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“Na filosofia de Agostinho, como nas filosofias neoplatônicas de Plotino e Proclo, o sistema é estritamente circular. A primeira parte do sistema, em Agostinho, é constituída por Deus uno e trino antes de criar o mundo; o que depois será chamado de natura naturans. A segunda parte do sistema é a Natureza, a natura naturata; aqui estamos incluídos todos nós, inclusive e principalmente – lá bem no começo – Adão e Eva e o pecado original, ou seja, a natureza decaída. A terceira parte do sistema é a síntese e a conciliação entre a primeira e a segunda parte: Em Jesus Cristo, o Deus que se torna Homem, abre-se o caminho para a História da Salvação, Historia salutis, no fim e no termo da qual está a Jerusalém Celeste, estágio em que todos – Deus, homens, animais, plantas e todas as coisas – seremos, mediante a graça santificante, partícipes gloriosos e radiantes da natureza divina. – Doutrina semelhante encontramos em Plotino [6] e em Proclo [7] . O núcleo do sistema em Plotino é o Uno, que também é chamado de divino. Do Uno emerge o Nous, que é a presença intelectual e consciente do Uno em face de si mesmo. Do Nous emerge, então, a Alma do Mundo. Na Alma do Mundo fica visível a doutrina neoplatônica sobre a gênese das diferenças, especialmente sobre a gênese de coisas menos perfeitas que o próprio Uno. À medida que se afastam do Uno e do Nous, os seres vão perdendo unidade; ao perder unidade, perdem também perfeição. Ou seja, quanto mais longe estivermos do Uno, mais imperfeitos e carentes somos. É por isso que devemos, num movimento circular, voltar ao Uno. Só assim, voltando à perfeição da primeira parte do sistema, é que nós homens, habitantes da terceira parte do sistema, podemos adquirir perfeição. O êxtase neoplatônico, que depois entra nos místicos cristãos e influencia poderosamente algumas correntes do cristianismo, consiste exatamente neste retorno da terceira à primeira parte do sistema. A terceira parte do sistema se completa no retorno à primeira parte. – Em Proclo, a estrutura do sistema é semelhante, só que no centro temos, ao invés do Uno, o Universal. O que se afasta do Universal, e na exata medida deste afastamento, vai ficando particular e imperfeito. O homem que almeja a perfeição deve, portanto, retornar ao Universal do qual originariamente saiu. Também aqui a terceira parte é a operação sintética do retorno a si mesmo, da conciliação entre o começo e o fim do sistema. A terceira parte do sistema obedece à lei do distanciamento: Quanto mais distante, menos perfeitas são as coisas.Carlos Cirne Lima
30/03/2007 às 20:46 em resposta a: Diferença entre um ateu e um religioso igualmente piedosos #83658CientistaMembroComo pode o mal ser indiferente a quanto mal é feito? Como não pode fazer diferença arranhar ou cortar o pescoço? Ser morta uma ou muitas pessoas? Viver na miséria uma ou toda uma nação? Eu é que te peço explicações!
CientistaMembroMas ora, dirá Popper, quantas vezes é necessário experimentar os metais para induzir uma lei geral? Tenho acesso a todos eles? A lógica mostra que, se há apenas uma excessão numa regra*, ela simplesmente não é mais regra, mas apenas um evento que ocorre comumente.
O que me parece perfeito!*Quanto então seria correto afirmar: Isto costuma acontecer ou quase sempre é verdade, exceto...
"Todos os metais DILATAM com o calor".
Creio que era isto... :)
este método pode ser utilizado tanto pela Ciência quanto por qualquer especulação metafísica.
Me parece perfeito!
o método científico é o hipotético-dedutivo
Poderias me falar um pouco mais sobre este método?
