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Livros e Obra de Platão 

Seriam
trinta diálogos, dentre os quais os mais conhecidos: Apologia de Sócrates (onde
torna público o discurso que Sócrates fez em seu julgamento); Hippias Maior (o
que é o belo?);<a href="http://www.consciencia.org/eutifron-dialogos-de-platao" title="Eutífron, ebook com download do Eutífron de Platão“> Eutifron (o que é a piedade? O que os deuses aprovariam e condenariam como piedoso?) ; Mênon ( o que é a virtude?
Pode ser ensinada?) . Esses São são os chamados diálogos aporéticos e maiêuticos, pois as questões
propostas não são resolvidas e o leitor é convidado a prosseguir a pesquisa,
após ter purificado seu falso saber. No segundo grupo temos Teeteto ( o que é a ciência?); Fédon (sobre a imortalidade da alma, faz um relato dos últimos dias de Sócrates); ; <a href="http://www.consciencia.org/platao_criton.shtml" title="Críton de Platão“>Críton, (que se passa na prisão e Sócrates explica a necessidade de cumprir o dever político para com a cidade que o criou e condenou, mesmo que isso leve a morte). Crátilo (explica a relação entre as coisas e os nomes que lhes são dados, são
eles inatos ou dependem da convenção?); o Banquete (sobre o amor ao belo); Górgias (sobre a violência, faz a distinção entre a filosofia e a sofística) e
o mais importante, A República, que é um tratado completo, onde expõe um sistema de
governo e o modo vida ideal, e o como se chegar até eles. Esse diálogos
são um grande legado da filosofia e literatura, pois Platão elevou a filosofia também ao gênero
literário. A obra de Platão sobrevive ao medievo graças ao trabalho de filósofos árabes e da Igreja Católica, sendo redescoberta e revalorizada no Renascimento, com filósofos Neoplatônicos, como Marcelo Ficcino, que ajudaram a preparar traduções para o latim, a língua mais falada e conhecida de então.

Os primeiros diálogos de Platão são ditos "aporéticos", ou seja, sem saída. Talvez tragam um retrato mais exato do Sócrates histórico, ao passo que os diálogos transição e depois de maturidade, mais tarde, ainda tenham Sócrates como protagonista, mas o usem para personificar a teoria das Idéias, de autoria de Platão e desenvolvida a partir das dificuldades encontradas por Sócrates. Este mostrava aos atenienses, principalmente em relação a virtude, que eles tomavam sempre a parte pelo todo, nunca chegando ao conhecimento verdadeiro nem a definição do que julgavam-se especialistas. Depois de derrotar os argumentos dos interlocutores através de seu método, como mostram os primeiros diálogos de Platão, a coisa ficava sem solução apresentada, já que à teoria contestada a solução é apenas insinuada. O principal aspecto da solução é a solidez da teoria do Mundo das Idéias, que afirma a possibilidade de conhecimento depois do reconhecimento sócratico da própria ignorância ("só sei que nada sei"), através da ascese dialética.

Platão não escreveu somente diálogos, mas também chegaram até nós algumas de suas cartas, sendo a mais importante filosoficamente a carta VIII. Devido a importância de Platão e ao volume das informações sobre ele, foi criada, no Renascimento, uma numeração padrão para sua obra, feita a partir de uma edição canônica, a de Steppanhus. Quando você ver citado uma frase de Platão seguida de uma numeração como 533b, já sabe que isto se refere a página e parágrafo. E com isso sempre é possível localizar as passagens de Platão dentro da obra, apesar das inúmeras edições, já que estas sempre se referem a edição canônica.

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