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COMPARAÇÃO ENTRE ALEXANDRE, O GRANDE, E JÚLIO CÉSAR
por
De H a i ll a n sobre capítulos de Plutarco – Vidas Paralelas.
Quando se consideram, Alexandre e César, é fácil de se dizer e mais fácil ainda de se provar, que são os dois mais valentes generais de que se faz menção na história, que suas virtudes, fora da luta, são excelentes e têm grande semelhança entre si: que ambos, foram de mui nobre descendência, doutos, eloqüentes, liberais, moderados, muito afeiçoados aos amigos e servidores; sinceramente queridos, obedecidos por seus oficiais e soldados, bondosos para com seus inimigos: que desde seus mais verdes anos deram grandes provas de sua futura grandeza e de sua coragem; que seus feitos são perfeitamente admiráveis, que são dois milagres na arte militar,
quer se considere a brevidade do tempo de suas guerras e os países que eles percorreram, num instante, quer se lancem os olhos sobre os inimigos por eles derrotados, as cidades e províncias conquistadas, sua sabedoria, valor e bondade; jamais foram repelidos, mas sempre tiveram a vitória nas mãos, fazendo valer a vantagem com um objetivo determinado. Ambos se encontraram em gravíssimo perigo de vida, um na cidade dos malianos, e outro, na Espanha, contra os filhos de Pompeu. Ambos foram avisados mui claramente de sua morte pelos adivinhos, aos quais amavam e respeitavam: no entretanto, ambos lançaram-se como de olhos fechados no perigo do qual os queriam afastar.
II. Mas, quem se dispõe a considerar, em particular, a vida de cada um deles, acha-se como numa planície, na qual a vista não pode marcar um limite nem os diversos caminhos que se apresentam e fica extasiado, não sabendo para onde se dirigir, tantas são as coisas que contempla. Se colocar uma vida diante da outra, estará então como num oceano de discursos, sem saber a qual dos dois escolher, nem em que porto parar para se desfazer deste ou daquele. No entretanto, para encorajarmos aos que velejam nesse mar, naveguemos ao longo da costa: e (para falarmos sem figuras) vejamos em que um supera o outro, deixando ao leitor pronunciar seu julgamento, livre, sobre o que dissermos. No momento, tratarei em poucas palavras, do que se pode observar, de mais digno de memória, na adolesmi cia de um e de outro, de seus feitos de guerra, e os seus vícios e virtudes, de sua morte e do que se lhe seguiu.
III. Falo primeiramente de Alexandre, sem notar sua descendência, nem sua beleza, nem o que se diz de sua compleição, pois tudo isso não tem influência alguma no mérito da sua virtude; sua continência, com as mulheres e de como pouco usava dos prazeres do corpo, condenam os excessos que César cometeu, quando jovem, fazendo e cometendo obscenidades que não se devem mais lembrar. A ambição de Alexandre era maravilhosamente nobre, de que são testemunho, o que êle disse da corrida dos jogos Olímpicos, suas entrevistas com os embaixadores da Pérsia e a queixa que êle fazia a seus companheiros, de que seu pai nada lhe deixava a conquistar, ao passo que César depois de ter fica do certo tempo na ociosidade, na Nicomédia e na Grécia, veio lançar-se nos braços do povo, em Roma, tornando-se liberal e discursador, para con quistar a uns e outros, disputando pequenos cargos, para, finalmente, apoderar-se dos grandes; seguiu do, em suma, caminhos mui diferentes dos de Ale xandre, que trilhava a grande estrada real da vir tude, para ser um dia a honra do mundo. Teve também o mais douto dos homens por preceptor c mostrou-se com efeito muito digno discípulo <l< Aristóteles; César, levado pelo seu natural e pelo:
costumes tirânicos de seu tempo, tomou, para infelicidade sua e do país, uma atitude de teimosia e de obstinação insuportáveis, que foi causa de sua morte. O amor, que Alexandre tinha desde sua infância, pelas letras e pelos homens doutos, o eleva acima de muitos príncipes. A honra que ele prestava ao poeta Homero, recai sobre ele mesmo. Não são louváveis sua gentileza e liberalidade para com Diógenes, Xenocrates e outros? César, ao contrário, parece não ter tido em conta a ninguém mais que a si próprio. Se ele respeitou a alguns, se distribuiu ouro e prata a mancheias, fê-lo para comprar homens e para servir de degrau, a fim de chegar onde tlesejava, e não por qualquer outro objetivo.