Nietzsche nos ensina que a genealogia de algo nem sempre deve ser vista de forma divinizada e magnífica.Será que a "essência" das coisas está vinculada necessariamente à finalidade de sua criação? Mesmo que seja, a matemática não trabalha somente com números, como podemos ver na lógica matemática. Ela trabalha fundamentalmente com relações. Na revista "Discutindo Filosofia" do bimestre anterior, vi um artigo sobre o pensamento como cálculo. O autor cita um pensador que não lembro o nome agora, talvez Hobbes, que defende que o pensamento fundamentalmente cálculo. Não calculamos somente números, tudo pode ser somado e subtraído. A idéia de "cientista" somada à idéia de "louco", por exemplo, resulta em "cientista louco".
Havia me esquecido que as relações fazem parte da matemática há bom tempo! Fizeste bem em lembrar!
Achou alguma coisa sobre os três mundos?
Não, nem tive tempo. Se tiveres, manda!Fora disto, não sabia que Kant tinha sido assim interessante, apesar de ouvir falar bastante dele e do pobre maluco do Niestsche (Este já li um pouco mais. Não te preocupes em "simpliicar os conceitos kantianos" pois eu sou um true newbye. QQ coisa serve para despertar-me o interesse!Tudo o que tiver desta ordem, por favor, reparta!Abraço grande!
CientistaMembroComo pode alguém falar bobagem tamanha!Ele não conhece o cristianismo para falar tamanha incongruência!!!Nunca desceu Deus nenhum para a terra. O cristianismo diz que Jesus encarnou, e Jesus é irmão nosso (irmão entenda-se igual).
Eu não teria tanta certeza disto! Este homem tem uma cultura sólida, Professor de Filosofia da Universidade, formado em Psicanalise em Viena, tem vários livros publicados; é fluente em Alemão, Inglês, Espanhol, Francês, fora o PT. :)Deus é sonônimo de Poder. Assim NÃO pode haver deus sem poder. Se houver um, é uma falácia, uma falsidade, não é, nem pode ser, um deus! Tudo bem com tua citação, mas não serviu para me indicar UM DEUS que não fosse símbolo de poder. :)Tou sendo malvado contigo?SDS
30/03/2007 às 20:03 em resposta a: Diferença entre um ateu e um religioso igualmente piedosos #83654CientistaMembroZ, O fato de não quantificaro mal me parece hediondo! Este pensamento me parece corroborar uma tendência de posturas extremas, sem considerar os matizes ou os diversos layers sobrepostos da realidade. Tipo "Oito ou oitenta."Bem, caro Z, a partir de um certo ponto é necessário um pouco de força de vontade para compreender e harmonizar.... SDS
30/03/2007 às 19:16 em resposta a: Diferença entre um ateu e um religioso igualmente piedosos #83652CientistaMembroSegues visivelmente alterado.Não há condição de um debate "filosófico" nestas condições!
30/03/2007 às 19:07 em resposta a: Diferença entre um ateu e um religioso igualmente piedosos #83649CientistaMembrosr Brasil,.. penso que o debate visa ajudar a construir os debatedores intelectualmente, e não destruí-los.
Acrescentaria ainda que a única competição aqui deveria ser pela grande deusa... VERDADE!
30/03/2007 às 18:49 em resposta a: Diferença entre um ateu e um religioso igualmente piedosos #83647CientistaMembroSenhores, quero dizer em primeiro lugar que, julgo ser direito discutir todos os assuntos que se desejar discutir, contanto que não sejam baixos ou indecorosos, porém, é de grande importância avisar que, este não é um site ou fórum dedicado às ciências cosmológicas e muito menos ao ateísmo!! Este é um espaço de primeira importância na internet, dedicado à FILOSOFIA.Debrucem-se sobre isto: A mentira se engana.
Creio que tens boa razão nisto, mas cabe também que não nos afastemos em demasia - ou por muito tempo - dos temas propostos, sob pena de esculhambação. Não te parece?Quanto ao "mentira", parece que isto foi uma alusão a minha pessoa! Obrigado, nobre debatedor!SDS
30/03/2007 às 18:39 em resposta a: Diferença entre um ateu e um religioso igualmente piedosos #83646CientistaMembroZ, teu post é longo e profundo e merece uma análise cuidadosa:
Isso é figura de linguagem?
Não, não é, mas já está chatinho recorreres a esta ironia. ???
Se não, você agride minhas convicções.Eu tenho direito à minha opinião e desgraço quem lutar contra isso.
