu De Institutione faeminae christianae. Escreveu mais De subventionne pauperum, sive de humants necessitatibus; Exercitado linguae latinae. Também produziu um comentário à Cidade de Deus de Santo Agostinho. Essas e outras, enfim, tudo o que Vives produziu se encontra reunido por Mayans sob o título Joanes Ludovici opera omnia.
Nota de um historiador da Filosofia:
"Louis Vives de Valence (1540) étudia à Paris, connut Erasme et attaqua vivement la scolastique. Avant Bacon, il recommenda de interroger la nature plus que les livres. En psychologie, il consilla d’étudier les facultés de l’âme, au lieu de discuter sur son essence; il a écrit des pages interessantes sur la mémoire et parlé le premier de l’association des idées".
Nesta Antologia se publica Introducción a la Sabiduría, e alguns dos seus Diálogos.
INTRODUÇÃO À SABEDORIA
Averdadeira sabedoria é julgar bem das coisas, com inteiro juízo e não estragado, de tal maneira que estimemos cada qual naquilo que ela é e não nos vamos atrás das coisas vis
como se fossem preciosas, nem desprezemos as preciosas por
vis, nem vituperemos as que merecem louvor, nem louvemos as que, por si, merecem ser vituperadas.
Porque não há erro no entendimento nem vício que não nasça daqui, nem há coisa em toda a vida que maior destruição traga que ter danado o juízo, de maneira que não possa apreciar e esti mar as coisas em seu verdadeiro e justo preço.
Sobre isso, é de notar que são danosas as opiniões do vulgo, que com grandíssimo desatino julga das coisas.
Grande mestre é o vulgo para ensinar a errar. E com o que, de boa afeição, segue o caminho da sabedoria, o maior trabalho que temos é pô-lo em liberdade, arrancando-o da tira-nia das opiniões populares, se estas já lhe tiverem usurpado o juízo.
Tenha primeiramente o tal por suspeitoso tudo aquilo que o vulgo aprova com grande consentimento, até que, com bom tino, torne a passar pela balança em que pesam todas as coisas aqueles que as medem por virtude.
E aprenda cada um, desde moço, boas opiniões e acostume-se a elas, porque será grandíssimo o fruto que depois lhedarão, crescendo juntamente com a idade.
Os seus apetites e desejos, conforme-os com a razão; fuja com grande diligência dos que dela se desviam e a torcem; por que este costume em bem fazer, refreando as paixões, se apegue tanto, que quase seja tão natural, que não haja coisa que o traga a fazer mal, se não for forçado e trazido como que pelos cabelos arrastando.
Há-de tomar a mais excelente maneira de viver, a qual, com o costume, será a mais aprazível.
Todo o resto da vida depende da criação da mocidade.
Seja, pois, nesta estrada que tomamos da sabedoria, o primeiro passo aquele dito tão repisado de todos os antigos que é: "Que se conheça cada um a si mesmo", por que saibamos julgar de nossas coisas e vejamos o que nos tocam as alheias.
Fonte: Clássicos Jackson. Moralistas Espanhóis
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