IV. Como podemos chamar a ambos
Sábio no conselho e valente no combale,
quer dizer que este é seu verdadeiro título de honra, e de vantagem que eles têm sobre todos os que os seguiram e precederam, vejamos um pouco se podemos, mais particularmente qualificar Alexandre de
Rude guerreiro, combatente enérgico, temível
[nas armas, aos inimigos,
como disse Ésquilo: o que foi toda sua guerra na Ásia, depois da morte de Felipe, senão tempestades, calor excessivo, nos infinitamente profundos, grandes alturas de montanhas, animais de tamanho descomunal, terríveis, mudanças de governos, por qualquer motivo, traições e revoltas de muitos? No começo de sua viagem à Grécia atormentava-se ainda, com a recordação das guerras, que Felipe lhe tinha feito: as cidades reuniam-se; a Macedónia inclinava-se a algumas mudanças, diversos povos, próximos ou distantes, estavam alertas, esperando e observando o que fariam seus vizinhos: o ouro e a prata da Pérsia correndo na bolsa dos oradores e governadores do povo, em tedas as cidades, agitavam o Peloponeso; os tesouros e cofres de Felipe estavam esgotados; havia ainda grandes dívidas; malgrado todas essas desordens e no meio da pobreza, um moço que apenas saía da adolescência, atreveu-se a idear a conquista da Ásia, isto é, do império de todo o mundo, com trinta mil soldados de infantaria e quatro mil de cavalaria, ou (como dizem outros), com quarenta e dois mil escudos, em dinheiro, para custear tudo isso, (ou segundo Duris) provisão dè víveres e de dinheiro, para trinta dias somente.
V. Mas êle tinha bastante magnanimidade, temperança, prudência e valor, estando mais provisto para esta empresa guerreira daquilo que havia . aprendido com seu preceptor Aristóteles do que dos meios que lhe havia deixado seu pai Felipe. Êle estava em guerra mui justa contra os persas, inimi gos jurados da Grécia, contra a qual tinham cornetido uma infinidade de injustiças. Sua magnanimidade e valor patentearam-se em todos seus combates, quer em luta organizada, quer na tomada das cidades, sem poupar absolutamente sua pessoa, pois foi gravemente ferido em vários combates. Que proezas fez ele na cidade dos mahanos, sozinho, contra tantos bárbaros? Com que constância não encorajava seus médicos, para tirarem-lhe uma flecha presa no osso do seu peito? Ninguém, disse ele, se mestre um covarde ou fraco, nem mesmo pela minha vida; eu não poderia pensar que se julga que eu não temo a morte, se a temem por mim. Ter feito essas coisas em doze anos, quando muito, atravessado vitorioso a maior parte do mundo, é um louvor que sobrepuja todo pensamento humano. César, ac contrário, fez seus preparativos de longa data, encontra Crasso, a propósito, para servir de fiador das dívidas que ele tinha contraído, a fim de subornar a cidade de Roma: depois, tendo feito uma perniciosíssima liga com Pompeu, toma as armas e entra na Gália, onde seus estratagemas lhe í viram pelo menos tanto quanto suas armas, no entretanto, ele tinha seus medianeiros, por meio dos quais, finalmente conseguiu subverter a ordem na república romana.
VI. IVlas Alexandre, nisto, não é Ião admirável, porque derrotou seus inimigos pela coragem i pelo valor, com um proceder sábio e virtuoso no manejo das armas, onde ele se mostrou de fato um filósofo; disto é bom citarmos alguns exemplos, que ilustrarão bem* as virtudes desse príncipe, que neste particular sobrepuja a César. Vê-se o seu valor, acompanhado de grande justiça, doce temperança, excelente bondade, ordem e prudência esquisitas, tudo dirigindo pela razão e pelo raciocínio maduro. Dificilmente poder-se-ia discernir em suas ações, quando era um feito de humanidade, de paciência ou de valor: mas suas ações parecem ter sido misturadas e compostas de todas as virtudes juntamente. É verdade que sempre, em cada ação, há uma virtude eminente, que está acima das outras: mas essa as impele e leva ao mesmo fim. Vê-se nos feitos de Alexandre, que seu valor é humano e sua humanidade, corajosa, sua liberalidade, econômica, sua cólera, pronta a se acalmar, seu amor, moderado, seus passatempos, não inúteis e ociosos, suas fadigas, corteses. Quem foi que entremeou a festa com a guerra, as expedições militares, com os jogos? Quem entrelaçou no estágio das cidades e des seus cercos, entre escaramuças e combates, os alegres banquetes e as canções nupciais? Quem foi mais inimigo dos injustos ou mais atencioso paia com os infelizes? Quem foi mais severo para com os combatentes ou mais equitativo para com os su plicantes? Citemos aqui o apotegma de Poro, que, levado prisioneiro a Alexandre e indagado de como queria que o tratasse, respondeu: como rei. Alexandre insistiu, perguntando se ele não queria acres-centar mais nada, e ele respondeu: Não, pois tudo está compreendido nessa palavra. Também podemos em todas as ações de Alexandre, para com muges e inimigos, no começo, no meio e no fim de sua vida, acrescentar este estribilho: como sábio. Como viveu êle? Como sábio. Como procedeu ele cm todos os seus feitos guerreiros? Como sábio. Como procedeu êle em público e em particular? Como sábio.