É obvio que tens este direito! Bem, eu tenho também direito a ter as minhas. JAMAIS me senti agredito com as tuas! Sinto que sejas tão sensível, pois isto para mim é um exercício intelctual, mesmo envolvendo em algum grau o emociona.Se me vês como um pessoa essencialmente "do bem" sabes que minha intenção precípua é AJUDAR.
É ÓBVIO para quem acredita ser parte de Deus, que toda a bondade está ligada à palavra Deus.Tudo o que eu penso de Deus, é meu e sendo meu, é dele!Tudo o que é de Deus, por sua vz, é também totalmente meu, mas eu só governo aquilo que tenho poder sobre.
Sabes, já tenho uma boa idéia do teu sentimento de deus. E, para que saibas, eu sinto aprox. o mesmo. Creio que em certa época, temos necessidade de vermos reconhecido este sentimendo, através da revelação do outro. Esta consciência, estes sentimentos, são realmente algo bastante transcendentes e "espirituais". Para mim fazem parte tanto da consciência privada como da consciência coletiva, mas são algo humano, terreno, emocional e ético. Acho mesmo que a tua falha se resume a tentares fazer deste deus algo inumano, material e universal, o que, na minha modesta opinião, não é.
Eu tenho esperança que o ser humano seja de facto mais capacitado, daí mais responsabilizável, tendo o dever de não se limitar à luta pela própria sobrevivência.O Homem enquanto sociedade mostra-se irracional ao apenas olhar para a questão da poluição tendo em conta a própria sobrevivência.O Homem só se preocupa com a poluição quando se depara com as ameaças a ele próprio. É isso que vocês gostam de ser?Vocês (junior e Cientista) que se dizem humanistas, prezam a sobrevivência da espécie a qualquer preço (o que implica quantificação do bem e do mal para medição). Eu não penso assim.A liberdade de sermos quem queremos ser é um valor humano muito mais importante do que o respirar.Só vejo em vocês (peço imensa e sincera desculpa se vos magoo), defesa da espécie humana enquanto ser vivo e não enquanto ser consciênte.
Não me magoo com nenhuma exposição alheia, Z, fique tranqüilo! O Assunto é complexo, mas creio que há algumas coisas a corrigir neste teu tipo de visão. Por exemplo, ao não eliminares um predador, por teus escrupulos éticos, e podendo fazê-lo, te tornas reponsável pela morte de um milhão de pessoas, o que é um milhão de vezes mais errado do que matar uma delas!
O que nos torna especiais é a noção que temos da capacidade de sermos consciêntes e consciêntes de nós (incluindo nossos valoreS) e é isso que valorizo. O facto de priorizarmos o respirar torna-nos iguais a qualquer outro ser vivo que luta pela sobrevivência. E apesar de nãos er errado darmos igual valor a nós e aos outros seres, isso não é ser humanista mas sim defensor da vida terrena em si.
Penso (e sinto) que o que nos torna MUITO especiais é sermos capazes de sentimentos nobres e transcedentais como os citados acima. Por eles, é mesmo de orgulhar-se de ser humano!
(somos especiais só para nós próprios)
Penso que podemos sem muito "especiais" para todos que nos rodeiam e até mesmo para toda a humanidade e creio que não duvidas disto.Ademais, encontrei extremamente ilustrativo o que trouxeste sobre humanismo! Gostei deveras! Bem que podíamos fazer isto mais vezes.
Se vocês só olham para a sobrevivência da espécie, eu não penso que isso seja celebração do ser humano. Eu coloco, e talvez esteja errado, uma fasquia mais alta no ser humano, e como tal, limitarmonos a travar guerras em nome dea sobrevivência é um erro! NA GUERRA NÃO HÁ BONS NEM MAUS, NO MÁXIMO, APENAS AGRESSORES E AGREDIDOS
"Ouso vislumbrar um dia em que abandonemos definitivamente o uso da violência. Este será o dia em não homens, mas deuses habitarão a Terra!" (Minha autoria)Algo poético, mas com que chance de realizar-se? Quando?
