SOBRE A SENTENÇA DE NIETZSCHE: O SUPER-HOMEM É O SENTIDO DA TERRA.

Sobre a sentença de Nietzsche

“O super-homem é o sentido da terra”

Roberto S. Kahlmeyer-Mertens [1]

Resumo

A
questão do texto é perguntar sobre o conceito de “sentido da terra” tal como vemos formulado no livro Assim Falou
Zaratustra
de F. W. Nietzsche. Nosso objetivo é esclarecer a compreensão
que o autor tem deste, bem como ele se relaciona com outros conceitos
específicos na referida obra. Para tanto, partiremos da passagem na qual estas
noções se apresentam de maneira articulada, a saber: “O super-homem é o sentido
da terra. Fazei a vossa vontade dizer que: ‘o super-homem seja o sentido da
terra”. Usaremos também de comentários de estudiosos que poderão colaborar com
nossa reflexão.

Palavras-chave:
Metafísica, Nietzsche, “Assim Falou Zaratustra”.

O texto propõe, inicialmente, uma
interpretação do conceito de “sentido da terra”, tal como vemos formulado no
livro Assim falou Zaratustra, de F. W. Nietzsche. Entretanto, esta questão
nos serve apenas como pretexto para nos esclarecermos do lugar que o pensamento
de Nietzsche ocupa na História da Filosofia. Embora, partamos da tarefa
de analisar um conceito oriundo da obra de Nietzsche, nos apoiaremos, para a
delimitação proposta, em um conjunto de reflexões feitas sobre
Nietzsche, reflexões capazes de fornecer os subsídios necessários para nosso
exercício. Dado a empreenderem uma avaliação crítica e posterior ao advento da
filosofia deste autor. Portanto, optamos por utilizar os estudos de Heidegger
sobre Nietzsche, além de outros estudiosos que se ocupam da mesma tarefa,
seguindo a linha interpretativa inaugurada por este primeiro autor.

Após esta breve apresentação, cabe a
advertência que o aqui proposto não pretende palavra final, antes se propõe
como tentativa, uma investida, certamente incapaz de ser levada a um bom termo
no corpo de tão reduzido artigo, mas ainda assim, válida enquanto provocação e
exercício. Destarte, nosso texto constará de dois momentos: 1) uma delimitação
do tema em vista do conteúdo histórico da filosofia, à luz da interpretação
heideggeriana; 2) a interpretação do conceito de sentido da terra, a partir do
texto de Nietzsche, no qual procuraremos ordenar passagens para esclarecer-nos
sobre o tema e seus propósitos.

No Prólogo III de seu Assim Falou
Zaratustra
, Nietzsche profere aquela que, dentre outras, afigura-se como,
talvez, a mais enigmática passagem de todo seu livro. Diz ele: “que o
super-homem seja o sentido da terra. Fazei a vossa vontade dizer que o
super-homem seja o sentido da terra”.
(NIETZSCHE, 1994, p.30)

O que significa dizer que o super-homem é
o ‘sentido da terra’? Pergunta que poderia também ser formulada como: o que, no
horizonte do pensamento de Nietzsche, significa sentido da terra? Que
tipo de problema está em jogo nesta afirmação? Seria esta proposição um mero
discurso estético, ou um efeito retórico numa obra literária de um escritor do
século XIX? Estamos certos de que não. Assim, no intuito de uma primeira
delimitação do terreno no qual deverá mover-se o esclarecimento destas
perguntas, citamos Danilo Cruz Véles, quando este, tecendo considerações sobre
a produção crítica que aborda Nietzsche, grifa aquele que seria o centro e real
interesse do pensamento do autor alemão:

 

Por uma ou outra razão, esta [produção crítica] tem dirigido sua atenção
preferencialmente à periferia de sua obra, desconsiderando o centro de sua
filosofia. Este é um centro metafísico. (…) Há de se ver Nietzsche, pois, no
horizonte dessa metafísica. O dito centro é a raiz donde brota toda sua obra, a
raiz que nutre cada um de seus conceitos, cada uma de suas imagens, cada um de
seus símbolos e de seus mitos. (…) Depois vieram as interpretações
biológicas, sociológicas, éticas, religiosas e políticas. Entre elas há algumas
de grande valor. Contudo, todas se movem na periferia do fenômeno chamado
Nietzsche. (…) Pois, ademais e sobretudo, Nietzsche é um fenômeno metafísico,
e há de ser visto no horizonte da metafísica.
(VÉLES, 1993, p. 12-13)

 

Esta
citação restringe o âmbito no qual deverá mover-se nossa interpretação. Trocando
em miúdos, ela nos diz o seguinte: o Nietzsche do qual devemos nos ocupar é o
filósofo. Por filósofo, entendemos aquele que se ocupa com questões
filosóficas, estas, que não são quaisquer questões, mas que pertencem a uma
certa tradição, de certo modo, ainda vigente no pensamento ocidental, a saber:
a metafísica.