VII. Há alguns erros em seu procedimento e não deixaremos de falar disso: mas, como todas as regras têm exceções, que as não destroem, e como uma pinta ou uma verruga não afetam a beleza de um rosto, de algum modo belo, também as imper-feições e erros de Alexandre, não lhe podem tirar essa honra que os sábios lhe atribuem. Se quisés-semos acrescentar aqui os exemplos, deveríamos repelir os que Plutarco recolheu resumida e doutamente em tantos bons autores, que fizeram com a vida de Alexandre, o que se pensa ter Xenofonte Feito com Ciro, isto é, propor a todos os homens, um modêlo de príncipe, perfeito na virtude. César, ao invés, manchou sua vida com um violento e contínuo desejo de subjugar sua pátria, cometendo um crime muito maior em suas últimas guerras e no fim de sua vida, do que se tivesse convivido carnalmente com sua própria mãe, como também aquela ilusão condenável, o atormentou na noite anterior à sua entrada na Itália, para violar a liberdade de Roma: Alexandre só foi incitado pela virtude a começar uma guerra, digna de um grande rei, não visando apenas pôr o pé sobre a garganta dos gre gos, mas reunir todo o mundo sob um governo pacífico e feliz. Suas guerras não fizeram os gregos chorar; César encheu sua pátria de luto e de lágrimas. Alexandre conservando seus soldados no dever, não permitindo aos que o seguiam, cometer desordens e crimes, com o auxílio de seus amigos submeteu e civilizou os bárbaros. César arruinou uma parte de seus amigos, foi abandonado pelos outros, encheu Roma de insolência militar e aí se meou grãos de infinitos tumultos, que sairam de sem sangue.
VIII. Qual foi, porém, a castidade de Ale xandre, ao qual tudo corria segundo suas aspira ções? Ele não quer ver nem mesmo as mulheres prisioneiras; venceu ainda sua beleza com a tempe rança, (embora estivesse na flor da idade e fosse de compleição robusta) como as façanhas dos homens, cem seu valor; êle fêz menos conta daquelas que lhe mostraram, do que da que êle jamais viu: mos t’ando-se gentil para com toda espécie de pessoas êle era, ao invés, rude para com os que eram belos. Come não tratou asperamente a Filóxeno, que lhe queria comprar dois moços, de um negociante de Tarento? Se êle se enamorou de Roxana e de Eslatira, foi para desposá-las legitimamente e para o bem dos seus interesses, não como César, que muito se descuidou desse assunto. Quanto ainda não é louvável Alexandre, que não quer absolutamente obter a vitória por meios ilícitos: como sua coragem é generosa em não aceitar as ofertas de Dario, mas quis que a Grécia dominasse a Ásia como era tam-bém justo? Que diligência empregou em perseguir seu inimigo outro lado, que compaixão não leve de sua indigna morte? Como castigou o traidor Besso? Todos os seus atos precedentes mostram que ele tinha a alma boa e verdadeiramente régia; não apreciava os traidores nem a traição e só queria vencer com honra. César perseguiu Pompeu, mas não castigou os assassinos e fê-lo somente depois que soube que eles conspiravam contra êle.
IX. Para terminar o que tínhamos a dizer a respeito de Alexandre, podemos deduzir, do decur-so de sua vida, que a providência divina fêz pre-lente das virtudes mais ilustres em outros homens célebres gregos e romanos, a este príncipe, o qual além de sua piedade, justiça, eqüidade, prudência, capacidade, comando, experiência, sabedoria, valor, continência, prosperidade, na adversidade fortifica-se com a esperança, na prosperidade, rodeado de adudadores, não se embriaga com sua grandeza humana, reconhece-se mortal, domina de diversas maneiras, é admiravelmente paciente, suporta as maledicências de seus familiares, não lança mão da pena ou da espada para se vingar dos que o ofendem, julgando coisa digna de um rei tolerar o ser censurado; e ouvir o mal para fazer o bem; demonstrando uma afeição cordial e uma grande honra para com os amigos, deixando mesmo suas comodidades necessárias, por amor deles, escrever-lhes familiarmente e ter um cuidado especial de suas pessoas e de seus negócios. Ele justificava seus servidores, paga aos credores seis milhões de ouro, devidos por seus soldados, manda da Ásia para a Grécia idêntica soma, para reconstruir os templos dos deuses, nos lugares onde os persas os haviam destruído; em suma, no desempenho dos negócios, mostra uma perícia e um valor invencíveis, sem jamais ceder a dificuldade de espécie alguma. É verdade que César tem muitas coisas em comum com êle, neste particular, como diremos em seguida; não obstante, Alexandre mantém-se firme e de maneira a não se deixar dominar pelo vício, e parece não conspurcar seus belos hábitos, como o outro.