Chego a casa, vejo minha familia estropiada, encontro o canalha e o enforco, agi bem? NÃO, devo ser julgado? SIM! Quem dizer o contrário é anarquista se não fascista. Agora, ME SINTO CULPADO? NÃO, pois sou humano!
Matar o agressor não traz de volta a vida de nossos entes queridos. Daí a termos tal contrôle sobre nossas emoções já são outros 500!
Tenho orgulho em ser humano, e tenho orgulho em ter capacidade de louvar nossas capacidades, ao contrário do certo egoísmo daqueles que pensam ser os correctos do mundo, agindo com fundamentalismo ilógico contra quem tem forma de estar no mundo diferente.
Obrigado pela parte que me toca! ;) E desculpes pela minha forma bárbara de atuar.
O mal se combate com o bem, mas se vinga com o mal.
Estamos de pleno acordo nisto. Mas não penso que a questão pare ai. Isto não funciona para um psicopata, pois ele é mentalmente insensível. E lembremo-nos que cerca de 10% da humanidade é psicopata, embora em graus variados.
Nossa sociedade não é utopia, tem conflitos, tem concorrência, também ela característica humana que não renego. Eu não digo que deviamos ser todos bonzinhos que nem fadas, mas reconheço que violência é sempre mau, embora útil para nós enquanto indivíduo ou grupo.
Penso que é um assunto polêmico. A iniciativa de violência sim, mas aquela que se usa para barrar outra violência não parece se enquadrar neste pressuposto.Por hora era só!SDS
30/03/2007 às 17:52 em resposta a: Diferença entre um ateu e um religioso igualmente piedosos #83643CientistaMembroZ, Antes mesmo de resonder ao teu grande post, deixo esta:
Adaptarmo-nos à sociedade implica muitos conflitos.Mas o limite social à condição humana PODE SER E DEVE SER TRANSPOSTO!
Estamos totalmente de acordo!
SER HUMANO ACIMA DE TUDO E COMO TAL MORRER EM DEFESA DE SEUS VALORES É MAIOR VIRTUDE DO QUE MATAR PARA ALIMENTAR NOSSA GANÂNCIA DE VIDA.
Z, se descubro teu nome, te indico ao Nobel da paz! Ou melhor, acho que temos de nos juntar e fundar uma religião! :)
CientistaMembroAí surge, a partir de um povo então politicamente insignificante, o povo dos judeus, o monoteísmo: Deus é um só, todos os outros são falsos deuses. A religião do deus único - no singular e em maiúscula – era inicialmente um fenômeno cultural restrito a um pequeno povo de nômades. Gregos e romanos, os senhores do mundo civilizado, toleravam o povo dos judeus com seu deus único. Os romanos, então, nem tiveram dúvida. No grande templo que reunia ecumenicamente todos os deuses de todos os povos, o Panteão, colocaram também uma estátua homenageando o deus dos judeus. Afinal, por que não? E assim surge a contradição de um deus, que quer ser único, posto no meio de um coletivo variegado de deuses oriundos de todas as partes e representando as mais diversas culturas. O deus dos judeus não era um deus universal, um deus a ser reverenciado por todos os povos, um deus que ditasse leis a todos os povos, um deus que fizesse justiça a todos os homens [2] . Não, o deus dos judeus era deus somente dos judeus. Suas leis eram apenas para os judeus, seu povo escolhido; sua justiça e sua bondade valiam apenas para com os judeus. O deus dos judeus não reinava por sobre os outros povos, não, o deus uno e único do povo judaico, Javé, era um deus que numa contenda entre judeus e não-judeus estava sempre ao lado de seu povo e de seus adoradores contra todos os seus adversários, quaisquer que fossem eles. O deus dos judeus não era universal como o império romano com seu comércio, suas estradas e seu jus inter gentes, mas sim um deus particular de uma pequena tribo de nômades sem nenhuma importância política e militar. Mas era um deus uno e único, transcendente: surgia o monoteísmo.Dentro do pequeno povo judaico, perdido na periferia do império e, portanto, da civilização, nasceu, então, uma seita político-religiosa menor ainda e ainda menos importante: os essênios. À beira do Mar Morto, uma das regiões mais inóspitas do mundo, de dentro da seita dos essênios nasce o germe intelectual que vai crescer, florescer, espalhar-se por todo o império, por todo o mundo civilizado, o cristianismo: a religião de um deus transcendente que, pela encarnação, se faz homem e assim se torna também imanente. Surge aqui o deus que é transcendente e imanente, quanto mais transcendente é pensado mais imanente ele fica." Carlos Cirne Lima - A fundação Ética e o AbsolutoTranscendende: Muito elevado, sublime, superior; Metafísico; Que está acima das idéias e conhecimentos ordinários. (Michaelis)