Nesses
termos, compreendemos, desde já, a filosofia como metafísica, procedimento de
determinação do fundamento de todo ente. Processo que engendra o curso
histórico de seu próprio fenômeno, bem como o destino que toma. Com isso, temos
que Nietzsche, tal como tratado aqui, será compreendido como um pensador
comprometido com as questões da tradição metafísica. Diante dessas considerações,
conclui-se, a partir da delimitação proporcionada pela passagem do comentador
(que chega assegurar que é desta metafísica que brota o centro da filosofia de
Nietzsche), que a temática do sentido da terra, bem como as perguntas
formuladas sobre este problema, enunciadas em nosso texto, viriam fazer menção,
de uma forma ou de outra, à metafísica. O que nos permite atestar que este
problema apontaria à questões concernentes ao processo metafísico em sua
história.

Nesse
ponto, algumas objeções poderiam ser apresentadas, naturalmente questionando a
autoridade legada a Véles (e mesmo uma possível arbitrariedade em sua escolha)
dado a esta ser apenas mais uma em um universo de outras tantas, de tantos
outros autores, aos quais não podemos desconsiderar. Poderíamos tentar
justificar esta opção pela boa oportunidade que esta nos proporciona de pensar
o tema e ao dar continuidade ao nosso argumento. Entretanto, isso ainda seria
pouco, pois ainda não esclarece a vinculação de Nietzsche com o processo metafísico;
não dando conta de calar as requisições de pensar Nietzsche como um opositor da
metafísica.

Cremos
poder afirmar que falar em Nietzsche como alguém comprometido com o processo
metafísico, não é só a avaliação do autor citado, nesta avaliação encontramos
enunciado um traço da interpretação feita por Heidegger (o que justifica o
propósito de uma delimitação, tendo em vista que encontramos uma interseção com
o autor cuja interpretação optamos por tratar). Interpretação controversa e que
possui diversas divergências com outros autores contemporâneos.name=”_ftnref2″ title=””>[2]
Contudo, a leitura de Heidegger (e indiretamente a de Véles) traz a
contribuição de admitir Nietzsche como uma figura filosófica completa, atuando
em um período da metafísica; esta, compreendida por Heidegger como
essencialmente história do ser. Por isso Nietzsche seria um fenômeno
metafísico.

Agora
munidos das posições prévias apresentadas acima, e, portanto, considerando que
Nietzsche faria parte do processo metafísico (ainda que recusasse o modo
sistemático e ordenador com que a metafísica opera, e partindo de um domínio
das idéias que é regido por uma disciplina da razão), nos pomo diante de novas
indagações: Concordando que Nietzsche é um fenômeno metafísico, e que há de ser
visto no horizonte da metafísica, em que momento da metafísica o pensamento
deste autor se apresentaria? Que posição ocuparia Nietzsche nessa história?

Compreendendo a metafísica tal como em
Heidegger, no já aludido processo ou errância, em que a questão do fundamento
(e o fundamento mesmo, enquanto o ser) se desdobra em história, Nietzsche
ocuparia nesta história uma posição bem específica e, portanto, nada casual.
Exatamente aquele momento no qual alguns autores chamariam de ‘fim da
filosofia’
(ou acabamento da metafísica). De modo simplório poderíamos
trocar em algumas palavras este momento assim: a metafísica por ser um processo
operado continuamente, acaba; acabamento este caracterizado pela determinação
daquele que seria o fundamento de tudo que é.