X. A Alexandre, censuram-se dentre outros, os vícios da embriaguez e da cólera. Eu não quem desculpar nem um, nem outro: mas quanto a este último, não houve um príncipe que mais reconheceu suas faltas, depois de as ter cometido, por aquela veemência que lhe era de algum modo natural pode-se dizer que Clito, Calístenes e alguns oulm que sentiram a violência de sua ira, foram principal motivo dela e tinham atraído o mal sobre si mes-mos. E na verdade, não é razoável, que um servidor distinguido por seu amo, se torne tão insolente que não queira suportar mais nada e vá conscientemente dar com a cabeça contra a pedra, que ele podia facilmente evitar, se se tivesse dignado conter um pouco a língua e ceder um pouco à violência daquele que pode vencê-lo num instante. Todos condenarão os maus tratos que Alexandre dispensou aos soldados indianos que haviam saído de uma cidade, sob palavra que êle lhes havia dado. Quanto aos filósofos, é um fato que se pode de algum modo discutir, pois eles deveriam ter sido um pouco mais contidos em suas ações, para serem mais úteis à pátria, sem irritar demasiado a um inimigo poderoso e vencedor. Quanto à nação dos cosseianos, que êle exterminou toda, como um sacrifício, nos funerais de Heféstio, é uma falta grave c inescusável, seja qual for o pretexto que se possa apresentar.
XI. Mas o tratamento gentil feito a Táxilo, a Poro e a outros vencidos, a tantas cidades tomadas, as grandes e muitas honras que prestou aos seus generais e o curso ordinário de sua vida bondosa apagam de algum modo, das manchas de sua cólera, não premeditada e da aversão excessiva con-tia alguns; o que é necessário distinguir-se da es-tranha ira que César ocultava em seu coração contra todos os que se opunham aos seus desígnios, sem poupar a ninguém; e se ele perdoou a alguns, antes e depois da vitória, foi para seu proveito e não pela amizade que lhes dedicava: pois fez morrer, na África, grande número dos que lhe eram suspeitos e não poupou nem mesmo a Catão, depois da morte. Quanto às lágrimas que derramou, tomando o sinete de Pcmpeu e não querendo olhar para a cabeça dele, nem a Teodoto que lha apresentava, mas ao contrário, favorecendo os servidores e amigos do falecido, escrevendo belas cartas a Roma, significa beijar seu inimigo morto; mas os atos anteriores e posteriores podem mostrar que nisso havia muito de tragicomedia e de formalidade, se bem que, antes eles tivessem tido tantos assuntos para resolver juntos, era bem possível que um resto da antiga amizade, em seu coração, tivesse provocado tão íntima comoção, como também acontece aos homens de coração magnânimo, que as paixões contrárias se entrechocam e manifestam mais por fora que não intimamente. O infeliz Teodoto não merecia menos do que Besso, mas César não era Alexandre, nem tinha ido ao Egito, a não ser no inte rêsse de seus negócios, que só podiam encaminhai bem pelo aniquilamento de Pompeu e tendo con seguido obter o seu intento, a alegria secrcla qu< sentiu, fê-lo olvidar seu dever.
XII. Quanto à embriaguez, alguns quiseram desculpá-lo, alegando que Alexandre não bebia muito, mas ficava muito tempo à mesa, passando o tempo em conversas com os amigos, durante a noite, às vezes até de manhã; dizem mesmo que a causa disso eram os interesses do governo, porque ele estava ausente durante o dia todo: por esse motivo, não (endo tempo de estudá-los, quando chegava a noite ele sentia prazer em conversar e discutir à mesa com homens de letras. Alexandre depois de ter se ocupado dos negócios particulares do governo, de que não se descuidava, para se entregar a passatempos, divertia-se com seus generais e bebia um tanto; mesmo que se tivesse dado o caso de ele passar da medida, mais de uma vez, não se deve concluir que ele o fazia habitualmente e mereça o epíteto de bêbedo. Não desculpo a falta que êle cometeu por instigação da meretriz Laís, nem ter êle proposto um prêmio de seiscentos escudos aos seus oficiais, para aquele que mais bebesse: pois não é com copos e taças que os homens se devem mostrar valentes. Assim morreram quarenta e um oficiais nesse combate. Êle, certamente, deixou-se mui levianamente levar por Médio, para beber em casa dele, durante toda a noite e o dia seguinte, quando apanhou a doença durante a qual não quis se abster de vinho, o que foi a causa de que a febre não o deixasse mais. De que êle tenha sido envenenado, há pouca probabilidade. Mesmo que esse príncipe tenha alguma vez se excedido nas bebidas, não devemos imaginar que o vinho sepultou e afogou tantas virtudes ilustres, que nele brilharam tanto na paz como na guerra. A intemperança de César, na sua volup-tuosidade e na sua ambição insaciável, é um excesso sem comparação mais violento e mais perigoso do que a cólera ou a taça de Alexandre.