CientistaMembroAí surge, a partir de um povo então politicamente insignificante, o povo dos judeus, o monoteísmo: Deus é um só, todos os outros são falsos deuses. A religião do deus único - no singular e em maiúscula – era inicialmente um fenômeno cultural restrito a um pequeno povo de nômades. Gregos e romanos, os senhores do mundo civilizado, toleravam o povo dos judeus com seu deus único. Os romanos, então, nem tiveram dúvida. No grande templo que reunia ecumenicamente todos os deuses de todos os povos, o Panteão, colocaram também uma estátua homenageando o deus dos judeus. Afinal, por que não? E assim surge a contradição de um deus, que quer ser único, posto no meio de um coletivo variegado de deuses oriundos de todas as partes e representando as mais diversas culturas. O deus dos judeus não era um deus universal, um deus a ser reverenciado por todos os povos, um deus que ditasse leis a todos os povos, um deus que fizesse justiça a todos os homens [2] . Não, o deus dos judeus era deus somente dos judeus. Suas leis eram apenas para os judeus, seu povo escolhido; sua justiça e sua bondade valiam apenas para com os judeus. O deus dos judeus não reinava por sobre os outros povos, não, o deus uno e único do povo judaico, Javé, era um deus que numa contenda entre judeus e não-judeus estava sempre ao lado de seu povo e de seus adoradores contra todos os seus adversários, quaisquer que fossem eles. O deus dos judeus não era universal como o império romano com seu comércio, suas estradas e seu jus inter gentes, mas sim um deus particular de uma pequena tribo de nômades sem nenhuma importância política e militar. Mas era um deus uno e único, transcendente: surgia o monoteísmo.Dentro do pequeno povo judaico, perdido na periferia do império e, portanto, da civilização, nasceu, então, uma seita político-religiosa menor ainda e ainda menos importante: os essênios. À beira do Mar Morto, uma das regiões mais inóspitas do mundo, de dentro da seita dos essênios nasce o germe intelectual que vai crescer, florescer, espalhar-se por todo o império, por todo o mundo civilizado, o cristianismo: a religião de um deus transcendente que, pela encarnação, se faz homem e assim se torna também imanente. Surge aqui o deus que é transcendente e imanente, quanto mais transcendente é pensado mais imanente ele fica." Carlos Cirne Lima - A fundação Ética e o AbsolutoTranscendende: Muito elevado, sublime, superior; Metafísico; Que está acima das idéias e conhecimentos ordinários. (Michaelis)
CientistaMembroAí surge, a partir de um povo então politicamente insignificante, o povo dos judeus, o monoteísmo: Deus é um só, todos os outros são falsos deuses. A religião do deus único - no singular e em maiúscula – era inicialmente um fenômeno cultural restrito a um pequeno povo de nômades. Gregos e romanos, os senhores do mundo civilizado, toleravam o povo dos judeus com seu deus único. Os romanos, então, nem tiveram dúvida. No grande templo que reunia ecumenicamente todos os deuses de todos os povos, o Panteão, colocaram também uma estátua homenageando o deus dos judeus. Afinal, por que não? E assim surge a contradição de um deus, que quer ser único, posto no meio de um coletivo variegado de deuses oriundos de todas as partes e representando as mais diversas culturas. O deus dos judeus não era um deus universal, um deus a ser reverenciado por todos os povos, um deus que ditasse leis a todos os povos, um deus que fizesse justiça a todos os homens [2] . Não, o deus dos judeus era deus somente dos judeus. Suas leis eram apenas para os judeus, seu povo escolhido; sua