Manuel Bernardes – Antologia de escritores

Fausto Barreto e Carlos de Laet – Antologia Nacional de Escritores

MANUEL BERNARDES (Lisboa, 1644-1710) escreveu numerosas obras: Sermões e Práticas; Luz e Calor; Nova Floresta; Tratados Vários, incluindo o Pão Partido em Pequeninos; e os Últimos Fins do Homem.

Foi presbítero da Congregação do Oratório e, no dizer de imparciais julgadores, tão infatigável obreiro das letras como das virtudes. Seus escritos, religiosos ou simplesmente filosóficos, respiram moral puríssima e tão desataviada quão venusta em sua singeleza. Francisco José Freire dá Bernardes como imitador de Vieira; mas erradamente, e muito mais criterioso se mostrou Castilho (A. F.), no paralelo que traçou entre os dois escritores, e que se lê em outro lugar desta Antologia. (Resumo da biografia de de MANUEL BERNARDES)

Os Três Risos

Estando em artigo de morte um padre antigo do famoso deserto de Cites, os outros monges, rodeando-lhe a pobre cama ou esteira em que jazia, choravam amargamente. Neste ponto abriu os olhos e sorriu-se; dali a pouco tempo tornou a rir, e, depois de outro breve intervalo, terceira vez deu a mesma mostra de alegria. Causou isto nos circunstantes não pequeno reparo, por ser austera a pessoa, e formidável (434) a hora; perguntaram a causa, e respondeu-lhes: "A primeira vez me ri, porque vós outros temeis a morte; a segunda, porque, temendo-a, (435) não estais aparelhados; a terceira, porque já lá vai o trabalho, e vou para o descanso".

Tornou então a cerrar os olhos, e desatou-se seu espírito.

(Nova Floresta, tomo I). obra de MANUEL BERNARDES

Consolação

Querendo Sólon, filósofo ateniense, consolar a um amigo seu, oprimido de veemente tristeza, o levou a uma torre eminente, donde se descortinava toda a cidade, e lhe disse: "Considerai, amigo, quantos prantos, lutos, aflições, desgraças e trabalhos estiveram já e atualmente estão debaixo destes telhados, e estarão sucessivamente pelos tempos vindouros, sem haver dia vago em que a morte, ou infortúnio, não andem visitando já esta, já aquela casa. Pelo que, não sendo só vós quem padece, (436) acomodai-vos à condição dos outros mortais".

A sociedade nos trabalhos aligeira o peso deles, como a singularidade os agrava. Ao grande Alexandre, já vencedor de Dario, caminhando para Persépolis, saíram ao encontro quase oitocentos homens, os mais deles velhos, aos quais os antepassados reis da Pérsia tinham torpemente mutilado os narizes e lábios. Alexandre, compadecido da sua afronta e miséria, lhes ofereceu honesto conduto para suas pátrias. Porém eles deliberaram ficar antes juntos na terra onde viviam, porque deste modo se não podiam rir uns dos outros. Todos os filhos de Adão padecemos nossas mutilações e fealdades, (437) uns na honra outros na saúde, outros na fazenda, outros na ciência, outros na limpeza do sangue, outros em outras coisas; e acomodemo-nos a viver juntos, porque ninguém tem que rir do seu próximo.

Quem quiser saber quantos são ao todo os filhos de Adão, conte primeiro quantos são os aflitos e atribulados; porque nenhum que participasse da sua natureza, ficou isento de herdar suas misérias, e assim tantos consoladores achará nestas, quantos irmãos tem naquela.

Artaxerxes, sentiu com tal extremo a morte de um seu iimigo que pretendeu ressuscitá-lo, e, ouvindo os retumbantes ecos da fama da grande ciência de Demócrito, o chamou a si desde Iônia.

— Dificultosa coisa pedes, ó rei, disse o filósofo afetando sisudeza, (438) e dissimulando a impossibilidade; porém, se fizeres o que eu te disser, confio, poderei obrar o que me mandas.

Prometeu o rei tudo, assinando em branco, e parecendo-lhe que já via o seu desejado amigo saltar da sepultura.