XIII. Quanto à sua morte, assim como a duração e a grandeza de sua glória foi pura e singela, isenta de manchas e de invejas, durante o tempo todo que permaneceu neste mundo, assim, depois de sua morte vemos essa mesma glória firme e resoluta caminhando em seu passo habitual, enquanto ele é lastimado e chorado por todo o exército da Grécia e da Europa, tendo feito brotar de seus soldados belos ramos reais, deixando o mundo como partilha a quatro simples comandantes, cujos descendentes dele ficaram de posse, por muitos anos: César, ao invés, teve tanta dificuldade em subir, por caminhos difíceis, ao vértice de uma glória vergonhosa, que lhe granjeou o ódio dos principais membros da república, dela foi incontinenti precipitado, pouco chorado por aqueles que amavam as boas leis e o bem do Estado, que ele deixou convulsionado pelas guerras civis, e que somente retomou um pouco de seu brilho sob seu sobrinho, que a Providência divina (tendo consideração a coisas mais excelentes que não o céu nem a terra) tinha designado em seu conselho, para monarca do mundo: assim ao contrário, Alexandre viu seu último dia em Babilônia do que foi avisado pelos adivinhos tendo o mau espírito (segundo o poder que apraz ao justo juízo dar-lhe), conjeturado e predito algo do que Deus havia há muito tempo revelado aos seus, por seu fiel profeta. Mas, depois de Augusto o império romano caiu em novas desgraças e não deixou de se agitar dali por diante até que caiu finalmente sob seu próprio peso. Aconteceu o mesmo aos sucessores de Alexandre, não porém, por sua culpa, o que torna ainda mais ilustre a sua memória. Eis o que eu apresento em seu favor.
XIV. Digamos também alguma coisa de Júlio César, não porém, que eu pretenda esgotar o assunto, pois para isso seria necessário encontrarmos outro mais hábil do que eu, a fim de levá-lo a bom termo: mas para fazermos uma comparação com Alexandre; ele, um dia lendo os feitos deste em certo livro, se pôs a chorar, como lhe tendo inveja pelos belos e valorosos feitos realizados. Notemos, pois, se ele fez coisas que se lhe possam comparar ou mesmo as sobrepujem. Primeiramente, em tudo o que se pode notar de generoso na juventude de Alexandre, eu contraponho este corajoso ato de César, com relação aos corsários, que eram mais prisioneiros seus, do que ele, deles, aos quais pagou o resgate, mas também, fê-los pagar a loucura de se terem juntado a êle: de tal modo que em terra eles perceberam que ele lhes falava realmente como seu juiz no mar, embora ele fosse bem jovem, quando lhes caiu nas mãos. Isto é uma amostra do resto de sua vida, a qual não soube tolerar companheiros e menos ainda, superiores: este homem tinha nascido para coisas grandes e só sentia prazer em sobrepujar tudo o que havia de raro e de alto no mundo, como se constata pelo seu procedimento, depois que ele começou a desempenhar cargos públicos até o fim de seus dias.
XV. Embora haja pouca coisa de sua eloqüência, que lhe prestou bem notáveis serviços em vários e difíceis momentos, embora seja um milagre, a excelência do seu estilo e de sua graça, para exprimir singelamente todas as coisas em termos tão puros e tão belos, que as musas mais inspiradas não quiseram nem puderam falar com mais perfeição e beleza; todavia, como preferimos nos deter no bem fazer, que não no bem falar, deixemos este ponto, para fazermos outro tanto com Alexandre, e vejamos, se é deveras verdade aceita por todos os homens, dotados de inteligência, que César foi o mais perfeito general que jamais existiu sobre a terra. Embora Alexandre tivesse poucas posses, êle era senhor de um grande reino, tinha homens e prestígio, e César sem patrimônio de valor e com poucos homens, realizou as coisas mais extraordinárias que se podem imaginar.