justiça e sua bondade valiam apenas para com os judeus. O deus dos judeus não reinava por sobre os outros povos, não, o deus uno e único do povo judaico, Javé, era um deus que numa contenda entre judeus e não-judeus estava sempre ao lado de seu povo e de seus adoradores contra todos os seus adversários, quaisquer que fossem eles. O deus dos judeus não era universal como o império romano com seu comércio, suas estradas e seu jus inter gentes, mas sim um deus particular de uma pequena tribo de nômades sem nenhuma importância política e militar. Mas era um deus uno e único, transcendente: surgia o monoteísmo.Dentro do pequeno povo judaico, perdido na periferia do império e, portanto, da civilização, nasceu, então, uma seita político-religiosa menor ainda e ainda menos importante: os essênios. À beira do Mar Morto, uma das regiões mais inóspitas do mundo, de dentro da seita dos essênios nasce o germe intelectual que vai crescer, florescer, espalhar-se por todo o império, por todo o mundo civilizado, o cristianismo: a religião de um deus transcendente que, pela encarnação, se faz homem e assim se torna também imanente. Surge aqui o deus que é transcendente e imanente, quanto mais transcendente é pensado mais imanente ele fica." Carlos Cirne Lima - A fundação Ética e o AbsolutoTranscendende: Muito elevado, sublime, superior; Metafísico; Que está acima das idéias e conhecimentos ordinários. (Michaelis)
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CientistaMembroAí surge, a partir de um povo então politicamente insignificante, o povo dos judeus, o monoteísmo: Deus é um só, todos os outros são falsos deuses. A religião do deus único - no singular e em maiúscula – era inicialmente um fenômeno cultural restrito a um pequeno povo de nômades. Gregos e romanos, os senhores do mundo civilizado, toleravam o povo dos judeus com seu deus único. Os romanos, então, nem tiveram dúvida. No grande templo que reunia ecumenicamente todos os deuses de todos os povos, o Panteão, colocaram também uma estátua homenageando o deus dos judeus. Afinal, por que não? E assim surge a contradição de um deus, que quer ser único, posto no meio de um coletivo variegado de deuses oriundos de todas as partes e representando as mais diversas culturas. O deus dos judeus não era um deus universal, um deus a ser reverenciado por todos os povos, um deus que ditasse leis a todos os povos, um deus que fizesse justiça a todos os homens [2] . Não, o deus dos judeus era deus somente dos judeus. Suas leis eram apenas para os judeus, seu povo escolhido; sua justiça e sua bondade valiam apenas para com os judeus. O deus dos judeus não reinava por sobre os outros povos, não, o deus uno e único do povo judaico, Javé, era um deus que numa contenda entre judeus e não-judeus estava sempre ao lado de seu povo e de seus adoradores contra todos os seus adversários, quaisquer que fossem eles. O deus dos judeus não era universal como o império romano com seu comércio, suas estradas e seu jus inter gentes, mas sim um deus particular de uma pequena tribo de nômades sem nenhuma importância política e militar. Mas era um deus uno e único, transcendente: surgia o monoteísmo.Dentro do pequeno povo judaico, perdido na periferia do império e, portanto, da civilização, nasceu, então, uma seita político-religiosa menor ainda e ainda menos importante: os essênios. À beira do Mar Morto, uma das regiões mais inóspitas do mundo, de dentro da seita dos essênios nasce o germe intelectual que vai crescer, florescer, espalhar-se por todo o império, por todo o mundo civilizado, o cristianismo: a religião de um deus transcendente que, pela encarnação, se faz homem e assim se torna também imanente. Surge aqui o deus que é transcendente e imanente, quanto mais transcendente é pensado mais imanente ele fica." Carlos Cirne Lima - A fundação Ética e o AbsolutoTranscendende: Muito elevado, sublime, superior; Metafísico; Que está acima das idéias e conhecimentos ordinários. (Michaelis)
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