— Eia, disse Demócrito, escrevam-se no túmulo do defunto os nomes de trinta homens que chegassem aos vinte anos de sua idade sem padecer queixa alguma, nem no corpo, nem na alma, e logo ressuscitará.

Mandou o rei fazer logo a diligência; porém até o fim do mundo poderia continuar-se sem efeito; porque de semelhantes privilegiados não há um só, quanto mais trinta. E, se ainda antes de nascermos já todos somos miseráveis, qual será o que no encerramento das suas contas não lhe passe a despesa do que padece pela receita do que vive? (439) No mundo todo não há mais que três classes de homens; uns inocentes; outros pecadores, mas já arrependidos; e outros pecadores, mas ainda obstinados. E para que todos soubessem que haviam de ter cruz, três cruzes se arvoraram no monte Calvário: uma para Cristo, e esta toca aos inocentes; outra para Dimas, e toca aos arrependidos; outra para Gestas, e toca aos obstinados.

(Idem). obra de MANUEL BERNARDES

 

Quem quer vai

A este ponto faz o apólogo que se conta das cotovias que tinham seus ninhos entre as searas.

Dissera o dono do campo a seus criados, que tratassem de meter a fouce, se vissem os pães já sazonados. E, ouvindo este recado uma delas, foi pelos ares avisar as outras que mudassem de sítio, porque vinham logo os segadores. (440) Porém outra mais velha as aquietou do susto dizendo:

— Deixemo-nos estar, que de mandar êle os criados a fazer-se a obra (441) vai ainda muito tempo.

Dali a alguns dias ouviram que o amo se agastava com os criados, porque não tinham feito o que lhes encomendara, e que mandava selar a égua para êle mesmo ir ver o que convinha.

— Agora sim, disse então aquela cotovia astuta, agora sim, irmãs, levantemos o vôo e mudemos a casa, que vem quem lhe dói a fazenda. (442)

A moralidade desta fábula explica-se perfeitamente com o provérbio português: Quem quer vai, quem não quer manda.

(Idem). obra de MANUEL BERNARDES

Vaidades Feminis

Tenho reparado em que os Latinos a este ornato e adereço de mulher chamaram mundo; e quer parecer-me que este nome não só quadra ao seu significado, enquanto quer dizer limpeza, senão enquanto quer também dizer o mesmo mundo; (443) porque de todo o mundo leva esta nau gêneros, e todo o mundo alguma coisa, com razão e verdade se chama esse onde, se S. Gregório achou, com verdade, que a criatura humana era todo o mundo, porquanto com umas criaturas convém no ser, com outras no sentir, e com outras no entender, participando também o ornato de uma mulher de cada região do mundo alguma coisa, com razão e verdade se chama esse ornato mundo.

Vejamo-lo mais em particular. Dos reinos de Decão e Bisnagar e Golconda, na Índia Oriental, leva esta diamantes; da Báctria, Cítia e Egito, esmeraldas; dos reinos de Pegu e da cidade de Calecute e da ilha de Ceilão, safiras; do seio Pérsico (444), entre Ormuz e Bassorá, da Sumatra ou Taprobana, da ilha Bornéu, e, em Europa, de Escócia, Silésia e Boêmia, leva pérolas; do porto de Júlfar da Pérsia, leva aljôfar (que daí se derivou este nome); (445) da cidade de Siene, no Egito superior e do mar Tirreno leva corais, que, se se desterraram já dos rosários e braceletes, ainda se admitem em brinquinhos e verônicas; dos campos de Pisa e dos montes Alpes leva cristais; do mar da Suévia e de Lubeca leva alambres, (446) que são as fabulosas lágrimas da irmã de Faetonte, choradas solenemente cada ano pela sua desgraça; dos reinos de Mono-motapa e Sofala, na Cafraria, e da região de São Paulo, na nossa América, leva ouro; do cerro de Potosi, nas conquistas d’el-rei católico, leva prata; de Alemanha, os camafeus, de Moscóvia, as zebelinas e martas, e do Palatinado as mais aperfeiçoadas; de Helvécia, região dos Suíçaros, (447) os arminhos; do Brasil, os saguins para manguitos, e os coquilhos para contas; da cidade de Tiro, em Fenícia, a púrpura; da serra da Arrábida, grã; de Portugal e Castela, a côr; de Veneza e Holanda, os espelhos; de Provença e de Roma, as pomadas para fazer as mãos macias e cheirosas; de Córdova e Hungria, ao menos as receitas para as águas odoríferas destes nomes; das Índias de Castela, a almeia e o óleo dela para as mãos; de Tunquém, o almíscar; do Maranhão e Ceará, o âmbar; de Angola, de Guiné e Cabo Verde, a algália; das nossas Índias, o calambuco e águila, os canequins e paninhos de coco, e os toríbios; da África, as penas dos avestruzes, para os cocares de plumas; da China, os lós, os leques e as chitas; de Granada, os tafetás; de Flandres, as rendas; da cidade de Cambraia as teias finíssimas e candidíssimas (448) que têm este nome; de Guimarães, a» linhas; de Lião de França, as primaveras; de Modaba, na Pérsia, e de Itália, as telas; da mesma Itália, os damascos; de Florença, Gênova e Nápoles, os chamelotes; de França, as luvas, os sinais para o rosto, e também os leques, uns maiores para o verão, outros mais pequenos para o lar no tempo de inverno; de Inglaterra, as meias, fitas e reloginhos de algibeira; da Arábia, a goma, que também serve ofício neste mundo; da Batalha, os azeviches para dar figa aos maus olhos. (449).