XVI. Alexandre leve que se haver com mulheres e com crianças: se compararmos os povos que ele combateu, com os que César submeteu, não em cinco ou seis batalhas, mas em mais de cinqüenta, bem contadas, nas quais ele era sempre inferior, em número de homens, mas superior em valor, jamais vencido, sempre vencedor, sem ter sido fendo gravemente, que eu saiba, embora ele fosse corajoso ao extremo e tivesse exposto sua vida sem medo, como o último soldado de suas legiões. No entretanto, acharam que ele foi muito mais reservado em suas empresas do que Alexandre, que corre, que se atira aos perigos como uma torrente impetuosa, que se choca indiferentemente, com tudo o que encontra; mas estava ele no esplendor da sua idade o César começou a sua atividade já em idade madura. Dizer-se que é um grande louvor, para um chefe guerreiro atirar-se de cabeça baixa em todos os perigos e não fazer diferença entre si e um simples soldado, é dizer-se demais, e eu acho César preferível a Alexandre neste particular: tanto por não ter ele assim procedido a não ser em grave necessidade, de tal modo que sua felicidade e sorte o glorificaram em toda parte, como também porque Alexandre parece ter procurado fazer-se bater.
XVII. Devo dizer que César matou um milhão de inimigos, triunfou sobre um milhão de outros tantos e desbaratou um número incalculável deles? Que em menos de dez anos, o tempo que durou a guerra da Gália, ele tomou oitocentas cidades e subjugou trezentas nações? Se eu quiser especificar suas guerras, no espaço de quinze anos, terei para isso necessidade de um livro, para falar somente dos louvores que nas mesmas ele mereceu. Os suíços, alemães, gauleses, romanos, egípcios, africanos, asiáticos e seus cinco triunfos sobre tantos inimigos, tão poderosos, e na aparência, invencíveis, testemunham seu valor, sua capacidade em todos os lugares onde se exigia um chefe guerreiro. Tendo por mestres sua virtude e sua felicidade, êle reúne as vontades dos seus mais valentes oficiais e soldados, os forma tão bem, que os submete a todos os seus desejos, tendo tal confiança neles, que em sua companhia, os torna invencíveis; e no meio de seus contínuos trabalhos, lê, medita, escreve, dita; deixou o mais belo livro, que o homem que ama a Marte e as musas, gosta de manusear. Seus discursos estiveram muito tempo em voga entre os romanos. Quanto a respeitar os homens doutos, valentes e virtuosos, César ter-se-ia renegado a si mesmo, se tivesse fechado sua porta a tal espécie de homens. Os perigos que Alexandre venceu foram muito grandes: mas que é isso comparado com os de César, rodeado de tão encarniçados inimigos, e em tão grande número, como os gauleses e os partidário de Pompeu? Quantos momentos difíceis não passou êle por causa de alguns dos seus mesmos, sem se ter incomodado com isso? Ao contrário, tolerou que alguns seguissem o caminho que lhes parecia melhor, mandou a bagagem e os bens de outros, sempre respeitou e honrou seus inimigos, quando desistiam de lhe fazer guerra e por seus amigos, apresentou condições razoáveis a Pompeu, antes de atacá-lo .
XVIII. Por fim, quando começou as guerras, carregado de dívidas e animado pela esperança, tendo em Roma os dirigentes por adversários, deliberou vencer todos os inimigos que estavam fora e preparar o caminho para a soberania de Roma, embora, centra a vontade de todos, pois via ter ela necessidade de um bom chefe e não de tantos pequenos senhores. Sua admirável previdência servia-lhe em todas as ocasiões, não tendo jamais sofrido desilusão, em tudo o que empreendia, obtendo, sempre, mais do que desejava. Sua magnanimidade brilha mais que qualquer outra virtude que nele se possa notar, o que quer dizer que César sobrepuja a todos os generais gregos e romanos. Êle esteve presente em quase ledas as guerras e batalhas em que comandou: jamais foi vencido, exceto, em seus lugar-tenentes: da escaramuça em que Pompeu, uma vez, levou a melhor, não vale a pena falar, pois êle não soube aproveitar a vitória. E, foi ainda uma felicidade singular, favorecida ainda por uma sorte muito rara, que dentre tantos perigos e golpes dirigidos contra César, jamais êle foi ferido. Se êle encontrou algum valimento perante Crasso, antes de ir à guerra, isso não se lhe deve censurar, pois ele sempre contentou seus amigos e submeteu à razão seus inimigos, por mais que empreendessem contra êle.
