MANUEL ANTÔNIO ÁLVARES DE AZEVEDO

MANUEL ANTÔNIO ÁLVARES DE AZEVEDO (São Paulo, 1831-
1852) depois de se ter formado em letras no Colégio de Pedro II, foi
cursar o Direito na Faculdade de sua terra natal, e aí ganhou nomeada
por brilhantes e precoces produções literárias. Antes de terminar os
estudos jurídicos, sucumbiu com 21 anos incompletos, deixando aos amigos
das letras o eterno pesar do muito que se perdeu com tão lutuoso sucesso.

Na sua individualidade literária notam os críticos estranho dualismo.
"Era o poeta dos gorjeios, diz o Sr. Rodrigues Cordeiro, das noites
plácidas, das flores, do luar, da aurora ridente, dos castos amores, de
todos os grandes afetos, de todas as carícias; e era o poeta que parece
que não tinha bebido idéias senão em Propércio e no grego Rufino, ins-
pirando-se unicamente nas nudezas da antigüidade pagã para nos dar
delas uma segunda edição no século XIX". Havia, diz o mesmo crítico,
uma afinidade moral entre Álvares de Azevedo e o Macário de um
dos seus romances, que se comparava à cisterna, voltada para os céus,
pedindo-lhes água pura, porém que o mais das vezes só tem lodo.

Tristeza

Eu deixo a vida como deixa o tédio (635)
Do deserto o poente caminheiro;
Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;

Como um desterro de minha alma errante,
Onde fogo insensato a consumia…
Só levo uma saudade — é dessas sombras
Que amorosa ilusão embelecia.

Só levo uma saudade — é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas…
De ti, ó minha mãe, pobre coitada,
Que por minha tristeza te definhas!

Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz — e escrevam nela:
Foi poeta, sonhou e amou na vida…

(Lira dos Vinte Anos).

(635) — tédio — (lat. taediu-), enfaro, aborrecimento, fadiga moral, incômodo; entediar, tedioso.


Seleção e Notas de Fausto Barreto e Carlos de Laet. Fonte: Antologia nacional, Livraria Francisco Alves.

 

Obra

  • 1853 Poesias de Manuel Antônio Álvares de Azevedo, Lira dos Vinte Anos (única obra preparada para publicação pelo autor) e Poesias diversas;
  • 1855 Obras de Manuel Antônio Álvares de Azevedo, primeira publicação da sua prosa (Noite na Taverna);
  • 1862 Obras de Manuel Antônio Álvares de Azevedo, 2ª e 3ª edições, primeira aparição do Poema do Frade e 3ª parte da Lira.
  • 1866 O Conde Lopo, poema inédito.
  • RAMOS, P.E.S.(Org.). Poesias Completas de Álvares de Azevedo. Ed. Unicamp, 2002.
  • BUENO, A. (Org.). Obra Completa de Álvares de Azevedo. Nova Aguilar, 2000.
  • Cavalheiro, E. Álvares de Azevedo. Melhoramentos, 1943 (Biografia)

Fonte da Lista de obras de e sobre Álvares de Azevedo: Wikipedia.

 

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