Que mais? É necessário que concorra também o mar, não só com as ostras, que se esbulham das pérolas, senão também com as tartarugas, que desarmam as costas para pentes e cofrinhos, e com as baleias, que empenham as barbas para sair um justilho ou prepõem bem desarrugado; são necessários de várias partes vários materiais para bocetas, escritorinhos, baús, guarda-roupas, para recolher nos camarins e escaparates este mundo abreviado; são necessários vidrinhos e garrafinhas, e redomas e bocetas, curiosa e ricamente forradas, para toda a farmacopolia de ingredientes líquidos e secos, simples e confeccionados, (450) que servem de estender o dia da formosura, quando já vêm caindo maiores as sombras dos altos montes da anosidade, e de dizer na cara ao desengano, que mente. (451).

Què mais? São necessárias até as nuvens do céu, para a primeira água de maio, que opinaram fazia o carão lustroso; são necessários até os mortos, para as cabeleiras, se as não quiser o luxo antes tiradas das entranhas dos bichos, fazendo-as de seda. Estava para dizer que são necessários até os demônios; porque, assim como a mão de Deus ajudou (como diz o Texto Sagrado) a formosura de Judite, porque se ordenava a intento santo e de sua glória, assim tenho para mim que sem a mão do demônio não poderá o apetite humano inventar e dispor e aplicar tanta vaidade e curiosidade…

(Idem). obra de MANUEL BERNARDES

Impostores da Ciência

Lípsio diz que era costume da milícia romana, quando algum soldado blasonava da façanha que não obrara, castigá-lo o tribuno com o venablo, (452) e com nota de infâmia; se houvera de andar semelhante correição pelos ostentadores de engenho, muitos tribunos eram (453) necessários. Não lhes falta, todavia, o castigo no riso e desestimação dos que os conhecem. O padre Hiremias Draxélio no seu Faetonte traz dois graciosos casos que comprovam o intento. O primeiro sucedeu ao insigne Tomás Moro: sendo enviado a Carlos V, que assistia então em Bruxelas, se encontrou na aula do César com um destes ostentadores, o qual se atreveu a afixar um cartel em que prometia responder, em certo dia e lugar, a qualquer ponto ou questão de direito, ou de humanas letras, que lhe fosse perguntada.

Tomás Moro, para rebater a soberba tracônia (454) do homem, lhe propôs esta pergunta: Se os animais caçados em Vitermânia são irreplegíveis? (455).

Pasmou o miserável, ouvindo a proposta, e, como nem o sentido dela entendia, não pôde dizer palavra.

E começaram logo os assobios e risadas do auditório; com que de todo perdeu a confiança, lucrando na sua humilhação o seu desengano.