XIX. Se a justiça acompanha a coragem de Alexandre, se ele usou de moderação e de bondade em suas vitórias, se se mostra prudente em seus desígnios, que devemos dizer de César? A bondade que tanto lhe atribuem, é tida como uma das causas de sua morte. Seus passatempos eram sérios: e depois, que se pôs a atender aos negócios públicos, jamais se divertiu, conscientemente, com perda de tempo, mas em suas horas de recreação e nas conversas com amigos e familiares, sempre fazia algo de útil. No meio de suas vitórias, como trata ele aos inimigos? É como um raio que derriba tudo o que ousa apresentar-se diante dele e não toca em quem se submete ao seu poder. É fiel e não aprovava qualquer espécie de meio para obter a vitória, ainda que, mais de uma vez ele tivesse tido ocasião de costurar (como se diz) a pele da raposa à do leão. Êle gozava ainda dos bons tempos dos seus predecessores, embora tenha habilmente vencido seus inimigos, na maior parte e destruído uns pelos outros. Alexandre, ao contrário, matou alguns solda dos indianos, que lhe haviam dado uma cidade mediante ajuste e retiravam-se, confiando na sua palavra, isto é, no acordo feito com êle.
XX. A ambição de Cesar era extrema, mas ele a ocultava diferentemente de Alexandre, quando na passagem de um rio deixou escapar palavras, que muito claramente manifestavam quanto ele buscava o louvor dos atenienses. E que dizer das falsas invenções por ele ideadas, a fim de conservar a glória do seu nome, nas índias? Não indicam elas talvez, uma vaidade bem grosseira e que só o fazia desejar aquilo que ele não podia obter? César desejava conscientemente o seu objetivo e alcançava sempre a realização de seus mesmos desejos. Sua coragem é assaz cortês, sua doçura, grave e corajosa: sua liberalidade, tão grande, que mais lhe custava o pensamento de dar, que o mesmo dom, por maior que fosse. Também não ajuntava riquezas, em tempo de guerra, para depois viver nas delícias e nos prazeres: era apenas um salário da virtude que êle ajuntava, para com êle recompensar os homens de valor e deixar aos bons soldados um meio de viver honestamente em casa, quando a velhice e as doenças os obrigassem a deixar as armas. Jamais se cansou, como Alexandre, de trabalho algum e nunca se entregou à ociosidade, nem mesmo quando mais idoso, emagrecido, sujeito à epilepsia: resistiu contra tudo isso por um contínuo exercício de corpo e de espírito, acompanhado de incrível solicitude e diligência. Tendo deixado a Gália, perseguindo Pompeu, em Bnndisi submeteu a Itália cm menos de três semanas, voltou de Brindisi a Roma, de onde se dirigiu aos confins da Espanha; ali venceu dificuldades extremas na guerra contra Afrânio e Petreio e no longo cerco de Marselha. De lá voltou à Macedónia, venceu em Farsáha, perseguiu Pompeu até no Egito, que depois também submeteu; em seguida veio à Síria e ao reino do Ponto, onde combateu Farnaces, de lá, foi à África onde derrotou Cipião e Juba, depois passando de novo pela Itália foi à Espanha, onde combateu os filhos de Pompeu. Comparai agora, com tudo isso, os esforços e inúmeras dificuldades, os combates, as conquistas, as empresas de Alexandre e depois dizei sinceramente o que vos parece: César o sobrepuja de muito. Somente as guerras nas Gálias foram mais difíceis e perigosas do que todas as conquistas das índias e da Ásia: pois não é nas passagens de montanhas e de rios mal seguros, que se mostram a coragem e a perícia dos homens, mas em vencer um inimigo cauteloso e possante.
XXI. Dizei-me, porém, aquelas palavras de César ao piloto da fragata, que, sem conhecê-lo, queria levá-lo de Apolônia a Brindisi, não eram talvez mais pomposas e soberbas que o mesmo mar? Vamos, meu amigo, disse êle, avança corajosamente, pois tu levas a César e sua fortuna. E, o que êle disse, atravessando o Rubicão para entrar na Itália: para se perder tudo basta um golpe perigoso, que espírito se nota nessas palavras? Um espírito que verdadeiramente considera além da morte e só se importa com a execução de seus planos. Se se neta habilidade nos feitos de Alexandre, que é isso em comparação com a prudência de César? Costuma-se dizer, que êle apreciava a vitória, conquistada mais pelo conselho do que pela força. Eu sei que Alexandre foi adornado de virtudes excelentes e mui pouco dominado por vícios exteriores; que nisso, êle parece ter sido superior a César e a muitos outros dos mais ilustres na história grega e romana, embora eu não possa silenciar que êle também se deixou levar pelos aduladores e por mulheres, como o prova o que êle fêz por instigação de Laís e de seus favoritos; ainda mais: havia orgulho em seus feitos: vícios mui perigosos em todos os homens, principalmente nos príncipes e dos quais César se preservou, com mais habilidade.