Segundo Heidegger, no acabamento estariam
implicados tanto Hegel como Nietzsche. Entretanto, no que concerne a Nietzsche,
a metafísica tem fim não porque ele a rejeita ou se volta contra ela, (HEIDEGGER,
2000, p.63) mas porque na avaliação de Heidegger: “Com a metafísica de
Nietzsche, a filosofia acaba. Isto quer dizer: ela já percorreu todo o âmbito
das possibilidades que lhe foram pressignadas”.
(HEIDEGGER, 2000, p.72)
Todavia, fim é acabamento não no sentido de uma realização de um ideal supremo (HEIDEGGER,
2000, p.58) (como seria na filosofia de Hegel, quando este leva consuma o
projeto de determinação do fundamento e essência de todos os entes, ao
formulá-lo como consciência absoluta, resultado obtido a partir da
radicalização da noção de ‘subjectum’ enquanto ‘cogito’, isto é, sujeito
autônomo, cunhado por Descartes), mas ao contrário, por criar condições para
que este processo experimente o que Heidegger chama do surgimento da última
configuração de uma determinada instância na forma de uma inserção da
inessência mais extrema em sua essência. (HEIDEGGER, 2000, p.58) O que
constitui, para Heidegger, o traço característico do pensamento que define o
fim da metafísica como o preparo para um novo começo da metafísica, e não
configura, ainda, uma plenificação dessa perspectiva.

Para Heidegger, o pensamento de
Nietzsche, intensifica a perspectiva metafísica abrindo a possibilidade dessa
ser interpretada como niilismo, na medida em que parte da negação do fundamento
como essência e torna possível compreender a verdade dos entes como construção
de algo que Heidegger chama de “vontade de vontade”, conceito que vem
significar um ímpeto incondicionado por assegurar-se do modo de ser dessa
verdade, da verdade como fundamento, como o ser. O niilismo possibilitado por
Nietzsche seria, portanto, o mais elevado triunfo da subjetividade, pois a sua
condição de sujeito torna-se incondicionada no niilismo. Assim, diante desta
vontade de assegurar-se o saber torna-se o cálculo que sempre vem à tona, e a
vontade, força de comando que não se esgota, de modo que o devir, enquanto
continuidade, é transformado em valor supremo. (HEIDEGGER, 2000, p.58). Em
vista disso, Heidegger avalia: “(…) se o homem conquista sua essência em
meio ao querer e enquanto o ‘eu quero’ no sentido da vontade de poder
[compreendida
agora como esta, vontade de vontade] ele ultrapassará sua essência até aqui:
animal racionale”.
(HEIDEGGER, 2000, p.58)

O pensamento de Nietzsche, assim como,
aquele que se configura no momento final das possibilidades da metafísica,
insere-se também neste processo, apenas como mais uma determinidade categórica
desta essência agora determinada. Entretanto, não mais como o ‘ego sum’ (isto
é, um sujeito que qüiditativamente, é, aos moldes cartesianos), mas agora, como
um ‘ego volo’, ou seja, um sujeito cujo modo de ser consiste num ato
volitivo, num ato de vontade, a ponto desta colocar-se no lugar do fundamento.

Esta transição do sou ao quero
é identificada como fase culminante de uma das principais manifestações do
pensamento moderno: o Idealismo Alemão. Neste, vemos o conceito de
vontade ganhar relevo, como nos descreve Benedito Nunes: “Foi na Teoria da
Ciência de Fichte, que o Eu penso se desdobrou no eu quero. Schelling, antes de
Hegel, identificaria a vontade ao saber. Depois Schopenhauer reduziria a coisa
em si kantiana à vontade universal, ao mesmo tempo impulso que move as coisas e
a força que as produz.”
(NUNES, 2000, p. 26) Com esta conceituação,
teríamos uma situação capaz de ser observada na figura de uma ‘pirâmide’,
explicamos: em sua base encontraríamos Fichte; ascendendo por uma
das faces, Schelling; Hegel, no topo; em seguida Schopenhauer, como marca de um primeiro declínio e Nietzsche, como aquele
que fala no fim
, no momento do acabamento do processo metafísico. Ponto no
qual, em diametral oposição a Hegel (Hegel no pico e Nietzsche em uma das bases
da pirâmide) parte o próximo passo necessário à filosofia.

Com base no apresentado até aqui, tendo efetuado a
delimitação prevista no primeiro momento de nosso texto, poderíamos começar a
nos esclarecer gradativamente dos sentidos dos termos que compõem a enigmática
frase que dá início a nosso trabalho, dando, assim, entrada na segunda parte de
nosso texto.