O outro caso sucedeu ao Padre Jorge Scherer, da Companhia de Jesus, com o dr. Paulo Florêncio, apóstata de certa religião. Gloriava-se este de mui versado nas línguas grega, hebraica, siríaca, caldaica e outras muitas. Viera à mão do padre Scherer uma nômina, (456) das que as velhas costumam pendurar ao peito dos meninos por defensivo de febres ou casos desastrados; estava escrita em caracteres desconhecidos, e quis averiguar o que continham, para o que foi valer-se da perícia do dr. Florêncio, que a fama celebrava. Mostrou-lhe o papel, e êle, sem muita detença, afetando conhecimento antigo daquela espécie de caracteres, disse: — Estas são palavras dos sacerdotes egípcios, que usavam no rito dos seus sacrifícios.

Voltou o padre para a casa, e, porque suspeitava já a mentira, fêz segundo exame nesta forma. Escreveu em outro papel três palavras de sua língua materna (que era alemã) viradas as letras da última para a primeira. Ponhamos o exemplo traduzido em português, para vermos melhor o extraviado da interpretação que lhe foi dada: — andam os patos sem sapatos. Inversa a ordem das letras, dizia: madna so sotap mes so tapas.

E logo tomou por companheiro o padre Cristiano, que lia teologia, (457) e o fêz participante do segredo E foram buscar a interpretação do mesmo oráculo. E êle, nada menos confiado, respondeu:

— Isto é o mesmo que tenho dito a V. P. do outro papel: são fórmulas dos Egípcios, quando sacrificavam.

Ouvindo isto, o padre Cristiano tomou depressa a porta, porque não podia reprimir o riso; mas o padre Scherer, representando sisudeza, lhe rendeu graças pelo benefício, e saiu com o desengano que desejava.

Eis aqui os tribunos da milícia literária castigando os soldados que blasonavam falsas valentias.