XXII. Mas se considerarmos o bom senso, o espírito, a inteligência, o procedimento, o saber profundo, a eloqüência, a coragem, a grandeza de ânimo, a confiança mais que humana no meio dos grandes perigos, as dificuldades, a solicitude, a bondade, a doçura, a cortesia, a liberalidade e a felicidade de César, teremos muito que discutir. Objeta-se-lhe, que dentre os senadores que haviam seguido o partido de Pompeu, êle poupou àqueles que não mais podiam prejudicá-lo e exterminou na Africa, principalmente os outros, que êle julgava não poder sujeitar. Mas Bruto, Cássio e seus satélites, provam que César pensava em proceder sempre com brandura, se aqueles que o odiavam lho tivessem permitido: e há muita probabilidade de que se eles o tivessem suportado um pouco mais, as coisas não se teriam passado com tanta violência, como depois de sua morte: a cidade de Roma teria sido mais bem governada e a ambição desse homem, tendo atingido seu objetivo, ter-se-ia ela saciado e acalmado por si mesma.
XXIII. O ter-se êle deixado levar pela bajulação de Balbo e de Antônio, para se levantar contra o Senado, exibindo prerrogativas da dignidade real, foi um como efeito das lufadas daquele vento mau que tão perigosas tempestades suscitava e desencadeava em seu coração. Nisto não o podemos desculpar, ao contrário, não se poderia condenar bastante esta sua paixão, que surgiu quando da sua primeira viagem à Espanha, ao passar por uma pequena aldeia: êle preferia o primeiro lugar aí, do que o segundo em Roma. Cresceu depois, dominando todas as demais, e governando sua alma com uma autoridade tão perfeita que o levou para onde quis e sem consideração pela sua pátria, nem por si mesmo, êle não deixasse de correr, até que esse furioso cavalo o jogou por terra e quebrou-lhe o pescoço. Mesmo depois de tantas vitórias e triunfos êle não procurou descanso, mas (enquanto Alexandre navegava pelo Oceano, durante sua última doença e algumas horas antes de sua morte) êle empreendia guerras e conquistas ainda maiores do que antes. O que ele fez na reforma do calendário e na construção de tantas obras para o bem público, provam que esse espírito ainda estava bem ativo. Quanto aos prazeres, assim, sem mais, não nos seria conveniente fazer menção deles, e é melhor, em silêncio e com vergonha, deplorarmos a imperfeição humana, do que, falando de personagens ilustres, contentarmos àqueles que só ficam satisfeitos, quando se alimenta a sua malícia. A ambição pela qual fora tão fortemente ferido, combatendo esse vício, a respeito de mulheres, fê-lo em seguida abandonar seus sentimentos e inclinações, para depois, mais tarde de novo dominá-lo inteiramente, quando, pelo contrário, seus prazeres jamais o fizeram perder um minuto de tempo nem se afastar um passo sequer das ocasiões que se apresentavam para o seu engrandecimento.
XXIV. Sua morte foi verdadeiramente violenta e preparada pela maior parte daqueles, aos quais êle tinha dado a vida e que não viveram muito tempo, depois dele. É verdade que êle a provocou por causa de seu proceder altivo; nada faltava à sua felicidade que amar sua pátria e continuar, mais cuidadosamente do que antes, a agradar ao Senado e ao povo, como êle tinha feito depois de seus cinco triunfos, perdoando a todos, confiando cargos a uns e outros, e reerguendo mesmo as estátuas de Pompeu. Mas, tendo recaído no seu louco intento de ser ainda maior, tanto irritou os homens, que vários fizeram o que um só não teria facilmente conseguido fazer. Mas, assim mesmo, ele ainda leva vantagem a Alexandre, nisto, que sua morte foi vingada: ao contrário, a mãe, as mulheres e filhos de Alexandre tiveram um triste fim, seu exército ficou como um corpo sem, cabeça e teve inteligência quem o comparou a Ciclopes Polifemo, quando Ulisses vazou-lhe um olho: seus generais e sucessores guerrearam-se mutuamente; César, ao invés, continuou na pessoa de Augusto, que, tendo vencido inúmeras dificuldades, estabeleceu uma monarquia, a qual a despeito de um milhão de tempestades, durou várias centenas de anos: mesmo o nome de César, por singular privilégio, ficou reservado aos que governaram, depois dele o império romano e sua coragem foi e ainda é hoje desejada por todos os homens que por feitos de valor almejam conquistar ao seu nome um louvor e uma glória imortais.
XXV. Vós me esperáveis aqui, leitor, para ver a qual dos dois eu daria a preferência: mas, como o mundo foi tão pequeno para um e outro, seria dizer demais se eu afirmasse com certeza o que eu penso. Pois que me bati pelo outro, agora retiro-me e deixo-vos o julgamento.
Fonte: Edameris. Plutarco, Vidas dos Homens Ilustres, volume VII. Tradução brasileira de Carlos Chaves com base na versão francesa de de 1616 de Amyot com notas de Brotier, Vauvilliers e Clavier.
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