No posicionamento da filosofia de Nietzsche na
história, observamos no processo metafísico descrito, o ultrapassamento da
condição essencial da noção de homem enquanto ‘animal racional’
para ‘animal
volitivo’ o que configuraria apenas mais uma denominação de sua
essência, ainda que parta do radical dissídio e mesmo inversão da primeira. Com
isso, poderíamos caracterizar provisoriamente o super-homem como o que
está ordinalmente depois ou, mais além, do homem em sua compreensão tradicional
(animal
racionale). Assim, dizendo com Heidegger:

 

O
conceito geral, ainda que não exaustivo de super-homem alude antes de tudo a
essência niilistico-histórica da Humanidade que se pensa a si mesma de modo
novo, o que quer dizer, aqui, que a humanidade se quer a si mesma.
[neste sentido o super-homem seria a] (…) negação incondicionada recolhida
expressamente em uma vontade, da essência que o homem tem a cada momento.
(HEIDEGGER, 2000, p.3)

 

Interpretando desta forma, o super-homem seria aquele
que, vindo depois da compreensão de animal racional,
poderia volitivamente dizer que é o sentido da terra, isto é, neste momento,
seria aquele que, ao deparar-se com o fim do processo de determinação do
fundamento último de todas as coisas, impor-se-ia através da vontade de vontade
ao lugar ocupado anteriormente por este mesmo fundamento. Assim, o super-homem
passaria a ser o sentido da terra, por estar na posição determinante da verdade
ou fundamento de tudo que é.

Ora, deste modo não teríamos solucionado o problema da
frase que dá início ao nosso texto? Não teríamos, assim, respondido a pergunta
pelo que significa afirmar que “o super-homem é o sentido da terra”?
Afinal, seguindo a ordem necessária deste argumento, dizer que “o super-homem é o
sentido da terra” não seria afirmar que o homem, no final
do processo de determinação do fundamento, põe-se no lugar deste fundamento (que
na linguagem figurada de Nietzsche seria referido como um ‘Deus’ já ‘morto’)
finalmente determinado? Será que poderíamos afirmar isso? Será que essa
explicação reproduziria a idéia de Nietzsche contida na referida sentença?
Estas indagações redundariam em uma terceira mais abrangente: Seria a filosofia
de Nietzsche apenas uma indicação de que uma voluntariedade, marcada pela égide
do niilismo, ocuparia o lugar do fundamento de tudo que é?

Em resposta à essas perguntas chamamos atenção que as
afirmações acima, passíveis de serem feitas a partir das interpretações de
Heidegger sobre o conceito de super-homem, revelam-se discrepantes ao próprio
texto de Nietzsche. Em verdade, elas parecem mais fazer menção ao que Nietzsche
chama de “último homem” (isto é, à compreensão metafísica de
homem ainda marcada pelo humanismo judaico-cristão, que concebe o homem como
essencialmente dado) do que a experiência que entendemos por super-homem, sendo
aquele que mais que um momento após o ‘animal racional’, ainda pertence a uma
perspectiva metafísica; afigura-se como quem a superou, isto é, transcendeu
essa dimensão essencial possuindo outro modo constitutivo de ser e
compreender-se.

Daí, se concordarmos com a hipótese de interpretação
anteriormente levantada (de que o super-homem seria o sentido da terra, por
impor-se como mais uma figura essencial), ainda nos restaria uma última
pergunta: O pensamento de Nietzsche em vista da história da metafísica, seria
algo mais que a figura que consuma a metafísica? Temos motivos para crer que
sim. Lembremos, por exemplo, da metáfora do próprio Nietzsche, que aponta que
foi este mesmo pensamento, personificado em Zaratustra, que “(…) deixou sua
terra natal e o lago de sua terra natal e foi para montanha. Gozou ali, durante
dez anos, de seu próprio espírito em solidão sem deles se cansar”,
após, ao descer a montanha, só e mudado, não trouxe nenhum laivo de náusea na
boca e caminhava como um dançarino. (NIETZSCHE, 1994, p.28)

A passagem citada não é um gracejo de seu autor. Pois
ela nos descreve uma etapa necessária que o próprio pensamento de Nietzsche
experimentou, transformação efetuada de maneira ciente, isto é, sabendo ser o
acabamento da metafísica e não só isso; sabendo abrir a
possibilidade de um discurso voluntarioso mas, mesmo tempo, sabendo que: “o mais terrível,
agora, é delinqüir contra a terra e atribuir mais valor às entranhas do
imperscrutável do que ao sentido da terra”, (NIETZSCHE, 1994, p.30)
mas não
só isso; sabendo que por configurar-se na completude do projeto da
metafísica, é capaz de ao seu final, perguntar criticamente pelos procedimentos
e valores que a impulsionaram. Nesses termos: a figura do super-homem para
Nietzsche é aquela que é capaz de saber-se como existência para jogar luz sobre
as estruturas que impulsionaram este processo à sua determinação. Prezando por
uma postura como a “(…) daqueles que para o seu ocaso e sacrifício, não
procuram, primeiro, um motivo atras das estrelas, mas sacrificam-se à terra,
para que a terra, algum dia se torne super-homem.” (NIETZSCHE, 1994, p.32)
Sabendo, finalmente (respondendo a principal indagação de nosso texto), que o
pensamento que está no lugar do super-homem é o sentido da terra por fazer-se
em sintonia com o modo com que se expressa a própria vida, enquanto vontade de poder<a
href=”#_ftn3″ name=”_ftnref3″ title=””>[3]
e que é super-homem não só no sentido de vir após a concepção essencial de
homem, mas por ‘superar’ esta concepção arcando com os riscos da contingência e
devir próprios de quem compreende-se desde a tensão da vontade de poder, quando
enuncia: “Quero ensinar aos homens o sentido de seu ser: que é o super-homem, o
raio que rebenta da nuvem negra chamada homem.(…) Ainda sou para os homens,
um ponto intermediário entre um doido e um cadáver.” (NIETZSCHE, 1994, p.37)