(Idem). obra de MANUEL BERNARDES

Glossário de Vocábulos

  • (434) formidável a hora = terrível, apavorante a hora. V. nn. 149 e 327.
  • (435) …"porque, temendo-a (a morte), não estais aparelhados: a ênclise é obrigatória com o gerúndio independente.
  • (436) — vós quem padece — ou vós que padeceis, ou, ainda, vós quem padeceis, concordando o verbo com o pron. vós, e não com o pron. quem. Abonam esta última construção exemplos de escritores cabais. ("Sou eu quem perco." (Rui, Queda do lmp., I, introd., p. XIII); as duas primeiras são, todavia, as mais generalizadas.
  • (437) padecemos concorda com o pron. nós, latente, de que é aposto o ampliativo todos os filhos de Adão — construção usual entre os bons manejadores da língua. Outro exemplo do mesmo autor: "Porque quer Deus que os homens aprendais dos homens". (N. Flor., I, 162), em que o suj. é vós, desinencial e os homens o aposto, explicativo do sujeito pronominal.
  • (438) sisudeza ou sisudez o suf. lat. itia altera-se em eza, abrevia-se em ez ou dá iça: justitia > justeza e justiça: cupiditia > cobiça e cupidez; as muitas palavras em eza e ez formam-se quase todas à semelhança.
  • (439) Observe aqui o estudante o anacoluto, ou quebra na construção gramatical da sentença, sem que se lhe perca a compreensão do sentido. E veja outros casos, em Os Lusíadas: II, 40, 47, 104; III, 26; V, 54; X, 130. E examine os casos das nn. 485, 560 e 651.
  • (440) segador, do v. segar (do lat. secare, cortar. A segure, subst. poético, è o machado (lat. *secure); a linha secante em Geometria é da mesma raiz de secare; diversa do homônimo secante, do verbo secar, no lat. siceare.
  • (441) a fazer-se — até jazer-se.
  • (442) vem quem lhe dói a fazenda = aquele a quem dói (custa, interessa, pertence) a fazenda.
  • (443) mundo (do lat. mundu — que significa não só ordem no universo e o próprio universo, mas também ordem e asseio nas vestes e adereços, limpeza enfim. Daí o subst. mundo, o globo terráqueo, e o adjetivo desusado mundo, limpo. Mário Barreto escreve no cap. LXIV do seu Através do Dicionário e da Gramática, p. 348: "A palavra latina mundus é, no sentido literal, lavado, polido, asseado, ordenado; daqui ornado, e deste conceito brota o significado de "criado", onde tudo é ordem e beleza. Daqui a palavra portuguesa tanto no seu valor de adjetivo (no canto X, est. 85, Camões disse mundas almas, i. é., puras, limpas) como no de nome". Do adjet. mundo derivam-se imundo, imundície, emundação ("emundação desagravadora", Rui), emundar (purificar, lavar, limpar), mundificar ("Deixou-se contominar. Mundifique-se". — Camilo, A Brasileira de Prazins, introl.), mondar (preparar o terreno, arrancar-lhe as ervas nocivas); e, em sentido lato, limpar, arrancar: "tinha muitas cãs… e não consentia que lhe mondassem alguma". (Garcia de Rezende, ap. João Ribeiro, Seleta Clâss., 4.a ed., p. 72). é interessante comparar, como faz Clédat (Diction. Étimol.) os dois sentidos do lat. mundum com os dois do gr. kósmon, tão idênticos são numa e noutra língua, pois, nesta, cosmético e cosmografia estão presos à fonte grega, como, naquela, imundo e mundano à latina.
  • (444) seio = golfo; do lat. sinu, curvatura, reentrância.
  • (445) derivação hipotética.
  • (446) alambre, outra forma de âmbar (do ár. anbar com o artigo al).
  • (447) Suíçaros, Suíceros ou Suízaros, do ital. Svizzero; hoje,Suíço.
  • (448) teias finíssimas e candidíssimas — teia (do lat. tela) é o tecido leve, tênue e precioso que se fabrica nessa cidade francesa. Assim como se diz candura e Candinha por haplologia, em vez de candidura e Candidinka, Camilo escreveu candíssimo por candidíssimo. Outros exemplos de intervenção haplológica, ou simplificadora, já no latim, já no vernáculo: estipêndio (stipi + pendium), homicídio (hornini + cidium), semestre (semi + mestre, de mensis); venéfico (veneni -f ficu, de facio), contendor (contendedor), formicida (for-mici + cida), idolatria (idolo + latria), semínimia (semi + mínima), ecletismo (ecletic-ismo), analista (analis-ista), volatizar (volatil-izar), monómio (mono -(-nômio), envaidar (envaidad-ar), destanizar (destanin-izar), idoso (idad-oso), bondoso (bondad-oso); e populares: prestigitador, probalidade, paralepípedo, dez’tões (dez tostões) etc. A haplologia elimina a sílaba igual: tragi(co)-cômico, se (.mi) mínima, formi(ci) cida, ou aproximada: (ido (lo) latria, homi(ni)cídio, conten(de)dor).
  • (449) Neste trecho: almíscar e algália são substâncias odoríferas animais: almeia, âguila e calambuco, árvores producentes de madeira cheirosa; a grã, os lós e as primaveras, tecidos finos; manguitos, os punhos; toríbios, avelórios ou contas. Dar figa = esconjurar.
  • (450) confeccionados ou confeiçoados — preparados cem drogas, manipulados.
  • (451) Neste trecho: justilho. é espartilho, que se faz com barbatanas; escaparate, redoma ou pequeno armário de vidro.
  • (452) venablo, por venâbulo, do lat. venabulu —: espécie de lança curta, azagaia ou chuço.
  • (453) eram por seriam: é comum na língua essa substitição do condicional pelo imperfeito do indicativo.
  • (454) Iracónico (desus.) = pérfido, velhaco, mentiroso, traiçoeiro. Do gr. Thráx, thrakós, Trácio, pelo lat. thracus, com o sufixo.
  • (455) irrepleghel (do v. replêre e prej. tn = que se não pode encher, insaciável; termo desusado.
  • (456) nômina (do pl. neutro lat. nomina, de nomen): oração contra certos males, posta em envoltório de pano, que se pendura ao colo.
  • (457) que lia teologia = que ensinava Teologia. Ler a cadeira nas Universidades era ser-lhe professor; lente é o que lê, o que ensina: …"o professor que, há sete anos, essa cadeira na Escola"… (Rui, Queda do Imp., I, p. 269).

 


Seleção e Notas de Fausto Barreto e Carlos de Laet. Fonte: Antologia nacional, Livraria Francisco Alves.

 

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