Podemos, assim, compreender o pensamento de Nietzsche
também como superação da metafísica, e é somente ciente dessas circunstâncias
que devemos entender para proferir com legitimidade a sentença: “que o super-homem
seja o sentido da terra. Fazei a vossa vontade dizer: ´que o super-homem seja
o sentido da terra’”. (NIETZSCHE, 1994, p.30)

 

Abstract

The subject of the text is to ask on the concept of
”sense of the earth” just as we see formulated in the book Thus Spoke
Zaratustra
of F.W. Nietzsche. Our objective is to explain the understanding
that the author has of this, as well as this links with other specific concepts
in the referred work. For so much, we will leave of the passage in the which
these notions come in an articulate way; to know: ”The superman is the sense
of the earth. Make your will to say that: ‘the superman is the sense of the
earth.”. We will be worth ourselves also of specialists ‘comments that can
collaborate with our reflection.

 

KEYWORDS: Metaphysiscs, Nietzsche, „Thus spoke
Zaratustra“.

Referências

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      F.W. Sämtlhiche Werke. (Org.) G. Colli e Mazzino Montinari. Munique: DTV/ De
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      Bertrand,1994.
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      Martin. Nietzsche. (vol I,II,III,IV) San Francisco: Harper Collins PBK,1991.
    • ___________. Nietzsche: Metafísica e Niilismo.
      Trad. Marco Antônio Casanova.
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      Günter. Nietzsche. Eine philosophische Einführung. Stuttgart:
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    • FINK,
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    • MÜLLER-LAUTER, Wolfgang. Nietzsche – Seine
      Philosophie der Gegensätze ums Gegensätze seiner Philosophie.
      Berlin/
      NovaYork: De Gruyter,1971.
    • NUNES,
      Benedito. O Nietzsche de Heidegger. Rio de Janeiro: Pazulin, 2000.
    • VÉLES,
      Danilo Cruz. El Puesto de Nietzsche en la História de la Filosofia. In: LEFREBVRE, H. Nietzsche.
      México: Fondo de Cultura Econômica,1993.

title=””>[1] Doutorando em Filosofia pela Universidade do Estado
do Rio de Janeiro/UERJ. Professor dos cursos de Direito, Serviço Social e
Educação do Centro Universitário Plínio Leite/UNIPLI. Autor de Filosofia
Primeira – Estudos sobre Heidegger e outros autores
. www.studium-kahlmeyer.com.br.

name=”_ftn2″ title=””>[2] O melhor exemplo de divergência de interpretação é no diálogo com Müller-Lauter,
quando este autor discorda da tese de Nietzsche como metafísico, diante da
vulgarização que esta tese proporciona, inclinando-se à uma interpretação
comum. O esforço de Müller-Lauter é estabelecer o que significa metafísica, e o
que poderíamos entender pelo que Heidegger chama posteriormente de acabamento
da metafísica. cf:. MÜLLER-LAUTER, 1971, p.189.

name=”_ftn3″ title=””>[3] O conceito de Vontade de Poder em Nietzsche é o que configura a
abertura de vida e sua configuração no instante e em uma cadência de instantes.
Assim, Vontade de Poder diz respeito à toda e qualquer dimensão do
acontecimento de realidade, narrando a assunção fundamental da vida em suas
possibilidades, cadência, instauração e vigência. Pois, vida é o movimento
sempiterno de diferenciação da vontade, determinado em sua circularidade no
instante. Entretanto, neste só é capaz de se concretizar uma possibilidade por
vez (uma a cada instante), o que acarreta um combate entre possibilidades que
se determinam junto ao modo de sua urgência e necessidade.

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